Capítulo 134 ♥

Janice estava aflita na sala de espera. Venâncio segurava a mão da mãe o tempo todo. Enquanto Sebastião, apoiado a soleira da porta, esperava sozinho.
Jenifer chegou ao hospital e foi direto falar com Janice.
- Dona Janice, vim assim que fiquei sabendo. Alguma noticia da Regininha? – Perguntou preocupada.
- Não minha filha, nenhum noticia. Ela esta fazendo uns exames. – respondeu Janice em um tom baixo e angustiado.
Sebastião levantou a cabeça e viu a figura de Jenifer em sua frente. Caminhou até lá e disse de forma grosseira, mas de forma que só quem estava muito perto poderia ouvir:
- O que essa sem vergonha faz aqui?
Jenifer levantou-se da poltrona assustada e calma perguntou estendendo a mão:
- Oi Sebastião, tudo bem?
Sua mão ficou estendida no ar.
Com as mãos no bolso, e encarando os olhos esverdeados da jovem, Sebastião respondeu:
- Fora daqui.
- O hospital não é sua propriedade – disse Eleonora atrás de Jenifer.
Jenifer virou surpresa por ver a namorada ali e mais ainda por ter defendido-a. Esboçou um sorriso, mas não recebeu outro em troca.
Sebastião, ficou indignado com a presença de Eleonora ali. Resolveu voltar para o seu canto.
Eleonora conversava com a mãe e disse-lhe que iria até o médico para saber mais alguma coisa. Ao caminhar até onde eram feitos os exames, Jenifer pegou em sua mão e perguntou baixo:
- A gente precisa conversar não é?
Eleonora tirou sua mão da dela e respondeu com um olhar frio:
- Aqui não é hora nem lugar. – E seguiu para sala de exames.
Jenifer ficou paralisada e triste. Dafne foi até o seu socorro.
- Vamos à cantina, pegar alguma coisa pra comer.
Jenifer balançou a cabeça.
Sentaram em uma mesa que dava visão ampla de quem entrava e saia do local.
- Ela não pode condenar tanto, ela também me escondeu sobre a Úrsula – Jenifer começou a puxar assunto enquanto esperavam o pedido.
- Eu sei, mas dá um tempo pra ela. A vida dela está uma confusão imensa, logo ela vai ver que não compensa ficar brigada com você muito tempo. – animou Dafne.
- É... Espero. – e o olhar de Jenifer parou na porta, fazendo Dafne girar o pescoço e olhar também.
- Quem é? – perguntou a ruiva.
- Ela é a Úrsula – respondeu Jenifer com cara de desprezo.
- Argh! – grunhiu Dafne – Mas não posso negar que ela é a maior gata.
Jenifer a repreendeu com o olhar.
- Desculpa.
Úrsula viu Jenifer e andou mais um pouco, sentando-se em uma mesa paralela a dela.
Jenifer bufou.
Úrsula a encarava com olhos curiosos.
- O que ela tá procurando aqui? – Murmurou Jenifer.
Dafne olhou de rabo de olho para a outra mesa e entendeu.
- Querendo te provocar – constatou.
A morena terminou de tomar o café e foi até o balcão deixar a xícara, mas antes parou na mesa de Jenifer e disse olhando para ela:
- Está feliz em ter a sua doutora, todos os dias pra você agora?
- Muito – respondeu rude – Agora se me da licença... – disse levantando-se.
- Se depender de mim ela vai ficar pra sempre ao seu dispor – Úrsula lançou uma piscadela e saiu da cantina.
- Você entendeu alguma coisa? – Questionou Dafne confusa.
- Não.
Os pedidos chegaram e Jenifer voltou para sala de espera.
- Dona Janice, Venâncio, eu trouxe um café e uns bolinhos para vocês comerem – disse Jenifer entregando-lhes os alimentos. – Leva para o seu pai Venâncio – Entregou um copo para o rapaz. Queria evitar outra situação desagradável.
- Muito obrigada minha filha, agora que lembrei que estou de estomago vazio – disse Janice bebericando o liquido preto.
Eleonora estava em pé, encostada em uma pilastra, e Jenifer chegou perto dela:
- Trouxe um café pra você – estendeu o copo para ela. Mas Eleonora o recusou, empurrando-o educadamente com a mão.
- Não obrigada.
- Hum... O que a Regininha tem é muito grave?
- Não sei ainda, mas acredito que seja algo ruim.
- Não fica assim amor – Jenifer ia colocar a mão no rosto da namorada, mas foi interrompida pelo chamado do cunhado.
- Léo – chamou Venâncio – O médico.
Todos ficaram ao redor do médico e ele então se pronunciou:
- A Maria Regina perdeu o bebê.