Leia o Texto Completo: Bloquear Seleção de texto no Blogger | Inforlogia http://www.inforlogia.com/2008/11/bloquear-selecao-de-texto.html#ixzz1AYuS8pMz (http://www.inforlogia.com) Under Creative Commons License: Attribution Non-Commercial No Derivatives Eleonora & Jenifer: Capítulo 197 ♥

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Capítulo 197 ♥

João Manoel cuspiu os caroços de uva passa no guardanapo e amassou o papel em sua mão firme. Limpou os cantos da boca com os dedos e umedeceu os lábios com a língua. Passou a mão nos cabelos e soltou um sorriso maléfico.
Sebastião esperava a resposta ansioso.
- Meu sogro... Ex sogro melhor dizendo – Se corrigiu João Manoel – Eu não tenho que perdoar nada nem ninguém, por que simplesmente a vida é dela – João Manoel olhou para Jenifer que olhava para ele – E ela faz o que ela quiser, ela não é nada minha...
- Rapaz – Ponderou Sebastião – Ela é a sua irmã, única irmã. Eu demorei muito pra aceitar a ideia de que Eleonora não era bem o que eu pensava. Precisou que ela quase me deixasse pra eu ver o tamanho da burrada que eu estava fazendo – Ao lembrar-se do acidente da filha, Sebastião reviveu a dor que sentiu – Eu sei que a Jenifer ainda espera por você, não espere que ela se canse e desista de ter o seu perdão.
João Manoel ainda olhava ora para irmã ora para cunhada. Voltou seu olhar negativo para Sebastião e respondeu convicto:
- Eu espero que ela se canse rápido por que eu não quero mesmo saber mais nada dela – Levantou-se do sofá, despediu-se da avó dando um beijo em seus cabelos e saiu pela porta da frente como um trovão.
Sebastião foi para perto de Flaviana, Giovanni e Janice que conversavam numa meia lua. Assim que o marido se aproximou Janice perguntou:
- O que tanto você conversava com o João Manoel?
- Nada demais, mulher – Disse Sebastião decepcionado, porém tranquilo – Quando as pessoas preferem continuar tapadas não há nada que possamos fazer.
Todos entenderam o que Sebastião quis dizer e assim como ele decidiram esquecer aquela tentativa frustrada.
O relógio cuco soou quando deu meia noite. O cheiro da comida invadia a sala e fazia os estômagos se revirarem de desejo.
A ceia de natal seguiu animada, mesmo sem João Manoel. E todos riram e aproveitaram todos os pratos que a empregada preparou.

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- Alguém viu minha sandália prata? – Perguntou Jenifer descendo as escadas descalças.
- Qual meu bem? – Perguntou a avó enquanto penteava as madeixas.
- Aquela de salto fino, que tem alguns strass... Queria ver como ela ia ficar com o meu vestido – Respondeu olhando para o modelito.
- Oh minha querida, uma hora dessa ela deve estar junto das suas outras coisas em São Paulo. Você a colocou naquela caixa junto dos outros sapatos por que garantiu que não ia precisar dela mais. E eu falei pra você deixar ela, mas você teimou comigo... – Lembrou a avó.
Como faltava apenas uma semana e alguns poucos dias para Jenifer e Eleonora irem de vez para São Paulo, elas decidiram, juntas, mandar parte da mudança para o outro estado.
Jenifer bufou e sentou-se no sofá.
- Ainda bem que vi isso antes do ano novo, do jeito que eu adoro decidir a roupa que vou usar em cima da hora, eu ia ficar doida se percebesse que a minha sandália não tá aqui.
- Eu avisei pra você não colocar quase tudo na caixa, deixasse pra levar as roupas junto com você.
- Eu sei vó – Exasperou-se um pouco – Ia ficar muita mala, talvez não deixassem nem a gente embarcar por achar que fossemos contrabandistas.
Jenifer e a avó riram.
A avó sentou-se ao lado de Jenifer e Jenifer deitou-se no colo dela. Fechou os olhos e parecia sentir as mãos da mãe afagando-lhe os cabelos quando era pequena.
- Onde sua mãe estiver tenho certeza que ela está radiante em ver sua felicidade, minha querida – Disse Flaviana saudosa.
- Você acha que a minha mãe estaria feliz com o destino que escolhi? – Perguntou Jenifer não tão certa quanto a avó.
- Certeza. Sua mãe era uma pessoa que tinha uma cabeça muito aberta, eu até briguei algumas vezes por ela levar as amigas lésbicas dela lá em casa quando ela tinha a sua idade – Recordou.
- Minha mãe tinha amigas lésbicas? – Surpreendeu-se Jenifer.
E então, avó e neta ficaram conversando ao longo da tarde, aproveitando cada segundo ao lado uma da outra, já que em alguns dias esses segundos ficariam cada vez mais raro.

Um comentário:

Mari disse...

Ainda bem que a Flaviana aceitou a Jeni! Ela precisa das pessoas ao lado dela, ela merece isso!!