Leia o Texto Completo: Bloquear Seleção de texto no Blogger | Inforlogia http://www.inforlogia.com/2008/11/bloquear-selecao-de-texto.html#ixzz1AYuS8pMz (http://www.inforlogia.com) Under Creative Commons License: Attribution Non-Commercial No Derivatives Eleonora & Jenifer: novembro 2009

domingo, 29 de novembro de 2009

Capítulo 42 ♥

Os lábios de Dafne e Eleonora se movimentavam em um ritmo calmo, suas línguas se entrelaçavam em suas bocas, o beijo se intensificava aumentando o frenesi. Minutos depois o beijo voltava ao estágio de calmaria e Eleonora e Dafne se olhavam tentando entender o que havia acontecido, mesmo sabendo que não tinha explicação.
- Acho melhor eu ir embora, fiz besteira.
Dafne se levantou da cama, mas Eleonora pegou em sua mão impedindo sua ida e disse:
- Se foi besteira, a culpa foi minha também, relaxa, essas coisas acontecem.
- Mas não deveria acontecer, não com você... Melhor eu ir embora mesmo, a gente vai se falando e qualquer novidade sobre a Jeni eu te aviso.
Eleonora concorda e deixa Dafne ir embora. Chegando ao portão, Eleonora pega novamente na mão de Dafne e deixa mais claro que o beijo entre elas não interferiria em nada na amizade. Ao contrário de Eleonora, Dafne estava nervosa diante da situação, mas resolveu demonstrar uma falsa compreensão.
Eleonora então se despede de Dafne com um abraço afetuoso e longo e agradece a ela todo o apoio recebido.



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Após terminar o almoço, Thomas como sempre levaria Jenifer em casa. Eles iam pelo mesmo caminho de sempre, quando Jenifer diz:
- Thomas desce essa rua, depois fica mais fácil pra você ir embora.
Thomas olha sem entender muito, mas faz o que Jenifer diz.
Jenifer fecha o vidro do carro e deixa apenas uma fresta. A rua que havia se referido era a rua de Eleonora e de longe ela avista uma moto cor azul escuro, com colantes que parecia a moto de Dafne. Não parecia apenas, era a moto de Dafne e mais do que aquilo, Dafne e Eleonora estavam abraçadas, e pareciam se despedir.
Após se afastar Jenifer ainda dá uma última olhada pra trás, pra ter certeza do que seus olhos viam. Ela se perguntava “O que a Dafne está fazendo na casa da Eleonora?”



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Após Dafne ir embora, Eleonora se abanca no sofá na sala e pensa em tudo que conversou com Dafne, tenta não pensar no beijo que aconteceu, mas era difícil. O beijo não havia afetado seus sentimentos, mas era impossível não pensar o quanto Dafne beijava bem.
Talvez diante de sua fragilidade e carência, Eleonora tinha deixado se levar por esses sentimentos não conseguindo parar o momento antes do beijo.
Já longe de Vila São Miguel, Dafne continuava o trajeto até sua casa, pilotando em velocidade baixa sua moto, não pensava em mais nada além do beijo, talvez seus sentimentos estivessem confusos dentro de si e poderiam por em risco a amizade dela com Eleonora.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Capítulo 41 ♥

Ao saírem da faculdade, Jenifer vê do outro lado da rua Thomas Jefferson, ela sorri e Dafne olha com cara de desprezo. Jenifer sai em disparada, mas repara que nem havia se despedido da amiga, da meia volta e diz:
- Ai amiga, desculpa, é que fiquei empolgada. Você não quer mesmo ir almoçar com a gente?
- Eu não! Você sabe muito bem que eu não suporto esse cara.
- Ah, não fala assim dele, o Thomas é legal, mas enfim, se você não quer ir não vou insistir tchau.
Dafne diz tchau e fica inconformada com a cena que via, assim que Jenifer se afasta ela envia uma mensagem para Eleonora falando que estava a caminho da baixada.
Eleonora responde perguntando se Dafne havia almoçado, e se não tivesse era pra ela almoçar junto dela em sua casa. Dafne concorda, sobe na moto e vai.
Dentro do carro do deputado, Jenifer e Thomas decidem onde almoçar, mas antes de irem para o lugar escolhido, Jenifer diz:
- Mas antes eu preciso ir em casa tomar um banho e trocar de roupa, esse calor acaba comigo.
- Então a gente pode almoçar lá na baixada mesmo, acho que não agüentarei voltar pro Rio, responde Thomas sorrindo.
Jenifer concorda e os dois partem para baixada.



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Dafne acha rapidamente a casa de Eleonora. Desce da moto e bate palma, quem atende a chamada é dona Janice, que logo reconhece a ruiva de quem Eleonora falou. Dona Janice convida para entrar, mostra um canto na garagem onde ela colocaria a moto e diz para Dafne subir até o quarto de Eleonora.
Dafne agradece toda atenção da mãe de Eleonora e quando coloca o pé direito na escada, Eleonora vem ao seu encontro dizendo que as duas iriam almoçar primeiro.
Janice coloca os pratos e Eleonora a ajuda. Minutos depois Dafne e Eleonora começam a conversar, mas nada sobre o assunto que havia levado Dafne até Eleonora.
As duas terminam o almoço e Janice diz que Eleonora poderia subir que a louça ficaria por conta dela. Dafne agradece o almoço e sobe com Eleonora.
Ao chegarem no quarto, Eleonora e Dafne sentam na cama. Eleonora olhava Dafne de forma triste, uma onda de sentimentos misturados tomava conta do seu corpo e lágrimas surgiram nos seus olhos e antes que começassem a cair Eleonora ergue a cabeça e respira fundo.
- Prometi pra mim mesma que não choraria mais, mas é inevitável.
Dafne sorri e segura as mãos de Eleonora como fez com Jenifer, passando-lhe confiança.
Eleonora então conta a Dafne a versão, que não mudava em quase nada, a única parte diferente da versão contada por Jenifer, era o depois de tudo e o sofrimento.
- Sabe Dafne, eu nunca me senti tão impotente, tão machucada em toda a minha vida... Estou perdida, se não fosse meu trabalho que tanto amo, não sei o que seria de mim. O pouco que ela demonstrou sentir naquele momento, me fez perceber que a partir dali, se eu quisesse mesmo ficar com ela, eu ia ter que enfrentar a pior guerra da minha vida.
- Quisesse? Você não quer lutar por ela Eleonora?
- Eu...
Eleonora respira fundo, e novamente ergue a cabeça tentando impedir que as lágrimas que insistiam em aparecer rolassem de seus olhos.
- Eu quero, mas não sei se vou ser forte o suficiente. E além do mais, acho que ela está muito bem sem mim, Regininha me disse que ela esta saindo com um tal de... De...
- Thomas Jefferson.
- Você o conhece?
- Hoje ele foi à faculdade buscar ela para almoçar, detesto esse mauricinho. Cara chato. Mas Eleonora, ela sente sua falta sim, algumas vezes ela já demonstrou que sente. E hoje o professor entregou aquele trabalho sobre osteoporose que você ajudou ela a fazer lembra? E sabe o que ela fez?
Com os olhos curiosos Eleonora pergunta:
- O que?
- Ela saiu correndo da sala e foi para o banheiro, quando cheguei lá ela estava chorando e muito. E a conclusão que eu chego, é que ela teve essa reação por que ela se lembrou de você, assim como no dia que a gente foi na sorveteria do shopping esses dias e ela disse que uma vez levou um choque lá junto com você.
Ao lembrar-se desse dia Eleonora sorri.
- Lembro de todos esses momentos e me da um aperto no coração... Meu irmão sempre diz que eu sou decidida, batalhadora... Mas eu não sei por onde começar, não sei.
Eleonora leva as mãos aos cabelos e joga-os para traz.
- Léo calma. Eu sei que não esta sendo fácil... Pra nenhuma das duas. Já conheci pessoas que reagiram muito mal a sua condição sexual quando descobriram, mas depois, mesmo não ficando com a pessoa que lhe fez descobrir a sua sexualidade, elas se conheceram melhor e hoje vivem muito bem com isso. O negócio é mostrar pra Jenifer que isso é normal, que ela pode ser feliz, mesmo com todo preconceito e dificuldade que existe...
- Mas como eu vou fazer isso Dafne? Ela não quer nem que eu chegue perto dela...
- Deixa comigo, eu tenho um plano.
Regina estava indo para o banheiro quando ouve do quarto da irmã uma voz conhecida e na curiosidade vai saber quem era.
- Dafne seu nome né? Tudo bem? Lembra de mim... Lá da casa da Jenifer.
- Claro que lembro como vai? Não sabia que você era irmã da Léo, vocês quase não se parecem.
Eleonora sabia que a irmã vinha da casa de João Manoel e resolve perguntar por Jenifer.
- Rê... É...
- É da Jenifer que você quer saber né Léo?
- Hunrum...
- Quando eu estava vindo embora, ela estava chegando junto com aquele cara... O Thomas Jefferson... E ela parecia feliz.
Ao ouvir as palavras da irmã Eleonora desabafa e toda lágrima contida dentro de si começa a transbordar. Regina abraça a irmã forte e sai do quarto.
Dafne abraça Eleonora consolado-a. O abraço se torna mais intenso e as mãos de Eleonora percorriam as costas de Dafne em movimentos lentos e fortes. Dafne corresponde aos toques de Eleonora e minutos depois seus rostos estavam unidos, Dafne segurava o rosto de Eleonora que fazia o mesmo. Dafne acariciava intercalando entre toques delicados de suas mãos e seu rosto e seu dedo percorria os finos lábios de Eleonora. Suas respirações se tornavam ofegantes, suas bocas próximas, tão próximas que foi inevitável um beijo entre elas.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Capítulo 40 ♥

Janice chega mais perto e pergunta:
- Ô minha filha, por que você está chorando? Conta pra mim...
Eleonora leva as mãos ao rosto e chora mais ainda, segundos depois passa a mão tentando inutilmente enxugar o rosto e diz:
- Ela descobriu mãe... A Jenifer descobriu que eu gosto dela.
- Tudo que eu não queria era te ver sofrer. Eu sei como o mundo é cruel diante de situações como essa.
- Eu não ligo pro mundo mãe, eu ligo para o que a Jenifer pensa de mim.
- E o que ela esta pensando?
- Eu não sei, ela não quer mais olhar pra mim. Tentei por duas vezes falar com ela, mas ela me ignorou... Ela disse que sente nojo de mim mãe – E ao se lembrar dessa dura palavra Eleonora não contém as lágrimas.
Janice abraça a filha e afaga seus cabelos carinhosamente.
- Léo enxuga seu rostinho e vamos jantar você está muito abatida minha filha.
- Não estou com fome mãe, não quero nada, quero apenas colocar a cabeça no travesseiro.
- De estômago vazio você não vai dormir de jeito nenhum, vou fazer aquele leitinho com canela que você adora.
Eleonora sorri em gratidão ao chamego da mãe as duas entram abraçadas em casa. Sebastião vê que Eleonora estava com uma expressão triste e pergunta:
- Que foi minha filha? Que carinha é essa?
- Hoje meu dia foi muito difícil pai, eu só quero dormir agora, boa noite. E Eleonora sobe para o quarto.
Sebastião não gosta muito da breve explicação da filha e pergunta para sua mulher o que aconteceu.
- Ela não acabou de dizer que teve um dia difícil Sebastião?
- Mas não me convenceu, aconteceu alguma coisa de mais grave.
- Se aconteceu e ela não quer contar, a gente tem que respeitar né?
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Os dias passam, dias rápidos para Jenifer, que na tentativa inútil de esquecer Eleonora, se entrega a vida de noitadas juntos de Thomas Jefferson deixando o pai e a avó um tanto preocupados. E para Eleonora os dias se tornavam longos e dolorosos, pois, por maior que fosse o esforço ela não conseguia parar de pensar em Jenifer.
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Era terça-feira dia em que Dafne iria até a casa de Eleonora para saber dela a versão dos fato. Dafne estava pensativa dentro da sala de aula o que deixou Jenifer intrigada.
- Ei Dafne, seu pensamento anda onde? Te chamei duas vezes e você nem me respondeu.
Dafne balança a cabeça como se trouxesse do alto os seus pensamentos até sua realidade, ela não queria responder no que pensava, mas também não queria mentir.
- Bom dia classe, vou entregar agora o trabalho sobre osteoporose e queria dizer que o melhores trabalhos que li foram da aluna Jenifer Improtta e do Felipe Diniz. Diz o professor ao entrar na sala.“Salva pelo gongo” pensou Dafne.
E o professor deu os trabalhos para que um aluno fosse entregando aos outros enquanto preparava o material daquela aula.
Quando o trabalho de Jenifer pousou em suas mãos, seu coração acelerou. E um filme daquela noite passou na sua cabeça, um impulso a fez levantar da cadeira e sair correndo até o banheiro, as pessoas ao seu redor não entenderam a ação dela, ficaram assustadas. Dafne sai em seguida atrás de Jenifer e diz ao professor que ela não estava passando bem.
Ao chegar no banheiro, Dafne vê Jenifer com as mãos apoiadas na pia e o rosto todo molhado por lágrimas. Sem fazer nenhuma pergunta apenas acolhe a amiga em seus braços. Alguns minutos abraçada à amiga bastaram para que Jenifer se sentisse melhor.
Jenifer abre a torneira e lava o rosto, o enxuga e diz:
- Obrigada amiga, obrigada por estar ao meu lado nesse momento tão... Tão difícil pra mim. Vamos almoçar no shopping depois?
Dafne bem que queria continuar na companhia de Jenifer, mas não poderia adiar o compromisso que tinha com Eleonora e sentiu obrigada a contar uma pequena mentira para ela.
- Não vai dar, eu tenho outro compromisso no mesmo horário não posso atrasar.
Jenifer entende e as duas voltam para sala de aula.
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Eleonora chega em casa com a mesma expressão triste que a acompanhava durante aqueles longos dias de angustia e tristeza.
Todos já haviam terminado o almoço, mas ainda continuavam a mesa, ao ver a filha entrando Sebastião diz:
- Oi minha filha, vem almoçar a comida ainda esta quente.
Eleonora não da ouvidos e sobe, apenas diz:
- Mãe se uma garota ruiva chamada Dafne vier me procurar fala pra ela subir, vou pro meu quarto.
Janice confirma com a cabeça e Eleonora sobe pro quarto.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Capítulo 39 ♥

Thomas pede um whisky e pergunta o que Jenifer tomaria.
- Pra mim um suco de abacaxi com hortelã por favor.
- Você não bebe?
- Às vezes.
- Então por que não faz isso agora para homenagear o nosso encontro? Sugere o deputado.
- Não, hoje não. Eu já não estou muito bem sabe? Se eu beber capaz de ficar pior.
- Já sei você não é sócia do clube né? Eu sou de carteirinha, quando estou feliz bebo pra comemorar, quando estou triste bebo pra esquecer e quando eu não tenho motivo nenhum eu bebo pra não perder a prática. – Sozinho Thomas ri da sua piada, ao ver que Jenifer não havia tido a mesma reação, fica sem graça – Estou falando besteira né?
- Não, eu é que estou sem graça hoje.
- Eu vou ao banheiro, já volto... Não vá fugir hein?
Jenifer da um sorriso amarelo e fica ali esperando.
Thomas volta e chama Jenifer duas vezes. Era apenas ficar em silêncio e um filme daquele dia passava na cabeça de Jenifer, fazendo ela se desligar do mundo.
Com uma cutucada, Thomas trás Jenifer de volta dos seus pensamentos.
- Um doce pelos seus pensamentos, diz o rapaz.
- Ah, você não gostaria de saber o que estou pensando responde Jenifer.
- Se não for muita indiscrição minha, essa carinha triste é por que você brigou com o namorado?
- Eu não tenho namorado não.
- Não é possível que uma garota bonita como você não tenha...
Jenifer não queria ouvir nada que envolvesse relacionamentos, ainda estava em choque e semelhante a uma metralhadora começa a disparar suas palavras para Thomas.
- Thomas desculpa, eu não devia estar aqui. Sai feito uma louca lá de casa, meu pai e minha avó devem estar preocupados comigo e com razão. Só quero que saiba que não tem nada haver com você não viu? Por favor, não se ofenda comigo. E antes que Thomas piscasse Jenifer já estava do lado de fora do bar.
Thomas paga a conta e sai correndo atrás de Jenifer.
- Jenifer espera. Calma, eu prometo que não vou fazer mais nenhuma pergunta. Você não está bem, eu te levo em casa.


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Na sala Giovani e Flaviana conversavam sobre Jenifer.
- Minha sogra, falando nela... Onde ela está?
- Ah Jenifer... Meu Deus... Calma lá, você acha que ela sumiu por que foi dar trela pra outra? Pergunta Flaviana.
- Não, Scarface a viu-a entrando no carro com o deputado Thomas Washington – Giovani tinha uma ligeira dificuldade em gravar nomes - e saiu com ele, um sujeito que ela mal conhece minha sogra. Entrou no carro e foi com ele sabe-se lá pra onde. O que será que ela esta querendo com isso?
Flaviana faz cara de pensativa e chega a uma conclusão.
- Vai ver, tendo em vista a fria que ia entrar por causa da Eleonora, ela agora deve estar querendo uma companhia masculina... Melhor, quem sabe ela não esteja procurando um namorado que a faça esquecer o mal estar que a outra a fez passar.
- Mas é justamente ai que reside o “buzilis” minha sogra. Como a senhora sempre dizia, elas eram unha e cutícula. E a Jenifer, até eu lhe abrir-lhe os olhos pra questã, estava muito a vontade com tudo isso. Até então não havia nenhum mal estar.
Flaviana não responde, sua expressão de discordância com o que o genro dizia se explicava por si só.


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Já era noite quando Thomas deixava Jenifer em casa.
- Eu sei o quanto você é ocupado, teve que perder esse tempo todo comigo, obrigada viu? Agradece Jenifer.
- Imagina, foi um prazer te conhecer Jenifer. E... Iremos nos encontrar de novo?
- O meu telefone é o mesmo do meu pai, se quiser é só ligar ta? E Jenifer despede-se de Thomas com os tradicionais beijinhos no rosto.
Ao descer do carro, Jenifer não havia percebido que Eleonora estava a sua espera. E assim que Jenifer saiu do carro, Eleonora também saiu do seu e mais uma vez, foi tentar conversar com ela.
- Jenifer... A gente precisa conversar mais, diz Eleonora.
- Já disse que não quero falar com você nunca mais, responde Jenifer grosseiramente.
Eleonora não agüenta mais um fora de Jenifer e começa a desmoronar ali mesmo. Do lado de dentro Jenifer tentava esquecer o quão difícil foi o dia para ela, avisa a todos que chegou e sem muitas explicações sobe para o quarto.



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Quando chegou em casa, Eleonora preferiu ficar na varanda, onde ninguém pudesse vê-la, queria descarregar toda sua tristeza sozinha, sem ter que responder perguntas de ninguém. Sua mãe escuta pequenos ruídos da sala e vai até lá fora saber o que era, ao se deparar com a cena da filha chorando, sente seu coração trincando, alguma coisa havia acontecido.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Capítulo 38 ♥

Jenifer então termina de contar sobre a descoberta do amor de Eleonora por ela e percebe que Dafne estava muito quieta e pergunta:
- Também ficou chocada né? Eu... Eu não sei mais o que eu sinto, só tenho certeza de uma coisa, nunca mais quero olhar pra cara daquela... Daquela...
Dafne pensou em contar sobre sua condição sexual naquele exato momento, mas não poderia fazer sem antes mostrar para Jenifer que não havia nada demais naquilo e que se ela refletisse um pouco, descobriria que ali havia uma recíproca para com Eleonora. Analisava tudo o que tinha escutado e tentava buscar idéias para que acalmasse Jenifer e mostrasse que tudo estava bem. Dafne pega na mão de Jenifer e acaricia como fazia sempre que a amiga a procurava diante de situações difíceis e começou a falar.
- Jenifer, eu sei que você está assustada diante de tudo isso, sei que a sua cabeça deve estar a mil, mas por enquanto não faça nada e nem diga “nunca mais quero olhar pra cara dela”, nunca, é uma palavra muito forte e eu sei que daqui a um tempo não muito longo, você vai começar a sentir falta da amizade da Eleonora. E sei também que ficar sabendo que um amigo, no caso, uma amiga esta apaixonada por você não é fácil, mas conversa com ela...
- Eu não tenho mais nada pra conversar com ela, já disse Dafne, nunca mais.
Com receio do que Jenifer poderia responder, Dafne decide perguntar algo que mesmo não surtindo efeito, faria a amiga pensar.
- Nem por um momento você pensou em aceitar o amor de Eleonora?
Jenifer olha assustada com a pergunta feita e faz cara de quem não gostou nem um pouco da idéia.
- Você está louca? Eu tenho... Tenho nojo, só de pensar em uma coisa dessas. Não, mulher foi feita pra homem e vice-versa.
Dafne sabia de todo o discurso que ouviria se persistisse em mudar a opinião de Jenifer, queria dizer muito além daquilo, mas não podia ou não deveria. Não antes de falar com Eleonora.
Jenifer então diz que tem que voltar pra casa, e Dafne oferece uma carona.


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Após o sucesso da cirurgia, Eleonora decide ir atrás de Jenifer, sabia que estava em horário de trabalho, mas ela não conseguiria ficar com a cabeça mais tranqüila sem falar com Jenifer mais uma vez.
- Eu sei que eu estou errada Flavio, sair no meio do plantão, mas o assunto é muito sério, não posso adiar. Segura as pontas ai, prometo voltar o mais rápido possível, implora Eleonora.
- Tudo bem doutora, tudo bem. Só deixo por que você tem crédito comigo.


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Jenifer avista certa agitação em frente de casa, tudo o que ela mais queria era silêncio. Pelas faixas e cartazes que algumas pessoas seguravam Jenifer logo concluiu: era mais um candidato pedindo apoio político do pai. Ao entrar se depara com uma figura estranha. Um rapaz nunca antes visto em Vila de São Miguel, era típico mauricinho da Barra da Tijuca, trajava um terno preto, sapatos de mesma cor, tinha olhos claros, cabelos louros e uma lábia inconfundível. Antes de se apresentar, Giovani faz as apresentações.
- Jenifer minha filha venha cá, quero lhe apresentar-lhe o deputado, “Xomas Jefes”.
Sem muita empolgação Jenifer dirige-se até o deputado, que em seu olhar demonstrava um ligeiro interesse pela filha de Giovani.
- Deputado Thomas Jefferson ao seu dispor, diz o rapaz beijando a mão de Jenifer.
Indiferente, Jenifer apenas esboça um sorriso amarelo, não estava nem um pouco preocupada em saber quem era e de onde vinha o forasteiro.
- Bom senhoras e senhores vou me retirar, pois ainda tenho alguns lugares para visitar hoje, diz Thomas Jefferson que saia junto de Flaviana e João Manoel.
Antes que o pai também saísse Jenifer tenta falar com ele sobre o que aconteceu.
- Pai sobre aquela conversa de logo cedo, eu queria dizer...
- Eu sei que você tem grandes novidades, mas agora por favor, vamos ser educados e acompanhar o deputado até a viatura dele.


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Do lado de fora dentro do taxi, estava Eleonora, esperando que visse Jenifer para tentar conversar com ela. Assim que a vê saindo junto dos outros, ela desce do carro e vai vagarosamente chegando perto de Jenifer.
- Jenifer? Escuta, sobre o que aconteceu mais cedo, eu queria...
Jenifer estava de costas e se assusta ao reconhecer a voz de Eleonora, sai correndo em direção ao carro do forasteiro que acabara de conhecer e pede uma carona.
- Pra onde? Pergunta o deputado.
- Pra qualquer lugar serve, responde entrando no carro.
Eleonora fica paralisada e decepcionada pela segunda vez. Ela então volta para o hospital.
Ao chegar, olha na sala de espera uma ruiva que não lhe parecia estranha, era Dafne que estava a sua espera.
- Oi Dafne, você por aqui? Você não tinha que estar na faculdade? Veio visitar alguém?
- Vim ver você Eleonora, a Jenifer me contou tudo, e eu fiquei preocupada com você.
Eleonora agradece a ida de Dafne até o hospital, mas não poderia sair novamente para outra conversa, já que longas horas ainda a esperavam no plantão.
- Volta amanhã, vai lá em casa, vou estar de folga. A gente pode conversar com mais calma, diz Eleonora para Dafne.
- Não vai dar Eleonora, estou até aqui de trabalho pra terminar – Dafne passa a mão testa – Mas, hoje já é quinta-feira né? Terça eu já estarei livre de todos eles e eu venho aqui, eu só preciso do seu endereço.
- Terça eu estarei em casa depois do almoço tudo bem pra você?
- Sim, está ótimo.
E Eleonora entrega a Dafne o endereço de sua casa e as duas se despedem.

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Thomas Jefferson estaciona o carro em um lugar qualquer e diz:
- Jenifer, eu não entendi uma coisa. Seu pai tem carro com motorista, acho que você também tem carro. Não entendi por que...
- Fui pegar carona logo com um estranho? Ai Thomas, desculpa, é que eu... Não sei o que me deu. Mas... A gente esta parado aqui por que?
- Por dois motivos. Primeiro por que você disse pra eu te levar pra qualquer lugar e segundo por que acho que poderíamos continuar essa conversa em lugar mais agradável – Thomas apontava para um bar que estava logo em frente.
- Por mim tudo bem, Jenifer sorri.

domingo, 15 de novembro de 2009

Capitulo 37 ♥

Jenifer sentou em um banco que ficava na praça em frente ao hospital tentando retomar os sentidos que pareciam ter sumido depois de tudo que lhe acontecera. A única forma que havia para expressar os seus sentimentos eram as lágrimas que sem nenhum esforço saiam de seus olhos.
Dentro do hospital, Eleonora foi até um quarto vago e sentou na poltrona perto da janela, e assim como Jenifer chorava. Mas diferente de Jenifer, suas lágrimas eram de decepção, por saber que a pessoa que ama, não sente o mesmo por ela, pior ainda, sentia nojo. “Eu tenho nojo de você” ecoava na mente de Eleonora, fazendo sua dor aumentar ainda mais.
Jenifer não sabia a quem recorrer depois de tudo, já que Eleonora era sua grande amiga, sua confidente. A única alternativa que sobrara era ligar para Dafne, a pessoa que depois de Eleonora era a mais confiável.
- Alô? Jeni é você? Pergunta Dafne.
- Dafne, eu... E Jenifer não conseguia conter as lágrimas, o choro não a permitia falar. Do outro lado Dafne sentia que alguma coisa grave havia acontecido.
- Jeni pelo amor de Deus, o que esta acontecendo? Por que você está chorando?
- Eu... – Jenifer respira fundo, tenta se acalmar e continua – Eu, preciso de você, por favor, vem aqui, eu... Eu não sei o que fazer, vem logo... Por favor... E novamente o choro já impedia Jenifer de falar.
- Meu Deus Jeni, o que aconteceu? Onde você está?
- Eu estou na praça... Em frente o trabalho da Ele.. Em frente ao hospital, mas eu estou indo pra outro lugar, onde a gente possa conversar sem ninguém ver. Anota o endereço ai, por favor, vem o mais rápido possível.
Dafne então anota o endereço, e assim que desliga o telefone tenta imaginar o que de tão grave haveria acontecido. Ela então liga para Eleonora, mas o celular da mesma estava fora da área de cobertura, e resolve ir até a baixada assim mesmo, pois a aflição que a voz de Jenifer passava, deixara Dafne preocupada.


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Ainda lamentando pelo o que aconteceu, Eleonora olhava pela fresta da cortina e só pensava em Jenifer, e cada palavra dita por ela que vinha em sua mente, seu coração apertava, o ar parecia lhe faltar. Seu pensamento viajava quando uma das enfermeiras chega avisando de um acidente que acontecera com uma criança.
- Doutora Eleonora, uma emergência, uma criança de 5 anos caiu da laje e tem fratura exposta e esta correndo risco de vida.
E após um breve silêncio, pelo menos por aquele momento, Eleonora pensava em se dedicar ainda mais ao trabalho, tentando desviar sua atenção dos últimos acontecimentos.
- Ninguém vai morrer nesse hospital, é o meu dever evitar que isso aconteça, vamos lá, diz Eleonora saindo em disparada do quarto.


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Jenifer esperava ansiosa por Dafne, andava de um lado pro outro inquieta, até que vê a moto de cor azul inconfundível estacionando bem a sua frente.
Dafne mal desce da moto e Jenifer já vai ao seu encontro e a abraça fortemente, sem entender o por que de tanta emoção Dafne corresponde ao abraço de forma carinhosa.
Ao se soltarem do abraço, Dafne passa os polegares ao redor do olho de Jenifer enxugando suas lágrimas, segura o rosto da amiga e diz:
- O que aconteceu Jeni? Eu nunca te vi assim.
- Aconteceu uma coisa horrível, parece que o mundo esta caindo sobre a minha cabeça.
- É alguma coisa com a sua família?
- Não, é pior... A Eleonora... Ela... Senta ai, eu te conto tudo, Jenifer aponta para a mureta, e ambas sentam-se ali.
Dafne apenas ouvia, e entendia o que sua amiga passava. Mas também não podia evitar a preocupação com Eleonora, já que haviam se tornado amigas. Mesmo que a amizade não fosse tão forte como com Jenifer, mas o pouco que Dafne sabia era o suficiente para saber que Eleonora talvez até mais que Jenifer, estaria precisando dela.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Capítulo 36 ♥

Jenifer saiu correndo por toda a rua, até dar de topa com a gangue de Shao Lin que por ali passava e foi impossível não lembrar a insinuação que um dos membros da gangue havia feito outrora. Estática, Jenifer respira fundo e resolve ir até a casa de Eleonora para falar com ela, mas havia esquecido que naquele dia Eleonora estaria cedo no hospital.
- A Eleonora foi cedo hoje pro hospital Jenifer, aconteceu alguma coisa? Você parece... Diz Janice.
Mas Jenifer nem espera dona Janice terminar o que dizia e vai até o hospital, do lado de fora, olhava a fachada e queria entrar, mas ao mesmo tempo o medo do que poderia acontecer lá a impedia. Eis então que uma ambulância chega desesperadamente no hospital, e Eleonora sai do hospital para socorrer o novo paciente e vê Jenifer ali. Eleonora sorri ao ver Jenifer e vai até ela.
- Mas que surpresa boa, Eleonora beija o rosto de Jenifer, que não retribui. – Você quer falar comigo?
- É, preciso falar com você sim, responde Jenifer de forma fria.
- Acabou de chegar esse paciente, eu vou tomar algumas providencias e passo ele para outro médico e já vou conversar com você, me espera lá na cantina.


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Minutos depois Eleonora chega se desculpando pela demora, mas a feição de Jenifer a deixou preocupada, Eleonora não imaginava o que estaria a espera dela.
- Está tudo bem?
- Isso é você que vai me dizer, diz Jenifer em um tom baixo e seco. – Sabia que andam falando mal de nós pelos cantos?Eleonora senta-se numa cadeira, e presta atenção em cada palavra que da boca de Jenifer saía, e pensava no cuidado que teria de ter a partir daquele momento.
- As pessoas são muito maldosas, diz Eleonora.
- É, são sim. Mas... Enquanto eu vinha pra cá, eu fiquei pensando muito sobre a gente, quer dizer... Sobre a nossa amizade... E eu cheguei a conclusão que a gente deu motivo pras pessoas falarem Eleonora. – Jenifer deu um longo suspiro e em seguida lágrimas começaram lentamente a surgir em seus olhos – Aquela história de andar de mãos dadas de vez em quando, de ficar dando selinho... Eu sei que não têm nada haver, as pessoas colocam maldade em tudo. Da minha parte não tem nada haver, da sua também não né?
Eleonora fica em silêncio por alguns segundos, deixando Jenifer ainda mais angustiada. Uma idéia rápida de não falar a verdade para Jenifer, tomou a consciência de Eleonora, mas ela já havia fugido demais da realidade do seu coração, e depois daquela conversa, poderia não haver mais oportunidade de colocar pra fora todo o seu sentimento.
- Da minha parte... Também... Sim.
Jenifer se afasta de Eleonora, reclinando-se na cadeira, as lágrimas que até então apenas brotavam de seus olhos, começaram a percorrer sua face.
- Então você está dizendo que... Você é... As palavras se embaralhavam na cabeça e na boca de Jenifer.
- Eu... Eu me envolvi com você Jenifer, e... Me apaixonei por você, Eleonora já não encontrava mais motivos para esconder nada.
Confusa Jenifer tentava buscar respostas para todas as suas perguntas, mas não conseguia fazê-las, nada com tamanha intensidade havia acontecido em sua vida.
- Mas então você... É a primeira vez que você... E mais uma vez Jenifer tenta buscar suas respostas.
- Se você quer saber se eu prefiro mulheres, ao invés de homens... A resposta é definitivamente... Sim.
O balançar de cabeça de Jenifer, deixava claro o quão confusa ela estava.
- Mas você já namorou...?
- Já, já namorei algumas mulheres sim, terminei com a última por que ela me deixou pra voltar com a ex. E desde então eu tenho procurado uma pessoa, alguém pra viver uma relação séria.
Eleonora dizia tudo calmamente, e com um leve sorriso no rosto. Mesmo com medo de que suas expectativas fossem quebradas, ela não perdia a esperança de conseguir conquistar de vez o amor de Jenifer.
Jenifer por sua vez, ao ouvir que Eleonora buscava alguém para manter um relacionamento, se assustou. Não sabia distinguir, raiva de tristeza.
- E você está achando... Que esse alguém sou eu?
Eleonora colocou sua mão sobre a de Jenifer e disse:
- Eu adoraria que fosse.
- Mas esse alguém não sou eu e tira essa mão de mim, respondeu Jenifer saindo como um carro desgovernado pelo hospital.
Eleonora decepcionada com a reação de Jenifer, vai atrás dela e consegue alcançá-la no corredor quase perto da porta de saída.
- Jenifer espera... Espera você não pode ir embora assim, dizia Eleonora tentando moderar o tom de voz, já que em frente a elas estavam pessoas na sala de espera.
- Por que eu não posso? A raiva que Jenifer sentia parecia saltar de seus olhos.
- Por que somos amigas esqueceu?
- É mesmo? Não é isso que estão dizendo por ai não viu?
- Não deixe que o que as pessoas pensam seja maior do que aquilo que você sente.
- Eu não sinto... Eu nunca fiz nada, pra alimentar essa sua... Esse seu...
- Amor Jenifer, a palavra é essa amor.
- Você me enganou Eleonora, você ficou se fazendo de amiga, mas estava mesmo me enrolando pra ver se eu caia na sua armadilha. E Jenifer tenta ir embora, mas Eleonora segura seu braço com força, fazendo com que ela a olhasse nos olhos, mesmo contra sua vontade.
- Escuta aqui garota eu não te enganei, eu não enrolei coisa nenhuma. O que eu sinto por você é a coisa mais bonita e mais sincera que eu já senti por alguém. Eu nunca te enganei, fui tão clara, tão verdadeira, que até as pedras da rua já sabem aquilo que só você não é capaz de enxergar, que só eu posso te fazer feliz.
Jenifer tentava não absorver aquilo que acabava de escutar, mas era impossível. O repudio as palavras de Eleonora era evidente.
- Não, eu não quero isso pra mim... Eu não vou me tornar uma...
- Lésbica?
- Eu... Eu tenho nojo de você, me faz um favor? Nunca mais olha na minha cara, e antes que tivesse seu braço mais uma vez pego por Eleonora, Jenifer sai correndo do hospital, deixando Eleonora com o coração em pedaços.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Capítulo 35 ♥

Jenifer levantou da cadeira meio zonza, não conseguia pensar no que fazer. Giovani via a agonia da filha e em vão tenta acalmá-la:
- Jenifer, meu mimo, prestenção. Eu sou um homem vivido e bastante experiente... Olha qualquer coisa que acontecer, eu vou te entender.
Jenifer não responde nada, olha o pai de forma enigmática e sai.
João Manoel estava na sala, quando vê a irmã saindo do bar cabisbaixa e pergunta:
- E ai posso saber o motivo da conversa?
Andando vagarosamente, olhando fixo para o chão Jenifer diz:
- João... O que você acha da minha amizade com a Eleonora?
João Manoel coça a nuca e responde:
- Prefiro não opinar a esse respeito... Mas se você quiser eu posso repetir o que andam comentando ai na rua.
- Então andam comentando sobre nós duas?
- É, já tive até que dar uns cala boca num sujeito por causa disso, afinal de contas você é a minha irmã querida, eu te amo e eu não admito que falem de você.
Com medo da resposta que poderia ouvir Jenifer respira fundo, tenta enxugar as lágrimas que persistiam em cair e pergunta:
- Mas falaram o que?
- Aquele dia que você estava andando na praça com a doutora, um cara olho pro outro e disse “a lá, lá vão as duas sapatonas”.
As palavras de João Manoel atingiram Jenifer em cheio, e como conseqüência, um breve momento de surto a tomou por alguns instantes fazendo que tacasse para o chão porta-retratos, vasos e outras pequenas coisas que estavam sobre a mesa ao lado do sofá.
- Mas é mentira eu não faço isso, ninguém pode falar isso de mim, eu não fiz nada, gritava Jenifer histericamente.
Da cozinha se ouvia a gritaria, e dona Flaviana vai saber o que acontece, mas sem sucesso não consegue tirar nenhuma palavra se quer da neta. Jenifer sai correndo pela porta da sala, deixando todos preocupados.
De longe Giovani observava a cena, mas achava melhor não interferir, pois sabia que a filha precisava de um momento só com ela.Preocupada com a cena que havia presenciado, Flaviana vai até o bar perguntar para Giovani o que tinha deixado a neta tão perturbada.
- Você perguntou isso a ela? Perguntou Flaviana ao genro.
- Perguntei, perguntei sim dona Flaviana, por que eu me senti-me na obrigação de fazê-lo. Eu tenho certeza que nessa história toda a Jenifer está inocente. Mas a outra não, a doutora esta cercando minha filhinha, e por isso mesmo acho que a Jenifer tem o direito de ficar sabendo, pra quando chegar a ocasião, se for o caso, se defender-se.
Flaviana não acreditava no que ouvia, parecia que situações como aquela jamais aconteceriam na sua família.
- Meu Deus, como é que eu não percebi nada? A Eleonora, uma moça bonita, meiga, doce, feminina... Gosta de mulher, é o fim do mundo.
- Não dona Flaviana, não é exatamente o fim do mundo e não é nem mesmo o começo. É apenas mais uma história que esta prestes a começar ou não, que acontece a todo momento e só a gente não vê ou finge que não, e que por acaso aconteceu na nossa família.
- Mas por que logo com Jenifer? Por que com a minha neta? A sua filha... Um exemplo de moça... E agora Giovani?
- E agora? É esperar pra ver.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Capítulo 34 ♥

Daniele engole em seco e diz:
- Acho melhor você perguntar pra sua filha Giovani, por que só ela vai poder te responder. E Daniele então sai da sala de jogos, deixando Giovani ainda mais intrigado e descido, “Eu preciso falar com a Jenifer” dizia ele pra si.



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O dia mal começou e Eleonora já estava de pé, pois, teria um longo plantão pela frente. Ela desce até a cozinha e percebe que não havia ninguém além de sua mãe:
- Bom dia mãe.
- Bom dia minha filha.
- Ué mãe o café ainda não está pronto? Pergunta Eleonora.
- Não, faz se você quiser eu faço rapidinho.
- Não, não, eu tomo no hospital, tchau mãe.E antes que Eleonora virasse as costas, Janice a surpreende com um abraço. Após soltar-se do abraço, Janice beija a testa da filha e diz:
- Vai com Deus.
Eleonora sorri pra mãe e sai.
Minutos depois Venâncio adentra a cozinha e repara que sua mãe estava com uma expressão de preocupação estampada no rosto e pergunta:
- Mãe? Aconteceu alguma coisa?
- Não, mas sinto que alguma coisa não muito boa vai acontecer.



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Na casa de Jenifer todos já estavam acordados e como sempre, estavam a espera de Giovani que mais uma vez, havia saído misteriosamente.
- Mas cadê o Giovani hein? Sair logo cedo assim... Ele não é disso, diz Daniele.
- Estou-me aqui, em charme e osso, responde Giovani entrando em casa.
- E chegou a tempo de dar um beijo na sua filha querida que já esta indo pra aula, diz Jenifer indo em direção ao pai para lhe dar um beijo.
- Não, perai.Vem comigo no bar, pra uma consulta, é coisa rápida, depois você pode ir ta?
Jenifer faz sinal positivo com a cabeça e junto de Giovani vai até o bar.
Flaviana e João Manoel ficam intrigados, Daniele fica assustada, pois sabia do que se tratava.
- Ué o que será? Pergunta Flaviana ao neto.
- Se for o que eu estou pensando...
- Escuta aqui João Manoel, está acontecendo alguma coisa que eu não saiba?
- Ué vó se a senhora não sabe, não vai ser eu que vou falar, responde João Manoel
- E nem eu, diz Daniele antes que Flaviana a perguntasse sobre alguma coisa.


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Já no bar, Giovani e a filha estavam sentado um em frente ao outro. Giovani apesar do nervosismo, estava decidido a conversar com a filha sobre a amizade que mantinha com Eleonora.- Eu podia dizer que sim e não, ou talvez, mas muito pelo contrário. Mas como eu não sou assim, um homem de meias palavras eu vou direto ao assunto, dizia Giovani em palavras rápidas.
-O senhor disse que ia me fazer uma pergunta, diz Jenifer sem entender onde o pai queria chegar.
- É, é sobre você e a Eleonora... Giovani suspira, passa sua pelo rosto, respira fundo e continua – Essa sua amizade com a doutora vem a ser exatamente o que?
Jenifer da uma risada e diz:
- Mas que pergunta pai, a minha amizade com a doutora, vem a ser aquilo que ela seja, uma grande amizade. – E nos olhos de Jenifer logo se via o brilho ao falar de Eleonora – Eu adoro a Eleonora, eu quero ta o tempo todo com ela, a gente sempre tem assunto... Nos somos muito amigas.
- Quer dizer que você gosta muito da dela, assim... Como amiga?
- Claro pai e de que outra maneira poderia ser? E em seu rosto, Jenifer expressava o desentendimento do assunto. Ela já estava assustada e seus olhos e ouvidos captavam cada gesto e palavra do seu pai, buscando entender o sentido daquilo tudo.Giovani coça a cabeça e continua suas perguntas:
- E a doutora... Como é que... Como é que ela gosta de você?
- O senhor disse que ia me fazer uma pergunta... Mas já me fez várias, e eu não estou conseguindo entender o motivo de nenhuma delas. Esse interrogatório todo sobre minha amizade com a Eleonora... por que?
- É que as vezes, uma amizade entre... ente duas pessoas, pode se tornar muito mais que uma simples amizade. Talvez você ainda não tenha percebido o alcance da sua amizade com a doutora.
Jenifer entra em choque, sua cabeça confusa tentava organizar tudo que ali havia sido dito, mas não conseguia compreender. Com os olhos já cheios d’água, ela tentava explicar:
- Não... Isso não... Eu não acredito pai, não pode ser, eu estava falando da Eleonora, a minha melhor amiga, praticamente a única que eu tenho.
- É, eu sei...
- Mas o senhor está insinuando ai...
- Não, eu não estou insinuando nada... Eu estou afirmando que deve haver algum mal entendido entre vocês duas, mal entendido esse que precisa ser esclarecido.
Parecia que o chão havia sumido dos pés de Jenifer, as lagrimas que antes inundavam seus olhos, lentamente começaram a percorrer sua face. Ela não sabia o que fazer, o ar parecia não ser o suficiente, sua respiração estava ofegante, a boca seca, o coração acelerado e a cabeça confusa.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Capítulo 33 ♥

Eleonora é a primeira a acordar em sua casa. Olhou para o relógio e resolveu ficar mais um pouco na cama. Estava feliz e sentindo mais leve por saber que sua mãe estava ali junto dela, para ajudá-la a enfrentar os próximos capítulos de sua história com Jenifer. Esperou mais alguns minutos e desceu para tomar café, todos estavam a mesa, Sebastião olhou para Janice e Eleonora e perguntou:
- Vocês duas andaram chorando? Estão com os olhos inchados.
Mãe e filha se entreolham cúmplices e Janice diz:
- Estamos com os olhos inchados sim Sebastião, eu por que... O Sebastião vai ficar implicando com isso agora?
Sebastião não responde, Venâncio olha Eleonora sorrindo, mostrando a ela que sabia que as coisas entre ela e a mãe estavam bem e se não estavam haveriam de ficar.
O telefone toca e Janice vai atender:
- Alô! Oi Jenifer, ela está sim, espera só um minuto.
- Não dona Janice, ela deve estar saindo pro hospital, só lembra ela que ela ficou de vir aqui em casa me ajudar a estudar pra uma prova. Diz Jenifer do outro lado da linha.
- Tudo bem então querida, eu aviso sim tchau. Filha, a Jenifer pediu pra te lembrar que é pra você ir até lá ajudar ela a estudar, diz Janice para Eleonora.
Eleonora faz sinal com a cabeça, pega suas coisas e vai para o hospital dizendo que esta atrasada.


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A noite chega e todos estão de saída na casa da família Improtta, exceto Jenifer que ficaria ali estudando junto de Eleonora.
Logo após todos saírem, Eleonora chega e Jenifer diz:
- Léo, você espera eu tomar banho? Se quiser, me espera lá no meu quarto.
- Espero sim, mas eu fico aqui na sala mesmo vendo o que a gente vai estudar.
Jenifer sorri e sobe as escadas correndo, enquanto Eleonora a esperava lendo os livros sobre osteoporose.


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Meia hora depois Jenifer desce e diz:
- Ai Léo, me desculpa... É que eu não consigo tomar banho rápido.
- Não tem importância, lá em casa é a mesma coisa com a Regininha. Deixa eu te ajudar, diz Eleonora tirando a piranha que prendia o cabelo de Jenifer.
- Eu adoro quando a casa fica assim... Vazia, mas é a coisa mais difícil isso acontecer, aqui é um entra e sai que não acaba mais, diz Jenifer.
- Lá em casa é bem tranqüilo, todo mundo trabalha, Regininha estuda. A maior parte do tempo minha mãe fica sozinha.
E enquanto conversavam Eleonora penteava os cabelos de Jenifer, Jenifer já estava com os cabelos penteados e mesmo assim Eleonora continuava a passar sua mão delicadamente por eles. Foi inevitável, segundos depois o pentear de cabelos se tornava um cafuné, calmo e delicado.
Jenifer então diz:
- Léo, eu amo o seu cafuné, você sabe. Mas se você continuar eu vou dormir, e estudar dormindo acho que é uma tarefa meio difícil né?
Eleonora sorri e diz:
- É verdade, então vamos ao estudo da osteoporose.


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Eleonora e Jenifer estavam deitadas no chão, e após horas estudando elas foram vencidas pelo sono, e ali ficaram adormecidas.
Giovani e Flaviana chegavam do jantar que tinham ido e comentavam sobre o evento quando Flaviana ao acender a luz da sala, vê sua neta e Eleonora dormindo, de um jeito meio peculiar. As duas estavam com as pernas entrelaçadas, os rostos próximos e as mãos unidas. Flaviana olha admirada e ao mesmo tempo não entende o que seus olhos vêem.
Giovani estranha o súbito silêncio da sogra e chega mais perto dela vendo também a cena. Ele então se aproxima das duas e tenta sem sucesso ler o titulo de um livro que ali estava.
- Ostero... Osteo... Osteoporoso... É, deu no que deu, não é atoa que pegaram no sono.
- É, mais esta na hora de acordar-las, diz Flaviana.João Manoel chega em seguida e também vê a irmã e a cunhada deitadas no chão, não diz nada, faz a mesma cara de nojo e indignação e sobe para o quarto.
Flaviana chama pela neta, que acorda assustada e pergunta:
- Nossa, que horas são?
Eleonora também assustada acorda e diz:
- A gente tava lendo, e... E eu madruguei hoje no hospital e acabamos pegando no sono. Bom, sinal que já passou da minha hora, tchau gente.
- Tchau Léo, depois a gente se fala, diz Jenifer.
Jenifer sobe para o quarto e todos também fazem o mesmo, exceto Giovani que pega o livro jogado no chão e vai para a sala de jogos. Sentado na poltrona ele olha o livro, tenta analisar a cena que havia visto e tudo o mais que acontecera depois da aproximação da filha com Eleonora.
Daniele percebe a luz da sala de jogos acesas e vai até lá.
- Giovani, você não vai dormir não? Pergunta Daniele olhando para Giovani.
- Ninfa bebê me responde-me uma coisa... Não é só amizade que acontece entre Eleonora e a Jenifer né?

domingo, 1 de novembro de 2009

Capítulo 32 ♥

Assim como sua mãe, Eleonora chorava e com a voz enfraquecida pelas lágrimas dizia:
- Eu já estou sofrendo mãe, eu não sei o que fazer...Janice levanta o rosto de Eleonora, enxuga as lágrimas da filha, respira fundo, pensa em tudo que Venâncio havia lhe dito e pergunta:
- Quer conversar?
Eleonora afirma com a cabeça e as duas vão até a sala.Sentadas, Janice segura às mãos da filha que estavam frias e diz:
- Eu pensei que aquela fase havia passado que você não era mais assim.
Assustada Eleonora pergunta:
- Fase? Como assim mãe? Desde quando você sabe que...
- Desde os seu 15 anos, quando ouvi você falando com o seu irmão que tinha ficado com outra... Com outra garota.
- E a senhora conseguiu ficar quieta durante esse tempo todo? Por que não veio falar comigo? A senhora não sabe o quanto precisei de um conselho seu...
- Eu pensei que era uma fase minha filha, não sabia como falar sobre isso com você. E depois que eu vi você e a Jenifer abraçadas no hospital, eu achei que a fase tinha voltado, não sei como lidar como isso, Janice dizia com os olhos cheios de lágrimas.
- Não é uma fase mãe, é a minha condição, eu sou assim. Vai me condenar por causa disso?
- Não, eu só não sei o que fazer... O Venâncio me contou que você gosta da Jenifer... Minha filha, ela... Ela gosta de garotos, ela não é como você.- Eu sei mãe... Mas é ela que eu amo, eu nunca amei ninguém desse jeito... E aninhada no colo da mãe Eleonora desaba.
Da escada Venâncio via a cena emocionado e tinha certeza que a mãe havia aceitado a irmã como ela é.
- E eu ainda, não sei como cuidar desse assunto. Só sei que você é a minha filha querida, que eu amo mais que a minha própria vida, e nada vai mudar isso, vou estar do seu lado sempre. Só tenho medo pelo seu pai minha filha, se ele descobrir, ele é capaz de fazer uma desgraça.
Eleonora levanta-se do colo de sua mãe e diz:
- Eu sei mãe, mas pela Jenifer eu sou capaz de enfrentar Deus e o mundo... Tudo pra ficar com ela.
Janice olha segura o rosto da filha com as mãos e diz:
- E você pode ter certeza que eu vou estar ao seu lado pra te ajudar a enfrentar todos os obstáculos.