Leia o Texto Completo: Bloquear Seleção de texto no Blogger | Inforlogia http://www.inforlogia.com/2008/11/bloquear-selecao-de-texto.html#ixzz1AYuS8pMz (http://www.inforlogia.com) Under Creative Commons License: Attribution Non-Commercial No Derivatives Eleonora & Jenifer: março 2010

segunda-feira, 15 de março de 2010

Capítulo 99 ♥

- Pode ter certeza que eu estava mais nervosa que você – disse Eleonora.
- Por quê?
- Por que tive medo de que você não gostasse, você demorou tanto pra demonstrar que queria...
- Eu estava insegura, só isso. Mas eu queria há muito tempo, muito tempo... - Jenifer se aproximou mais de Eleonora e a beijou. Afastaram-se e permaneceram se olhando por longos minutos.
- Não começa a me olhar assim – pediu Jenifer com os lábios bem pertos dos de Eleonora.Eleonora sorriu e deitou de barriga pra cima encarando o teto.
- Chata! – disse Jenifer.
- Eu só fiz o que você pediu oras. – deu um sorriso ainda com os olhos voltados para o teto.
- Você espera eu tomar um banho? – disse Jenifer levantando-se da cama – É rápido, eu prometo.
- Seus banhos nunca são rápidos amor, nunca – implicou Eleonora.
- Eles só são demorados quando eu estou acompanhada.
Para provocar Jenifer despiu-se ali mesmo, ficando apenas de calcinha e enrolando-se na toalha.
Eleonora tapou os olhos com as mãos e logo em seguida as abriu como um leque e sorriu balançando a cabeça desaprovando a atitude de Jenifer.- Você gosta de me provocar né?
- É o meu esporte favorito – disse Jenifer piscando. Eleonora ameaçou levantar para agarrá-la, mas Jenifer foi mais rápida e entrou voando no banheiro.

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Sem que ninguém percebesse Flaviana estava detrás da porta e tentou ouvir o que estava sendo dito dentro do quarto da neta; mas não teve sucesso. Pois Jenifer, já acostumada com a bisbilhotice da avó, conversa em um tom bem abaixo do convencional, deixando quem tivesse do outro lado decepcionado.
Mas ao ouvir o barulho do chuveiro ligado logo concluiu que Eleonora estava sozinha. Não hesitou nem um minuto e entrou no quarto.


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Eleonora estava sentada na cama lendo os rascunhos do seminário que Jenifer havia colocado dentro do livro quando viu a maçaneta da porta girando, pensou que fosse Danielle e continuou lendo.
Ao ver que não era quem pensava, fechou o livro e fixou os olhos em Flaviana que fazia o mesmo.
- Precisa de alguma coisa? – Perguntou Eleonora.
- Quero falar com você.
- Pode dizer.
Flaviana sentou-se na cama e pediu que Eleonora se aproxima-se dela. Falando baixo e calmo começou:
- Eu quero você longe da minha neta.
- Como é que é? – Eleonora ficou espantada.

Capítulo 98 ♥

E Sebastião havia decretado: Regina e João Manoel teriam que se casar.
- Mas pai, eu ainda não terminei a faculdade, não tenho emprego, não posso casar – tentava argumentar angustiada.
- Pensasse nisso antes de ficar de sem-vergonhice por ai. Você vai se casar sim e não se fala mais nisso. E vai ter que ser antes dessa criança nascer.
- Mas pai...
- Mas nada Maria Regina, é isso ou você pode pegar suas coisas e ir pra casa da sua tia – ameaçou.
- Tudo bem então, vai ser do jeito que você quer pai – Regina se viu obrigada a concordar. – Vou pro meu quarto.
- Agora que já esta tudo resolvido, vou tomar banho que eu vou sair – avisou Eleonora.
- Aonde a senhorita vai? Pensa que eu não senti sua falta no café da manhã? Onde passou a noite? – Perguntou Sebastião.Eleonora sentiu falta de ar e ficou muda.
- Ah Sebastião a menina já não tem mais 16 anos, deixa de ser curioso. Ela nunca te deu trabalho. – disse Janice salvando Eleonora.
- É, você tem razão. Essa minha filha é um exemplo mesmo. Tenho certeza que só vai arrumar um filho depois que casar com um homem bom e que a mereça. Não é?
Eleonora olhou a mãe que a olhou de volta e permaneceu muda. - Eu vou pro meu banho – disse Eleonora fugindo dos desejos impossíveis do pai.


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Eleonora chegou à casa de Jenifer bem antes do combinado. Tocou a campainha e quem por sorte atendeu foi Danielle.
- Entra Léo, a Jenifer está lá em cima.
- Boa tarde – disse Eleonora cumprimentando Flaviana, João Manoel e Giovanni.
- Boa tarde doutora – Apenas Giovanni respondeu.
João Manoel e avó continuaram sem silêncio ignorando Eleonora por completo. Sem graça com o péssimo clima que havia ficado na sala, rapidamente ela foi para o quarto de Jenifer.
Quando viu que Eleonora já estava longe dali Giovanni disse:
- Muito bonito vocês dois hein? Nem cumprimentaram a doutora...
- Pra que? Pra mim, essa daí e nada é a mesma coisa – disse Flaviana sem tirar os olhos do seu crochê.
João Manoel permaneceu em silêncio.
- Pelo menos não disseram nada desagradável pra ela Giovanni – disse Danielle.
- E ai deles se falassem alguma coisa.



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Jenifer fazia anotações em um pequeno caderno e tentava decorar em voz alta o que acabara de ler, quando sentiu que alguém a espiava.
- Posso entrar? – Perguntou Eleonora encostada no batente.
- Amor! – disse surpresa – Pensei que você viesse daqui... – olhou para o relógio de pulso e viu que ela estava bem adiantada no horário –...uns quarenta minutos.
- Não agüentaria ficar esperando mais tanto tempo pra ver você.
Jenifer juntou os vários papeis espalhados na cama e os colocou dentro do grosso livro que estava lendo, jogando tudo em cima da cadeira. Com o dedo indicador e um sorriso maroto chamou Eleonora para deitar-se ao seu lado na cama.
Eleonora tirou a sandália e obedeceu sem contestar a namorada. Deitou de lado olhando para Jenifer que sorria sem parar e não tirava seus olhos dela, nem por um segundo desde que há viu na porta do seu quarto.
- Você tá feliz? – Perguntou Eleonora totalmente tomada pela curiosidade diante daquele sorriso misterioso.
- E não é pra estar feliz depois de uma noite perfeita como ontem?- Então você gostou? A gente nem teve tempo de conversar sobre isso...
- Foi perfeito Léo, tudo! Você é perfeita, maravilhosa, inexplicável... Você... – Jenifer tentava buscar as palavras certas, mas talvez nenhuma que achasse descreveria o seu sentimento – Você é inacreditável.
Eleonora sorria satisfeita.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Capítulo 97 ♥

Regina ainda continuava deitada no colo da irmã e acabou adormecendo. Eleonora levantou-se com cuidado para não acordá-la e foi para a sala. Do Carmo apareceu com uma bandeja com suco, mini-sanduiches e bolo quando viu Eleonora sentada no sofá com o rosto entre as mãos. Deixou a bandeja em cima da poltrona que ficava paralela ao sofá que Eleonora estava.
- Está muito preocupada não é minha filha? Também, não é pra menos. Ave Maria! Seu pai pegou pesado com a pobre da Regininha.
- Eu não sei quem me preocupa mais, a Rê, minha mãe ou meu pai... Minha mãe tá arrasada.
- Seu pai é meu irmão querido, eu o amo demais. Mas ele é muito antigo, não se adaptou aos dias de hoje, acha que tudo tem que ser como no tempo dele.
Eleonora concordou em tudo.
- E eu vou ser um pouco egoísta agora, por que eu fiquei preocupada comigo também – confessou Eleonora.
- Por quê?
- O Venâncio disse que a mãe comentou que se o pai descobrir meu namoro com a Jenifer também vai me colocar pra fora de casa. Eu tentei não pensar nisso, mas... É impossível.
- Olhe minha filha, eu acho que o seu pai não vai descobrir tão cedo, não por ele...
E uma batida na porta interrompeu o raciocínio de Do Carmo.
- Pode deixar que eu abro Do Carmo – disse Cícera já na porta. – Oi Sebastião – cumprimentou ressabiada.
- Pai? – Eleonora arregalou os olhos.
- Sebastião, oxe meu irmão, o que você faz aqui?- Eu vim buscar a minha filha.
- Hã? – Disseram Eleonora e Do Carmo juntas.
- Cadê a Regina podem me dizer? – Se exaltou.
- Ela tá dormindo na sala íntima pai. Eu vou acordar ela...
- Não precisa Léo – disse Regina parada na porta.
- Vamos embora pra casa. – Chamou Sebastião.
- Você voltou atrás na decisão de me manter fora de casa?
Sebastião balançou a cabeça.
- Sério? – Perguntou ainda incrédula. – Obrigada pai – Regina foi até o pai e o abraçou do jeito espontâneo que só ela tinha.- Chega, chega menina escandalosa. Vamos logo, agradeça a sua tia o incomodo e vamos embora. Sua mãe deve estar preocupada.
- Mas o que foi que deu no senhor de mudar de idéia tão rápido pai? – Quis saber Eleonora.
Sebastião se pôs pensativo e após resgatar o principal da conversa com Giovanni respondeu:
- Apesar de ainda achar um absurdo essa história de ficar grávida sem se casar... Acho bom ela voltar pra casa e ver de perto os preparativos pro casamento.
- Casamento? – Todas perguntaram em uníssono.
- Mas é claro, ou vocês acham que ela vai ser mãe solteira? Vai se casar sim senhora.
- Acho melhor a gente resolver isso em casa mesmo – disse Eleonora – Vamos, a mãe precisa saber logo que o senhor decidiu aceitar a Regininha de volta.
- Vamos embora mesmo, chega de encher sua tia.
- Não é encheção não meu irmão, poderiam ficar mais tomar um café...
- Não Do Carmo a gente precisa mesmo ir. Obrigado pelo carinho com a minha filha.
Todos se despediram de Do Carmo e foram pra casa, para felicidade principalmente de Regina e Janice.


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Enquanto Sebastião contava à mulher sobre a conversa com Giovanni, Eleonora ligou novamente para Jenifer.
- Já que está tudo bem, a gente podia ir pro apê da Claudia hoje de novo. – Sugeriu Eleonora.
- Claro que sim. Que horas você vem me pegar?
- Daqui uma hora eu passo ai, vou ver o que resolveu o meu pai sobre essa história da Regina casar, tomo um banho e passo ai.
- Tá bom amor, enquanto isso eu vou continuar estudando. Até mais tarde.

Capítulo 96 ♥

Giovanni abriu a porta e Sebastião irrompeu pela sala enfurecido.
- É com você mesmo que eu quero falar seu cabra – disse apontando para João Manoel. – Eu vou matar você – E Sebastião andou em passos firmes até João Manoel, mas foi contido por Giovanni.
- Calma ai Leão do Norte, ninguém vai resolver nada na base da porrada.
- Sai da frente seu bicheiro sem vergonha.
- Ex-bicheiro! – Exclamou Giovanni se sentindo ofendido – Agora senta aqui que nem um menino obediente e não saia daí.
- Não era a minha morena que você tinha que colocar pra fora de casa – disse João Manoel olhando para Jenifer – Por que ela é normal...
- Cala a boca João Manoel, cala a boca! – Ordenou Giovanni.
- Não entendi o que ele quis dizer – disse Sebastião.
- Vamos conversar na sala de jogos, vem – disse Giovanni mostrando o caminho para Sebastião.
Jenifer olhou para o irmão com os olhos estreitados.


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Eleonora chegou na casa de Maria do Carmo e encontrou a irmã na onde eles chamavam de “sala íntima” junto com a tia, que a consolava.
- Olha quem chegou – disse Maria do Carmo ao ver Eleonora atrás da porta de vidro – Entre minha filha, entre.
- Oi tia – Cumprimentou a tia e logo sentou ao lado da irmã abraçando-a – Rê... Não acredito que o pai fez isso com você.
- Ele falou tantas coisas horríveis... – disse Regina chorando aos soluços.
- Eu vou pedir pra Cícera preparar alguma coisa bem gostosa pra vocês – Maria do Carmo saiu da sala e foi para a cozinha deixando-as mais a vontade.
- E a mãe Léo, como ela está? – Preocupou-se Regina.
- Não está muito bem não, a pressão dela está alta e ela está muito nervosa.
Regina deitou no colo da irmã encolhendo-se como uma criança assustada e chorou toda a dor que sentia.


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Depois de longas horas conversando, Giovanni e Sebastião saíram da sala.Giovanni estava com o peito estufado, satisfeito, com a sensação de dever cumprido.
Enquanto Sebastião se sentia envergonhado da atitude. Antes de ir embora olhou para João Manoel e disse em alto e bom som:- Você escapou por pouco rapaz. Por pouco. – sem dizer mais nada saiu.
- É, escapou por pouco mesmo – frisou Giovanni – Quase que você perde o “blau”.
João Manoel colocou a mão nas partes baixas agradecendo a Deus por ter saído tudo bem.
- Mas o que vocês tanto conversaram Giovanni? – Perguntou Flaviana.
- Fui-me obrigado a buscar lá no fundo do baú o Giovanni dos tempos de contraventor – respondeu se referindo ao tempo que era o bicheiro perigoso e famoso de Vila São Miguel.
- Fala sério, pai! Você não fez isso.
- Não mesmo Jenifer... Só disse que é uma coisa descabida ele fazer isso com a filha só porque ela se está grávida sem se casar-se. Onde já se viu quando a filha dele mais precisa ele lhe vira-lhe as costas?
Todos concordaram com Giovanni.

terça-feira, 9 de março de 2010

Capítulo 95 ♥

- Depois de tudo resolvido eu venho te buscar pra gente jantar em algum lugar – disse Eleonora ao estacionar o carro na porta da casa de Jenifer.
- Tudo bem amor... Mas acho que hoje sua mãe precisa mais de você.
- Você é a melhor namorada do mundo sabia? Obrigada por me entender.
Jenifer sorriu.
- Agora vai, e me liga para contar o que aconteceu tá?Eleonora balançou a cabeça e deu um selinho em Jenifer.
- Te amo – balbuciou Jenifer da calçada.
- Eu te amo mais – replicou.


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Eleonora estacionou o carro do lado de fora de casa e da janela percebeu os olhares dos vizinhos em direção a sua casa. A coisa deve ter sido feia, pensou. Quando colocou a mão na maçaneta da porta já se ouvia a discussão do pai e da mãe e Venâncio tentando abrandar a situação.
- O que tá acontecendo aqui? – Eleonora se viu obrigada a levantar a voz.
Sebastião nervoso, não respondeu saiu porta afora, tornando o ambiente mais leve.
- Seu pai minha filha... Colocou sua irmã pra fora de casa quando ouviu ela me dizendo hoje cedo que esta grávida. – disse Janice aos prantos.
- Hã? – Espantou-se Eleonora sentando no sofá.
- É sua irmã está grávida, do João Manoel. Seu pai ouviu e nem deixou defender ela, colocou ela pra fora de casa aos gritos. Os vizinhos todos saíram na porta pra saber o motivo da gritaria.
- E cadê ela? Pra onde ela foi?
- Ela foi pra casa da Do Carmo. Ela me ligou dizendo que a sua irmã está lá.
- Caramba! Calma mãe, não fica nervosa, vou medir sua pressão – Eleonora buscou o aparelho de medir pressão e colocou no braço da mãe. – Olha ai, está alterada, sobe e descansa mãe, vou ver o que eu posso fazer.
Janice nem contestou, foi para o quarto tentar descansar.
- Ela também tá preocupada com você Léo – disse Venâncio.
- Comigo?
- É, por que se o pai colocou a Regininha pra fora de casa só por causa de uma gravidez, ela acha que ele vai fazer o mesmo com você.
- A mãe tem que se preocupar com a Regina agora. Onde será que o pai foi?
- Não faço ideia. Enquanto ele não volta a gente cuida da mãe, não gosto de vê-la nervosa assim e depois a gente vai na casa da tia pra ver a Regina.
- Hunrum, pega o remédio da pressão que está na cozinha e leva pra ela. Vou ligar pra Jenifer, apesar dela já saber o que está acontecendo.

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- Mas ele colocou ela pra fora de casa por causa da gravidez? – Perguntou Jenifer inconformada pra Danielle.
- Foi Jeni, o João Manoel disse que a Regininha ligou da casa da Do Carmo falando que o pai dela a colocou pra fora de casa aos gritos e nem se importou com os vizinhos.
- Nossa! Coitada da Regininha.
O telefone tocou e como Jenifer estava grudada ao lado dele foi ela quem atendeu.
- Alô.
- Jeni? Você pediu pra eu te ligar né? Acho que você já sabe o que aconteceu.
- Sei sim amor. – Jenifer olhou para avó que a fuzilava com os olhos. – O João tá aqui todo amedrontado com o que o seu pai pode fazer com ele.
- Acho bom ele ficar com medo mesmo, por que meu pai é bravo e ele saiu daqui de casa sem dizer aonde ia...
- E a Regininha? Já falou com ela?
- Não, vou pra casa da minha tia agora ver como ela está.- Vai sim e diz que o que ela precisar eu vou estar aqui.
- Vou dizer sim, antes de ir vou cuidar da minha mãe que está com a pressão nas alturas. Um beijo meu amor.
- Beijo.
A campainha tocou e Tula, a empregada, olhou no olho mágico e ficou pálida.
- Que cara é essa Tula viu um fantasma? – Perguntou Giovanni.
- Não doutor Giovanni, mas é o Sebastião.
Todos se entreolharam assustados e João Manoel correu para o lado da avó.
- Ué, não é você que diz que é macho, que é espada...? Vira macho agora e vai encarar o Sebastião – desafiou Jenifer.
João Manoel a ignorou.

domingo, 7 de março de 2010

Capítulo 94 ♥

Eleonora deitou ao lado de Jenifer entrelaçando suas pernas com a dela. Menos destemida e confiante Jenifer explorou delicadamente cada milímetro do corpo quente de Eleonora.
Eleonora desabotoou a blusa e pegou a mão de Jenifer colocando sobre o sutiã rendado que vestira. Mas Jenifer queria mais, passou as mãos por suas costas e tentou tirá-lo.
- Droga! Não consigo tirar – disse rindo nervosa.
Eleonora virou-se de costas para ela facilitando a retirada. Jenifer ficou por alguns segundos paralisada olhando os pequenos seios de Eleonora e suas mãos que antes passeavam livremente por todas as partes ficaram estáticas.
Acho que agora eu que estou no comando, pensou Eleonora.
- Eu não sei... – tentou dizer Jenifer, mas Eleonora a interrompeu com um beijo.
- Mas eu sei – respondeu. Afastou-se um pouco e colocou as mãos no rosto da amada e por um momento todo aquele desejo incontrolável foi dando lugar à calmaria, que para Eleonora era a melhor alternativa.
Com seus olhos fixos nos de Jenifer e um sorriso de canto boca, Eleonora tirou sua blusa e com cuidado desabotoou com sucesso o sutiã de Jenifer.
- Eu te amo – sussurrou Eleonora.
Jenifer retribuiu com um sorriso e um beijo.Eleonora colocou-se por cima e os beijos intercalados com mordidas, lambidas e chupadas começaram no pescoço de Jenifer e foram descendo intensos.
Jenifer, soltava suspiros arfantes, mordiscava os lábios e agarrava os lençóis. Enquanto Eleonora passava sua língua na barriga, suas mãos brincavam de forma perigosa e deliciosa com os seios de Jenifer.
Mas logo as mãos desceram segurando firme em sua cintura. Parou por um segundo – tempo suficiente para aumentar a adrenalina de ambos os corpos – e lançou um olhar doce e sedutor para Jenifer que parecia estar perdendo os sentidos vitais.
Ansiosa e cuidadosa Eleonora desabotoou a calça e abaixou o zíper. Antes que colocasse a mão no cós, Jenifer já colocara as suas e a tirou, terminando o serviço com os pés.
Amorosa como era, antes de começar a melhor parte beijou a parte íntima da amada e com as mãos tirou sua calcinha.
Jenifer afastou as pernas e agarrou os lençóis com mais e mais força arrancando-os da cama. Quando sentiu que Eleonora invadia o seu interior se contorceu de tanto prazer. O coração batia violentamente e seus suspiros deram lugar a altos gemidos. E quando o ápice do momento chegou sentiu o corpo em chamas e em seguida uma fraqueza incomum. Respirava rápido e o corpo dava leves trepidações.
Eleonora deitou ao lado de Jenifer que chegou bem perto e apenas sorria.
- Agora eu estou com o seu cheiro e o seu gosto em mim – disse Eleonora bem ao ouvido de Jenifer.
- Para... Eu preciso descansar... Outra dessa eu não agüento – disse completamente desorientada.
- Ah não? – sorriu daquele jeito malicioso de novo – Estou brincando, a gente precisa mesmo descansar.
Eleonora passou o braço por trás de Jenifer permitindo que ela se aconchegasse em seu peito. Sem demora adormeceram com o ar fresco vindo da janela.




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O celular estava na mesa da cozinha e já tocava há horas, mas Eleonora só ouviu quando o barulho insuportável de ligação perdida apitava.
- Quem será essa hora? – Perguntou-se com a cara enterrada no travesseiro. Olhou para o lado e Jenifer dormia.
O celular começou a tocar novamente e para não acordar Jenifer, Eleonora venceu a preguiça e se arrastou até a cozinha enrolada no lençol.
- Alô!
- Vem pra casa agora Léo. – Era Venâncio e sua voz era preocupada.
- Vê? Aconteceu alguma coisa?
- O pai colocou a Regininha pra fora de casa Léo... Vem logo.
- Mas... – Venâncio havia desligado e a deixado preocupada. Recostou-se na borda da mesa e ficou pensativa.
Jenifer passou a mão na cama e não encontrou Eleonora. Levantou a cabeça olhou em volta, chamou, mas não teve resposta. Enrolou-se no outro lençol e a achou na cozinha.
- Bom dia meu amor.
- Bom dia – respondeu com o olhar fixo no piso.
- Que cara é essa? O que aconteceu?
- O Venâncio acabou de me ligar dizendo que o pai colocou a Regina pra fora de casa.
- Por quê? O que foi que ela fez?
- Não sei... Quando eu fui perguntar ele já tinha desligado, vou ter que ir voando pra casa.
- Não fica assim Léo, tudo vai dar certo – Jenifer abraçou Eleonora e afagou seus cabelos. – Não vai nem tomar café?
- Vou, vou tomar um banho também. – Respondeu balançando a cabeça tentando não se preocupar. – Toma banho comigo? – Pediu com um olhar carente.
- Claro.

sexta-feira, 5 de março de 2010

Capítulo 93 ♥

Eleonora e Jenifer ajudaram Janice na cozinha depois do jantar e aproveitando que apenas a mãe estava por ali avisou:
- Mãe vou para o apartamento da Cláudia hoje, volto só amanhã.
Janice não questionou apenas sorriu.
Jenifer e Eleonora foram para o quarto pegar suas coisas e ao descerem Eleonora percebeu que o pai nem repararia sua saída pois já estava dormindo no sofá.
Enquanto Eleonora tirava o carro da garagem Janice disse para Jenifer:
- Pensei que quando os filhos arrumam namoradas as mães ganham noras, mas no meu caso eu ganhei outra filha.
Jenifer se derreteu e a luz do farol do carro revelou pequeninas gotas em seus olhos.
- Tá chorando de novo Jenifer? Para com isso – Janice passou os dedos nos cantos dos olhos de Jenifer e segurou suas mãos.
- Hoje eu tô muito chorona mesmo. Mas é que eu me lembrei da minha mãe e queria muito que ela estivesse aqui comigo agora. – Foi impossível as pequenas lágrimas não aumentarem.
- Já que a sua mãe não está aqui pra te dar colo e a sua avó... Bom, um dia ela vai ter que te aceitar. Mas enquanto isso não acontece, sempre que você quiser vou estar aqui. Sempre.
A única forma de agradecimento que Jenifer poderia demonstrar era um abraço envolvente e emocionado.
Eleonora colocou a cabeça para fora da janela e também ficou emocionada ao ver a cena. Pelo menos com a mãe ela poderia contar para todo o sempre.





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- O seu pai não vem jantar? – Perguntou Flaviana na mesa.
- Não sei não vó, ele tá lá na sala de jogos com uma cara muito estranha.
- Talvez a ficha da burrada que ele fez esteja caindo.
- Vão começar com esse assunto de novo? – Impacientou-se Danielle – Pelo amor de Deus chega! Deixa a Jenifer em paz e vão cuidar das suas vidas. Ela não esta fazendo nada de errado, só esta amando e sendo feliz. Muito feliz por sinal. O amor não escolhe sexo, cor, religião, ele acontece e vocês têm que respeitar.
João Manoel e a avó se entreolharam assustados e nada falaram.
Minutos depois Giovanni surgiu ainda com a cara “muito estranha” e se sentou à mesa perguntando de Jenifer.
- Cadê a Jenifer?
- Ela foi jantar na casa da Eleonora e não volta hoje pelo o que entendi – disse Danielle rapidamente antes que Flaviana ou João Manoel soltassem algum comentário desagradável.
- Hum... Bom, bom... Pelo menos lá a minha bebê se sente muito mais em casa do que aqui que é a casa dela né? – Seus olhos bravos intimidaram a sogra e o filho. – É bom que quando a minha genra venha aqui seja tratada bem também.
- Nora Giovanni, a Eleonora é a sua nora – Corrigiu Danielle rindo.
- Perdi a fome. – João Manoel jogou o garfo no prato e foi para a sala.
Silêncio.
E todos resolveram enfim jantar.




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- Hum vi que você fez compras. – Analisou Jenifer ao abrir a geladeira para pegar água.
- Fiz mesmo não sabendo quando voltaríamos pra cá. Os últimos dias foram muito cansativos e torturantes. Cansativos por que aquele hospital ferveu de gente. E torturante por que acordar sem você do meu lado é muito ruim. – Eleonora olhava Jenifer tão intensamente que a fez ficar ruborizada.
- Para de me olhar assim – murmurou Jenifer.
- Por quê?
- Por que me deixa sem ar.
Sem tirar os olhos de Eleonora, Jenifer colocou o copo na pia e ali ficou, pois Eleonora a cercou com as mãos enquanto sua boca passeava pelo seu rosto.
Uma corrente elétrica parecia passar por todo o corpo de Jenifer fazendo os pelos de seus braços se eriçassem. Sua respiração foi ficando falha e ofegante, suas pernas bambearam e suas mãos agarraram a cintura de Eleonora colocando-a contra a geladeira, esbarrando e derrubando os imãs nela pregada.
- Nossa! Não sabia que você tinha tanta força – assim como a respiração de Jenifer, a voz de Eleonora era ofegante.
- Não é força, é a vontade de ter você – Jenifer puxou Eleonora em sua direção com uma mão e a outra subiu até a nuca dela puxando devagar seus cabelos.
Eleonora estava extremamente surpresa com a atitude de Jenifer, ela nunca tinha mostrado tanto desejo.
Um beijo ardente dissipou os pensamentos de Eleonora.
Passaram pela sala e chegaram ao quarto trocando caricias.
Jenifer deitou na cama e Eleonora sentou em cima dela com um olhar admirado.
- Nem preciso perguntar se você tem certeza não é?
- Essa seria a pergunta mais idiota que você poderia fazer – Jenifer mordeu o lábio inferior e deu um sorriso malicioso para Eleonora.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Capítulo 92 ♥

Jenifer contou a Eleonora o que havia acontecido depois da conversa com o pai e Eleonora logo percebeu o quanto tudo aquilo estava mexendo com a namorada.
- Ô meu amor, me corta o coração te ver assim – Eleonora acariciava os cabelos de Jenifer que estava deitada no seu colo.
- Você deve estar me achando muito dramática, mas é que... Eu não consigo agüentar, não sou tão forte quanto pareço.
- Você não é dramática amor, um pouquinho talvez – brincou – Mas eu entendo perfeitamente isso.
- Quando será que eles vão entender ou pelo menos me respeitar? Eu não estou fazendo nada de errado droga! Ou amar é errado?
- Claro que não! O erro da história parte deles, e eu temo por isso. Por que eles vão conseguir te afastar cada vez mais deles e talvez não dê tempo de voltar atrás – Eleonora temia ser cruel em dizer isso, mas precisava ser verdadeira.
Com os olhos pesados Jenifer olhou Eleonora. Levantou-se e sentou na cama abraçando-a forte. Eleonora passou a mão no rosto de Jenifer e a beijou.
- Vai lá lavar o rosto que a janta já deve estar pronta, sinto o cheiro daqui.
- Não estou com fome amor...
- Ah está sim. Você vai comer sim senhora Jenifer Improtta – esbravejou de brincadeira arrancando um sorriso de Jenifer.
Jenifer voltou do banheiro com a aparência um pouco melhor.
- A gente vai pro nosso esconderijo hoje Léo?
- Com certeza – Eleonora abraçou Jenifer por trás e permaneceu assim algum tempo.
- Eu te amo tanto, não sei mais viver sem você – Confessou Jenifer em voz baixa.
- Eu também não sei mais viver sem você. – Jenifer virou-se para Eleonora e a fitou docemente.
Janice abriu um pouco a porta do quarto e perguntou se poderia entrar, Eleonora respondeu que sim. Preocupada quis saber o que estava acontecendo com Jenifer, pois Sebastião fora lhe perguntar se ela sabia de alguma coisa, mas disse que não. Apesar de ser verdade, o marido não engoliu.
Eleonora pediu para que a mãe se sentasse e ouvisse Jenifer.



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Na casa dos Improtta o clima continuava tenso. Flaviana e João Manoel confabulavam sobre Jenifer e Danielle tentava discretamente descobrir o que tramavam.
Giovanni chegara da rua e logo sentiu o clima pesado. Lançou seu olhar examinador para a sogra e o filho, mas ao olhar para Danielle entendeu o que estava acontecendo. Mais uma briga havia acontecido. Como dedo indicador chamou Danielle e seguiu para a sala de jogos.
Danielle explicou tudo e mostrou sua opinião, mesmo que Giovanni não tivesse perguntado.
- Sabe Giovanni, eu sei e vejo que a Jenifer gosta... Gosta não, ama a Eleonora loucamente. E a dona Flaviana e o João Manoel ou não se tocaram de que isso é verdade, ou eu não sei o que eles tão querendo. Só sei que as pequenas atitudes deles estão magoando demais a sua filha e se eu fosse você faria alguma coisa.Giovanni começou a navegar nas informações de Danielle, mas não se manifestou.
- Não vai falar nada? – Perguntou Danielle interrompendo sua análise.
- Ninfa bebê eu ainda não sei muito bem o que dizer a esses cabeça de vento sobre a escolha da minha filha.
- Primeiro você precisa saber que não é uma escolha, ninguém escolhe ser gay, ou lésbica ou bissexual, isso nasce com a pessoa, ela só se descobre.
- Hum. Preciso pensar bem pra não sair por ai matraqueando besteira. É muita coisa pra uma cabeça só – A voz de Giovanni relava um ar tristonho e confuso.
Danielle resolveu deixá-lo sozinho.


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Janice escutou tudo o que a voz chorosa de Jenifer permitiu dizer. Ficou muito decepcionada e mesmo que suas palavras deixassem Jenifer menos esperançosa, achou melhor ser sincera.
- Olha minha filha, acho que a situação tende a piorar. Sua avó foi criada em um tempo muito diferente do de hoje e com valores diferentes. E mesmo que seu irmão tenha nascido numa época mais liberal, ele limita-se a pensar como as pessoas que o cercam, no caso sua avó. E vão fazer de tudo para que você “volte ao normal” – insinuou aspas com os dedos – cabe a você apenas mostrar que o que você sente é o mesmo que o que seu irmão sente pela Regininha, sua avó sentiu pelo seu avô... E que amar não é pecado. E se mesmo depois disso eles não te respeitarem, bom... Acho melhor você arranjar outro lugar pra morar.
Jenifer se assustou com a última frase de Janice. Vendo a cara de espanto que Jenifer fez, ela explica.
- É o jeito Jenifer. Por que vai ser insuportável conviver em um ambiente onde as pessoas não te respeitam.
- Vocês não vão jantar não? A comida vai esfriar! – Gritou Sebastião da sala.
Jenifer agradeceu as palavras de Janice com um carinhoso abraço e desceram para o jantar.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Capítulo 91 ♥

Eleonora acordara sonolenta e com uma inquietude de causa desconhecida. Olhou pela janela e viu que o sol já havia se posto e a noite estava mais estrelada do que conseguia se lembrar a última vez que havia prestado atenção.
A inquietude ainda não passara e ela logo ligou o sentimento a Jenifer e resolveu ligar pra ela.
Depois de três chamadas uma voz muito diferente da amada atendeu:
- Alô?
- A Jenifer está?
Eleonora ouviu apenas um “tu, tu, tu”.
Ligou mais duas vezes e ninguém atendeu. Resolveu ligar no celular.
- Onde você tá?
- Tô em casa amor.
- Mas eu liguei ai atenderam e a ligação caiu ou desligaram na minha cara, depois nem atenderam ao telefone – Irritou-se.
- Droga! Amor te ligo daqui a pouco – A irritação de Eleonora parecia ter se transferido em dose muito maior para Jenifer.


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- Quem foi que atendeu o telefone? – Gritou Jenifer completamente descontrolada da sala.
- Que gritaria é essa? – Perguntou Danielle.
- Eu quero saber quem atendeu ao telefone da última vez – sua voz continuava alta – Você eu sei que não foi Dani...
- Fui eu, por quê? – assumiu João Manoel.
- Você é um idiota!
- O que tá acontecendo aqui? – Materializou-se Flaviana ao lado de Danielle.
- Aquela doutora sapatão ligou aqui atrás da Jenifer e eu desliguei o telefone da cara dela minha vó – Confessou sem titubear.
- Você é um idiota! – Repetiu – UM I-DI-O-TA. A próxima vez que você ou alguém dessa casa fizer isso...
- Você vai fazer o que? – Perguntou Flaviana.
- Pra que fazer isso alguém me explica? Quanta infantilidade – Disse Danielle.
- Eu vou fazer de tudo pra acabar com essa pouca vergonha – Proclamou João Manoel pra quem quisesse ouvir.
Com o rosto vermelho de raiva e pisando duro Jenifer voou para o quarto, pegou sua bolsa e saiu. Batendo a porta da sala.
- Vocês estão vendo não é? Assim vocês vão acabar afastando a Jenifer cada vez mais de vocês. – Alertou Danielle.
Flaviana deu de ombros e foi para a cozinha.

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Jenifer foi a pé até a casa de Eleonora.Lá dentro Janice ouviu alguém bater palmas timidamente. Afastou a cortina e viu Jenifer encostada no portão.
Acendeu a luz da varanda e foi atendê-la. Quando encarou Jenifer se assustou, pois seus olhos estavam vermelhos e sua cara não era das melhores.
- O que aconteceu minha filha? Entra – Disse preocupada.
Jenifer não conseguiu conter o choro e abraçou dona Janice ali mesmo.
Eleonora ouviu o barulho vindo de fora e ao se deparar com a cena entendeu o porquê da inquietude desde a hora que acordara, alguma coisa havia acontecido com Jenifer.
Ao ver a cara de preocupação de Eleonora, Jenifer começou a chorar ainda mais.
Eleonora pediu calma, pois o pai estava em casa e com certeza ia querer saber o que estava acontecendo.
Jenifer enxugou o rosto molhado, respirou fundo e tentou transparecer calma.
Sebastião viu Jenifer entrando cabisbaixa tentando esconder os olhos inchados, mas foi inevitável não perceber.
- Que cara é essa? Aconteceu alguma coisa?
- Nada demais pai. Vem amo... Jenifer – se corrigiu – Vamos conversar lá em cima.
- Daqui a pouco a janta tá pronta e eu chamo vocês – Janice foi para a cozinha e o marido foi atrás.

Capítulo 90 ♥

Flaviana passava pela sala quando ouviu a neta dizendo “eu te amo” e desligando o telefone aos suspiros. Chegou perto e perguntou:
- Se declarando a essa hora da manhã? Posso saber pra quem? – Como se ela não soubesse. Estava tentando se enganar.
- Não se faz de inocente vó – Mesmo temerosa Jenifer tentou se mostrar firme nas palavras. Levantou pegando os livros e foi para o quarto.
- Por que você tá fazendo isso com a gente minha filha? – Flaviana sentou-se no sofá e não olhou para Jenifer.
- Eu não tô fazendo nada demais até onde eu saiba.
- Agora você que está querendo bancar a inocente – Sua voz já estava um pouco alterada.
Jenifer deixou os livros na estante e foi até a avó sentando-se ao seu lado. Manteve a calma e pegou em suas mãos.
- Vó olha pra mim – pediu tranquilamente. Estava ciente que qualquer alteração, por menor que fosse poderia se transformar em uma imensa guerra.
Flaviana olhou e baixou os olhos novamente.
- Vó... Eu amo a Léo, tenta entender isso. E ela me ama. Hoje eu entendo que o importante mesmo é o amor, e se ele for forte e verdadeiro nada mais importa.
Flaviana ergueu os olhos novamente e desfez o enlace das mãos. Passou a mão nos cabelos e virou-se de frente para Jenifer.
- Isso não é amor, pode ser tudo menos amor. Você deve tá confundindo com amizade, por que vocês são muito unidas. Ou ela deve estar te iludindo, te enganando. Será que você não enxerga que isso é pecado?
Pronto. Bastou ouvir a palavra “pecado” pra Jenifer sair da sua calma. Para evitar briga ela resolveu não tentar mais fazer a avó entender e a deixou sozinha.
Encontrou o pai descendo as escadas e lhe deu um beijo de bom dia.
Percebendo a cara entristecida da filha Giovanni especula.
- Que cara é essa meu bebê?
- Nada pai, nada – desanimada foi para o quarto.
Giovanni chegou a sala e viu a cara de transtorno da sogra. Entendeu na hora o que tinha acontecido.
- Me diga-me minha sogra, o que aconteceu aqui?- Sua filha veio me dizer que ama aquela... E quer que eu entenda isso.
- Não é pra entender dona Flaviana é pra respeitar. Eu ainda não entendo, mas respeito. E respeito é bom e preserva os dentes.
- Você que tinha que acabar com isso deu apoio pra essa pouca vergonha. Tô vendo que eu vou ter que fazer alguma coisa.
- Vai fazer o que dona Flaviana? – Giovanni já estava irritado – Trancafiar ela em casa? Amarrar ela na cama?
- Se for pra ver ela longe da Eleonora, eu sou capaz de fazer isso sim – radicalizou.
- Não seja ridícula dona Flaviana. Não vou discutir isso com você, se não vai acabar azedando meu dia.
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No quarto Jenifer separava a roupa que colocaria depois do banho e foi impossível não sentir as lágrimas percorrendo o caminho até chegar aos seus olhos. As lágrimas caiam na blusa cor de rosa que estava na cama formando pequenos círculos irregulares.
Jenifer sentou e desabou. Mesmo que tivesse fugido de uma discussão maior aquilo já tinha servido de base para saber que o que viria era pior do que conseguia imaginar.
O fato de Giovanni estar ao lado dela não amenizava a sensação de tormenta e aflição. Com um aperto no peito percebeu que não era tão forte como estava demonstrando e que aquela situação de mais cedo serviu de “teste-drive” e ela mesma se avaliou e chegou a conclusão de que sozinha não agüentaria.
Já debaixo do chuveiro as lágrimas se misturavam com a água quente. O banho serviu mais para reflexão do que para o verdadeiro sentido dele.
Demorou mais alguns minutos e ao sair encontrou Danielle sentada em sua cama.- Bom dia – disse Danielle com um sorriso animador.
- Bom dia – Respondeu com o nariz fungando – Detesto chorar por que depois fico com o nariz entupido e a cabeça doendo, droga – completou.
- Quer que eu pegue um remédio pra você?
- Não precisa logo passa.
- E eu posso saber o motivo do choro?
- Minha avó, só isso explica não é?
- Explica – concordou – E sinto lhe informar, mas prefiro que você fique atenta com o seu irmão também. Quando eu fui à cozinha beber água ele e a sua avó falavam de você e quando eu apareci eles pararam de conversar e ele me encarou muito sério.
- O que será que eles falavam? – Tentou adivinhar.
- Não sei, a única coisa que escutei antes deles me verem foi: “Isso não pode e não vai continuar assim” depois eu apareci e eles se calaram.
O rosto de Jenifer ficou inexpressivo.
- Mas você não pode se deixar abater por pequenos momentos. São deles que você tem que tirar suas forças para seguir em frente – Encorajou Danielle.
- Você tem razão, mas é difícil, e muito. Não sei por que isso incomoda tanto eles. Eles e as outras pessoas.
- As pessoas adoram cuidar da vida alheia, ainda mais quando a pessoa não dança no mesmo ritmo que elas.
- É. Mas não vou ficar triste – inspirou fundo e soltou o ar lentamente – Mais tarde vou ver a Léo e isso basta pra tirar todos os pensamentos que me perturbam.
- É assim que se fala. Qual o programa pra hoje? – Quis saber Danielle.
- A Léo vai ser a DJ da festa – Jenifer gargalhou por alguns minutos sozinha deixando Danielle sem entender.
- DJ? Que legal... Não sabia que ela tocava.
- Ai Dani, vou te explicar essa história de DJ.