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segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Capítulo 259 ♥

Como se algo tivesse estourado dentro de seu cérebro, Jenifer se recordou de que vira Marcela na rua e que provavelmente a pergunta de Eleonora decorria de algum comentário que Marcela fizera.
Jenifer saltou do sofá e se sentou a mesa junto de Eleonora que se esforçava para colocar aquele arroz com salada e peito de frango goela abaixo.
- Por que perguntou em qual Itaim a tia da Bel mora? – Perguntou Jenifer cuspindo as palavras.
- Por nada – Respondeu Eleonora secamente.
- Sabe, eu acho que é no Bibi eu nunca lembro – Mentiu Jenifer.
- Eu já entendi Jenifer, esquece.
A dureza na voz de Eleonora fez Jenifer recuar. “Não deveria ter falado nada, idiota” Jenifer se recriminava.
Uma repentina saudade do calor de Eleonora parecia ter tomado conta de Jenifer. Eleonora colocou o prato na pia e foi para o banheiro. Escovou os dentes, trocou de roupa e deitou na cama. Jenifer apagou as luzes da sala desligou a televisão e deitou ao lado de Eleonora. Suas mãos começaram a acariciar a barriga de Eleonora por cima do moletom.
Eleonora tirou a mão de Jenifer de sua barriga e virou de costas, puxando Jenifer para junto dela. Mas Jenifer não queria dormir, não naquele momento.
- Desculpa, Jeni. Estou com muita dor de cabeça – Justificou Eleonora. Sua cabeça parecia que estava sendo atacada por pequenos martelos.
Jenifer emburrou-se e tirou a mão de Eleonora virando-se de costas, agarrando o outro travesseiro que estava na cama.

Mais calmas Jenifer e Eleonora acordaram de frente pra outra. Seus olhares enigmáticos penetravam uns nos outros, causando arrepios nas duas. Eleonora pensava em tudo que viveram até as coisas começarem a desmoronar e ainda buscava respostas para que as coisas estivessem ruins entre elas. Talvez ela já soubesse a resposta, só não queria acreditar.
Jenifer também se lembrava de todos os obstáculos que enfrentou para ficar com Eleonora e agora nada fazia sentido. Tudo fora jogado na correnteza. Mas a saudade de Eleonora começava a apertar no peito de Jenifer. Ela se aproximou mais de Eleonora, abraçando-a. Sua mão esquerda por dentro da blusa de Eleonora.
- Você está quente – Disse Jenifer com segundas intenções.
- Também quem não fica quente com esse edredom e esse moletom? – Eleonora ignorava o assédio de Jenifer com uma facilidade que até ela desconhecia.
- Quer ficar mais quente?
- Agora eu tenho um hospital me esperando – Eleonora levantou da cama e deixou Jenifer deitada com vontade de quebrar a primeira coisa ou pessoa que aparecesse a sua frente.
Eleonora ouviu Jenifer praguejar em voz baixa e da porta do quarto disse:
- Quando eu te procurei você recusou fazer amor comigo e não foi uma e nem duas vezes, agora quem não quer sou eu.
A semente plantada meses atrás começava a brotar agora e Jenifer não tinha pensado nos frutos que colheria. Mas logo seu nervosismo foi sendo tomado pela calmaria. Kátia estaria lá a qualquer momento para dar aquilo que Eleonora recusara.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Capítulo 258 ♥

Longos dias em que Jenifer e Eleonora pareciam não se entender tanto se arrastavam lentamente. Jenifer estava distante, estava como o tempo, fria. E para Eleonora o tempo parecia mais frio, mas o frio que sentia era independente da temperatura que o termômetro mostrava. Eleonora procurava dentro de si algum erro para que Jenifer estivesse se afastando gradualmente. Mas não conseguia achar uma resposta.
Marcela também estava um pouco distante. Já não chegava mais no hospital sorridente, nem abraçava Eleonora calorosamente como antes. Mas Marcela alegava com firmeza que estava tendo problemas familiares que Eleonora não poderia ajudar. A verdade não era essa. O amor por Eleonora crescia cada segundo mais e por mais que doesse, Marcela estava tentando um afastamento. Tentando. Pois todas as tentativas eram frustradas. Mas Marcela conseguia se manter firme, e quando sentia desmoronar corria para o banheiro e chorava o suficiente para se sentir mais forte em seguida e encarar Eleonora naturalmente.
Mais um dia no hospital chegara ao fim e Marcela ia embora. Ia para o Itaim Bibi visitar uma amiga que não via há tempos. Subia uma rua íngreme quando ao longe viu alguém conhecido. Apertou os olhos e a figura foi ficando mais nítida. Era Jenifer. “Mas o que ela faz aqui?” Perguntou-se Marcela.
Jenifer descia a rua com os olhos no chão, distraída quando ouviu uma voz chamar seu nome. Gelou da cabeça aos pés, ninguém poderia vê-la naquele lugar.
- Oi Jenifer, o que faz perdida aqui? – Perguntou Marcela simpática.
O coração de Jenifer palpitava enquanto seus pensamentos organizavam uma mentira rápida e convincente.
- Nada, eu só... Só vim buscar um livro na casa da tia da Abelle, uma amiga. Tenho que ir – Mentiu Jenifer nervosa saindo em disparada.
A boca de Marcela se abriu para dizer algo, mas Jenifer já estava a muitos passos de distância.
“Não diga nada a Eleonora, não diga nada a Eleonora” Mentalizava Jenifer enquanto ia para o metrô.
Marcela sentiu uma pulga atrás da orelha, mas a ignorou.


Aquela rara tranquilidade no hospital permitiu a Eleonora que ficasse bons minutos descansando na área externa do hospital. Marcela voltava da lanchonete com sucos e salgados para ambas.
- Ah, Léo. Vi a Jenifer lá no Itaim Bibi esses dias – Comentou Marcela abrindo seu suco.
- Itaim Bibi? – Repetiu Eleonora – O que ela estava fazendo lá?
- Disse que foi buscar um livro na casa da tia de uma tal de Abela, Anabela... Não lembro o nome.
- Abelle - Corrigiu Eleonora.
- Isso, Abelle. E ela parecia com pressa até achei que estava perdida por que vocês moram aqui há pouco tempo... Léo? – Chamou Marcela percebendo Eleonora fora de órbita.
- Só estava tentando lembrar se é no Itaim Bibi mesmo que a tia da Abelle mora – Eleonora sentia a cabeça trabalhar incansavelmente em busca da resposta.
- Hum... – Marcela se segurou para não perguntar algo que deixasse Eleonora com a mesma pulga que a dela.
- Enfim, vamos comer logo que o tempo aqui nesse hospital voa.


Em casa Eleonora chegou sem muito cansaço devido ao dia tranquilo. Jenifer estava sentada na sala vendo algum programa.
- Milagre você em casa antes de mim, amor – Brincou Eleonora.
Jenifer resmungou alguma coisa com os olhos na tevê. Depois que o seu caso com Kátia saiu do controle, seus horários também saíram de controle e Jenifer passara a chegar mais tarde em casa. As desculpas começaram a ficar escassas e ela estabeleceu horários com Kátia.
- Pois é – Respondeu Jenifer vagamente – Tem comida na geladeira – Informou despreocupada.
- Já jantou?
- Já.
Eleonora foi para cozinha e enquanto o jantar esquentava no microondas, perguntou:
- Amor, onde aquela tia da Abelle mora?
- No Itaim Paulista, por quê? – Jenifer se esquecera completamente de que vira Marcela dias atrás.
- Ah, por nada – Eleonora sentiu o estômago se retorcer.
A comida quente ficou dentro do microondas.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Capítulo 257 ♥

Depois de ouvir o que Jenifer dissera a vontade que tomava conta de Dafne era de atravessar o telefone e esgoelar Jenifer com as próprias mãos.
- Eu... Não acredito... Nisso que você está me dizendo. Desde quando você tá traindo a Léo?
- Tem um mês e pouco... Eu achei que depois da primeira vez eu fosse conseguir parar, mas acontece que eu só sei querer mais e mais. – Confidenciou Jenifer.
- Eu poderia esperar isso de qualquer pessoa, menos de você. Estou muito decepcionada.
As palavras de Dafne pareciam um chicote nas costas de Jenifer, ardiam, machucavam, doíam na alma.
- Depois de tudo que vocês passaram, depois de tudo que VOCÊ passou pra ficar com ela... Jenifer, a Léo que traiu primeiro, né? Isso não partiu de você. – A ficha de Dafne parecia não ter caído ainda ou ela não queria acreditar mesmo.
- N-não – Jenifer temeu dizer a verdade.– A Léo não me traiu.
Jenifer ouviu Dafne xingar em voz baixa.
- Isso só faz minha decepção aumentar ainda mais. Mas acho que já te julgaram demais, não vou fazer isso.
Mesmo que fossem velados, Jenifer sentia que Rafael e Abelle a julgavam todos os dias, todas as vezes que o nome de Kátia surgia.
- Jenifer, você se lembra que você queria ter um filho com a Eleonora?
- Aham.
- E agora você vem dizer que está traindo ela? Q-que... Quer saber, Jenifer? Não é só com a Rosalie que não quero mais falar por hoje. Desculpa, mas não dá.
Jenifer tentou argumentar alguma coisa, mas o “tu tu tu” do telefone já tinha entrado no lugar da voz de Dafne.
Dafne sentia um zunido estranho na cabeça, aquela notícia a deixara realmente decepcionada e preocupada. “Como a Léo vai lidar com isso quando souber?” Eleonora era a única preocupação de Dafne naquele momento.

Depois da ligação de Dafne e da total falta de respostas que esperava da amiga, Jenifer estava em um estado que ela não sabia nomear. Estava triste, preocupada, ansiosa – por encontrar Kátia novamente – confusa... A cabeça latejava. Eleonora ainda não chegara e ela se viu obrigada a tomar um remédio para curar a dor de cabeça pra poder fazer o jantar.
Algumas horas depois Eleonora entrava pela sala. Parecendo feliz.
- Oi, minha vida – Disse Eleonora abraçando Jenifer que estava cortando alguma folha verde em tiras finas.
- Oi, Léo. – Jenifer percebeu um sorriso no rosto de Eleonora e virou-se para olhá-la melhor – Tá feliz?
- Muito. Consegui salvar a vida de uma jovem hoje, ela chegou muito mal no hospital e eu... Consegui salvar a vida dela. Isso não é ótimo?
Jenifer não conseguiu sentir a mesma felicidade que Eleonora expressava.
- É, isso é muito bom. Fico feliz por você amor – Disse Jenifer sem emoção voltando a atenção para suas folhas picadas.
Eleonora parecia uma bexiga que acabara de ser esvaziada. Jenifer costumava comemorar as alegrias de Eleonora, no mínimo dava um abraço de urso e um beijo longo. Mas naquele fim de tarde mal olhara nos olhos da esposa.

Capítulo 256 ♥

Poder desabafar mesmo que pela metade com Rafael era um baita alívio para Jenifer. Ter os longos braços de Abelle para lhe confortar também eram bons. Mas ela sentia falta dos longos cabelos cor de fogo que brilhavam a luz do sol. A distância havia afastado parcialmente Dafne e Jenifer. Uma amizade a distância era bem diferente. Coisas poderiam ser escondidas facilmente, pois olhares não eram vistos. E a marca registrada de Dafne era saber reconhecer um olhar: olhar triste, olhar de quem blefa, olhar de quem está feliz. E Jenifer sentia falta dos diagnósticos precisos da amiga ruiva.
Naquele final de semana Eleonora estava no hospital por conta da escala – já que há algumas semanas ela tinha ido trabalhar por livre e espontânea pressão da sua impaciência com Jenifer.
Jenifer andava de um lado para outro com o telefone sem fio na mão. Pensando se ligava ou não para Dafne e contava o que estava acontecendo. Estava se sentindo mal por Dafne compartilhar todas as coisas com Jenifer e ela – Jenifer – não fazer o mesmo por puro medo. Pois Jenifer tinha medo de perder Dafne, não que ela não tivesse medo de perder Rafael ou Abelle, mas com Dafne era diferente. Era uma amizade mais sólida, antiga e que estivera presente nos principais momentos de sua vida.
Jenifer deitou no sofá, o telefone repousando sobre sua barriga. Pegou o aparelho na mão e discou o número de Dafne. No terceiro toque a voz doce de Dafne ecoou no telefone.
- Amiga que saudade de você – Disse Dafne saudosa – A gente só se falou por e-mail nos últimos tempos, onde já se viu uma coisa dessas? Não quero mais saber de ficar sem ouvir sua voz por tanto tempo, entendeu?
- Tudo bem – Respondeu Jenifer sorrindo do outro lado da linha.
- E a Léo como está? Diga a ela que estou com muita saudade.
- Vou dizer. E você e a Rosalie, estão bem?
Dafne soltou um barulho estranho pela boca o que Jenifer presumiu ser uma bufada.
- A gente brigou, não quero falar com ela hoje.
- Hum... Eu e a Léo também estamos brigando – Disse Jenifer já começando a ficar nervosa.
- Por que? O que está acontecendo?
- Promete que vai me deixar falar e depois você fala? – Jenifer roía o toco de unha do dedo indicador.
- Jenifer Improtta, o que é que você está fazendo de errado?

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Capítulo 255 ♥

Durante a aula Penélope não tirou os olhos de Kátia e parecia querer entender mais do que as explicações que ela dava. Kátia tentava não olhar e desejar tirar a roupa de Jenifer e transar com ela ali mesmo. Jenifer contava as horas para ter Kátia outra vez em seus braços.
Kátia passou algumas questões para que toda a sala respondesse. Não era algo tão difícil, mas Penélope encontrou dificuldade e foi até a mesa de Kátia pedir ajuda. Ajoelhou ao lado da professora e começou a prestar atenção na sua explicação particular.
Jenifer ergueu os olhos, desejando arrancar Penélope de lá, ainda mais depois de ver as duas trocando sorrisos.
- Você tá vendo isso? A Penélope agora é lésbica e eu não estou sabendo? Ela está dando em cima da Kátia – Queixou-se Jenifer para Abelle.
- Você tá vendo coisas, Jeni – Garantiu Abelle com os olhos no exercício – A Pê é hétero e ela não está dando em cima da Kátia.
Mas para Jenifer seus olhos estavam vendo exatamente aquilo. Penélope estava interessada demais em Kátia.


No horário do intervalo o assunto foi o mesmo de mais cedo: Kátia.
- E então, descobriu o que a Kátia tem, Penélope? – Perguntou Max arqueando uma sobrancelha.
- Descobri que ela é cheirosa demais, o perfume parece que gruda no seu pulmão – Declarou Penélope inspirando, como se tivesse o perfume bem diante do seu nariz – E os olhos dela são perfeitos.
Abelle e Jenifer se entreolharam confusas. Jenifer não conseguiu ficar quieta.
- Vai me dizer agora que você é lésbica?
- Não! – Exclamou Penélope rapidamente – Mas talvez eu tenha uma ligeira vontade de experimentar e adoraria que a minha primeira experiência fosse com a Kátia, ela parece que sabe fazer as coisas muito bem.
Max e Ícaro deram risadinhas cheia de significados. Jeremias brincava com o canudo que estava no copo. Jenifer engolia sua raiva aos poucos, se segurando para não dizer nada que a comprometesse.
- Não sabia que você tinha vontade de ficar com mulher – Disse Jenifer tentando passar a maior naturalidade.
- As coisas mudam, não é? – Perguntou Penélope pegando sua bolsa e indo para o banheiro.


Depois da aula, na casa de Kátia ela e Jenifer conversavam, quando Jenifer contou sobre o que ouvira de Penélope mais cedo. Kátia riu.
- Isso é ciúme? É sério? – Perguntou Kátia.
- Não – Garantiu Jenifer – Não tenho ciúme de você. Ela nunca foi muito com a sua cara e agora vem dizer que quer ficar com você?
- Se isso não é ciúme, eu realmente não sei o que é. Esquece Jenifer. A Penélope não tem vez comigo, ainda.
Jenifer beliscou a barriga de Kátia.
- Posso te perguntar uma coisa? – Disse Kátia.
- Claro.
- A Ele... – Kátia fingiu um engasgo. Quase dissera o nome de Eleonora. – Sua esposa... Ela foi sua primeira mulher?
- Foi. A primeira mulher que beijei, a primeira que fiz amor...
- Hum – Murmurou Kátia tendo lampejos do último encontro com Eleonora.
- Por que da pergunta?
- Curiosidade.
- Entendi... Posso eu fazer uma pergunta agora? – Quis saber Jenifer.
- Aham.
- Você já fez isso antes?
- Isso o que? Dormir com mulheres? Claro desde os meus quinze anos – Disse Kátia respondendo errado por diversão.
- Não – Respondeu Jenifer impaciente – Dormir com mulheres... Casadas...
- Nunca. Essa é a primeira vez. É sério – Assinalou Kátia quando Jenifer semicerrou os olhos não acreditando.
- E por que você foi logo pegar no meu pé?
- Por que você tem alguma coisa que realmente mexe muito comigo, agora mais ainda – Disse Kátia se lembrando da foto de Eleonora no celular de Jenifer.
- Agora mais ainda por quê?
- Um dia você descobre e chega de conversa que nosso tempo é curto pra desperdiçar – Kátia puxou Jenifer para junto do seu corpo beijando-a como se fosse devorá-la a qualquer segundo.

capítulo 254 ♥

Ainda esperando a resposta, Eleonora parecia uma britadeira batendo seu pé no chão.
- Eu estava na casa da Bel, não te avisei? – Disse Jenifer tentando não demonstrar a excitação que começava a se esvair.
- É? – Contestou Eleonora.
- É. Eu te avisei, disse que tínhamos um trabalho – Respondeu Jenifer impaciente indo pro quarto.
- Ah, é verdade, eu me esqueci – Eleonora seguiu Jenifer e bateu de frente quando Jenifer deu meia volta para ir pra cozinha. – Me desculpa, tá? É que está tarde...
- Tudo bem.
Eleonora beijou Jenifer e foi para cozinha, fazer o jantar. Jenifer ficou no sofá, relembrando cada segundo com Kátia, enquanto seu coração se desfazia ao ver Eleonora indo preparar alguma coisa para comerem.


No dia seguinte, Jenifer foi para faculdade com Rafael como de costume. Tudo que vivera com Kátia naquele quarto estava entalado em sua garganta, ela precisava desabafar com alguém, mas Rafael se negara a ouvir qualquer coisa relacionada a traição de Jenifer.
- Eu pensei que você fosse meu amigo, Rafa – Reclamou Jenifer chateada.
- Eu sou seu amigo, Jenifer. Já não disse que sou seu anjo da guarda? Só que não quero saber desses detalhes de você com a Kátia por que... Sei lá, não gosto – Disse o rapaz escolhendo as palavras.
- Tá, tudo bem então.
Jenifer viu em Abelle a única saída para poder dizer todas as coisas que estavam na sua mente.
- Ai, Jeni... – Suspirou Abelle inconformada – Isso vai acabar mal.
Jenifer ignorou a previsão trágica de Abelle e começou a contar os minutos pra primeira aula pois seria aula de Kátia.
- Mas me responde uma coisa: A Léo não percebeu nada diferente quando você entrou em casa? – Perguntou Abelle preocupada e curiosa.
- Não. Depois de tomar banho eu sequei o cabelo, levei meu perfume na bolsa e passei enquanto a Ká... Esquece – Jenifer desistiu de completar a frase quando Abelle fez cara de que iria vomitar ao ouvir o nome da professora.
Jeremias, Max, Penélope e Ícaro entravam na sala discutindo alguma coisa difícil de compreender, pois todos falavam ao mesmo tempo.
- Posso saber do que vocês tanto falam? – Quis saber Abelle.
Enquanto eles se sentavam em seus lugares, Kátia entrou na sala irradiando uma energia alegre. Seus cabelos soltos caiam sobre os ombros, emoldurando seu rosto fino, o cachecol roxo parecia dar um brilho especial aos seus olhos azuis.
- Estamos falando dela– Murmurou Ícaro indicando Kátia com a cabeça.
- É que eu falei que realmente quero saber o que o pessoal vê nela, sabe? – Disse Jeremias – Ela é bonita? Sim, muito bonita, mas sei lá... Não acho ela tudo isso.
- Ela tem alguma coisa que me dá muito tesão – Disse Max de forma totalmente despreocupada – Queria descobrir o que é...
- Até eu queria saber o que a Kátia tem – Disse Penélope olhando para Kátia que anotava alguma coisa na caderneta.
Jenifer fuzilou Penélope com os olhos e Abelle a cutucou com o cotovelo.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Capítulo 253 ♥

- Tá bom pra você, ou quer mais? – Perguntou Kátia deitada ao lado de Jenifer deslizando seus dedos pelos seios dela.
- Eu quero muito mais, mas... – Kátia não deixou Jenifer terminar, e a beijou com vontade – Mas eu tenho mesmo que ir embora – Continuou Jenifer afastando Kátia delicadamente – Vou tomar um banho.
- Pode ir, vou deixar você ter esse tempo de descanso – Disse Kátia rindo maliciosamente.
Enquanto Kátia ouvia o barulho da água do chuveiro, o celular de Jenifer começou a tocar baixo em algum canto daquele quarto que parecia mais um acampamento de guerra, tamanha bagunça que estava. Kátia começou a buscar o barulho que foi ficando mais alto a medida que chegava a porta do quarto. O aparelho estava no bolso da frente do jeans de Jenifer, que estava em baixo da blusa de Kátia.
Kátia teria desligado o aparelho, mas o chamado lhe tirou todo ar que inspirava. “Amor chamando” piscava na tela do celular, e junto ao nome uma foto de Eleonora brilhava.
Para que Jenifer não escutasse o celular tocando, Kátia atendeu.
- Alô? Jeni, tá me ouvindo? – Perguntou Eleonora do outro lado da linha.
O coração de Kátia parecia ter recebido um choque elétrico muito forte. Ela afastou o aparelho do ouvido e desligou. Atônita. Ela poderia jurar que seu coração parara de bater. Kátia então começou a navegar pelo menu do celular de Jenifer, em busca de onde ficavam as fotos. Achou a pasta escrita “Fotos” e não pensou duas vezes em abrir. Ainda acreditava ter visto e ouvido demais, precisava ter certeza de que aquela Eleonora era a “sua” Eleonora, aquela que havia deixado há tantos anos.
As primeiras fotos eram de Jenifer e os amigos, impaciente Kátia começou a passá-las mais rapidamente quando uma foto de Eleonora sozinha surgiu. Kátia deu zoom e analisou cada detalhe daquele rosto conhecido, daquele sorriso que a conquistara, daquele olhar doce, mas que da última vez que o vira estava azedo e amargurado.
“É ela...” Apenas isso se repetia na mente de Kátia.
O barulho do chuveiro cessou e Kátia guardou o celular no bolso da calça novamente.
Jenifer voltou pro quarto enrolada numa toalha rosa. Kátia arrancou a toalha dela e a jogou na cama.
- Eu preciso ir embora, Kátia... – Tentava escapar Jenifer.
- Você precisa disso agora – Disse Kátia autoritária descendo a boca pelo corpo de Jenifer.
Saber que Eleonora estava mais próxima do que pensava, fez a excitação de Kátia se tornar ainda mais intensa.


Kátia levara Jenifer até perto da casa dela, parando alguns arriscados quarteirões abaixo. Mesmo que fosse a noite, e rua fosse mal iluminada, a cor do carro de Kátia não era muito discreta.
- Amanhã a gente se encontra de novo? – Perguntou Kátia puxando o freio de mão do carro e virando pra olhar Jenifer.
- Sim – Respondeu Jenifer.
- Então, até amanhã.
Jenifer deu um beijo em Kátia e sairia do carro se a mão de Kátia não a impedisse. Enlouquecida, Kátia abriu o zíper da calça de Jenifer, fazendo-a agarrar o banco do carro com força. Enquanto se beijavam Kátia fazia Jenifer ter mais um orgasmo, rápido, porém de tirar o fôlego.
Com o coração batendo a milhões por minuto Jenifer ia para casa, ofegante por dois motivos: Kátia e Eleonora. Mais por Kátia, pois ao pegar o celular via que não tinha nenhuma ligação de Eleonora o que indicava que a mesma não havia ligado – o que não era bem verdade.
Rafael estava na portaria enquanto o pai estava ajudando a sindica em algum problema quando viu Jenifer chegando.
Os dois se olharam e Rafael apenas balançou a cabeça negativamente soltando um longo suspiro.
- Boa noite, Rafa – Desejou Jenifer ignorando a cara de Rafael.
- Boa noite, Jenifer. Tudo bem? Fez o trabalho direito? – Perguntou Rafael irônico.
- Fiz sim, fiz o trabalho direitinho – Retrucou Jenifer no mesmo tom de ironia.
O elevador parou no térreo e Jenifer foi para o seu apartamento, desejando estar lá em baixo trocando farpas irônicas com Rafael.
Lá dentro, Eleonora olhava a cada meio minuto para a porta da sala e quando a maçaneta girou ela ficou de pé, seu pé direito nervoso batendo repetidamente no chão. Os braços cruzados e a testa vincada.
Jenifer entrou e encarou Eleonora.
- Eu posso saber onde você tava? – Perguntou Eleonora tentando controlar a vontade de gritar.
Jenifer engoliu em seco.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Capítulo 252 ♥

Um grande portão branco se abriu quando Kátia endireitou o carro para entrar numa garagem. Acabara de chegar em sua casa. Kátia apertou o botão do controle que abria o portão e entrou. Desligou o carro, desabotoou o cinto numa velocidade incrível. Tirou o material das mãos e Jenifer e jogou tudo no banco traseiro.
- Até que enfim – Disse Kátia com as mãos em Jenifer, praguejando contra a baixa temperatura que dificultava a tirada das várias peças de roupa.
Jenifer recuou um pouco. Depois de alguns meses a consciência resolvera doer?
- Que foi? Vai me dizer que você está mens...
- Não, não – Negou Jenifer de imediato – Nada pode nos impedir hoje. Só acho que a gente tem que sair daqui.
Kátia sorriu e as duas abriram as portas simultaneamente. Ambas se comportaram até estarem dentro da casa, pois o portão tinha fendas grandes e qualquer um poderia ver o que acontecia do lado de dentro.
Quando a porta da sala bateu as costas de Kátia Jenifer encostou sua professora na parede, segurando-a pelo pulso.
- Só toma cuidado... Pra não... Deixar nenhuma marca – Disse Jenifer sentindo as mãos de Kátia apertarem sua cintura.
Kátia ignorou qualquer advertência e enquanto se despiam por completo, se encaminharam para o quarto esbarrando nas paredes e na porta do quarto.
Kátia jogou Jenifer na cama e subiu em cima dela. Mordendo os lábios inferior com desejo desabotoou o próprio sutiã e colocou as mãos de Jenifer em seus seios, massageando-os.
Jenifer sentou-se e começou a acariciar Kátia com os lábios, completamente excitada. Mas Kátia queria estar no comando então voltou a jogar Jenifer na cama e que as preliminares fossem para o espaço, ela queria o prato principal e era agora.
Afastando a calcinha de Jenifer Kátia a invadiu com três dedos de uma vez arrancando um gemido rouco de sua aluna. Kátia tirou a calcinha de Jenifer jogando-a em qualquer conta, entreabriu as pernas de Jenifer vorazmente. Degustava o doce sabor de Jenifer com intensidade. Jenifer tentava conter seus gemidos e gritos, mas estava difícil saber o que era controle naquele momento. Conduzia a cabeça de Kátia enrolando seus cabelos pretos em seus dedos.
Um orgasmo fora do comum fez Jenifer gritar e soltar os cabelos de Kátia por medo de arrancá-los, se agarrou aos lençóis jogando o corpo de um lado para o outro.
Vendo que havia agradado, Kátia continuou a lamber, morder e sugar a intimidade de Jenifer, obtendo mais um orgasmo. As pernas de Jenifer trepidavam de excitação. Seu corpo suava.
Kátia nem esperou Jenifer ficar menos ofegante deitou-se ao lado dela pegando a mão de Jenifer e colocando em sua intimidade. Jenifer começou a massagear Kátia enquanto suas línguas lutavam em suas bocas. Jenifer foi descendo a boca pelo corpo de Kátia, fazendo sua professora copiar seus gemidos altos e exagerados.
O inverno havia ficado do lado de fora daquele quarto que agora estava quente.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Capítulo 251 ♥

O inverno chegara com força total na capital paulista. Jenifer e Rafael estavam gordos de tantos agasalhos que vestiam e se refugiaram na biblioteca, que mesmo com os vidros abertos, ainda era o lugar menos frio da faculdade.
- Como assim, meu? – Perguntava Rafael indignado depois de Jenifer contar que não conseguia mais fazer amor com Eleonora.
- É como se eu tivesse uma doença terrível e ela pudesse se contaminar entende? Eu só... Nada.
- Você só o que?
- Não vou falar, você vai brigar comigo.
Rafael a olhou esperando a resposta.
- Acho que só depois de transar com a Kátia, provar desse fruto proibido que vou conseguir transar com a Léo de novo – Declarou Jenifer baixo após ouvir um “shiu” qualquer.
- Não acredito que ouvi isso, mas enfim... Isso vai ser pior, você vai acabar se envolvendo mais e mais com a Kátia e ai sim você não vai mais conseguir fazer amor com a Léo. Mas essa é só minha opinião.
- Do que vem depois eu não sei, só sei do agora. Sei que eu quero a Kátia, Rafa... – A voz de Jenifer ficou pesada e triste – E a Léo não vai saber que eu transei com a Kátia, então ela vai estar lá pra mim de novo.
Rafael revirou os olhos indignado.
- Você sabe o que faz da sua vida, Jenifer...


Dias frios se seguiram. Jenifer e Kátia se encontravam as escondidas nas dependências da faculdade enquanto a perna de Jenifer ainda lhe causava alguma careta de dor. Do outro lado Eleonora se apegava ainda mais a Marcela, a amizade havia crescido de uma forma natural. Mas para Marcela além de amizade o seu amor por Eleonora crescia desenfreado. Era uma luta diária tentar segurar seus desejos por Eleonora. Mas Marcela não conseguia se manter afastada de Eleonora para ela era pior, mais dolorido e muito, muito difícil de fazer.
Entre Eleonora e Jenifer as coisas estavam mornas, andavam brigando com mais frequencia, por pequenas coisas. E a perna de Jenifer se tornara a desculpa mais usada para que ela recusasse fazer amor com Eleonora.


- Então hoje você vai enfim as vias de fato com aquela vaca? – Perguntou Abelle enojada pelo ato ainda não consumado entre Jenifer e Kátia.
- Sim, eu vou as vias de fato com a Kátia – Disse Jenifer enfatizando o nome da professora.
- Mas, me responde uma coisa: Se vocês ainda não transaram, o que é que faziam as escondidas?
Jenifer revirou os olhos, um sorriso reprimido nos lábios.
- Tanto faz, não sei nem por que perguntei isso. Olha só, cansei de aconselhar você, só vou te dar mais um recado presta atenção: Você pode se tornar a traída da vez. A Léo vai encontrar em outra pessoa o que você não está dando pra ela. E não digo só sexo, é carinho, afeto... Você tá muito diferente com ela. – Abelle suspirou e concluiu: Mas sinceramente, acho que a Léo jamais faria isso.
- Falando assim até parece que sou a vilã da história – Disse Jenifer.
- Vilã eu não diria, mas você está saindo uma bela de uma biscate – Sentenciou Abelle.
- Vai se ferrar Abelle – Xingou Jenifer – Bom, tá na hora – Jenifer olhou pro relógio e um segundo depois o sinal tocou avisando que as aulas terminaram.
- Aonde vocês vão? Motel, mato, drive-in...?
- Você está tão engraçadinha, hein Bel? Não sei...
- E a Léo, se ela chegar em casa e você ainda estiver com a Kátia?
- Eu disse pra ela que talvez fosse pra sua casa fazer um trabalho.
- Pra minha casa? – Perguntou Abelle com a voz esganiçada.
- É, pra sua casa – Confirmou Jenifer ansiosa – Agora tenho que ir.
Ansiosa e temerosa, Jenifer foi ao encontro de Kátia andou uns dois quarteirões, distância suficiente para que ninguém a visse entrando no carro de Kátia. Kátia parou numa esquina e depois de Jenifer olhar para cima e para baixo, entrou. As mãos que já estavam frias por causa da baixa temperatura pareciam ter sido mergulhadas em um balde de gelo. O único calor que Jenifer pensava sentir era do sangue quente que corria em suas veias. O coração palpitava. Arrependimento? Insegurança? Medo? Ela não sabia.
- Pronta? – Perguntou Kátia ainda mais ansiosa que Jenifer abotoando seu cinto de segurança.
Jenifer confirmou com a cabeça. Sua voz parecia ter sumido.
- É impressão minha ou a Jenifer estava indo embora com a gostosa da professora Kátia? – Perguntou Max parando a moto para dar uma carona a Abelle.
- Você não viu nada – Disse Abelle com a voz firme.
- Não vai me dizer que...
- Você não viu nada – Repetiu Abelle ainda mais firme.
Abelle subia na moto quando ouviu Rafael chamá-la. A loura desceu da moto e pediu que Max esperasse.
- A Jenifer... Ela já foi? – Perguntou Rafael quase sussurrando.
- Foi – Respondeu Abelle encarando Rafael – Infelizmente, não podemos fazer nada.
- A nossa amiga perdeu o juízo – Disse Rafael mais decepcionado que Abelle.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Capítulo 250 ♥

Depois de ouvir tudo que Eleonora dissera, Marcela deu um longo suspiro entristecido, pois suspeitava que Jenifer estivesse traindo Eleonora. Pensou em dizer o que realmente achava, mas a expressão tristonha de Eleonora a fez recuar na decisão.
- É complicado e muito normal casal brigar. Vocês têm que conversar. Só o diálogo pode resolver isso. E não fique pensando besteiras – Alertou Marcela – Apenas converse com ela, uma hora ela não vai aguentar e vai dizer tudo que está sentindo.
- É o único jeito mesmo – Disse Eleonora – Obrigada, Ma. Você é uma ótima amiga.
Marcela estava sentada na poltrona que ficava na lateral da cama.
- Vem cá – Disse Marcela batendo as mãos no colo.
Eleonora riu sem entender.
- Eleonora Ferreira da Silva – Intimou Marcela – Eu estou mandando.
Eleonora sentou no colo de Marcela que a aninhou em seus braços e acariciou seus cabelos.
- Quando minha irmã e eu éramos pequenas e ela fazia alguma coisa errada e apanhava dos nossos pais, logo em seguida ela vinha correndo e ficava assim comigo, como você está. Depois de crescidas quando ela vinha pra cá ou eu ia pra casa dela, ela mora em Goiás e algum problema acontecia, ela fazia a mesma coisa e eu dizia: Tudo vai passar, tudo vai ficar bem. E eu repito isso pra você, Léo: Tudo vai passar, tudo vai ficar bem.
Eleonora sorriu. Marcela sentiu um aperto no coração, mas a única coisa que poderia fazer por Eleonora era cuidar dela. Expor sua paixão, pedir para que ela largasse Jenifer e se entregasse a ela não ajudaria em nada.


Eleonora ficou apenas até a metade do horário no hospital. Voltou pra casa, sentindo-se mais leve e mentalizando o que Marcela dissera “Tudo vai passar, tudo vai ficar bem”.
Jenifer estava organizando suas coisas da faculdade, jogando resumos que usou para estudos fora, separando xerox para devolver a quem pedira emprestado quando ouviu a porta da sala bater. Seu coração deu um pulo de susto.
Eleonora parou no batente da porta. As duas se olharam por longos minutos. Enigmáticas. Eleonora tentava buscar as respostas, Jenifer tentava esconder as respostas.
- Chegou mais cedo – Disse Jenifer livrando a cama da bagunça que fizera.
- O hospital estava muito parado e como estou ou estava de folga, sai mais cedo. – Respondeu Eleonora ainda parada na porta.
- Quer alguma coisa pra comer?
- Sua perna? Como está? – Perguntou Eleonora ignorando a pergunta de Jenifer.
- Doendo bem menos.
Eleonora jogou a bolsa no chão e começou a se despir. Jenifer arregalou os olhos como se aquilo fosse uma anormalidade. Eleonora ajoelhou-se na cama e começou a tocar Jenifer ainda por cima da roupa.
“Como você é perfeita” Pensou Jenifer enquanto Eleonora beijava seu pescoço e desabotoava o seu short. Mas a lembrança dos gemidos de Kátia no telefone fez Jenifer perde-se do prazer que Eleonora dava a ela.
A excitação de Jenifer foi se esvaindo, mesmo que seu corpo estivesse dizendo ao contrário. Eleonora a tocava exigente. O que até meio minuto era perfeito se tornou cansativo. Jenifer não conseguia se concentrar no que Eleonora fazia. Depois que Eleonora perguntou gentilmente se estava bom, Jenifer percebeu que estava quieta demais e começou a simular gemidos enquanto Eleonora se perdia em cada centímetro do seu corpo.
Depois de Eleonora se jogar na cama completamente exausta e satisfeita, Jenifer disse que ia tomar banho. Eleonora recusou alegando preguiça e Jenifer foi pro banho, estava completamente excitada e sentia que explodiria a qualquer momento. Viu como saída se resolver sozinha, mais uma vez desejando que Kátia estivesse ali. Como se uma luz tivesse se acendido em sua cabeça, Jenifer voltou no quarto e pegou o celular olhando de rabo de olho para Eleonora que parecia ter adormecido.
Jenifer foi nas ligações recebidas e viu que o número de Kátia ainda estava lá e ligou para ela.
- Alô, Kátia? – Jenifer estava aos sussurros.
- Ora, ora. Minha aluna preferida me ligando, o que foi? Ficou alguma dúvida da última aula? – Perguntou Kátia ironicamente.
- Eu... Preciso que você me ajude em uma coisa.
- O que? Não acredito... – Kátia começou a se excitar com a voz sussurrada de Jenifer.
Jenifer tentava controlar o volume dos gemidos enquanto ouvia Kátia gemer do outro lado da linha.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Capítulo 249 ♥

Jenifer permaneceu isolada no quarto durante todo o restante do dia. Não conseguia olhar para Eleonora sem se lembrar da cena de mais cedo. Ignorou todas as tentativas de conversa que Eleonora demonstrou e só sentia se afundar mais na sua confusão.
Já passava das dez da noite e Jenifer não comera nada. Eleonora estava na cozinha, remexendo a comida já fria com o garfo limpo. Não conseguira comer nada, todas as tentativas foram frustradas.
Pegou algumas frutas na fruteira e jogou tudo no liquidificador com leite gelado. Colocou a vitamina num copo e o que ficara no liquidificador colocara num copo pra Jenifer.
Eleonora entrou no quarto e Jenifer virou-se para poder olhá-la.
- Toma, você também não comeu nada durante o dia todo – Disse Eleonora entregando o copo para Jenifer.
Jenifer quase recusou a vitamina, mas o seu estômago roncou e ela resolveu beber.
- Você está me escondendo alguma coisa – Acusou Eleonora depois de virar a vitamina em duas goladas.
Jenifer engasgou e tossiu algumas vezes, assustada.
- Não estou te escondendo nada – Afirmou Jenifer com um olhar inexpressivo.
- Jenifer, eu te conheço... Você está muito distraída, irritada e... A gente já não faz mais amor como antes.
Jenifer sentiu uma pontada no machucado da perna. Era a verdade que começava a doer.
- Me desculpa, Léo, é só que... – Jenifer passou as mãos no cabelo jogando-os pra trás – São as provas que estão me estressando, apenas isso.
- Tudo bem, se você não quer falar, eu não vou te pressionar – Guinchou Eleonora convicta de que Jenifer estava mesmo mentindo.
- Você não acredita em mim?
O olhar enviesado de Eleonora respondera a pergunta.
Naquela noite, cada uma dormiu de um lado da cama. Aquele vazio entre elas era só o começo de algo maior que estava por vir.


O celular de Eleonora despertara no domingo no horário certo para ir trabalhar. Apesar de ter conseguido folgar todo o final de semana, Eleonora decidiu ir trabalhar pra não ter que brigar com Jenifer outra vez.
Jenifer sentiu os movimentos de Eleonora na cama e levantou se apoiando nos cotovelos.
- Hoje você está de folga – Disse Jenifer bocejando em seguida.
- Estava – Respondeu Eleonora colocando a blusa de frio com pressa.
- Te ligaram por causa de alguma emergência?
- Não. Estou indo por livre e espontânea vontade – Eleonora colocou o relógio no pulso, pegou a bolsa e saiu do quarto batendo a porta.


No trabalho Eleonora estava visivelmente irritada. Respondendo curto e grosso o que lhe perguntavam.
- Léo, a paciente do quarto 370 está reclamando de dor no ombro – Disse Marcela.
Eleonora sequer olhou para Marcela. Escreveu o que julgou ser um remédio para cortar a dor num papel e estendeu a mão para que Marcela pegasse.
Marcela voltava para o quarto quando parou no meio do caminho. O remédio que estava descrito ali não era o que a paciente precisava.
- Léo... Esse remédio que você prescreveu... É pra febre – Corrigiu Marcela devolvendo o papel.
Eleonora bufou, amassou o papel e jogou no lixo que estava aos seus pés. Escreveu outro rapidamente e entregou a Marcela.
Depois de dosar o remédio corretamente para a paciente, Marcela saiu à procura de Eleonora que provavelmente estava visitando alguns pacientes.
Mas para engano de Marcela Eleonora estava encostada a janela, o vidro aberto sentindo aquele ar frio de inverno tocar seu rosto.
- Eu queria saber, por que cargas d’água você veio trabalhar hoje? – Perguntou Marcela – Em plena folga... Não que eu não goste de ter você aqui, mas é que você tá de folga Léo e como você vê, isso aqui está muito tranquilo.
Marcela notou que Eleonora não deu um pingo de atenção a sua tagarelice.
- O que aconteceu, Léo? Quer conversar?
- Vamos pra outro lugar – Disse Eleonora caminhando para um quarto vazio.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Capítulo 248 ♥

O final de semana chegara e aproveitando a folga e o final das provas Eleonora e Jenifer decidiram colocar a limpeza da casa em dia. Eleonora ficou por conta das roupas, enquanto Jenifer limpava os móveis.
- Amor, tem mais alguma roupa jeans sua pra lavar? – Gritou Eleonora da área de serviço.
- Não.
- Certeza?
- Certeza.
Jenifer começou a passar o pano sobre o portarretrato da mesinha lateral quando se tocou de que esquecera o papel em que Kátia anotara seu número de telefone dentro do bolso da sua calça.
Eleonora olhava os bolsos de suas calças e tinha certeza de que não esquecera nada em nenhum deles. Pegou as calças de Jenifer e revistou todos os bolsos, pois da última vez havia encontrado uma nota de cinqüenta reais no bolso.
- Só falta ser dinheiro – Disse Eleonora ao sentir alguma coisa num bolso de uma calça de Jenifer.
Mas não era dinheiro, era um pedaço pequeno de papel, dobrado em quatro partes.
Eleonora desfez a primeira dobra. Quando se preparava para desfazer a segunda Jenifer apareceu feito um fantasma na área de serviço.
- Ainda bem que você não colocou minha calça na máquina, se eu perco esse papel eu morro – Disse Jenifer roubando o papel da mão de Eleonora tentando esconder o nervosismo.
- O que tem de tão importante nesse papel? – Questionou Eleonora curiosa.
- O nome de um livro que o professor passou – Respondeu Jenifer fechando a mão em volta do papel.
- Hum – Resmungou Eleonora tentando acreditar naquilo. Resolveu desencanar de qualquer idéia errada que tentasse invadir a mente e fez sinal com o dedo indicador para que Jenifer chegasse mais perto.
Encostada à maquina, Eleonora e Jenifer se beijavam ardentemente. Jenifer guardou o papel no bolso do short e deixou a mão livre para tocar Eleonora.
- Não, chega de me dominar – Disse Eleonora quando sentiu que as mãos de Jenifer prendiam seus pulsos – Quem vai te dominar agora sou eu.
- Não, eu vou te dominar – Disse Jenifer pressionando Eleonora ainda mais contra a máquina de lavar.
Eleonora começou uma pequena luta com Jenifer, que acabou deixando o clima pesado entre elas.
- Jenifer! – Bronqueou Eleonora – Que droga...
Jenifer se afastou estranhamente confusa com o grito de Eleonora.
- Desculpa, meu amor. Vem aqui – Disse Eleonora já voltando a se acalmar.
Jenifer continuou parada do outro lado cabisbaixa.
- Eu tô com saudade de tocar você, beijar seu corpo, fazer amor com você – Disse Eleonora com a voz ligeiramente embargada – Você não deixa mais eu tocar em você, Jeni... Eu tô fazendo alguma coisa de errado? Me diz que eu conserto..
- Não Léo, você não ta fazendo nada de errado – Respondeu Jenifer dando as costas saindo da área de serviço.
Jenifer passou no banheiro e rasgou o papel em pequenos pedaços, jogando-os no vaso sanitário e dando descarga em seguida.
Terminou de organizar as coisas na sala e sentou no sofá, a cabeça entre as mãos. Sentindo o coração partindo-se lentamente por vários motivos.
Eleonora ainda encostada na máquina de lavar tentava procurar alguma resposta para a mudança de Jenifer, sua cabeça começava a doer ao pensar na possibilidade de... Era melhor não pensar em nada.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Capítulo 247 ♥

- A Kátia ainda te mata, Jeni – Dizia Abelle enquanto olhava Jenifer fazer careta ao tentar coçar o machucado por cima da faixa que envolvia sua perna.
- Eu preciso dar um jeito nisso – Reclamou Jenifer passando os dedos sobre a faixa.
- Não vai dar jeito em nada, você vai acabar machucando mais sua perna – Repreendeu Abelle.
- Não é disso que eu tô falando – Murmurou Jenifer – Esquece. Vamos pra sala.
No caminho para sala, Kátia passava apressada para a sala dos diretores, mas é claro que sua pressa terminara no instante em que vira Jenifer.
- O que aconteceu com a sua perna? – Perguntou Kátia se aproximando.
- Deixei cair óleo quente.
- Nossa, deve ter doído demais – A expressão no rosto de Kátia era de horror e desapontamento.
Abelle não fez questão de ficar ali olhando para Kátia e foi pra sala, deixando Jenifer mais à vontade.
- E a culpa é sua – Acusou Jenifer.
- Minha? Não me lembro de ter jogado óleo quente em você – Kátia riu e Jenifer também.
- A culpa foi sua por ter me ligado e falado coisas... Indecentes.
- Eu não disse nada – Se defendeu Kátia.
- E nem precisava, seus sussurros te denunciaram.
- Agora com essa perna machucada é que vou te ligar todos os dias, até você estar 100% recuperada pra me dar o que eu quero – Provocou Kátia fazendo Jenifer apertar os livros nas mãos.
- E-eu tenho que ir, hoje é a última prova, a mais difícil e você não pode tirar o pouco de concentração que me resta – Jenifer virou as costas e foi pra sala meio mancando.


Eleonora caminhava tranquila pelos corredores do hospital, ao contrário do dia anterior o dia de hoje estava bem menos movimentado. Sentou-se num canto qualquer da enfermaria para terminar de prescrever um remédio quando ouviu passos. Ao levantar os olhos viu Marcela entrando e minutos depois saindo de um quarto, entrando em outro e depois saindo.
- Psiu, não vai me falar bom dia? – Perguntou Eleonora.
“Sem demonstrações de carinho” Advertiu-se Marcela.
- Oi, bom dia – Respondeu como se aquele bom dia fosse para qualquer pessoa.
- Quer tomar um café? – Ofereceu Eleonora.
- Não, obrigada. Tenho que ir ao décimo andar – E Marcela foi em direção aos elevadores.
Mais tarde no horário de almoço Eleonora saía do refeitório chateada por ter almoçado sozinha sem Marcela. Ia para o banheiro quando Marcela fazia o trajeto contrário. Eleonora parou em sua frente.
- Deixa eu passar – Pediu Marcela sorrindo enquanto tentava sair pela direita.
- Por que você tá fugindo de mim? – Perguntou Eleonora.
“Pra não fazer besteira” Respondeu Marcela mentalmente.
- Não estou fugindo de você.
- Está sim.
- Estou fugindo dos meus problemas.
- Eu sou um problema?
- Não – Mentiu Marcela começando a sentir o coração acelerar – São problemas de família.
- Você é minha amiga, Ma. Pode contar o que quiser, pode contar comigo pra tudo.
“Esse é o problema, eu sou só sua amiga” Continuava Marcela a dialogar em pensamento.
- Desencana, baixinha. Logo passa – Disse Marcela.
- Se você diz... Vou confiar em você. – E Eleonora beijou o rosto de Marcela e foi visitar seus pacientes.

Capítulo 246 ♥

Eleonora chegou em casa menos cansada, mas ainda sentindo as mãos de Marcela apertar seus ombros agora menos tensos. “Ela não pode gostar de mim mais do que amiga” mentalizava Eleonora preocupada.
- Léo, você vai querer peixe ou frango pro jantar? Léo? – Chamou Jenifer pela segunda vez distraindo Eleonora dos seus pensamentos.
- Hum... Ah, pode ser peixe – Disse Eleonora sem pensar indo guardar sua bolsa no quarto.
Jenifer colocara algumas fatias de peixe no óleo quente quando o celular tocou. Olhou no visor e era número desconhecido. Abaixou o fogo e foi até a sacada atender.
- Alô?
- Sua voz é linda pelo telefone – Disse a voz misteriosa.
- Kátia? – Sussurrou Jenifer olhando para dentro do apartamento para ver se Eleonora estava por perto.
- Sou eu. E eu quero ver você, AGORA – Exigiu Kátia.
- Você é louca? Quem te deu o número do meu celular?
- Não importa... Eu quero ver você, não aguento mais Jenifer, quero você...
Jenifer se arrepiou da ponta do dedão ao último fio de cabelo.
- Não posso, não agora.
- Amanhã então, depois da sua última prova, a gente se encontra em algum luga... – E a voz de Kátia falhou e deu lugar a alguns gemidos baixos.
- O-oque você está fazendo? – Perguntou Jenifer ainda mais arrepiada.
- Uma coisa que eu tô louca que você faça – Respondeu Kátia gemendo ainda mais alto.
O barulho vindo de Eleonora saindo do quarto assustou Jenifer que desligou o celular imediatamente e a fez voar para a cozinha. O coração acelerado deixava suas mãos trêmulas. Trêmulas o suficiente pra deixar a frigideira cair no chão ao tentar virar os pedaços do peixe que fritava, espalhando óleo quente por toda a cozinha, acertando seu pé e um pedaço de sua perna.
- Aaaaaaaaaaaaai, aaaaai – Gritou Jenifer.
- Amor! – Exclamou Eleonora arregalando os olhos e indo até perto do fogão para apagar o fogo. – Vai pro sofá que eu já vou ver sua perna.
Feito o Saci Perere Jenifer foi para o sofá, e inutilmente soprava a perna queimada.
Eleonora colocou alguns panos de prato ao redor do óleo para que ele não escorresse para outros lugares. Foi para o quarto e pegou o kit de primeiros socorros.
- Ontem foi um corte no dedo, hoje óleo quente na perna. Acho melhor você se manter afastada dessa cozinha se não quiser morrer – Disse Eleonora enquanto limpava a perna de Jenifer com uma toalha.
Jenifer não disse nada apenas resmungava de dor.
- Vem lavar sua perna no chuveiro – Disse Eleonora dando apoio a Jenifer para ir até o banheiro.
Eleonora mudou a temperatura do chuveiro e colocou na água fria. Mas pela expressão na cara de Jenifer parecia que a água queimava em sua pele.
- Por sorte queimou de leve, não vai precisar ir pro hospital – Disse Eleonora já enxugando a perna de Jenifer, passando pomada em seguida.
Depois de cuidar do machucado de Jenifer, Eleonora beijou seu rosto e pegou em suas mãos, encarando seus olhos com preocupação.
- São apenas as provas que estão te deixando distraída? – Quis saber Eleonora.
- E o que mais seria? – Retrucou Jenifer.
- Não sei, tem alguma coisa a mais te preocupando?
- Não, não tem nada acontecendo – Disse Jenifer desviando os olhos pra o teto – Vou terminar de fazer o jantar.
- Nada disso, pode ficar aqui com a sua perna pra cima, eu termino. – E Eleonora foi arrumar a bagunça feita pelo óleo, sua cabeça começando a fervilhar com as respostas vazia de Jenifer.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Capítulo 245 ♥

O dia no hospital havia sido cheio e muito agitado. Marcela e Eleonora conversaram apenas coisas sobre os pacientes que entravam e iam direto pra cirurgia ou os que recebiam alta e aqueles que deveriam receber uma dosagem maior de algum remédio para cortar a dor.
No fim do dia quando o sol já estava quase se pondo, Eleonora por fim conseguiu sentar-se na poltrona que ficava na sala onde os outros médicos guardavam seus pertences. Rodava tranquilamente na cadeira giratória, olhos fechados sentindo enfim um pouco de tranquilidade quando Marcela chegou e parou o movimento com as mãos ficando cara a cara com Eleonora, respirando bem próxima a ela.
Eleonora abriu os olhos e se deparou com o sorriso largo de Marcela diante dos olhos, impossível não sorrir de volta.
- Acabou com a minha diversão – Declarou Eleonora levantando-se.
- Desculpa – Pediu Marcela jogando-se na cadeira – Você parece cansada, Léo.
- Estou um caco, estou tensa – Constatou apertando os ombros rígidos e doloridos – Ainda bem que já está na hora de ir pra casa.
- Aceita uma massagem? – Ofereceu Marcela com segundas intenções disfarçadas.
Eleonora sentou na cadeira, relaxada sentiu as mãos de Marcela apertar seus ombros.
- Tira a blusa, fica melhor – Pediu Marcela já puxando a blusa de Eleonora pra cima.
Sem perceber as intenções – ou sem querer perceber – Eleonora tirou a blusa e colocou no colo. Marcela abaixou as alças finas do sutiã de Eleonora, depois passou creme nas mãos e deslizou pelos ombros da doutora em movimentos precisos e intensos.
Mesmo sentindo que a tensão de Eleonora já havia ido embora, Marcela continuou a massagear delicadamente, deslizando os dedos em desenhos abstratos e circulares fazendo a respiração de Eleonora ficar irregular.
- A Jenifer tem mesmo motivos para ter ciúmes de você – Disse Eleonora levantando-se da cadeira e evitando que as coisas fossem por um caminho que não queria.
- Ela não gostou muito de mim, não é? Percebi pelas olhadas que me deu ontem.
- Ela disse que você gosta de mim mais do que como amiga. Ela tem razão? – Questionou Eleonora totalmente curiosa.
- Hum... N-não – Gaguejou Marcela disfarçando e indo lavar as mãos, fugindo do olhar de Eleonora – Você disse que entre você e eu há somente amizade, e é nisso que eu acredito.
- É isso que você acredita e quer?
- Por que você tá me perguntando isso? – Marcela estava se sentindo torturada pelo questionamento de Eleonora.
- Por que agora não pareceu que você era só minha amiga – Disse Eleonora de forma sorrateira, chegando mais perto de Marcela. – E talvez... Nada.
- Diz – Pediu Marcela em tom de prece.
- Eu ia dizer que talvez fosse melhor que nos afastemos um pouco. Mas eu não quero te afastar – Assinalou Eleonora quando viu que Marcela arregalou seus olhos de jabuticaba - Eu não quero machucar você, você é uma ótima amiga e... – Eleonora sentiu como se tivesse um navalha em sua garganta, um sentimento estranho e incomodo.
- E...?
- Não me faça falar coisas que possa me causar arrependimento daqui meio minuto.
As pernas de Marcela flexionaram e ela sentiu como se fosse cair a qualquer momento. Mas o que significava aquilo que Eleonora tentara dizer? Do que ela poderia se arrepender meio minuto depois? Será que de um jeito muito implícito ela também estava sentindo algo além de amizade?
Todas essas perguntas deixaram Marcela sentindo como se tivesse levado uma pancada e vários passarinhos estivessem rodeando sua cabeça, igual aos desenhos animados.
- Eu... Vou indo nessa – Disse Marcela completamente perdida e atrapalhada. Juntando suas coisas com pressa, querendo fugir daquela situação estranha – Tchau e até amanhã.
Eleonora voltou para poltrona onde estivera, mas não ficou rodando, apenas afundou nela e fechou os olhos. O sorriso de Marcela iluminando sua mente como grandes holofotes de luz. Suas mãos quentes e macias deixaram uma sensação de conforto em seu corpo.
“Sua mulher te espera em casa” Disse Eleonora para si mesma dispersando os pensamentos.
Dentro do metrô, Marcela sentia o coração bater apressado e angustiado. “Não posso... Não posso” Dizia Marcela para si mesma enquanto ouvia os barulhos do metrô sobre os trilhos. “Eu não posso, mas eu estou completamente apaixonada por você”. Admitiu por fim, depois de tanto lutar contra.
Marcela talvez acabasse de assinar sua sentença de morte ao se apaixonar por Eleonora.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Capítulo 244 ♥

Na manhã seguinte Jenifer decidira ir mais cedo para a faculdade e conversar com Abelle. Ela junto de Rafael eram seus melhores amigos, e Jenifer não queria que o que Abelle praguejara anteriormente acontecesse.
No caminho para a biblioteca, Jenifer trombou Kátia no caminho. Kátia estava com um visual diferente. Vestia um casaco preto por cima de uma blusa branca, jeans e tênis. Uma mistura que parecia deixá-la ainda mais atraente.
- Que foi? Não gostou do meu visual? – Perguntou Kátia vendo os olhos de Jenifer percorrerem seu modelito várias vezes.
- Gostei, gostei sim. Ficou legal.
- Já que você chegou mais cedo, que tal irmos pra um canto, estou com tanta vontade beijar você – Sussurrou Kátia no ouvido de Jenifer.
Jenifer estremeceu.
- Nã-não posso, eu preciso conversar com a Bel, a gente se fala depois.
Jenifer foi para a quadra de futebol que estivera outrora junto de Abelle para esperar por ela. Quando Abelle apontou do outro lado da quadra, Jenifer ficou feliz em ver que a amiga pelo menos dera a ela uma chance para se explicar.
- Fala, o que você quer? – Perguntou Abelle friamente.
- Tudo bem, Bel? – Perguntou Jenifer assustada com a grosseria de Abelle.
- Tudo e você, como está? – Abelle ainda sustentava a frieza.
- Bem... Senta – Jenifer bateu a mão do seu lado direito indicando que Abelle se sentasse.
Abelle sentou impaciente, esperando que Jenifer começasse a falar.
- Bel, você não vai me abandonar, ontem você disse aquilo por que estava com raiva, não é? – Quis saber Jenifer temerosa.
A tristeza que apagava o brilho dos olhos de Jenifer fez o gelo em que Abelle estava revestida derreter instantaneamente.
- Não, não vou te abandonar, Jeni. – Disse Abelle abraçando Jenifer – Eu só fiquei muito brava por ver você e a Kátia se beijando.
Jenifer sentiu-se completamente aliviada e protegida por saber que Abelle havia dito aquilo da boca pra fora.
- Eu só quero uma razão pra você estar traindo a Eleonora, só uma.
- E-eu não sei – Confessou Jenifer confusa.
- Como assim não sabe, Jenifer? Se você não sabe ninguém mais pode saber – Disse Abelle.
- É que... Eu não sei o que está acontecendo comigo ou com o que eu sinto, entende?
Abelle negou com a cabeça, talvez mais confusa que Jenifer.
- Você pode não acreditar, mas eu amo a Eleonora, amo mais do que qualquer coisa na minha vida – Declarou Jenifer – Só que... Eu... Ela foi a primeira mulher que eu beijei, que eu transei, não tive outras experiências...
- Isso não justifica – Interrompeu Abelle.
- Eu tive oportunidade de ficar com outras garotas antes de namorar a Léo, mas eu ainda estava com muito medo e muito, muito confusa com o que estava acontecendo comigo – Prosseguiu Jenifer – E depois, as oportunidades apareceram também, só que eu já estava com a Léo e bom, nenhuma garota provoca o que a Kátia provoca em mim.
Abelle sentiu um embrulho no estômago ao ouvir o nome da professora.
- E você tá gostando da Kátia?
- Não! – Exclamou Jenifer imediatamente sem pensar por meio milésimo de segundo – Eu não tenho nenhum sentimento pela Kátia, não sentimento de amor, só de...
- Sexo – Completou Abelle. – E o sexo com a Léo não é bom?
Jenifer sentiu o rosto esquentar de vergonha.
- É maravilhoso, ela é toda perfeita, mas...
- Com a Kátia é diferente.
- Isso. Se bem que nós nunca transamos, só nos beijamos.
- Jenifer, sinceramente, não sei o que te falar além de: Você está sendo muito idiota – Sentenciou Abelle deixando Jenifer com cara de você-tem-razão. – E se você continuar se encontrando com a Kátia, a Eleonora vai acabar descobrindo mais cedo ou mais tarde e ela pode não te perdoar. E se a Kátia te quiser só como um “brinquedinho”, você está ferrada duas vezes, pois vai ficar sem o amor da sua vida e sem sua professora vadia.
Jenifer riu quando Abelle chamou Kátia de vadia.
- E pode apostar que a Eleonora não fica sozinha muito tempo – Concluiu Abelle – Ela é linda demais, fofa demais, encantadora demais pra ficar sozinha.
- Ei! – Bronqueou Jenifer dando um soco de leve no braço de Abelle.
- Calma, eu sou hétero e não tenho tendências bissexuais. Mas se eu gostasse de mulheres, a Léo entraria na minha lista com certeza – Disse Abelle.
- Não sei mais se devo confiar em você depois desses elogios todos a minha mulher – Disse Jenifer em tom divertido. – Brincadeira, em você eu confio. Não confio naquela Marcela, amiga dela – Jenifer bufou de raiva ao se lembrar do jantar.
- Por que, o que tem essa Marcela? Quem é ela?
Jenifer contou tudo que vira e sentira durante o jantar em sua casa na noite anterior e por fim disse:
- Juro que se pudesse, teria jogado o molho do macarrão fervendo na cara dela.
- Meu Deus, eu não entendo você – Disse Abelle coçando a nuca – Você tem certeza que seu pai não te deixou cair de cabeça quando criança? – Abelle e Jenifer riram – Você deu esse chilique todo por medo de perder a Eleonora e faz a coisa que pode fazê-la se afastar de você pra sempre? O que é que você está pensando, Jenifer? Me responde.
- Não sei – Respondeu Jenifer murcha como uma flor.