Leia o Texto Completo: Bloquear Seleção de texto no Blogger | Inforlogia http://www.inforlogia.com/2008/11/bloquear-selecao-de-texto.html#ixzz1AYuS8pMz (http://www.inforlogia.com) Under Creative Commons License: Attribution Non-Commercial No Derivatives Eleonora & Jenifer: Capítulo IV

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Capítulo IV

Eleonora entra em casa e antes que alguém perceba, enxuga algumas lágrimas que ainda insistem em cair, vê o pai indo em direção a porta e pergunta:
- Vai aonde pai?
- Vou andar um pouco, pra fazer a digestão.
- Que bom, faz isso sim é bom pra saúde.
- Espera eu terminar de lavar a louça que eu vou com você, grita Janice da cozinha.
- Fica pra outra vez Janice, eu vou caminhar até a casa do Giovani.
- Não pai, você não ta acostumado, é longe, é melhor ir só até a pracinha.
- Escuta o que a tua filha ta dizendo, ela é medica, diz Janice já ao lado de Léo.
- Mas eu não estou doente e eu não engoli essa história de Regininha ir jantar em casa de namorado, eu vou ver se ela esta lá mesmo.
- Não pai, vai ser o maior vexame, por que a Regininha... Tenta argumentar Eleonora
- É a minha filha e eu vou até lá sim.
Sebastião então sai e deixa Eleonora e Janice aflitas, sem saber o que fazer.
Janice tenta ir atrás de Sebastião para tentar convencê-lo do contrário mas não adianta, ela então senta no sofá com medo do que poderia acontecer.
- É hoje que seu pai esfola ela viva, diz Janice aflita.
- Já sei! Exclama Eleonora. Vamos ligar... Não, não, ligar na que não pega bem, vou pessoalmente na casa do doutor Giovani dizer pra quem estiver lá pra inventar uma história, pronto.
- Isso minha filha, vai lá e pede pra quem atender a porta pra não falar onde a Regina está, pelo amor de Deus.
- Tá mãe, eu vou de carro e o pai está a pé, vou chegar antes dele. Eleonora então sai e vai até a casa de Giovani.


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Jenifer está na sala estudando quando ouve a campainha tocar incessantemente, estranha pois não esperava ninguém, vai até a porta então ver quem é.
- Oi... A voz de Eleonora então trava, por alguns segundos ela fica vidrada na figura que esta a sua frente, ela nunca tinha visto Jenifer tão de perto. Seus olhos percorreriam ligeiramente cada detalhe de Jenifer, seus cabelos curtos e repicados, seu olhos miúdos e levemente esverdeados, sua boca pequena e seus dentes perfilados, seus ombros salpicados de sardas, seus pequenos seios redondos e o short branco que deixava a mostra suas coxas torneadas. E antes que Jenifer percebesse o olhar de Eleonora viajando seu corpo, ela continua:
-Oi, você é a Jenifer né?
- Sou e você quem é?
- Eleonora, irmã da Regina, desculpa a pressa mas é uma...
- Ixi, sua irmã foi pra escola com o resto da família.
- É sobre isso que eu preciso falar com você, posso entrar?
- Claro, responde Jenifer abrindo a porta e dando passagem pra que Eleonora pudesse entrar.
- Então Jenifer, meu pai não sabe que a Regininha aceitou o convite pra ser madrinha da bateria, e ela com certeza deve está no maior samba lá na quadra, e se o meu pai desconfiar que ela está lá, a coisa vai ficar feia pro lado dela.
- Pelo o que o João Manoel me falou ele é bem bravo né?
- Seu Sebastião é um homem nascido e criado no sertão nordestino, pra ele filha tem que ser vigiada 24 horas pra não sair da linha nunca e casar virgem.
As duas caem na risada e Jenifer diz:
- Nos dias de hoje? É ruim hein?
- Pra você ver, os tempos mudaram mas meu pai continua pensando igual ao meu avô.
- Mas perai, se a Regina vai ser madrinha de bateria da escola, ela vai ter que dançar de tapa sexo na avenida.
- Ela acha que vai, por que meu pai quando souber disso, é capaz de mandar essa menina de mala e cuia pro Recife na casa dos meus tios.
- Mas se a Regina está decidida, se ela aceitou ser a rainha da bateria, eu acho que não tem saída. Mais cedo ou mais tarde seu pai vai ter que saber...
E novamente a campainha toca, Jenifer e Eleonora se olham assustadas e Eleonora diz:
- É o meu pai.
- Só pode ser, por que eu não estou esperando ninguém, mas calma por que eu vou dar um jeito nisso, se esconde ali, diz Jenifer apontando para de trás do sofá.
Ela então respira fundo e vai abrir a porta.
- Oi...
- Oi eu sou o pai da...
- A claro, claro, seu Sebastião...
- A Regininha ta ai?
- Não, não. Ela jantou aqui com a gente, assistiu o jornal e depois foi ao cinema com o João, acho que depois iam comer uma pizza, diz Jenifer.
- Vive de pizza essa menina...
-É... Mas eu não sei se ela vai voltar aqui, o senhor quer deixar algum recado caso a Regina venha pra cá?
- Eu vou passar na casa da minha irmã, se Regininha aparecer, diga que eu estou atrás dela, obrigado e tenha uma boa noite.
- Boa noite, diz Jenifer fechando a porta e com cara de espanto.
Eleonora então sai de trás do sofá e Jenifer diz:
- O que o seu pai vai fazer na casa da Dona Do Carmo? Não tem ninguém lá.
- Exatamente, responde Eleonora. Isso basta pra ele se tocar que era hoje a festa da Nalva, ai ferrou, ele vai sacar na hora que a Regininha ta na escola. Eu preciso impedir que meu pai de um flagra na Regininha.
- O que você está pensando em fazer?
- Eu vou lá na quadra arrancar a Regininha de lá antes que meu pai chegue.
Obrigada Jenifer, você foi dez, diz Eleonora virando de costas e indo em direção a porta.
- Não, espera só eu trocar de roupa, eu vou com você, com duas fica mais fácil pra gente armar o lance.
- Ta legal, mas vê se não demora hein?
- Pode deixar, eu sou rápida no gatilho, diz Jenifer subindo as escadas.
Eleonora então fica esperando por Jenifer sentada no sofá, leva a mão ao peito e sente que o coração batia forte. Não entendia o por que de tantas palpitações, talvez pela cilada em que acabara de se meter ou talvez por que Jenifer havia mexido com as emoções dela.