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segunda-feira, 26 de julho de 2010

Capítulo 146 ♥

O dia amanheceu fresco. Céu azul, nuvens finas desenhavam a imensidão azul e o sol subia aos poucos, quente.
Como falara para tia, Eleonora passara a noite no hospital, cuidando dos pacientes e vez ou outra indo até o quarto ver como Bianca estava.Olhou no relógio de pulso e ele informava que eram dez horas. “A Bianca já deve ter acordado” pensou a doutora.Eleonora foi até o quarto onde Bianca estava, e como pensou, ela estava acordada.
- Bom dia – disse Eleonora sentando-se na beirada da cama.
- Bom dia.
- Está se sentindo melhor?
- Hunrum – respondeu Bianca ajeitando-se na cama. – Bem melhor.
- Que bom. – Eleonora olhou no relógio novamente – Daqui uma hora eu estou indo embora. Vou ver se consigo que você tenha alta.
Bianca sorriu em agradecimento.
Eleonora deu um beijo na testa de Bianca e ia saindo quando Bianca puxou sua mão.
- Posso falar com você rapidinho?
- Claro. – Eleonora sentou na cama novamente.
- Eu... – Bianca estava sentindo envergonhada pelo papelão que o pai fez – Eu queria te pedir desculpa pelo meu pai. Ele é um estúpido quando quer.
- Não precisa se desculpar querida, já passei por coisas piores – garantiu Eleonora.
- Mesmo assim, ele não tinha o direito de tratar você e a Jenifer daquela maneira...
- Fique tranquila.
Eleonora levantou-se da cama e ao abrir a porta, deu de cara com Reginaldo.
- Posso ver a minha filha – perguntou ele olhando para Eleonora.
Sem responder, Eleonora apenas deixou a porta aberta para que ele entrasse.
- Bom dia minha princesa. – Disse Reginaldo dando um beijo na filha.
- Bom dia.
- Como você está se sentindo, vai poder ir embora hoje ainda o médico me disse.
- Hum, que bom – respondeu sem muita empolgação.
- Que foi? Parece que gostou de ficar no hospital – disse Reginaldo olhando a cara desanimada da filha.
- Não agüento nem mais um minuto esse hospital, quero minha cama – disse Bianca bufando – O pai...
- Diga.
- Posso te pedir uma coisa?
- O que a minha princesa quiser.
- O que eu quiser?
- O que quiser – Assinalou o pai.
- Acho que você deveria pedir desculpas à Eleonora.
Reginaldo deu um salto da cama. E caminhou de um lado para o outro algumas vezes. Passou a mão nos cabelos, bagunçando-os e com um olhar duro para filha respondeu:
- Me peça outra coisa Bianca.
- Pai! Você não poderia ter falado daquele jeito com ela – Bianca aumentou uma nota de sua voz – Nem com a Jenifer – lembrou-se.
Reginaldo ignorou.
Bianca ajeitou-se na cama, colocando o travesseiro nas costas e as mãos em cima do colo. Tentou cruzar os braços, mas o soro que estava em sua mão direita a impediu.
- Se você não concorda com o jeito que elas se relacionam, o problema é todo seu. Mas você tem o dever de respeitar, ainda mais quando não está na sua casa.
- Eu sabia que não deveria deixar você ir sozinha na casa da minha mãe, agora essa sapatão encheu a cabeça da minha filha – Reginaldo resmungava para si mesmo, mas Bianca escutara tudo.
- A Eleonora não tem nada a ver com a minha opinião.
Reginaldo exasperado caminhou até a cama de Bianca. Ia falar alguma coisa sobre proibir de ir à casa da avó sozinha quando ouviu vozes femininas vindo do lado de fora.
Eleonora e Rebeca, médica responsável pelo caso de Bianca que estavam chegando. Reginaldo afastou-se da cama novamente, dando espaço para elas.
- Que tal a senhorita ir pra casa agora? – Perguntou Rebeca com um sorriso, anotando algumas coisas na prancheta que carregava.
- Eu acho ótimo – respondeu Bianca.Rebeca arrancou uma folha, e entregou a Reginaldo.
- Aqui estão alguns remédios que ela ainda terá que tomar, só por mais alguns dias. E nada de comer torta de frango estragada novamente, viu mocinha? – disse Rebeca direcionando-se a Bianca.
- Ah pode deixar – garantiu – Nem estragada e nem boa, peguei trauma de torta de frango.
- Você vai lá pra casa? – Perguntou Eleonora enquanto tirava o soro e outro medicamento intravenoso.
Reginaldo a olhou com o cenho franzido. Eleonora ignorou. Bianca também.
- Eu posso pai? – Perguntou ela na esperança de ter conseguido mudar o pensamento do pai.
- Não – respondeu ele guardando a receita médica no bolso do paletó – Acho melhor você ir pra nossa casa.
- Mas não vai ter ninguém lá. Nem o chato do meu irmão.
- Acho melhor você não ficar sozinha. A Rebeca só te deixou ir embora hoje por que eu garanti que alguém – Eleonora olhou Reginaldo – ficaria monitorando sua temperatura. Por que se você tiver febre vai ter que ser medicada.
- Ouviu pai?
- Tudo bem. – Cedeu por fim Reginaldo – Mas é só até eu chegar do trabalho.
Eleonora sorriu e deu uma piscadela cúmplice para Bianca.


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Depois que Eleonora se instalara na casa da tia, Jenifer estava praticamente fazendo o mesmo. Já que ficar na casa de Do Carmo não tinha aquele clima ruim que havia em sua casa.Eleonora e Jenifer estavam no quarto de Do Carmo, conversando com Bianca que preferia ficar esparramada na grande cama king size da avó.
Elas conversavam sobre assuntos diversos, com direito a voltas ao túnel do tempo, da parte de Eleonora e Jenifer.
- Eu sinto falta dos meus quinze anos – disse Jenifer.
- Eu também sinto falta, mas hoje eu sou muito mais feliz – disse Eleonora pegando na mão de Jenifer.
Jenifer soltou delicadamente, por causa de Bianca.- Não, não se incomode – disse Bianca quando viu Jenifer retirando a mão – Eu não me importo. Acho tão fofo vocês duas.
Jenifer sorriu envergonhada.
- Posso fazer uma pergunta pra vocês?
- Hum – murmurou Eleonora com uma sobrancelha arqueada – Pode.
- É muito difícil ser lésbica? Digo... – Bianca enrolou os cabelos colocando-os por cima do ombro direito – Eu sei que ainda é difícil, mas... É que vocês são mais velhas do que a minha amiga, tem mais experiência...
- Você tem uma amiga lésbica? – Perguntou Jenifer.
- Acho que sim. Levando em consideração que ela não ficou com mais nenhum menino desde que começou a ficar com a Letícia.
- No começo é muito difícil – Eleonora começou a responder a pergunta – Pra mim foi muito complicado, eu tinha quatorze anos. Não queria e nem podia contar pra ninguém, fiquei confusa. Confusa em relação a como contar aos meus pais, por que eu sabia em algum lugar do meu interior que eu gostava mesmo era de mulheres.
- Mas você nunca ficou com meninos?
- Já. Mas depois que fiquei com a primeira menina, nunca mais fiquei com garotos. E depois que contei ao meu irmão, as coisas ficaram mais fáceis.
- E você? – Perguntou Bianca com os olhos em Jenifer.
- Bom. Pra mim foi assustador. Por vários motivos – Jenifer parou por um segundo. Seu coração batia rápido e doía um pouco em lembrar daquela fase – Primeiro por descobrir que a Léo era apaixonada por mim. Segundo por que eu só ouvia coisas negativas sobre homossexualidade, principalmente em casa. E terceiro por que agora, lá em casa ninguém me aceita. Só o meu pai.- Nossa. Deve ser a maior barra né?
- É sim – confirmou Jenifer com a cabeça baixa. Desenhando com o dedo indicador as flores que estampavam a colcha da cama – Mas agora que eu tenho a Léo comigo, tudo fica bem mais fácil – Ela ergueu a cabeça e olhou para a namorada.Eleonora deu um beijo no rosto de Jenifer, que em seguida tombou sua cabeça em seu ombro.
- Que fofo – murmurou Bianca para si mesma.
- Já que vocês não descem para vir comer um lanchinho porreta que Cícera fez pra vocês, a gente trouxe aqui pra cima – Maria do Carmo e Cícera estavam paradas na porta, carregando uma bandeja cada uma.

2 comentários:

Anônimo disse...

vc é um fenomeno, amooo o jeito q escreve tera um maravilhoso futuro se optar por escrever

Lu disse...

Vc tem mesmo um jeito diferente de escrever... é leve e ousado ao mesmo tempo !!!! Tô que é um vício só !!! rsrsrsrs