- Hoje é dia de festa, não dia de cuidar da vida dos outros. Melhor dizendo, dia nenhum é dia de cuidar da vida alheia – disse ela baixo para duas senhoras que olhavam duro para Jenifer e Eleonora.
- Plínio meu filho pare de fazer essas piadinhas, se o seu tio escuta isso, vai sair morte. Ave Maria! – Disse dando um tapa no braço do filho brincalhão.
Janice fiscalizava o marido, que fiscalizava a filha e a nora que não sabia que tinha e Eleonora e Jenifer se fiscalizavam.
Elas estavam conversando na sala com alguns familiares, lembrando coisas da infância quando Eleonora pegou na mão de Jenifer e disse:
- Vem comigo.
- Aonde? – Perguntou sem entender, colocando o copo em cima de uma mesinha qualquer.
Eleonora olhou em volta e viu que o pai não estava mais por perto e puxou Jenifer até um lugar que pra ela era muito especial.A noite estava com um céu estrelado, e com uma brisa fresca. Eleonora andou pelo jardim até chegar a um lugar onde a iluminação chegava fraca e disse:
- Quando éramos pequenos, eu e meus primos adorávamos brincar nesse jardim – Eleonora cruzou a mão com a de Jenifer e caminharam por ali, sem medo de que fossem pegas – E esse lugar aqui, era o meu preferido pra me esconder, como eu era a menor, cabia perfeitamente aqui. Aquela conversa me deixou nostálgica – Confessou – Eu era tão feliz...
- E hoje você não é feliz? – Intrigou-se Jenifer.
- Claro que sou! Eu tenho você, e esse é o principal motivo para eu ser feliz. Mas é que...
- Mas...?
-Talvez a minha felicidade esteja ameaçada. A nossa! Estou com medo por nós Jeni... – disse olhando entristecida.
- Eu estou com você e juntas não deixaremos ninguém estragar o que nós lutamos tanto pra conseguir meu amor. – Jenifer acariciou o rosto da amada e a beijou. Aproveitaram o momento e o escuro e ficaram se curtindo. Meia hora depois, Eleonora decidiu que era melhor voltarem para a festa, pois com certeza o pai daria pela falta dela, ou melhor, das duas.
Elas entraram e se juntaram a Viriato e a namorada Maria Eduarda, Plínio e Angélica e logo se inteiraram da conversa.
Assunto vai, assunto vem e a pergunta que mais era feita para casais homossexuais, especialmente os lésbicos veio à roda. Sem a menor vergonha, Plínio soltou:
- Léo... Responde pra mim com toda sinceridade, como é mulher com mulher na...
- Plínio! – Repreendeu Angélica – Isso é pergunta que se faça?
Jenifer corou e riu completamente sem jeito. Eleonora também ria e para decepção de Plínio respondeu:
- Não muito diferente do que você vê nos filmes pornôs, que por sinal, são muitos.
- Esse moleque não tem jeito mesmo – disse Viriato jogando uma almofada no irmão.
- Mas agora eu vou falar sério – disse mudando a fisionomia. – Eu entendo por que a prima gosta de mulher...
- Entende? – Questionou Maria Eduarda.
- Entendo. Mulher é a coisa mais linda que Deus inventou, e mais deliciosa também.
Todos riram.
- E a sua mulher... Desculpa amor – disse dando um beijo no rosto da namorada – desculpa Léo. Mas a sua mulher é linda, você tem um bom gosto.Jenifer olhou daquele jeito apaixonado que só ela sabia para Eleonora e trocaram um beijo carinhoso no rosto.
- É, ela é linda mesmo – concordou.
- Agora eu tenho uma pergunta pra elas – disse Maria Eduarda – Como foi quando seu pai soube Jenifer? Sua avó, seu irmão...
Eleonora olhou para Jenifer que logo se entristeceu e resumidamente elas contaram os fatos.
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João Manoel estava em casa, como sempre caminhando de um lado para outro, confabulando o melhor jeito de contar para Sebastião sobre o relacionamento da irmã e da cunhada.
Nunca esteve tão decido na vida.
- De hoje não passa! – disse convicto pegando o paletó em cima do sofá. Decidiu ir a pé.
Um comentário:
aiii posta logo, qro ver se esse barraco do chato vai dar certo rs :)
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