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quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Capítulo 83 ♥

Agora foi a vez das bochechas de Dafne ficarem rosadas.
- Anda Dafne, me responde – Pressionou Jenifer.
- Ai amiga... – hesitou – isso é muito pessoal. Você vai descobrir em breve, você só vai entender na prática na teoria é um pouco... Um pouco bizarro – Dafne ria.
Jenifer ficou insatisfeita, mas não pressionou mais Dafne a contar.
Após parar de rir como hiena, Dafne recuperou o fôlego e voltou a falar de assunto sério.
- Ai ai – suspirou – Vamos falar de coisa séria agora. E a sua família... Como vai ficar agora?
O rosto de Jenifer ficou sombrio.
- Essa é a parte que eu preferia que não existisse, ou que fosse mais fácil. Não sei por quanto tempo eu vou continuar com a Léo em segredo. Eu dou muita bandeira você sabe como eu sou transparente.
- Muito transparente – concordou – Pelo que percebi as coisas não vão ser fáceis. Desculpe te dizer isso, mas acho que você vai provocar uma guerra.
Jenifer ficou reflexiva e especulou.
- Dafne... Você sentiu tanto medo como eu quando virou lésbica? Como foi falar pra sua mãe, seu pai?
Dafne revirou os olhos.
- Eu não fiquei tão assustada que nem você. Foi muito tranqüilo pra mim, eu só fiquei assustada mesmo quando foi para contar para os meus pais que eu não era exatamente o que eles achavam. Achei que seria a decepção deles, que eles me colocariam pra fora de casa... Mas foi totalmente o contrário. Eles falaram que a partir daquele momento eles me amariam mais, e que estariam do meu lado mais do que nunca. E aprende uma coisa: Ninguém vira gay, ninguém. A gente se descobre.
- Hum, certo.
Jenifer sentiu esperança, medo, arrepios, tudo ao mesmo tempo.
- E o Demétrio?
- Foi tranqüilo também. Só ficava com raiva quando eu ficava com as meninas que ele estava afim – Dafne riu. – Ele não conversa comigo muito sobre isso, mas me respeita pra caramba.
- Hum – Jenifer tinha certeza de que com João Manoel seria completamente diferente.
- Uma pessoa que me surpreendeu foi meu pai. Me tornei muito mais próxima dele depois disso, tem muitas coisas que eu conto pra ele e não conto pra minha mãe.
- Não sei como vai ser aqui em casa, meu irmão e minha avó falaram coisas absurdas quando souberam que a Léo estava interessada em mim além de amizade. Meu pai eu não sei... Às vezes ele parece estar em cima do muro. A Dani é o meu anjo da guarda, com ela eu sei que posso contar sempre. E infelizmente minha mãe não está aqui pra eu correr pro colo dela quando me sentir perdida – os olhos de Jenifer ficaram marejados ao lembrar-se da mãe.
Jenifer deitou no colo de Dafne e enquanto tinha os cabelos acarinhados pela amiga ouvia palavras de conforto.
- Jeni... A Dani, eu e principalmente a Léo estaremos do seu lado quando essa hora chegar. Mas as coisas apenas começaram, deixa o tempo passar e dizer como você deve agir.


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E o tempo passou. Mas serviu apenas para trazer mais temor para Jenifer.
Fazia um mês e quinze dias desde que ela e Eleonora haviam começado a namorar e entre insinuações e piadinhas de mal gosto, Jenifer via que além da reprovação da família, teria que driblar os fofoqueiros e preconceituosos de plantão.
Jenifer e Eleonora almoçavam no restaurante perto do hospital e era impossível não sentir que por onde passavam os olhares curiosos as seguiam.
- Jeni, você ainda nem falou com a sua família e já esta apavorada. Acho que você está sofrendo a toa – disse Eleonora desviando a atenção de Jenifer do olhar das pessoas em volta.
- Eu sei amor... – Jenifer se interrompeu quando viu os olhos de Eleonora brilhando. – Por que você tá me olhando assim?
Eleonora ficou surpresa ao ouvir um simples “amor” de Jenifer, pois desde que começaram a namorar via que Jenifer ainda se sentia tímida em chamá-la por apelidos carinhosos.
- Do que você me chamou?
- De amor, é isso que você é né? Meu amor – A mão delicada de Jenifer acariciou a de Eleonora.
- Mas o que você ia falar?
- Ah – retomou o raciocínio – Eu sei que eu estou supondo as coisas, mas eu percebo que minha avó e o João são preconceituosos e eu não vou saber lidar com isso.
Eleonora segurou mais firme a mão de Jenifer passando-lhe segurança.
- Você vai conseguir sim, por que eu vou estar ao seu lado.

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