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quarta-feira, 22 de junho de 2011

Capítulo 336 ♥

Eleonora e Jenifer iam para o aeroporto paulista, levar Flaviana e Janice que voltariam para Vila de São Miguel naquela manhã fria. Virgínia dormia como um anjo na cadeirinha no banco detrás do carro.
- Não se esqueça de colocar luvas e meia nela, e touca, por que aqui faz um frio horrível – Aconselhava Janice enquanto Eleonora estacionava o carro.
- Não se esqueça também de sempre ver se as fraldas estão acabando, é melhor manter um estoque do que passar apuros – Disse Flaviana.
- Tudo bem, pode deixar, não vou esquecer nada disso – Disse Jenifer anotando mentalmente cada palavra.
Chegaram ao aeroporto que estava calmo, minutos depois chamaram o vôo que levaria Janice e Flaviana para Vila de São Miguel. Jenifer se despediu pedindo para que elas ficassem mais um pouco.
Quando o avião levantou vôo, Jenifer sentiu um aperto no coração.
- Agora estamos sozinhas – Disse para Eleonora com os olhos no avião que subia cada vez mais.
- Não estamos, eu tenho você e você me tem.
- Será que vamos conseguir sem elas?
- Claro que vamos. Somos mulheres fortes, prontas pra enfrentar qualquer coisa. – Garantiu Eleonora pegando na mão de Jenifer.
Jenifer tirou os olhos do avião para olhar Eleonora.
- Eu amo você – Ela disse – Amo muito você, Eleonora Ferreira da Silva.
- Eu também amo muito você, Jenifer Improtta.
- Vamos passar no cartório agora?
- Vamos. Vamos para a nossa primeira batalha, espero que seja primeira e última.
De mãos dadas saíram do aeroporto. Armadas de confiança e do amor por Virgínia, Eleonora e Jenifer seguiram para o cartório a fim de registrar a pequena no nome de ambas.


O cartório estava com uma grande movimentação. Eleonora tirou da bolsa toda a documentação necessária para realizar o registro.
Pediu que Jenifer esperasse sentada num canto junto de Virgínia, enquanto pedia informações.
- Oi, bom dia. Gostaria de saber se é aqui com você que faz o registro de nascimento da minha filha – Disse Eleonora para uma mulher magra de cabelos curtos até as orelhas e óculos com armações redondas.
- Sim, é comigo. Você é mãe solteira? – Perguntou a mulher com voz monótona.
- Não... Bom, na verdade eu não sou a mãe biológica dela... Hum... A minha esposa que deu a luz a minha filha.
A mulher abaixou os óculos encarando Eleonora por um segundo que pareceu o suficiente para deixar seu coração acelerado.
- Sinto muito, mas fazemos registros apenas em nome de casais normais. Se quiser registrar a filha da sua mulher, é apenas no nome dela – Respondeu a mulher ríspida.
Eleonora deu uma risada abafada desacreditando daquilo que ouvia. O sangue lhe subiu deixando sua face rubra. Ela iria fazer uma coisa que detestava: Perder o controle.
- Casais normais, então... Como você é ridícula. Eu e a minha esposa somos um casal normal, temos nossa casa, pagamos nossas contas e agora vamos criar uma criança linda que é fruto do nosso amor – Começou a gritar Eleonora sentindo o sangue esquentar seu rosto – Fruto do nosso amor sim – Salientou ela quando percebeu que a mulher a encarou discordando do que ouvia – Você acha o que? Que só por que eu não “ajudei” a fazer, eu não tenho nenhum direito sobre aquela criança?
Quem estava ao redor parou pra ouvir o que Eleonora dizia. Jenifer pegou Virgínia que dormia ainda na cadeirinha e foi até Eleonora.
- Amor, vamos embora, por favor... – Pediu Jenifer puxando Eleonora pelo braço.
- Não – Respondeu Eleonora livrando o braço da mão de Jenifer – Eu amo a minha filha como se ela tivesse saído de mim, vou cuidar dela, vou protegê-la e amá-la com todo amor que eu sinto. E se você acha que isso não é normal, você realmente tem muito que aprender sobre a vida. O amor não escolhe cor, credo, religião ou sexo ele acontece e pelo visto você não tem disso na sua vida...
Um silêncio pesado como uma bola de ferro pairou no ar. A mulher encarava Eleonora com a boca seca. Todos ao redor abaixaram a cabeça. Alguns continuaram o que estavam fazendo, outros continuaram ali, esperando que algo mais acontecesse.
- Posso saber o que está acontecendo? – Perguntou uma mulher tão ruiva quanto Dafne. Olhos azuis vivos e grandes, cabelos presos num rabo de cavalo e expressão amigável.
- Elas... – A mulher detrás do balcão engasgou e pigarreou – Elas querem registrar a filha no nome das duas, mas... Eu disse...
- Que aqui só registram filhos de casais normais – Dedurou Eleonora ainda com a raiva correndo nas veias.
- Homofobia no meu cartório, Valéria? – Perguntou a ruiva olhando para a mulher.
Valéria ficou calada. Engolindo em seco.
A ruiva ignorou o silêncio de Valéria e abriu a portinhola que ficava ao lado, passando para o outro lado.
- Me desculpem o mal entendido, depois vou conversar com ela... Muito prazer, meu nome é Estela – Disse a ruiva estendendo a mão para Eleonora e Jenifer – E vocês quem são?
- Eu sou Eleonora, ela é a Jenifer minha esposa e a nossa filha, Virgínia – Apresentou Eleonora apontando para Jenifer e Virgínia.
- Oi pequena, tudo bem? Que mamãe brava você tem, hein? – Brincou Estela acariciando o rosto de Virgínia. – Vocês podem me acompanhar até minha sala, vou explicar pra vocês como funciona o registro para filhos de casais gays.
Jenifer e Eleonora seguiram Estela. Eleonora dando uma última olhada para Valéria.

4 comentários:

Gehh Santos disse...

Ah Karu, é que o povo agora não tá revoltado, mas aposto o R$ que não tenho que se eu colocasse um triângulo/losango/trapézio amoroso aqui, ia chover de comentários e pedras na minha pessoa :B

Anônimo disse...

Gente, muito tudo. HEAUIEHO
Sério.

By: Marianna

Chris Domingos & Silvis Januário disse...

Oi querida Gehh, desculpe-me por não ter comentado mais. Voltei de minha maravilhosa lua-de-mel. Mas não deixei de acompanhar. Esse capítulo de hoje, me deixou tão ansiosa, pra saber como vai ser, daqui pra frente, se elas vão conseguir registrar a Vírginia no nome das duas. Vc conseguiu um milagre. Minha esposa quer tentar ter um filho. Disse que mudou de ideia, depois de ver a sua história. Acho que as suas palavras podem mudar a cabeça de muitas pessoa. rsrsrs. Mas estamos pensando em ter nossa filhinha. E assim que fizermos, prometo que te informo. Mas estamos felizes com o sucesso da sua História. E que venham mais 1000 capítulos.

Parabéns.

Pri disse...

Adorei !!! hahaha...triângulo/losango/trapézio amoroso. Vou adotar por aqui.
Vc tem toda razão. A história é linda, fascinante e ainda assim fica a dúvida no ar : Será q vai acontecer alguma coisa p atrapalhar oq está indo tão bem ? rs