Capítulo 180 ♥

Os olhos dos presentes se voltaram para Carolina, que parecia mais nervosa do que antes.
- E então, qual o resultado Carolina? – Perguntou Miro ansioso.
Carolina pensou ter lido o resultado de forma errada, resolveu reler o documento e depois de alguns segundos relendo o resultado, disse:
- “A análise dos resultados obtidos nesse exame de DNA nos mostra o poder de inclusão nos “loci” acima indicados. Assim, podemos afirmar categoricamente que o Sr. Vagner Lopes Pimentel... – O papel tremia em suas mãos e ela respirou fundo -... é o pai biológico da criança encontrada nesse hospital no dia 22 de Outubro de 2009”.
Carolina olhou para Eleonora que lutava para segurar o choro, mas a luta estava sendo perdida.
Do outro lado, Vagner também chorava, mas de alegria por enfim ter conseguido achar sua filha.
- Muito obrigado por cuidar da minha filha doutora – Disse Vagner a Carolina.
- Não me agradeça, agradeça a ela – Apontou Carolina para Eleonora – Ela dedicou todo seus minutos disponíveis para cuidar da Manoela... Quer dizer, da sua filha.
O homem deu um aperto de mão forte em Eleonora, mas achou pouco e a abraçou ainda mais forte. Eleonora retribuiu o abraço e disse com a voz embargada:
- Cuide bem da sua filha – E antes que pudesse obter uma resposta, correu para o berçário junto de Jenifer.
Enquanto o pai assinava alguns papeis ainda na sala de Miro, Eleonora se despedia da pequena Manoela aos prantos.
- Amor, vamos embora chega de se torturar – Disse Jenifer baixinho no ouvido de Eleonora.
Eleonora balançou a cabeça concordando, deu um beijo na testa da pequena e saiu do berçário, sem olhar para trás. Ao passar pela porta, encontrou o pai sorridente junto da sogra, indo buscar Manoela. Eleonora apenas deu um meio sorriso fraco e saiu sem dizer nada.

Quando chegaram à casa de Eleonora, Janice, Sebastião e Regina estavam na sala ansiosos esperando por Eleonora e Jenifer.
O modo como Eleonora se jogou nos colos dos pais falou por ela.
- Ela não vai ser minha – Murmurou Eleonora chorando.
Foi difícil todos ali não se comoverem junto de Eleonora, pois eles sabiam o quanto ela estava envolvida emocionalmente com aquela criança.
- Calma minha querida, calma... – Pedia o pai afagando as costas da filha.
Depois de alguns minutos chorando de forma ininterrupta, sentiu o peito arder assim como seus olhos e sua garganta. Fungou um pouco e abraçou os pais e a irmã. Depois se levantou do ninho que se formou, puxou Jenifer pela mão e subiram para o quarto.
- Não vai ser fácil pra Léo superar isso – Comentou Regina quando a irmã sumiu de suas vistas.
- Não mesmo – Concordou a mãe – Mas estamos aqui para ajudá-la, certo?
- Certo... – Disse Sebastião reflexivo – Pra falar a verdade eu nem sei se estava preparado pra isso, ainda é muita informação pra minha cabeça.
No fundo, todos pensavam igual, mas ninguém disse mais nada e cada um foi procurar algo com o que se distrair.

- Minha cabeça vai explodir – Disse Eleonora enquanto Jenifer lhe fazia cafuné.
- A minha também está doendo.
- Será que ele vai cuidar bem dela?
- Hã?
- O Vagner, será que ele vai cuidar bem da Manoela?
- Ah. Bom, espero que sim, estou torcendo muito pra isso – Respondeu Jenifer.
Eleonora levantou do colo de Jenifer e com o dorso de sua mão acariciou o rosto de Jenifer.
- Obrigada por não ter me abandonado, por estar comigo mesmo eu sendo um pouco precipitada – Jenifer olhou discordando de Eleonora – Ok, muito precipitada. Já disse que não sei o que seria de mim sem você?
- Já... Mas pode repetir – Disse Jenifer sorrindo.
- Eu não sei o que seria de mim sem você, Jenifer Improtta.
Jenifer continuou sorrindo e só o desmanchou quando seus lábios tocaram o de Eleonora.