Capítulo 262 ♥

Jenifer e os amigos estavam sentados em forma de meia-lua no chão da casa de Max pesquisando algo para responder as perguntas dadas pelo professor mais odiado por toda turma.
- Uma pausa para um lanche – Disse uma voz amigável.
Jenifer levantou os olhos e viu uma mulher já de meia idade pele branca como leite, cabelo curto na altura das orelhas, algumas rugas desenhando o rosto oval e olhos azuis como o mar. Era a mãe de Max. Trazia uma bandeja com sanduíches cortados em formato de triângulo, bolo de chocolate e chocolate quente.
- Depois que eu digo ninguém acredita: Essa é a melhor mãe do mundo! – Exclamou Max pegando a bandeja das mãos da mãe, e dando um beijo na bochecha dela.
- Filho, a mamãe vai à casa da sua tia Lúcia, e não tenho hora pra voltar, tudo bem? – Max confirmou com a cabeça e a mãe beijou seu rosto – Até mais meninos e meninas.
- Pronto, agora que só temos nós aqui eu tenho que falar uma coisa – Disse Penélope eufórica, a ponto de explodir de tanta ansiedade.
- Fala – Instigou Abelle pegando um pedaço de bolo.
- A Kátia!
Todos a encararam com interrogações rondando suas cabeças, o coração de Jenifer deu um salto.
- Eu realmente quero... Quero... – Uma raridade acontecera, Penélope ficara envergonhada em dizer alguma coisa.
- Quer o que? – Perguntou Jenifer mais ansiosa que ela.
- Acho que eu quero ficar com ela. Não sei... Ando tendo pensamentos muito estranhos – Disse Penélope bebericando um pouco do chocolate quente.
Abelle e Jenifer se entreolharam. Jenifer com a mão fechada em punho socou o chão tentando manter discrição. Mas seus lábios formando uma linha rígida entregaram seu nervosismo.
- Ela já insinuou alguma coisa? – A pergunta vinha de Ícaro, que estava excitadíssimo imaginando Penélope e Kátia aos beijos.
- Ah, acho que não, não entendo disso. A Jenifer que poderia me ajudar com essas coisas, né? Ela está no “ramo” há mais tempo.
- Não! – Respondeu Jenifer séria. Mas viu que dera bandeira e tentou ser mais calma – Quer dizer, sei lá. Não tem como ensinar essas coisas.
Penélope sentiu que Jenifer estava pouco interessada no assunto e soltou seu veneno.
- Se você quiser ficar com ela, tudo bem Jenifer, eu arranjo outra mulher que queira matar minha curiosidade.
- Cala a boca Penélope – Disse Abelle.
- O que você está querendo dizer com isso? – Perguntou Jenifer com as mãos tremendo de nervosismo.
Todos ficaram quietos, prestando atenção naquela discussão que parecia começar a pegar fogo cada segundo mais.
- Ah Jenifer, nós não somos melhores amigas, mas eu não sou cega, né? Percebi que você e a Eleonora andam se estranhando, você mal fala dela e troca milhares de olhares com a Kátia, é claro que já rolou alguma coisa entre vocês e você ai querendo pagar de santa, pra cima de mim não, baby.
- Exatamente, Penélope. Nós não somos melhores amigas, portanto você não sabe de nada, então cala asua boca, morda sua língua e morra com seu próprio veneno – Exasperou-se Jenifer levantando do chão.
Jeremias levantou junto, pensou que Jenifer partiria para agressão física. Mas Jenifer apenas pegou suas coisas e saiu marchando. Batendo a porta da sala.
- Você pegou pesado, hein? – Recriminou Max.
- Ah, fala sério! Ela quer ter tudo. Ou ela tem a Kátia ou ela tem a Eleonora – Disse Penélope despreocupada.
Abelle olhou Penélope com vontade de jogar o chocolate quente dentro de sua blusa de frio, mas segurou a vontade e foi atrás de Jenifer.
Perdida, Jenifer tentava caçar um ponto de taxi. Pra sua sorte Abelle chegara.
- Vamos dar uma volta, você está nervosa demais pra ir pra casa. A Eleonora vai perceber – Disse Abelle indicando com a mão para que atravessassem a rua.
- Ela nem vai se importar, não liga mais pra mim, se eu morrer nem vai sentir minha falta – Disse Jenifer ainda com a voz nervosa.
- Que exagero. Claro que se você morrer ela vai sentir sua falta Jenifer, pelo amor de Deus. Você é a vida dela, ela te chama de “minha vida”. Vamos sentar ali um pouco.
Abelle e Jenifer pararam num Café pouco movimentado, sentaram na área externa e recusaram a ajuda do garçom dizendo que fariam o pedido depois.
- Sabe Bel, a Léo... – Jenifer deu um longo suspiro – Ela está fria, um pouco distante, já não cuida mais de mim como antes...
- Você sabe que a culpa é sua – Disse Abelle.
- Não achei que as coisas fossem chegar a esse ponto. Eu tenho saudade dela mesmo ela morando debaixo do mesmo teto que eu.
- E você não vai fazer nada pra mudar isso? Acha que ela não sente sua falta também?
- Eu não sei por onde começar...
- Ah, sabe sim! – Alegou Abelle – Terminar com a Kátia.
Jenifer fez bico.
- A Kátia não me dá metade do que a Léo me dá, mas estar com ela está me suprindo algumas necessidades, sabe? E não é só sexo – Assinalou Jenifer quando Abelle torceu o nariz para o nome da professora.
- Eu não sei mais o que faço com você, Jenifer, não mesmo. A partir de agora eu vou só te ouvir, já que meus conselhos entram por um ouvido e saem pelo outro, né?
Jenifer concordou com a cabeça.
- Ei, você acha que a Penélope está mesmo a fim da Kátia? Ela é hétero... – Comentou Jenifer visivelmente preocupada.
- Pra ser sincera eu acho que sim, a Penélope é louca. Ela já me disse uma vez, anos atrás, que queria ficar com garotas, mas que não havia feito por que nenhuma chamava a atenção dela. E daí apareceu a Kátia, toda linda e safada, pode acontecer.
Jenifer bufou, as mãos no rosto gelado.
- Mas relaxa, acho que a Kátia tá mesmo na sua – Consolou Abelle.
Jenifer deu um sorriso torto e acenou para que o garçom se aproximasse. Pediu um chá. Precisava de algo quente, de gelado já bastava o vento que tocava seu rosto.