Capítulo 171 ♥

Eleonora tirou a pequena criança do balaio e levou para o hospital, pedindo em voz alta que chamassem o pediatra responsável, pois a criança parecia estar em estado grave.
Uma loura alta de cabelo curto e sorriso amistoso atendeu ao chamado de Eleonora e junto dela levou a criança para o berçário onde começaram os exames. Tirando a entrada da pequena criatura, o hospital estava tranquilo, permitindo assim que Eleonora ficasse no berçario.
- Como você a achou doutora Eleonora? – Perguntou a loura alta enquanto tirava a roupa da criança.
- Eu fui tomar um pouco de ar puro quando ouvi um choro, e quando cheguei perto achei essa criaturinha quase roxa de tanto chorar – Explicou Eleonora – É uma menina – Observou quando a loura tirou a fralda.
- Uma menina que está muito fraca – Assinalou a loura – Parece ter dias de vida.
- Será que ela consegue sobreviver?
A loura olhou para Eleonora com a incerteza no olhar e respondeu:
- Não sei... A gente vai fazer o possível.
Eleonora olhou no relógio de pulso e percebeu que já estava dando a hora de ir embora. Despediu-se da doutora e da criança, com um coração apertado e o desejo de aquela pequena não desistisse de lutar pela vida que estava apenas começando.

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Eleonora estava em casa junto da família e de Jenifer, mas o pensamento estava na criança que mais cedo havia encontrado.
Depois do jantar Eleonora e Jenifer sentaram na varanda, admirando o céu com seus pontos brilhantes.
- Tá preocupada meu amor? – Perguntou Jenifer afagando o rosto de Eleonora.
- Bastante – Admitiu com os olhos no céu.
- Problemas no hospital?
- Não... Achei uma criança no lixo hoje.
Jenifer arregalou os olhos.
- Não acredito, mas a criança tá bem?
- Não. Tá muito fraca, é tão pequena... – Eleonora bufou pesadamente e voltou os olhos para Jenifer, tocando os lábios de forma calma – E a menina é tão lindinha, parece uma boneca. Tem cabelos bem pretos lisos... Linda.
- Tomara que ela se recupere logo e que ache uma família. Nunca entendi quem faz esse tipo de coisa com crianças – Refletiu Jenifer.
“Eu quero ela pra mim” pensou em Eleonora.

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Dois dias depois e a criança ainda estava no hospital. Respirando por aparelhos, sendo medicada e sendo alimentada por uma pequena sonda.
Sempre que dava, Eleonora ia até o berçário ver como estava a pequena Manoela – nome que ela deu a criança, mas apenas ela a chamava assim.
- Quanto carinho com essa criança hein, doutora? – Disse uma enfermeira que foi regular a dosagem do remédio de Manoela e surpreendeu Eleonora acarinhando a pequena com os dedos dentro da incubadora.
Eleonora apenas sorriu.
- Impossível não se apaixonar por ela né? – Continuou a enfermeira – A gente a chama de “Pequena Batalhadora”. Quando eu a vi, achei que não fosse passar mais do que algumas horas e, no entanto está ai, cada dia mais forte. Logo a gente acha uma família pra ela.
Ao ouvir a ultima frase um vento gelado passou pelo coração de Eleonora, e ele se apertou.
- Você vai ser minha Manoela, minha... – Murmurou Eleonora para a pequena.