Capítulo 63 ♥

Do lado de fora Jenifer estava dentro do carro, se perguntando o porquê de estar parada ali, na porta da pessoa de quem ela queria mais distância.
Seu coração respondia a pergunta, mas ela não entendia.
La dentro Eleonora observava o farol do carro aceso e o barulho do motor ligado. Se perguntava se Dafne teria cumprido a promessa e feito Jenifer se aceitar.
Jenifer passa as mãos no rosto enxugando as lágrimas, solta e prende o cabelo de novo, se olha no retrovisor e desliga o carro. Apoiada no carro ela vai andando até o portão de Eleonora.
Eleonora ao ver que Jenifer estava saindo do carro, corre até a porta, na expectativa de poder enfim se reconciliar com ela.
- Vem Jenifer, vamos conversar – Dizia Eleonora em voz baixa como em uma prece.
Jenifer parou em frente ao portão da casa, e ali ficou. Deslizou as mãos pelo portão frio até chegar na fechadura, mas foi interrompida pelo medo.
- Eu só posso estar ficando louca, meu Deus, o que eu to fazendo. Eu não posso – E Jenifer volta pro carro, bebe rapidamente vários goles da vodka que estava ali, e sai em disparada.
Ao ouvir o barulho do carro, Eleonora volta pra janela e vê Jenifer indo embora, deixando seu coração mais uma vez quebrado.

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Danielle estava sozinha na sala, esperando por Giovanni que mais uma vez havia saído a pedido de Maria do Carmo.
Quando ouve o barulho na porta pensa ser ele, mas era Jenifer.
- Giovanni é você?
- Não Dani, sou eu... Meu pai saiu e te deixou aqui sozinha de novo né?
- É, a Maria do Carmo ligou e até agora... – Danielle ficou reticente ao ver a garrafa de vodka na mão de Jenifer e um pequeno machucado no queixo. – Você bebeu tudo isso de vodka Jeni? Vem aqui... Onde você machucou o queixo? – Ela puxou Jenifer pela mão e nem precisou Jenifer chegar muito perto para sentir o cheiro de bebida. - Não estou te reconhecendo Jenifer, não mesmo. Olha pra você, olha pro seu rosto.
- A não Dani, não me da sermão não, por favor. Isso é o que eu menos preciso.
- É verdade, o que você precisa agora é de um banho... Um banho frio pra curar essa bebedeira, vem, vou te ajudar.
Jenifer passa o ombro pelo pescoço de Danielle e se apóia nela até o seu quarto. Jenifer não conseguia nem tirar a própria roupa, estava completamente fora de si, via tudo rodar e não sabia como tinha chegado em casa viva.
Danielle abre o chuveiro, e contra a vontade de Jenifer a coloca debaixo d’água fria. Lentamente Jenifer escorrega pelo azulejo, sentando-se no chão, cruza os braços em suas pernas e começa a chorar. Danielle dá um banho rápido em Jenifer e desliga o chuveiro.
- Jeni, por favor, me conta o que está acontecendo, você esta deixando todo mundo aqui muito preocupado com você. E eu quero te ajudar – Danielle estava abaixada ao lado de Jenifer acariciando seus cabelos molhados.
Jenifer não respondeu, apenas chorava.
Danielle se levanta e pega a toalha, Jenifer se enrola e as duas sentam na cama. Danielle pega outra toalha para tirar o excesso de água do cabelo de Jenifer.
- Pode deixar Dani, eu enxugo.
- E o que eu vou fazer com essa garrafa heim? E com essa roupa cheirando vodka? – Danielle fez cara de pensativa e colocou a mão na testa franzida – Já sei! Preciso ver também onde está a caixa que a sua avó guarda coisas para curativo.
Ela então joga a garrafa no terreno baldio que ficava duas casas pra cima. Já as roupas de Jenifer ficaram na lavanderia junto as outras que estavam de molho, por sorte o mal tempo não deixou que a empregada colocasse no varal.
Quando voltou para o quarto, Jenifer já havia vestido o pijama, mas ainda estava com os cabelos muito umedecidos para dormir e não estava dando conta de pegar o secador que estava na parte superior do guarda-roupa.
- Dani pega o secador pra mim fazendo um favor? Ele tá lá em cima – Apontou Jenifer para a portinhola do meio.
Danielle pegou e começou a secar o cabelo de Jenifer.
Dona Flaviana ouve o barulho do secador e não hesita em ir ao quarto da neta.
- Graças á Deus você chegou, estava preocupada com você. Que cara é essa, cara de quem bebeu a noite inteira. Vai me dizer... – A avó fala sem pausas para recuperar o fôlego.
Danielle desliga o secador e vai andando em direção de Flaviana a colocando delicadamente pra fora do quarto.
- A Jenifer está bem dona Flaviana, ela só está com muito sono, só isso. Pode ir dormir tranqüila – E antes que Flaviana pensasse em dizer algo, a porta já estava fechada.
Danielle pegou então uma gaze que estava na caixa e umedeceu com um líquido transparente próprio para machucados, com cuidado limpou o ferimento no queixo de Jenifer e depois tampou com band-aid.
Com os cabelos já quase secos, Jenifer agradece toda a atenção de Danielle e pede desculpas pelo trabalho, diz que agora só queria dormir. Mas Danielle estava disposta a passar a madrugada toda acordada se necessário, ajudando Jenifer se entender.
- Eu sei que você quer dormir Jeni, mas antes eu preciso que você escute.