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segunda-feira, 27 de junho de 2011

Capítulo 340 ♥

Maria Eduarda colocou sua mão sobre o braço do marido num gesto que pedia calma. Mas ele não cedeu. A boca de Viriato se abriu para disparar mais e mais palavras quando um senhor de túnica branca bordada em dourado e com desenhos vermelhos apareceu. Demonstrando calma. - O que aconteceu aqui meus filhos? – Era o padre Joaquim que perguntava, olhando rapidamente para Jenifer, Eleonora e a filha.
- Acontece que eu não acredito que você vai batizar a filha... – O homem que reclamara de Jenifer e Eleonora anteriormente dera uma risada irônica e abafada – Essa criança. Não acredito que o senhor vai batizar essa criança que elas dizem ser filha delas.
- E qual o problema? – Indagou padre Joaquim ainda calmo.
- O senhor ainda pergunta? Isso... Isso não pode ser chamado de família. Elas... Elas fogem da lei de Deus – Justificou o homem ficando vermelho.
- E quem disse que elas “fogem da lei de Deus”? – Questionou Padre Joaquim – Deus prega o amor, a união e é isso que eu vejo...
- Chega! Não vou aceitar isso, Amélia – Interrompeu o homem olhando para a mulher ao seu lado – Vamos embora, não quero ficar num lugar onde aceitam esse tipo de coisa.
Sebastião que estava do outro lado da igreja, no meio, pensou em levantar e dar uma lição no homem, mas Janice o conteve.
Giovanni entrara na igreja quando o homem saiu, não sabia o que estava acontecendo. Ainda.
- Mais alguém tem alguma coisa contra eu aceitar batizar a filha de Eleonora e Jenifer? Se alguém não concordar peço que se retire da minha igreja – Declarou o padre pousando sua mão enrugada e quente na mão de Eleonora.
Pelo visto ninguém tinha nada contra, pois a igreja permaneceu em silêncio.


No final do batizado quando todos já iam embora, Eleonora tomou a liberdade de entrar na sala onde o padre se preparava para a missa. Deu duas batidas na porta e ouviu um acolhedor “entre” ser dito.
- Eleonora... Entre, pode entrar. O que deseja? – Perguntou padre Joaquim ajeitando a gola de sua camisa.
- Eu... Eu queria agradecer por tudo que fez por mim e por minha filha – Disse Eleonora um pouco sem jeito – Eu ainda não acredito que aceitou batizar a filha de duas mulheres...
- Não precisa agradecer minha filha, fiz o que meu coração mandou. Além de mim tem alguém lá em cima que sabe que entre você e a Jenifer existe amor, cumplicidade... Não fiz nada demais – Disse o padre segurando a mãos de Eleonora entre as suas.
Eleonora não conseguiu segurar a vontade e abraçou o padre, recebendo o gesto de volta. Mal sabia ela que não muito tempo depois aquela notícia correria todo o país.


De volta a capital paulista Eleonora e Jenifer voltaram para a rotina. Agora nova rotina já que não era apenas mais as duas que habitavam o apartamento do bairro Paraíso.
Primeiro dia de volta ao trabalho depois do parto foi à correria que já esperavam. Arrumar a pequena mala de Virgínia que ficaria na creche do hospital, facilitando e muito a vida de suas mães.
E se adaptando a nova rotina de casa, no hospital tudo estava a mil por hora. Eleonora corria com um paciente que tinha caído de moto enquanto Jenifer sem querer fazia uma paciente chorar com os exercícios de fisioterapia.
- Desculpa... Sei que está doendo, mas se não for assim seu joelho não vai ficar bom – Disse Jenifer enquanto puxava a perna da garota.
- Eu sei... – Respondeu a garota limpando os olhos – Isso perto do que eu passei não foi nada.
Jenifer parou o que estava fazendo, pedindo que a garota relaxasse a perna.
- E o que aconteceu pra você vir parar aqui? Se quiser falar claro...
- Com certeza quero falar, mas antes... – A garota analisou Jenifer por algum tempo – Eu sabia que te conhecia de algum lugar, você é casada com outra doutora, não é? Qual o nome dela...
- Eleonora – Respondeu Jenifer – Sou casada com ela sim, de onde você me conhece?
- Aaaaah doutora, quem não conhece o primeiro casal gay a conseguir batizar um filho na igreja? Meu, isso foi dito no Brasil todo! Sério, vocês ganharam uma fã.
E Jenifer e Eleonora estavam mesmo famosas após batizar Virgínia. A notícia correu Vila de São Miguel naquele mesmo dia como faísca ao encontrar uma trilha de pólvora. Na mesma semana Jenifer e Eleonora estavam nas páginas de notícias de vários sites da internet como o primeiro casal a conseguir batizar um filho. Ganharam fãs e mais inimigos hipócritas e mal amados que responderam a isso com palavras como “inferno” e “ira de Deus”. Mas Eleonora e Jenifer não se importaram, estavam protegidas pelo amor que as unia.
- Ah, obrigada! – Jenifer estava com as bochechas um pouco coradas – Você não sabe o quanto fiquei feliz. Mas me fala de você, o que aconteceu?
- Tudo aconteceu quando eu contei para os meus pais que sou lésbica.
Jenifer analisou a frase e garota que estava machucada e pensou “isso não deve ter sido nada bom”. Respirou fundo puxando todo ar que podia, olhou em volta e pegou uma cadeira que estava atrás de si. Ignorando o pequeno caos que estava aquele dia, fingindo ainda fazer seu dever, Jenifer sentou-se e prestou atenção em cada palavra que a garota ia dizer.

Um comentário:

Pri disse...

Vc sempre envolvendo a gente ...
Nao vou continuar por hj, pois quero prolongar um pouquinho mais essa história linda.

Não quero q acabe ...