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domingo, 3 de julho de 2011

Capítulo 344 ♥ Penúltimo capítulo...

Algum tempo depois...


Quando Virgínia completou um ano Jenifer decidiu começar a cursar a faculdade de psicologia. Depois de ouvir a história de Emily Jenifer sentiu que poderia fazer mais pelas pessoas. Começou a fazer a faculdade com o intuito de se formar para abrir uma clínica especializada apenas em jovens homossexuais que se descobrem e não sabem como lidar com isso, ou não sabem como lidar com o preconceito dentro e fora de casa.
Eleonora a apoiou desde que recebeu a notícia naquele jantar um ano atrás. E Eleonora ainda continuava no comando da ortopedia no Hospital Paulistano e não pensava em mudar de profissão jamais, aquilo era realmente o que queria fazer pelo resto da vida.
Virgínia já crescera muito e agora andava e falava mais que um papagaio. Seus cabelos haviam perdido a forma de cachos que tinham quando era apenas um bebê, agora estavam ondulados e louros como ouro. Sua pele estava clara e rosada, como a de Eleonora e já podia se notar que ela teria sardas iguais às de suas mães. Seus olhos eram esverdeados e vivos iguais aos de Jenifer. Quem a visse Virgínia junto de Eleonora falaria que ela era filha biológica de Eleonora e não de Jenifer. Como certa vez no playground que ficava numa praça perto do edifício Bossa Nova. Jenifer e Eleonora levaram Virgínia para brincar. Já no final da tarde quando estavam cansadas, Eleonora segurava Virgínia para que Jenifer arrumasse o carrinho para colocar a pequena quando chegou um casal hetero, aparentando ter lá seus 35 anos. A mulher do casal disse:
- Que menina linda. Ela é sua filha?
- Nossa filha! – Jenifer fez questão de responder.
A mulher e o homem se entreolharam.
- Ah, entendi. Mas foi ela que deu a luz?
- Não, eu.
- Nossa, mas ela parece com vocês duas – Disse a mulher encantada e um pouco perturbada, pegando na mão de Virgínia e abrindo um sorriso para ela.
Eleonora e Jenifer trocaram olhares e riram.
De algum jeito muito surreal a natureza tratou de fazer com Virgínia fosse fenotipicamente parecida com Eleonora e Jenifer.
A ideia de adoção ainda persistia em Eleonora. Para Jenifer elas poderiam adotar, até queria poder fazer aquilo agora. Jenifer dizia que não queria que Virgínia crescesse sozinha, e que ela deveria ter um irmão ou irmã.
Mas o processo de adoção era muito desgastante.
E elas já haviam tentado duas vezes, dias depois que Virgínia fizera um ano. Na primeira negaram o pedido pelo motivo mais inaceitável: Duas mulheres não podem criar uma criança. O pedido nem chegou a ir para o tribunal, ele parou ainda no orfanato, pois no orfanato onde Eleonora e Jenifer foram procurar por uma criança o responsável pelo local era um pastor da igreja evangélica que ficava ali nas redondezas.
- Se fosse possível eu tiraria a guarda dessa pobre criança de vocês, ela tem que crescer num lar onde se tem um pai e uma mãe e não duas mães ou dois pais – Foi o que elas ouviram quando Jenifer disse que quem criaria a criança seria ela e a sua esposa.
Depois disso foram em outro orfanato e o pedido chegou até a assistente social que negou alegando que Eleonora e Jenifer viviam uma vida atribulada entre trabalho, a faculdade de Jenifer e Virgínia. Talvez quando elas soubessem como administrar aquilo melhor elas pudessem retornar com um novo pedido.
Depois dessas duas tentativas sem sucesso, Eleonora e Jenifer resolveram dar um tempo na ideia de adoção e dedicar-se apenas a doce Virgínia.


Eleonora estava na sala sentada no sofá de frente para a TV e para Virgínia que estava sentada na cadeirinha e se recusava a experimentar um pedaço de abobora que Eleonora oferecia.
- Não qué – Dizia a pequena.
- Você nem experimentou, filha. Só um pedacinho – Insistia Eleonora com o garfo parado no meio do caminho.
- Não qué.
- Tudo bem então, nada de danone depois.
Virgínia fez bico e ameaçou abrir o berreiro quando a porta da sala se abriu e ela sorriu ao ver sua outra mãe.
- Boa noite meus amores – Cumprimentou Jenifer colocando seu material e suas coisas no sofá. Beijando em seguida Eleonora e Virgínia.
- Que cara é essa, amor? – Perguntou Eleonora tirando o babador da filha e abrindo a cadeirinha para pega-la.
- Você ainda quer voltar pra Vila São Miguel? – Perguntou Jenifer escorregando o corpo no sofá, encolhendo-se.
- Sim, ainda quero muito.
- Então vamos começar a planejar isso? – Perguntou Jenifer.


Quando Eleonora e Jenifer chegaram de carro na porta da casa dos pais de Eleonora, foi um choque. Ninguém sabia que elas estavam de volta e daquela vez seria pra ficar.
Tudo na capital paulista estava resolvido. Jenifer conseguiu sem maiores problemas transferir os três anos que restavam da faculdade para o Rio de Janeiro. Eleonora já havia conversado com seu antigo chefe do hospital de Vila São Miguel e não só conseguira seu emprego de volta como conseguira um posto melhor; Agora era chefe. Chefe do setor de ortopedia do Hospital Central de Vila de São Miguel.
Nesses dois anos que se seguiram a casa de janelas azuis e jardim verde que misteriosamente não tinha nenhum morador, estava passando por reformas e ninguém na cidade sabia quem seriam os novos moradores. As janelas azuis escuras agora ganharam um tom de azul mais claro, o jardim continuava verde e ganhara algumas árvores frutíferas. Eleonora disse que queria ensinar a filha o quanto era bom comer fruta retirada do pé. Um espaço na lateral esquerda ficou destinada a garagem do carro, que ganhou um forro em telhas romanas pintadas de brancas, assim como todas as telhas da casa. Jenifer vira na internet que telhados pintados de brancos diminuíam o aquecimento global por refletir a luz solar que batia nos telhados. O portão grande e de grades espessas estava trancado, mas não por muito tempo.
Deixar São Paulo não foi uma tarefa fácil, Jenifer e Eleonora pensaram e repensaram nos benefícios e desvantagens em deixar a capital paulista. Pensaram nas oportunidades que perderiam, nas amizades que ficariam para trás (mesmo Abelle e Marcela jurando que nunca perderiam o contato)...
Mas não era apenas por elas que queriam voltar. Jenifer e Eleonora pensaram em Virgínia em primeiro lugar, na criação que tiveram e que queriam dar a ela. Na liberdade maior em deixar a filha brincar na rua, correr no quintal. E Virgínia também cresceria junto dos primos que tinham a mesma idade. E no final de tudo Jenifer e Eleonora perceberam que voltar para Vila São Miguel foi a melhor escolha.
Quando Eleonora abriu o portão de casa tirando os óculos escuros e colocando-os na cabeça, Janice abriu a porta com os olhos brilhando e as mãos cruzadas junto ao rosto.
- O que vocês fazem aqui? E... – Janice olhou o carro estacionado na porta e a quantidade de malas no bagageiro – Por que tantas malas?
- Dessa vez a gente voltou pra ficar – Respondeu Eleonora sorrindo enquanto seus olhos se encontravam com os de Jenifer.

4 comentários:

Chris Domingos & Silvis Januário disse...

OI Gehh,

Me espantei qunado vi que já está no final a nossa bela história, mas fiquei muito feliz com tudo o que as nossas heroínas viveram durante todo esse tempo.

Deixo aqui os parabéns, e os mais sinceros agradecimentos por toda essa dedicação, essa aptidão por querer agradar à todas nós, e principalmente esse amor que você teve com essas duas personagens que com o tempo foi ganhando o nosso coração e a nossa admiração.

Parabéns pelo seu lindo e maravilhoso trabalho.

Beijos e abraços carinhosos.

Érica.

Eriele Eyre disse...

eu sei que não fui frequentadora assidua do blog nem acompanhei a história de perto ao longo do seu desenrolar, mas vc sabe qto carinho eu tenho por ela e o qto eu qro q ela ganhe sempre mais o destaque q lhe é devido.
pena estar acabando, mas né, ciclos são ciclos e o proximo será bem mais árduo que esse.
tá lindo Gehh, mais que lindo, tá amor. e é de amor q somos feitas.
:D

Pri disse...

Vc é uma artista ...

Anônimo disse...

Olha comecei a ler a história na segunda dia 21/08/2017 e terminei hoje 24/08/2017. Não consegui parar de ler até chegar ao fim. Você é maravilhosa. Parabéns. Amei a história. SF