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quarta-feira, 23 de março de 2011

Capítulo 278 ♥

Eleonora tremia mais que o normal aos olhos de Dafne e Marcela. Eleonora puxou o cobertor e jogou sobre seus ombros. Fechou os olhos por alguns segundos e sentiu como se tivesse se transportando para o passado. Agora mais do que nunca precisava desabafar sobre seu relacionamento com Kátia, e agradecia por ter quem quisesse escutar.
Dafne e Marcela voltaram toda atenção para Eleonora que respirou fundo e começou a contar.
- A gente estudou um ano na mesma sala na faculdade por que depois ela mudou pra fisioterapia. Ela sempre foi linda e chamava a atenção de todos a sua volta. Cumprimentávamos-nos só com um oi e tchau, por que eu sentava na frente e ela no fundo da sala de aula. Mas sabe quando você sente que tem alguém te olhando?
Marcela e Dafne assentiram em sincronia.
- Então, de vez em quando eu olhava pra trás pra saber se a minha intuição estava certa, e ela sempre acertava. A Kátia me olhava sempre. No começo eu desviava o olhar por que não achei que ela era realmente lésbica. Um dia uma professora deu alguns exercícios durante a aula e uma colega minha, que sentava na carteira detrás pediu que eu ajudasse, virei pra trás pra ajudá-la e a Kátia me olhou e sorriu – Eleonora sorriu com amargura – Depois daquele maldito sorriso tudo mudou. Começamos a andar juntas na hora do intervalo, ir à biblioteca juntas, mas como amigas até então.
O celular de Eleonora começou a tocar. Eleonora pegou o aparelho e segurou o impulso de jogá-lo contra a parede. Era Jenifer.
- É ela – Disse Eleonora com lágrimas brotando nos olhos inchados.
- A Kátia? – Perguntou Dafne.
- Não, a Jenifer.
- Quer que eu atenda? – Perguntou Marcela.
- Não – Eleonora desligou o aparelho e o colocou no chão – Continuando. Um dia um professor deu trabalho em dupla e ela me chamou para fazer. Fomos pra casa dela e... – A lembrança fez o coração de Eleonora arder – E eu pedi uma pausa pra ir ao banheiro. Quando eu estava saindo ela estava na porta, sorriu pra mim e passou os dedos nos meus lábios e disse bem perto da minha boca: Você não sabe o quanto eu desejo beijar você. Não sei o que aconteceu, só sei que me senti completamente hipnotizada e quando vi nós estávamos nos beijando.
Agora foi a vez do celular de Dafne tocar.
- É a Jenifer – Informou a ruiva com cara de desprezo - Devo atender?
- Você que sabe – Disse Eleonora.
- Pode continuar – Dafne fez como Eleonora, desligou o aparelho para não ser mais incomodada.
- Depois desse beijo começamos a namorar, foi tudo muito rápido, mas muito intenso. Estávamos realmente apaixonadas.
- E por que terminaram? – Perguntou Marcela ansiosa.
- O nosso relacionamento era bem sólido, tão sólido que pensávamos em nos casar, ter três filhos e um cachorro labrador – Eleonora riu da lembrança – As coisas ficaram um pouco difíceis por que começou a ter desconfiança de ambas as famílias, por que chegávamos tarde em casa, ou saíamos muito cedo, ou saíamos e dávamos pouca explicação, mas enfim... No ano seguinte ela mudou o curso para fisioterapia, mas ainda continuamos o namoro. Durante esse um ano as coisas estavam perfeitas, mesmo que fosse tudo escondido. No segundo ano dela em fisioterapia ela chegou um dia pra mim praticamente pulando de alegria, com aquele maldito sorriso de orelha a orelha. Perguntei o que era, ela disse que nós nos mudaríamos para Vitória. Eu perguntei: “Eu e você em Vitória? Como assim? Não dá eu acabei de ser admitida no hospital central, não posso largar isso” O sorriso dela murchou na mesma hora. E ai ela disse: “Não pode largar tudo e ir comigo? A gente pode começar uma vida juntas, ter nossos filhos e nosso cachorro” Eu disse que não daria, mas que poderíamos namorar do mesmo jeito mas ela nem deixou eu terminar, disse com todas essas palavras: “Tudo bem, eu vou, você fica e o nosso namoro termina aqui”.
As bocas de Marcela e Dafne se abriram de horror.
- Tentei argumentar dizendo que nos veríamos quinzenalmente ou até menos, que a distância perto do nosso amor era mínima, mas ela recusou. E foi pra Vitória. – Agora que vinha a pior parte Eleonora tentou segurar a vontade de xingar e praguejar contra Kátia – Depois que ela foi embora eu mandei cartas, ligava todos os dias pra ela pedindo pra gente se acertar, disse que não poderia viver sem ela, mas ela me ignorava, quando não desligava na minha cara não me atendia.
- Vaca – Murmurou Dafne.
- E o pior foi aguentar as perguntas dos meus pais e da Regininha do por que eu estar com aquelas olheiras gigantes, por que não comia e nem dormia direito. Meu irmão foi meu herói, se não fosse ele não teria conseguido sair daquela situação ridícula tão cedo.
- Caramba! Que barra, Léo – Lamentou Marcela pegando nas mãos frias de Eleonora.
- Bom, dois anos atrás ela voltou a me procurar dizendo que estava arrependida, que me amava e essas coisas de gente arrependida. Disse que iria pra Inglaterra e que me queria com ela.
- Dessa parte eu já sei – Disse Dafne.- E claro que recusei, mas confesso que pensei em aceitar, ela realmente parecia arrependida e afinal de contas antes da Jenifer... – Os olhos de Eleonora transbordaram ao dizer o nome de Jenifer e ela teve que fazer uma pausa, pois as lágrimas começaram a correr violentamente.
Dafne se prontificou a abraçar Eleonora, mas Marcela o fez primeiro.
-... Antes da Jenifer a Kátia foi o meu grande amor – Continuou Eleonora depois de se acalmar. – E desde então não tive mais notícia dela, até que a Jenifer chegou dizendo o nome dela e me mostrando uma foto no site da faculdade.
- Perai, perai – Pediu Dafne ligando os fatos mentalmente com as mãos nas têmporas – Você nunca contou pra Jenifer?
Eleonora abriu a boca pra responder, mas Marcela a atropelou.
- Acho que não, né? A Jenifer jamais se envolveria com a Kátia se soubesse.
- Que vacilo, Léo – Disse Dafne – Desculpa, mas por que não contou pra Jenifer? Nada...
-... Disso teria acontecido – Eleonora terminou a frase de Dafne – Eu não consegui, a Kátia sempre mexeu e sempre vai mexer comigo, mas não do jeito que vocês estão pensando. Ela mexe de um jeito ruim, entendem? Não gosto de lembrar tudo que aconteceu, dói.
- E agora? Vai contar a Jenifer sobre a Kátia? – Perguntou Marcela.
- Não – Respondeu Eleonora com firmeza.
- Não? – Exclamaram Marcela e Dafne juntas.
- Não – Confirmou Eleonora ainda com firmeza.
- Po-por quê? – Perguntou Dafne confusa.
- Eu cansei de correr atrás. Não vou me rastejar por quem não se ajoelha pra mim – Respondeu Eleonora tirando o cobertor por sentir o corpo suar – E não pensem que é por que eu deixei de amar a Jenifer por que ela me traiu, por que isso não acontece de um dia pro outro. Eu amo muito a Jenifer, demais, em demasia, descontroladamente... Mas eu me amo também, e eu errei em não contar a ela e evitar isso? Errei, mas ela errou muito mais, muito mais...
- Ela vai ficar arrasada – Disse Dafne não conseguindo mais esconder a preocupação com Jenifer.
- Eu sofri demais por ela. E você sabe o quanto – Eleonora apontou pra Dafne – Tá na hora de ela sofrer por mim também – E Eleonora encerrou o assunto.
- Você comeu? – Perguntou Marcela colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha de Eleonora.
- Não – E o estômago de Eleonora roncou.
Marcela afagava os cabelos de Eleonora e desceu a mão até o rosto dela, retirando em seguida.
- Você está quente – Marcela foi até a sua bolsa e revirou atrás de um termômetro.
Dafne se aproximou e fez como sua mãe, colocou a mão na barriga de Eleonora que estava quente.
Marcela pegou o termômetro e colocou embaixo do braço de Eleonora. Dez minutos depois o retirou. Dois graus acima do normal.

Um comentário:

Anônimo disse...

é isso aí leo...deixa essa vaca sofrer por vc assim como vc sofreu por ela ou pior\o/

bebel aq