Leia o Texto Completo: Bloquear Seleção de texto no Blogger | Inforlogia http://www.inforlogia.com/2008/11/bloquear-selecao-de-texto.html#ixzz1AYuS8pMz (http://www.inforlogia.com) Under Creative Commons License: Attribution Non-Commercial No Derivatives Eleonora & Jenifer: dezembro 2010

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

(Pausa)



Hey pessoas!!! Hoje o post não vai ser mais um capítulo da história, rs (não me matem).
Quero desejar à todas um ano novo maravilhoso!!
Que todas possam entrar em 2011 com o pé direito, animo, força e fé pra encarar tudo o que esse novo ano reserva.
Espero que em 2011 vocês continuem acompanhando minha história!
Obrigada a cada uma que lê, segue e comenta aqui. Obrigada por fazerem o blog dar certo!
O blog vai entrar em recesso por 7 dias, mas voltará com força total, cheio de emoções, aguardem =)
Um beijo à todas!!

E que venha 2011!

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Capítulo 225 ♥

Depois do episódio em que Eleonora pediu que Jenifer falasse a verdade sobre sua relação com Kátia Jenifer tentou se manter o mais afastada possível da professora.
Durante as aulas enquanto Kátia explicava, Jenifer mantinha o olhar em seu caderno, fingindo anotar qualquer coisa. Mas algumas trocas de olhares ainda aconteciam, pois era inevitável.
Kátia por sua vez estava cada vez mais determinada a ir atrás de Jenifer. Certo dia deixou um bilhete no caderno dela dizendo que estaria esperando por ela no horário da saída no estacionamento. Jenifer não respondeu e rasgou o papel em pequenos pedaços.
As piadas vinda dos amigos de Jenifer pararam, mas todos percebiam o quanto Jenifer despertava o interesse de Kátia. Jenifer não sabia, mas já se falava por alguns cantos da faculdade que sua professora tinha um interesse por ela. Isso não chegara aos ouvidos de Jenifer, pois Abelle prezava pelo bem estar da amiga.
Eleonora e Jenifer estavam bem e felizes como sempre foram. Até o presente momento não havia motivo para desconfianças e ciúmes.
Até o presente momento.


Todos saiam da sala de aula para enfim irem para suas casas, mas Jenifer e Abelle ficaram por último, pois queriam tirar uma dúvida com o professor. Depois de ter a dúvida tirada, Jenifer disse que iria ao banheiro e Abelle a esperou na cantina.
O banheiro estava vazio e Jenifer deixou seu material em cima da pia. Entrou na primeira cabine e fechou a porta. Quando saiu se deparou com Kátia em sua frente. Seu cabelo já um pouco abaixo dos ombros emoldurando seu rosto deixou Jenifer encantada.
- Com licença – Pediu Jenifer tentando passar.
Kátia deu um passo para o lado e Jenifer passou. Quando Jenifer tentou dar outro passo, Kátia a agarrou pela cintura com uma mão apenas e a puxou para dentro da cabine.
- O q.. O que você quer de mim? – Perguntou Jenifer com voz e pernas trêmulas.
Kátia ainda em silêncio desenhou o contorno da boca de Jenifer com o dedo indicador e sorriu satisfeita. Jenifer foi sentindo a respiração falhar.
- Me solta, por favor, eu preciso ir embora – Pediu Jenifer sentindo um arrepio passar pela espinha.
Kátia insinuou soltar Jenifer que tentou escapar abrindo a tranca, mas Kátia bateu a porta trancando-a novamente, encurralando Jenifer com uma mão de cada lado do seu corpo.
Kátia foi chegando cada vez mais perto de Jenifer, bem devagar, criando um clima de suspense e desejo.
- Eu... Eu vou gritar – Ameaçou Jenifer arrancando uma risada de Kátia.
- Eu sei que você me quer também, garota – Disse Kátia por fim ostentando seu sorriso.
- Eu não posso. Sou casada... E... Amo a minha mulher – Gaguejou Jenifer sentindo a boca de Kátia cada vez mais próxima da sua.
Jenifer mordeu o lábio inferior demonstrando nervosismo.
- Isso é sexy e me deixa excitada – Disse Kátia já com os lábios a milímetros dos lábios de Jenifer.
Kátia colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha de Jenifer e sorriu mais uma vez.
- Para de sorrir assim – Pediu Jenifer já se cansando de lutar contra aquela situação.
- Por quê?
- Por que eu posso não resistir.
Com calma, Kátia enfim encostou seus lábios nos lábios de Jenifer.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Capítulo 224 ♥

Jenifer permaneceu muda durante as três primeiras aulas, apenas respondendo o que seus amigos perguntavam de forma monossilábica. Estava muito séria pelo acontecimento da noite anterior e estava rezando para que as horas passassem rapidamente e que o intervalo chegasse logo.
O sinal tocou e todos se levantaram de suas carteiras para irem até a cantina, mas Jenifer os deteve em um tom duro:
- Eu preciso conversar com vocês.
- Xi, que cara é essa, Jeni? – Perguntou Max virando sua carteira para sentar de frente a Jenifer.
- Eu acho bom vocês pararem de comentar sobre a professora Kátia quando a Eleonora tiver por perto – Despejou Jenifer com os olhos semi cerrados – Ou melhor, parar de comentar qualquer coisa em relação a professora.
- Ela ouviu o que a gente disse sobre vocês? – Perguntou Ícaro.
- “Sobre vocês”? Não tem nada entre a gente, Ícaro, pelo amor de Deus – Exasperou Jenifer – E ela ouviu sim e ficou péssima achando que eu e a professora Kátia estamos tendo qualquer coisa além de relação entre aluna e professora.
- Desculpa, Jeni. Não queríamos causar problemas – Pediu Penélope afagando os cabelos de Jenifer – Mas...
- Mais nada, Pê. – Freou Abelle – Sem comentários sobre a Kátia perto da Eleonora, ok? Acho melhor vocês pararem de inventar coisas, vocês estão vendo demais...
Ícaro e Penélope se entreolharam discordando de Abelle, pois tinham certeza de que Kátia estava interessada em Jenifer. E Jenifer tentava esconder, mas estava demonstrando seu interesse pela professora.
- A gente vai à cantina, vocês querem alguma coisa? – Perguntou Penélope para Abelle e Jenifer depois de um longo silêncio.
Ambas balançaram a cabeça em sinal de negação.
Assim que eles saíram Jenifer apoiou a cabeça entre as mãos e respirou fundo por várias vezes, sentiu as lágrimas escorrer pelos dedos.
- Jeni, por que você tá chorando? – Perguntou Abelle.
Jenifer passou as mãos nos olhos enxugando as lágrimas que estavam cessando e pediu com uma voz baixa:
- Me dá um abraço?
Abelle abriu seus braços compridos e abraçou Jenifer mesmo sem entender o porquê daquela tristeza repentina.
“Eu não posso, mas eu não vejo a Kátia só como professora, droga. Eu não posso... Eu não posso...” Se martirizava Jenifer em pensamento.

Capítulo 223 ♥

- Rafa, hoje a Léo vai me levar pra faculdade, tá? Mas eu voltar com você – Avisava Jenifer pelo interfone enquanto tomava o suco de laranja.
Jenifer desligou o interfone e foi colocar mais suco no copo quando percebeu que Eleonora havia ficado quieta demais, um pouco distante. “Droga” murmurou “ela ouviu tudo” pensou.
Eleonora terminava de ajeitar a cama quando Jenifer entrou no quarto para tirar a blusa do pijama. O único barulho que quebrava o silêncio era o do tic-tac do relógio.
Jenifer terminou de se arrumar e foi até o banheiro pensando em contar e desmentir sobre o flerte. Eleonora entrou no banheiro para pegar a escova de cabelo e olhou Jenifer pelo reflexo no espelho. Abaixou os olhos e foi escovar os cabelos no quarto quando deu meia volta e parou no batente da porta, o medo gelando seu coração.
- Jenifer, ontem quando seus amigos estavam aqui... – Começou a dizer Eleonora, as palavras começaram a parar em sua na garganta e ela não conseguiu ser direta como queria.
- Então você ouviu – Concluiu Jenifer tensa.
- Tudo – Confirmou Eleonora – E eu queria saber, ou melhor, eu queria ter certeza de que aquilo é mentira.
Jenifer colocou a escova de dente no lugar, e pegou nas mãos de Eleonora que estavam frias.
- Léo, não há nenhum tipo de flerte entre a professora Kátia e eu, e se ela olha pra mim eu não ligo, por que eu sei que quando chegar em casa vou ter a mulher mais linda e perfeita me esperando – Disse Jenifer se condenando por mentir. Mas preferiu mentir a magoar Eleonora.
“Não causar nenhum tipo de dor, nunca” mentalizou Jenifer.
Eleonora acreditou sem contestar e agarrou-se a Jenifer como se fosse se perder dela e nunca mais encontrar.




- Na próxima rua você vira a direita é uma faculdade que toma o quarteirão inteiro e mais um pouco – Avisou Jenifer.
Quando avistou a faculdade Eleonora sentiu o ar fresco da manhã penetrar por seus poros, causando-lhe arrepios. “Será que eu vou vê-la?” pensou Eleonora.
A porta da faculdade estava cheia de carros, mas Eleonora fez questão de parar ali mesmo.
- Não precisa vir me buscar, amor, eu volto com o Rafa, você está de folga e precisa descansar – Disse Jenifer descendo do carro.
Eleonora não respondeu, pois Kátia roubara toda sua atenção. Kátia aparecera no estacionamento da faculdade imponente em um salto alto, exibindo toda sua pecaminosa beleza em uma calça social preta e uma camisete de seda azul clara.
- Léo, você me ouviu?
- Aham. Tudo bem, eu fico em casa. Uma boa aula, meu amor.
Eleonora fechou os vidros do carro e através deles observou Kátia caminhar pelo estacionamento da faculdade. Eleonora desceu um quarteirão, parou o carro e respirou fundo, abriu a janela até a metade para pegar ar.
- A minha Kátia, a Kátia que quase acabou com a minha vida... É ela mesmo... – Refletia Eleonora com a cabeça apoiada no volante.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Capítulo 222 ♥

- Eu sou hétero e acho a Kátia gostosa, por que você não pode achar? – Dizia Penélope para Jenifer.
- Assume Jenifer, assume que vai ficar melhor pra você – Disse Jeremias.
- Sim, eu acho a professora Kátia gostosa – Assumiu Jenifer forçadamente. – Satisfeitos?
- Vem cá – Disse Max acenando com o dedo para que Jenifer chegasse mais perto – Você pegaria ela?
- Mas que inferno! – Alterou-se Jenifer. Respirou fundo e se recompôs – Eu já falei que a acho gostosa, agora chega, né?
- Tudo bem. Desculpa. – Pediu Max jogando-se no chão novamente.
- Jenifer, só pra encerrar o assunto. Avisa pra professora parar de flertar com você, por que sua esposa é linda – Disse Penélope.
“Flertar? Eu ouvi certo?” Indagava-se Eleonora atrás da porta do quarto.
- Eu não tenho que avisar nada a ninguém, por que não tem flerte nenhum – Disse Jenifer.
- Não? – Questionou Ícaro arqueando suas sobrancelhas grossas – Então aquela encoxada na piscina não foi nada?
- Você ta viajando, Ícaro. Como você pode ver a professora me encoxando se nem mergulhou na piscina? – Questionou Jenifer.
- Ela estava muito colada ao seu corpo, logo estava te encoxando – Concluiu Ícaro.
- Pode não ter tido nenhuma encoxada, mas que ela tava bem grudada em você ela tava – Disse Max.
- Do mesmo jeito que ela tava grudada em você, na Pê, na Bel... – Disse Jenifer saindo pela tangente - Agora vamos comer alguma coisa que esse relatório abriu meu apetite.
Enquanto Jenifer e a turma iam para cozinha preparar alguma coisa rápida, Eleonora deitou-se na cama, mas não esperou por Jenifer.


Depois dos amigos irem embora Jenifer foi correndo para o quarto e desanimou-se quando chamou por Eleonora e não teve resposta.
- Tá cansada, não é meu amor? Vou deixar você dormir – Disse Jenifer beijando os cabelos de Eleonora.
Jenifer tirou a roupa e colocou o pijama. Deitou na cama e abraçou Eleonora, mas ao fechar os olhos viu Kátia e seu maiô vermelho no pensamento. Abriu os olhos e virou para o outro lado, achando injusto dormir abraçada a Eleonora pensando em outra pessoa, mesmo que esse pensamento não fosse por querer.


No dia seguinte Eleonora estaria de folga, mas acordou cedo, pois decidiu levar Jenifer na faculdade e por algum motivo desconhecido, tentar ver Kátia de perto.
Jenifer acordou mais sonolenta que o normal e se entregou a preguiça.
- Hoje eu tô de folga, mas eu vou acordar agora pra te levar na faculdade – Avisou Eleonora dando beijos nos ombros e pescoço de Jenifer.
- Se você continuar fazendo isso, eu não vou querer sair daqui – Disse Jenifer virando-se para beijar Eleonora.
Depois de um beijo longo, Jenifer estava deitada em cima de Eleonora e acariciava os cabelos bagunçados da mesma.
- Eu te amo muito, Léo. – Declarou Jenifer escorregando no corpo de Eleonora e aconchegando-se em seu peito quente.
Jenifer estava com um sentimento estranho incomodando seu coração. Não sabia se perguntaria ou não se Eleonora ouvira a conversa sobre Kátia na noite anterior. Pensou nisso por longos minutos enquanto recebia um cafuné. Por fim decidiu não falar nada, a não ser se Eleonora perguntasse.

sábado, 25 de dezembro de 2010

Capítulo 221 ♥

Jenifer queria ignorar o efeito das palavras de Kátia, mas seu corpo ia contra sua vontade. Ela parecia fervilhar naquela água fria.
O sinal tocou e todos foram para o intervalo. Jenifer não quis ir para as mesas que rodeavam a cantina aonde sempre ia com os amigos, pediu para os amigos ficar ali mesmo perto dos vestiários, lugar onde dificilmente veria Kátia.
- Ok, eu não ia dizer nada, mas é mais forte que eu – Declarou Penélope.
- Lá vem coisa – Constatou Jeremias.
- Ela está flertando com você e não vem me desmentir por que eu vi, você viu – Disse Penélope apontando para cada um do grupo – todos viram.
- Eu também não ia falar, mas... Deixa quieto – Voltou atrás Jeremias.
- Fala – Permitiu Jenifer tranquila – Pode falar Jeremias.
- Se ele não fala eu falo – Disse Max – Pega ela, Jenifer. Ela é a professora mais gostosa que já apareceu nessa faculdade.
- Cala a boca, Max – Disse Abelle dando um tapa no braço do rapaz, deixando a marca de seus dedos nele. – Ela é casada. Ca-sa-da. Eu conheço a Eleonora e ela é uma boa pessoa, não merece isso.
- Ela é uma ótima pessoa, é o amor da minha vida, a metade da minha alma, não faria nada para magoar ela, nada – Declarou Jenifer com a voz firme e o olhar no teto da quadra.
- Desculpa – Pediu Max envergonhado.
- Pronto seus folgados. Aqui está o pedido de vocês – Disse Ícaro que voltava da cantina com salgados, sucos e balas.
- Onde vamos fazer o relatório que a professora Kátia pediu? – Perguntou Max enquanto bebia seu suco de uva.
- Lá em casa tá reformando – Disse Penélope.
- Pode ser lá em casa – Disse Jenifer – Só vocês prometerem que não vão fazer bagunça.
- Todo mundo pro cafofo da Jenifer – Proclamou Jeremias arrancando risos.


Todos estavam na casa de Jenifer, sentados na sala com vários livros ao redor, queimando neurônios para fazer o relatório da Kátia quando Eleonora chegou do hospital.
- Não sabia que teríamos visita hoje – Disse Eleonora ao se deparar com rostos desconhecidos.
- Amor! Tentei te avisar, mas seu celular estava desligado – Disse Jenifer indo ao encontro de Eleonora e beijando-a de forma delicada.
Max e Ícaro se entreolharam maliciosos e ganharam almofadas de Penélope e Abelle.
- Vem vou apresentar o pessoal – Jenifer puxou Eleonora pela mão e apresentou cada um – E essa daqui é a mulher da minha vida – Terminou as apresentações com um abraço esmagado em Eleonora.
Eleonora desejou boa noite à todos de forma educada, mas o cansaço e a falta de paciência para aquilo era evidente.
- Eu vou tomar um banho e comer alguma coisa, depois vou dormir, estou quebrada – Disse Eleonora no ouvido de Jenifer. – Desculpa gente, mas eu estou muito cansada e quero cama – Disse para todos que assentiram compreensivos.
- A gente te desculpa sim, pode ir descansar – Disse Jeremias.
- Já volto – Disse Jenifer puxando Eleonora para o quarto.
E antes que Eleonora pudesse indagar qualquer coisa, Jenifer a atacou de forma voraz, deixando Eleonora sem fôlego. Suas mãos iam impetuosas e rápidas por todo corpo de Eleonora. Eleonora por sua vez não deixava barato e arrancava suspiros de Jenifer.
- Seus amigos... Estão na sala te esperando – Disse Eleonora entre espasmos de prazer.
- Eu sei, droga... – Praguejou Jenifer abotoando novamente a calça de Eleonora.
- Mas se eles forem embora logo, eu vou te esperar na cama – Disse Eleonora puxando Jenifer para mais um beijo.
Depois de ajeitar o cabelo e a blusa, Jenifer voltou para a sala com o pescoço escandalosamente vermelho. Foi impossível os outros segurarem o riso.
- Sem gracinhas, ok? – Disse Jenifer sentando-se no tapete novamente.
Minutos depois o trabalho estava concluído. E todos permitiram jogar-se no tapete.
- A Kátia é gostosa, mas a aula dela é muito pesada, acaba com qualquer um – Reclamou Max esfregando os olhos.
- Para de falar que ela é gostosa – Implicou Jenifer meio nervosa.
- Pode falar que você concorda – Instigou Ícaro sentando-se.
- Cala a boca você também – Disse Jenifer mostrando a língua para Ícaro.
- Que falta de respeito de vocês – Repreendeu Abelle – A Eleonora está em casa se é que vocês se esqueceram.
Mesmo que o tom de voz estivesse baixo, Eleonora conseguiu escutar alguma coisa relacionada a Kátia e parou atrás da porta para saber até a onde a conversa iria.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Capítulo 220 ♥

Com o passar dos dias, Jenifer acabou descobrindo a amizade de outras pessoas em sua sala deixando Rafael desanimado por às vezes não ficar apenas com ele na hora do intervalo.Jenifer agora tinha Max, Ícaro, Penélope e Jeremias além de Abelle como amigos de faculdade. Juntos formavam a turma mais aplicada e concentrada das aulas, segundo alguns professores.
O dia tinha amanhecido quente e com um sol que ardia em contato com a pele. Dia perfeito para a primeira aula prática na piscina. Toda a sala havia sido separada em pequenos grupos, alternando-se no uso da piscina.
Enquanto alguns alunos ajeitavam suas toucas e olhavam os materiais que seriam usados, o grupo de Jenifer todo ficou estático quando Kátia – a professora que ministraria a aula – apareceu exuberante em um maiô vermelho e com os cabelos presos num coque.
Jenifer desviou o olhar contra a sua vontade, mas o pouco tempo que olhou foi o suficiente para deixar desenhado em sua mente as curvas de Kátia.
- Jeni, vamos trocar de roupa? – Chamou Penélope pela milésima vez.
- Hã, aham. – Respondeu Jenifer avoada tentando não demonstrar o nervosismo.
Enquanto Jenifer caminhava para o vestiário Kátia ia ao seu encontro e provocou um esbarrão de ombros que virou um leve toque de mãos.
A primeira turma já estava na piscina com os pacientes voluntários quando Jenifer e as meninas voltavam do vestiário. Do lado de fora da piscina Kátia anotava qualquer coisa em uma caderneta. Kátia sentiu quando Jenifer chegou perto, estava sentada no banco que ficava perto da grade e levantou os olhos acompanhando o caminhar de Jenifer.
Penélope e Abelle se entreolharam e Jenifer ficou sem entender o sorriso das amigas.
Jenifer foi até o outro lado da quadra aquática pegar os materiais e Kátia a seguiu. Assim que Jenifer abaixou para pegar algumas bóias, Kátia abaixou-se também. O coração de Jenifer começou a bater mais rápido e sua respiração foi ficando ofegante. Ela sentiu um tremor quando sentiu a respiração de Kátia em seu pescoço, foi impossível não se arrepiar.
- O seu maiô... Ele está enrolado – Disse Kátia desenrolando as alças do maiô de Jenifer e passando a mão nos ombros nus dela.
- Obrigada – Agradeceu Jenifer levantando-se rapidamente deixando as bóias caírem no chão obrigando Kátia a ajudá-la.
Ao sentar junto de seus amigos, os comentários não conseguiram se controlar.
- Ela é lésbica, eu tenho certeza – Constatou Penélope assim que Jenifer se sentou.
- De quem você tá falando, Pê? – Perguntou Jenifer se fazendo de desentendida.
- A professora. Eu achei que ela fosse te agarrar ali mesmo.
- Fica quieta, Penélope – Pediu Abelle – Você tá vendo coisas demais.
Jenifer agradeceu a defesa com um sorriso.
- A próxima turma já pode entrar na piscina – Avisou Kátia.
Era a turma de Jenifer.
Ícaro faria dupla com Abelle, Max com Penélope e Jeremias com Jenifer.
Todos começaram a seguir as instruções de Kátia quando a mesma pulou na piscina para explicar de perto. Enquanto explicava trocou milhares de olhares com Jenifer que desistiu de lutar contra e deixou que acontecesse naturalmente, pois tentar lutar contra era mais difícil e mais fácil de ser notado.
Kátia se aproximou de Jeremias e Jenifer, foi explicando detalhadamente quando Jenifer se atrapalhou com um movimento.
- Jeremias, segure as pernas da Fátima, acho que vou ter que explicar de novo para Jenifer – Pediu Kátia indo até Jenifer.
Jenifer estava segurando os braços da paciente quando sentiu o corpo de Kátia colar ao seu. Jeremias arregalou os olhos quando viu que sua amiga e a professora pareciam uma só pessoa, mas disfarçou.
- Você vai pegar o braço dela e fazer esse movimento, bem devagar – Disse Kátia movimentando o braço da paciente de um lado para outro.
- Assim? – Perguntou Jenifer repetindo o movimento.
Kátia pegou no braço de Jenifer, pois julgou que ela estava movimentando muito rápido. Aproveitou a proximidade mais uma vez e disse:
- Você fica irresistível nesse maiô.
Jenifer enrijeceu-se.

Capítulo 219 ♥

- A Kátia na mesma cidade que eu e professora da Jenifer, era só o que me faltava – Pensava alto Eleonora enquanto regulava a dosagem de um remédio num paciente.
- Falou comigo, doutora Eleonora? – Perguntou uma enfermeira que olhava a prancheta do paciente.
- Não, não falei com você Marcela – Respondeu Eleonora se perguntando se Marcela ouvira o que ela dissera. – Bom, se ele tiver febre durante o dia pode dar esse remédio, ok? – Orientou – Agora vou colocar alguma coisa no estômago.
- Posso acompanhá-la? – Ofereceu-se Marcela – Eu não como nada desde a hora que sai de casa.
Eleonora assentiu e saiu de junto de Marcela para a cantina.
Marcela foi uma das pessoas que Eleonora mais se deu bem nos primeiros dias no hospital. E quase sempre estavam no mesmo turno o que as aproximava mais. E Eleonora não sabia, mas tinha mais coisas em comum com Marcela do que poderia imaginar.
- Que linda a sua aliança, doutora – Comentou Marcela enquanto bebericava o café. – É casada a quanto tempo?
- Alguns meses – Respondeu Eleonora retirando a aliança e admirando-a.
- Posso? – Marcela estendeu a mão e pegou a aliança – “Jenifer – Amor Eterno” Caramba! – Exclamou surpresa ao ler os dizeres da aliança.
- Que foi? – Perguntou Eleonora sem entender.
- Você é casada com uma mulher – Marcela estava surpresa – Eu... Eu jurava que você era hetero.
Eleonora riu do julgamento errado de Marcela.
- Sou lésbica e casada com a mulher mais linda do mundo – Disse Eleonora tirando o celular do bolso e mostrando uma foto de Jenifer.
- Linda mesmo, carinha de menina.
- A minha menina... – Sonhou acordada Eleonora – E você?
- Eu... O que?
- Você é casada, solteira, namora, divorciada...?
- Hum... Bom... – Marcela mexeu nos cabelos castanhos claros e soltou uma rajada de ar pela boca – Recém solteira. Ela me deu um pé na bunda há 10 dias e... – olhou no relógio de pulso e continuou: 10 dias e cinco horas pra ser mais precisa.
- Agora eu que tenho que dizer: Caramba!
- É, sou lésbica também – Confirmou Marcela sorrindo.
E o sorriso de Marcela pareceu iluminar todo o lugar, fazendo Eleonora esquecer o que há deixara preocupada durante todo dia.
- Bom, acho que agora temos de voltar ao trabalho, né? – Disse Eleonora rapidamente se sentindo desconfortada em passar segundos demais admirando o sorriso de Marcela.
Marcela assentiu e saíram juntas da cantina.




Eleonora chegara em casa mais cedo devido a tranquilidade rara do hospital o que permitiu curtir Jenifer por mais tempo.
Estavam deitadas na rede que ficava na sacada do apartamento ouvindo os diversos tipos de barulho que vinha do trânsito lá debaixo.
- É por isso que tem muito acidente aqui, esse povo dirige como louco – Observou Jenifer ao ouvir uma freada brusca.
- Hoje o dia foi bem tranquilo em relação aos anteriores, só teve um acidente de carro com uma moto, vários ossos quebrados – Disse Eleonora – E acidente tem em todo lugar, aqui, em Vila São Miguel...
Jenifer concordou com a cabeça e mudou o assunto.
- Amor, você só fala dos seus pacientes, nunca me disse das amizades que fez no hospital, o povo daqui é tão antipático assim? – Brincou Jenifer.
- Ah, amizade mesmo eu ainda não fiz nenhuma, mas me aproximei de uma enfermeira lá, a Marcela. Um amor de pessoa. Estamos quase sempre no mesmo turno então nos vemos sempre. E você não sabe da maior, ela é lésbica!
- Hum... – Resmungou Jenifer incomodada com o “ela é lésbica”.
- Hum o que?
- Nada – Disfarçou Jenifer.
- Você me pergunta, eu respondo e você fica com essa cara?
- Ela tem namorada? – Perguntou Jenifer ignorando a pergunta de Eleonora.

- Não, segundo ela, é recém solteira.
Jenifer se arrependera de fazer aquela pergunta a Eleonora.
- Não vai me dizer que você tá com ciúme? – Indagou Eleonora.
- Estou! – Assumiu Jenifer com a voz baixa e dura – Lésbica, solteira e não desgruda da minha mulher, isso é ótimo – Ironizou.
- Amor, não viaja, ok? Ela e eu não somos grudadas, nem amigas, apenas colegas de trabalho – Tentou tranquilizar Eleonora.
Jenifer balançou a cabeça insatisfeita.
Mesmo que Eleonora e Marcela fossem apenas colegas de trabalho como Eleonora havia garantido, Jenifer não gostou de saber sobre Marcela.
Além de uma cidade grande e um trânsito caótico, em São Paulo Eleonora e Jenifer encontraram algo que em Vila São Miguel quase não existia: Insegurança. A verdade é que nenhuma das duas conseguiu pensar nas pessoas novas que aquela mudança traria, parecia fácil, mas lidar com elas e com os pensamentos que as envolvia não era fácil.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Capítulo 218 ♥

A mudez de Eleonora causou estranhamento em Jenifer.
- O que foi, minha vida? Ficou quieta de repente.
- Nada, é só que... Nada – Mentiu Eleonora tomando um pouco de suco.
- Hum – Resmungou Jenifer insatisfeita com a resposta.
- Não é nada mesmo, meu amor. Relaxa – Mentiu Eleonora retirando-se da mesa para colocar o prato na pia.
Eleonora trancou-se no banheiro por alguns minutos. Minutos suficientes para passar uma água no rosto e recuperar o fôlego. Não entendia o porquê de o nome de Kátia lhe causar tantas reações.
“A Kátia, professora da Jenifer, não pode ser” Pensava Eleonora.
Eleonora saiu do banheiro tentando esconder o nervosismo que corria em suas veias.
Já estava ficando tarde e Eleonora achou melhor deitar-se e descansar pois um longo dia a esperava no hospital.
- Amor, vem aqui – Chamou Jenifer da sala enquanto Eleonora ajeitava a cama para deitar.
Eleonora foi até ela.
- Essa daqui é a Kátia, minha professora – Mostrou Jenifer na tela do notebook. A foto de Kátia estava junto dos outros professores no site da faculdade.
Eleonora engoliu em seco e buscou entender o porquê não havia gostado da notícia.
Kátia estava diferente desde a última vez que Eleonora a vira há um ano. Foi impossível negar que Kátia parecia ainda mais bela com aquele corte novo de cabelo.
- Hum, bonita – Disse Eleonora voltando para o quarto – Vai ficar ai mais um pouco?
- Daqui a pouco eu já vou dormir, amor. Vou só mandar um e-mail pra Abelle. – Jenifer jogou um beijo para Eleonora e voltou o olhar para o notebook.
E depois de mandar o e-mail, voltou para o site da faculdade e ficou olhando a foto de Kátia. Fechou o notebook com rapidez e se repreendeu severamente por estar sentindo um sentimento que deveria pertencer apenas a Eleonora.

 
Era horário de intervalo e Jenifer, Abelle e Rafael estavam sentados na mesa em frente a cantina quando o assunto relacionamentos começou.
- Você é corajosa – Disse Abelle apontando para a aliança de Jenifer.
- Não é coragem – Garantiu Jenifer com um sorriso grande – É amor.
- Faz tempo que você é casada?
- Não, tem alguns meses apenas.
- E o seu marido, faz o que?
Jenifer e Rafael se entreolharam e riram.
- Não tenho marido.
- É marida – Intrometeu-se Rafael – Esposa.
- É, isso mesmo, eu tenho uma esposa – Confirmou Jenifer retirando a aliança e entregando para que Abelle visse o que estava escrito.
- “Eleonora – Amor Eterno” – Leu Abelle – Que lindo, Jenifer.
Enquanto Jenifer colocava a aliança, Kátia passava perto da cantina e fez questão de parar na mesa onde os três jovens estavam.
- Espero que as senhoritas já tenham o material da próxima aula – Disse Kátia roçando sutilmente sua perna na perna de Jenifer.
Jenifer não esboçou nenhuma reação, apenas sentiu o coração acelerar.
- Já temos sim professora, pode ficar tranquila – Garantiu Abelle.
- Tenham um bom dia. – E Kátia foi para o seu destino.
- É impressão minha ou toda vez que a professora Kátia aparece você fica sem graça? Não gosta dela? – Investigou Abelle diante da falta de reação de Jenifer.
- É impressão sua – Mentiu Jenifer. Não teria como explicar o quanto aquele perfume penetrava em seus pulmões fazendo-a ficar zonza.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Capítulo 217 ♥

Jenifer chegou em casa e foi direto para o quarto, abriu a janela e praguejou contra o ar quente que entrou. Achou melhor fechar a janela e ligar o ar condicionado.
A única coisa que vinha em sua mente eram aqueles grandes olhos azuis que a perseguiriam todos os dias.
Ficou com preguiça de preparar o almoço e fez apenas um sanduíche. Passou o resto da tarde estudando sobre as matérias que aprendera.

Quando Eleonora chegou Jenifer estava preparando o jantar. Foi para o banho e voltou para ajudá-la a terminar.
Durante o jantar perguntou como havia sido o primeiro dia na faculdade nova.
- Foi bom, amor. Surpreendente... – Murmurou logo em seguida relembrando Kátia para desentendimento de Eleonora.
- Surpreendente? – Questionou Eleonora.
- É, muita gente, sabe? Lá é bem maior do que a faculdade que eu estudei, muito grande – Respondeu Jenifer rápido, escondendo o verdadeiro motivo para ser surpreendente.
- Entendi. E o Rafael, se comportou direitinho?
Jenifer riu.
- Ele foi um bom rapaz. Pode ficar tranquila, tá?
- Acho bom mesmo.
- Eu não sou a única novata na faculdade, amor. A minha professora de
ESFPT também é nova, e pelo visto muito inteligente. – Começou Jenifer a falar sobre a nova professora. – Ela nos contou que chegou não tem muito tempo da Inglaterra, foi fazer mestrado lá.
- Que legal, isso dá muita credibilidade pra faculdade e claro pra professora. Qual o nome dela?
- Kátia de... – Jenifer revirou os olhos tentando lembrar o sobrenome de Kátia.
Eleonora estremeceu na cadeira ao ligar Inglaterra com o nome que Jenifer dissera.
- Kátia de Almeida Gontijo – Lembrou-se Jenifer.
Eleonora ficou estática, qualquer reação levantaria a curiosidade de Jenifer. Eleonora ficou sem ar por alguns segundos.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Capítulo 216 ♥

A nova professora de Jenifer era a mesma mulher que por duas vezes havia encontrado casualmente na rua. Jenifer deu um sorriso e desacreditou daquilo.
Kátia entrou na sala e não percebeu a presença de Jenifer, até que passou seus olhos azuis por toda a sala olhando os rostos que lhe encaravam. Quando seu olhar encontrou o olhar de Jenifer ela também não acreditou que a sua tentação, como chamava secretamente, era agora sua aluna.
Daquela posição Jenifer pode perceber o quanto Kátia era bonita. Seus cabelos caiam sobre os ombros em um corte repicado e moderno e tinha luzes em tom castanho claro, a pele morena contrastava com a blusa verde que Kátia vestia. E o vento do ar condicionado levava o cheiro cítrico da pele de Kátia até Jenifer deixando-a inebriada.
Enquanto Kátia falava da sua estadia na Inglaterra, seu olhar encontrou o olhar de Jenifer várias vezes que tentava lutar contra a vontade de olhar nos olhos azuis de sua professora, mas por algum motivo, não conseguia não olhar.
E durante toda a aula foi assim.
No intervalo, Jenifer e Abelle que estavam bem amigas foram passear pela faculdade, encontraram Rafael no caminho e os três ficaram juntos algum tempo.
Abelle foi até o banheiro e Jenifer a esperou do lado de fora, apreciando o movimento dos alunos quando sentiu aquele mesmo cheiro vindo de algum lugar que não conseguiu distinguir. Era Kátia.
Kátia deu a volta ficando em frente a Jenifer e com um sorriso maroto disse:
- Jamais poderia imaginar que você estudasse na mesma faculdade em que eu daria aula e pior, seria minha aluna. Pior não, isso é o melhor – Corrigiu Kátia encarando Jenifer.
Jenifer ficou constrangida com tamanha intensidade do olhar de Kátia.
- É o destino pregando peças na gente – Disse Jenifer – Agora você não pode me acusar de te perseguir.
Kátia riu.
Um silêncio se iniciou, mas Abelle o quebrou quando voltou do banheiro.
- Professora Kátia, eu gostei muito da sua aula de hoje, você é bastante simpática – Elogiou Abelle.
- Obrigada – Agradeceu Kátia olhando para Abelle e depois para Jenifer – Agora tenho que ir meninas, até mais.
- Jenifer? O que você tem? Ficou meio... Estranha – Perguntou Abelle vendo os olhos de Jenifer seguirem Kátia.
Jenifer balançou a cabeça desaprovando o comportamento e respondeu:
- Hum... Nada, é só que eu ainda estou estranhando um pouco, vamos voltar pra sala, acho que a próxima aula começa logo mais – E o sinal tocou para o alívio de Jenifer – A lá, falei.

domingo, 19 de dezembro de 2010

Capítulo 215 ♥

- Jenifer? Amor? Acorda, tá na hora – Chamou Eleonora assim que ouviu o despertador tocar.
- Ah não, só mais cinco minutinhos – Pediu Jenifer rolando para o outro lado da cama.
- Nada de cinco minutinhos, aqui cinco minutos perdidos equivalem a uma hora perdida, amor. Anda Dona Preguiça, vem tomar banho comigo – Eleonora começou a fazer cócegas em Jenifer.
Era o primeiro dia de aula na faculdade nova e Jenifer queria muito que aquele dia se adiasse mais um pouco.
Eleonora levantou-se da cama primeiro puxando o lençol de Jenifer. Foi para o banho e ligou o chuveiro, Jenifer entrou no banheiro parecendo que tinha bolas de ferro amarrada as pernas. Entrou no Box e teve as costas esfregadas por Eleonora que zombava da preguiça de Jenifer.
Ao saírem do banho Jenifer e Eleonora tomaram o café da manhã e desceram juntas no elevador. Quando chegaram na portaria, Rafael estava tentando conter a ansiedade de ter Jenifer ao seu lado e não demonstrou a alegria te tê-la por perto novamente.
- Tenham um bom dia – Desejou Eleonora para Rafael e Jenifer – E você, boa sorte na nova faculdade, te amo – Eleonora puxou Jenifer pela mão e abraçou passando segurança e dando um beijo delicado em seguida.
- Você não quer uma carona até o metrô, Eleonora? – Perguntou Rafael.
- Não, obrigada. Vou caminhando – Agradeceu Eleonora indo embora.
- E então, vamos? Muito nervosa? – Perguntou Rafael para Jenifer.
- Nervosa? Eu nem sei o que é isso, só consigo sentir sono e mais sono e apenas sono – Respondeu Jenifer dando um bocejo em seguida.
- Dormiu mal essa noite?
- É, pode se dizer que sim – Respondeu Jenifer dando um sorrisinho sarcástico lembrando do por que estar sentindo sono.
Rafael ficou sem entender mas desencanou e foram para a garagem, pegar o carro.


Rafael parou no estacionamento conveniado a faculdade.
- Quer que eu te leve até sua sala? – Perguntou o rapaz acionando o alarme do carro.
- Vou querer sim, Rafa.
Enquanto caminhavam até a sala de Jenifer, Rafael foi mostrando alguns lugares para ela, como a cantina, banheiros, reitoria...
- Bom, sua sala é essa. Boa sorte no seu primeiro dia e qualquer coisa pode me ligar – Disse Rafael – Relaxa que vai dar tudo certo.
- Obrigada Rafa, você realmente não existe – Agradeceu Jenifer dando um beijo na face do rapaz.
E então Rafael foi para sua sala de Engenharia e Jenifer entrou na sua sala de fisioterapia. Quando entrou sentiu um arrepio na coluna ao ver que os olhares ali presentes estavam direcionados a ela. Alguns rapazes cochicharam alguma gracinha e riram sozinhos. Jenifer segurou firme no fichário que carregava e sentou do lado direito da sala, encostada a parede cinco carteiras para trás da primeira carteira da fileira.
Uma moça loura de cabelos encaracolados e compridos até as costas virou-se para trás e desejou bom dia a Jenifer.
- Você é nova aqui na faculdade, né?
- Na faculdade e na cidade – Respondeu Jenifer sentindo-se um pouco mais a vontade.
- Ah é? De onde você veio?
- Vila São Miguel, fica na Baixada Fluminense, Rio de Janeiro.
- Hum, não conheço, mas enfim... Seja bem vinda, prazer, meu nome é Abelle – Abelle estendeu a mão para Jenifer que retribuiu o gesto.
E antes de começarem a engatar o papo a reitora da faculdade, uma mulher esguia, de cabelo castanho claro liso cortado chanel, entrou na sala anunciando que a professora que daria o Estágio Supervisionado de Fisioterapia em Piscina Terapêutica havia saído da faculdade por motivos pessoais e que a partir daquele dia uma nova professora entraria em seu lugar.
- Dêem as boas vindas a professora Kátia de Almeida Gontijo – Disse a reitora indicando com a mão para que a professora entrasse.
E quando Kátia de Almeida Gontijo entrou na sala, o queixo de Jenifer foi ao chão e demorou a voltar.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Capítulo 214 ♥

Jenifer acordou com um feixe de luz batendo em seus olhos e estranhou quando viu Eleonora enroscada em seu corpo. Sorriu como boba quando viu que tudo tinha terminado bem e que estavam dormindo juntas como antes. Jenifer acariciou o rosto de Eleonora e beijou sua face.
Eleonora acordou com os olhos de Jenifer lhe admirando e deu um sorriso.
- Pelo visto hoje é a sua primeira folga, né? – Perguntou Jenifer sentando na cama.
- Aham – Respondeu Eleonora aconchegando-se no colo de Jenifer – Devido aos últimos acontecimentos me esqueci de falar que hoje estaria de folga.
- Então a gente pode aproveitar o seu dia de folga e o meu último dia de férias e fazer alguma coisa.
- O que você quiser meu amor. – Eleonora começou a passar os dedos na coxa de Jenifer, subindo e descendo em movimentos delicados e provocativos.
Jenifer fechou os olhos e mordeu os lábios com força quando sentiu Eleonora entrando dentro de si com seus dedos. Escorregou para debaixo do lençol e se entregou ao desejo matinal de Eleonora.


Eleonora e Jenifer voltavam do Museu da Língua Portuguesa, encantadas com tudo que viram por lá. Ao entrarem no edifício perceberam que Rafael estava na portaria. Jenifer olhou para o rapaz e depois para Eleonora e foi impossível não sentir o clima tenso que se formava entre os três.
- Chegou uma correspondência para você – Disse Rafael com leve tremor na voz, entregando um envelope para Eleonora.
- Obrigada – Agradeceu Eleonora educadamente.
Jenifer nada disse, permaneceu sem reação temendo que um simples “oi” ao rapaz fizesse Eleonora ter um ataque desnecessário.

- Léo, tenho que te falar uma coisa – Disse Jenifer receosa chegando ao apartamento.
Eleonora a olhou desconfiada.
- Segunda-feira começa minhas aulas e bom... Eu não sei muito bem como chegar lá e...
- Fala logo, amor – Pediu Eleonora cansando da demora.
- É que o Rafa... Deixa eu falar? – Interrompeu Jenifer ao ver a carranca de Eleonora ao dizer o nome do rapaz – Ele disse que me levaria pra faculdade, por que... Ele estuda na mesma faculdade onde eu vou estudar.
- E você quer saber se eu me importo de você ir com ele?
- É.
- Vai fazer diferença se eu disser que não?
- Claro, né? Não quero ter que chegar em casa todo dia e me deparar com essa sua cara de criança birrenta só por que eu fui e voltei com o Rafa da faculdade.
- Eu me importo sim, mas adianta você não ir a faculdade com ele se vão se encontrar lá todo santo dia?
- Falando assim até parece que eu vou ter encontros com ele lá – Resmungou Jenifer.
- Não coloque palavras na minha boca, Jenifer. Eu não quis dizer isso e você sabe muito bem – Eleonora respirou fundo e tentou abaixar o tom de voz que começava a se elevar – Vai, pode ir com ele sim.
- Sério? Você não vai ficar chateada?
- Um pouco, mas logo passa, não foi você que disse pra eu confiar em você? E além do mais o Genézio veio me pedir desculpas pelo Rafael e disse que ele estava bastante arrependido e que não era pra eu levar mal e blábláblá. E eu sei também que você gosta muito dele como amigo.
- Obrigada por confiar em mim, meu amor. Eu amo muito você – Agradeceu Jenifer beijando Eleonora.

Capítulo 213 ♥

O despertador tocou no mesmo horário e Eleonora levantou sentido que estava carregando um elefante em cima da cabeça. A noite mal dormida havia deixado suas marcas em seu corpo.

Ligou o chuveiro e tomou um banho morno e rápido. Trocou de roupa e pegou suas coisas, achou melhor tomar o café na cantina do hospital. Antes de sair olhou para Jenifer de longe e culpou-se por ela estar dormindo toda torta no sofá, sabia que havia pegado pesado durante a briga. Foi trabalhar contando as horas para chegar em casa e fazer as pazes.
Jenifer acordou da mesma forma que Eleonora, sentindo a cabeça pesada, mas era por ter chorado durante a noite. Chorado de raiva por receber acusações pesadas de Eleonora, chorado por ter magoado Eleonora e por ter sido magoada por ela.
Tomou apenas um copo de leite enquanto brincava com o farelo do pão que não comera. Perguntou-se o que faria para que aquele dia passasse rápido, era o que ela mais queria que a noite chegasse logo. Mas sem Rafael como seria?
Sozinha, foi até o Ibirapuera, lugar que a partir daquele dia seria o seu refugio o lugar para pensar na vida. Ficou lá até ver o sol se por.
Ao voltar pra casa deu de cara com Rafael na portaria, estava sentando-se no lugar do pai atrás do balcão. Ficaria ali até o velho voltar da casa do avô.
Jenifer ia passar direto, sem dizer nada, mas Rafael a chamou.
- Jeni? Tudo bem? – Perguntou o rapaz tímido.
- Não, Rafa. Tudo péssimo – Respondeu Jenifer um pouco grosseira.
- O que aconteceu?
- Eu contei pra Léo que você me beijou.
- E ela brigou com você?
- Claro, Rafael. Você acha que eu tô com essa cara por quê? – Gritou Jenifer – Desculpa, eu tô nervosa. Acho melhor eu ir embora.
- Eu que tenho que te pedir desculpas, Jeni. Eu que provoquei tudo isso, mil desculpas, prometo não atrapalhar mais sua vida – Disse o rapaz saindo detrás do balcão indo abraçar Jenifer.
Jenifer o deteve no caminho, impedindo o abraço.
- Acho melhor não, Rafa. A Léo pode chegar a qualquer momento e um abraço agora poderia complicar ainda mais as coisas. – Disse Jenifer com a mão no peito de Rafael.
- Tudo bem – Murmurou Rafael se afastando – Só não quero perder sua amizade, você é realmente importante pra mim, Jenifer.
Jenifer sorriu.
- Espera a poeira abaixar, Rafa. E tudo vai voltar a ser como era. Só dê um tempo pra Léo. Eu senti sua falta hoje, ir ao Ibirapuera sozinha não é a mesma coisa – Confessou Jenifer – Agora tenho que ir.
Jenifer jogou um beijo para o rapaz que retribuiu.
- Boa sorte – Desejou Rafael – Estou torcendo para que vocês façam as pazes.
Jenifer assentiu e foi para o elevador que estava parado no térreo.
Quando chegou em seu andar estranhou a música vinda do seu apartamento. Ao abrir a porta viu que Eleonora já havia chegado do hospital.
Jenifer não fez questão de avisar que havia chegado da rua, apenas fechou a porta e colocou as chaves em cima da mesinha de centro. Deitou no sofá e esperou que Eleonora viesse ao seu encontro junto com um pedido de desculpas.
E foi o que aconteceu.
Eleonora saiu do quarto e abaixou o volume do som. Estava com as mãos nas costas, escondendo algo.
- Jenifer – Chamou Eleonora ajoelhada diante de Jenifer.
Jenifer abriu os olhos ainda com a cara um pouco amarrada.
- Espero que aceite minhas desculpas, meu amor – Pediu Eleonora entregando um pequeno buquê de rosas vermelhas – Eu peguei pesado ontem, falei besteira. Mas é por que... Eu não vou admitir te perder, pensar que algum dia você pode desistir da nossa vida dói.
Jenifer pegou o buquê já toda derretida, com um olhar doce. Colocou o buquê na mesinha de centro e puxou Eleonora para o sofá, abraçando-a com toda força que sentia.
- Eu te desculpo, Léo. Eu até te entendendo, só te peço pra confiar mais em mim. Eu amo você, Eleonora Ferreira da Silva. Só você. E ninguém vai roubar isso de você, ninguém vai mudar o amor que eu tenho aqui dentro. E é pra sempre, eu...
Eleonora interrompeu Jenifer com um beijo intenso e exigente.
- Faz amor comigo? – Pediu Eleonora no ouvido de Jenifer.
Jenifer respondeu da melhor forma: tirando a própria roupa e atirando em qualquer canto da sala.
Eleonora levantou-se do sofá e puxou Jenifer para o quarto, jogando-a na cama e segurando suas mãos contra o colchão, impedindo que ela reagisse. Beijou o corpo de Jenifer com vontade, fazendo Jenifer sentir o corpo pegar fogo.
Jenifer tentou se desvencilhar das mãos de Eleonora, mas não conseguiu e quando sentiu que as mãos de Eleonora já não seguravam mais as suas, agarrou os lençóis com forças, pois sentia Eleonora invadindo o seu interior.
Não havia melhor jeito de fazer as pazes.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Capítulo 212 ♥

Jenifer chegou em casa como um foguete. Verificou o que teria para o jantar e ficou aliviada em ver que tudo estava quase pronto. Ligou o chuveiro e tomou um banho frio. A única coisa que pensava no momento era em como contar para Eleonora o que tinha acontecido, deveria mesmo contar?
Jenifer estava sentada no box do banheiro sentindo a água cair em suas pernas quando ouviu a voz de Eleonora perguntando por ela.
- Tô no banho, amor – Respondeu Jenifer se levantando.
- Nem me esperou? – Perguntou Eleonora entrando no banheiro.
- Vem – Convidou Jenifer com um gesto de mão.
Eleonora tirou a roupa e abraçou Jenifer, molhando-se.
Durante todo o banho Jenifer ficou alheia as coisas que Eleonora dizia e Eleonora percebeu que alguma coisa estava acontecendo com ela, pois sentiu tensão ao olhar nos olhos de Jenifer.
Saíram do banho e Eleonora colocava a mesa do jantar enquanto Jenifer penteava os cabelos andando pela casa. Jenifer colocou a escova em cima do sofá e quando Eleonora a chamou para jantarem, ela disse que precisava conversar com ela. “Então eu estava certa, está acontecendo alguma coisa” pensou Eleonora quando viu Jenifer sentando-se no sofá de dois lugares.
Eleonora sentou-se na ponta do sofá de três lugares, mas resolveu mudar para o outro sofá para poder olhar melhor nos olhos de Jenifer.
- Tá acontecendo alguma coisa? – Perguntou Eleonora de forma calma.
- Aconteceu... – Respondeu Jenifer franzindo o cenho.
- O que?
- O Rafa... Ele... – Jenifer vacilou ofegante.
- Ele? – Instigou Eleonora diante do nervosismo de Jenifer.
- Ele me beijou, amor. Mas... Mas eu não retribui o beijo! – Disse Jenifer rapidamente explicando em seguida.
Eleonora ficou séria instantaneamente e não escondeu a raiva que sentia.
- Amor... Eu... Droga! – Jenifer tentou explicar, mas acabou ficando mais nervosa que Eleonora e se enrolando nas palavras.
- Eu sabia... Eu sabia que a qualquer hora dessas isso ia acontecer, eu nunca confiei nesse moleque, eu via como ele olhava pra você, como ele não fazia questão de esconder o desejo dele por você, Jenifer. Eu sabia! – Explodiu Eleonora alterando a voz, assustando Jenifer, pois ela nunca vira a mulher tão nervosa. – E se você continuar sendo amiga dele, ele vai acabar te levando pra cama!
Jenifer sentiu-se ofendida ao ouvir Eleonora dizer aquilo e tentou ignorar o sentimento de desconfiança que brotava dos olhos da mulher.
- Eu não acredito que você disse isso, Eleonora! Eu não vou pra cama com ele, nem com ninguém além de você. Até parece que você não me conhece – Agora foi a vez de Jenifer explodir, as veias saltando do pescoço, o sangue corando seu rosto.
- Vai dizer que você não quis ir pra cama com ele agora? Que aqueles braços fortes e musculosos não te atraíram? – Acusou Eleonora elevando uma nota o tom da sua voz.
- Cala a sua boca, claro que não! Eu nunca quis nada além da amizade dele, você está surtando Eleonora. – Gritou Jenifer ainda mais alto.
Eleonora deu a conversa por encerrado da seguinte forma:
- Pode comer o seu frango grelhado sozinha, eu perdi a fome. – Eleonora pegou seu CD dos Beatles que Jenifer comprara pra ela e foi ouvir no quarto.
Fechou a porta com raiva, fazendo o barulho ecoar por toda a casa.
Jenifer olhou a mesa posta e resolveu guardar a comida, pois seu estômago também se recusaria a receber qualquer coisa.
Tomou apenas um pouco de água para se acalmar.
Jenifer entrou no quarto, olhou para Eleonora que a ignorou, desligando o aparelho de som e virando-se de costas para Jenifer. Jenifer pegou seu travesseiro no guardarroupa, uma colcha e foi dormir no sofá. Tudo o que menos queria aquela noite era dormir ao lado de Eleonora.


segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Capítulo 211 ♥

Era a última semana de folga de Jenifer, as férias haviam passado voando, ainda mais depois que ela e Rafael se tornaram amigos. Eleonora ainda não se sentia muito a vontade quando Jenifer chegava contando como havia sido o seu dia, o que tinha feito de diferente junto do rapaz. Mas achou melhor não pensar em nada que fizesse seu coração se encher de um sentimento que ela não queria sentir.
Jenifer e Rafael voltavam de um passeio ciclístico no Ibirapuera. O sol ameno durante todo o dia contribuiu para que o passeio se alongasse mais um pouco.
Rafael e Jenifer foram até o apartamento do rapaz que ficava no terceiro andar deixar as bicicletas. Rafael chamou pela mãe, mas não teve resposta. Ao chegar à cozinha para pegar um copo de água se deparou com um bilhete na porta da geladeira, avisando que tinha comida pronta e que era só esquentar. Seu pai como sempre estava na portaria.
Desde o primeiro dia que viu Jenifer chegando ao prédio, Rafael sentiu-se atraído por ela. Quando a amizade se intensificou Rafael ficou receoso em dizer ou fazer alguma coisa que afastasse Jenifer dele. Era difícil para ele aceitar o fato de que Jenifer era casada e casada com outra mulher.
Jenifer esperava pelo rapaz na sala, olhava as fotografias espalhadas pela estante.
Rafael chegou com o copo de água gelado e brincou colocando-o nas costas de Jenifer.
- Que susto, seu bobo – Disse Jenifer rindo e pegando o copo da mão do rapaz.
Bebeu a água de uma vez, deixando algumas gotas cair em seu colo escorrendo pelo decote da blusa.
Rafael estava bem próximo de Jenifer, próximo o suficiente para sentir no pescoço a respiração dela. Jenifer começou a ficar nervosa e ensaiou passos para trás, mas Rafael a deteve pegando suas mãos e colocando em seu coração.
- Olha como meu coração fica toda vez que eu vejo você – Disse o rapaz com a voz baixa e tremula mantendo as mãos de Jenifer em seu peito.
- Rafa, eu... Eu não posso te oferecer mais do que a minha amizade, eu... Eu amo a Léo, mais do que tudo que você possa imaginar e não quero causar nenhum tipo de dor a ela – Disse Jenifer tirando suas mãos das mãos de Rafael.
Jenifer colocou o copo na estante e resolveu ir embora sem dizer nada.
Num rompante, Rafael foi até Jenifer pegando firme em seu braço, fazendo-a ficar de frente para ele.
- Rafa, me solta – Pediu Jenifer assustada.
Rafael negou o pedido e puxou Jenifer para junto de seu corpo, roubando dela um beijo impetuoso. Ele a beijava, mas Jenifer não movimentava os lábios e quando sentiu que a língua do rapaz queria encontrar a sua, mordeu o lábio inferior dele. Rafael murmurou um “ai” e passou o dedo pra ver se saia sangue.
E sem dizer nada, Jenifer saiu do apartamento. O elevador parecia demorar a chegar e decidiu subir os sete andares restantes de escada. E assim fez.

sábado, 11 de dezembro de 2010

Capítulo 210 ♥

Apesar do episódio de dias atrás em que Eleonora ficara com ciúmes de Jenifer e Rafael, Jenifer não se afastou do rapaz. Apenas estabeleceu horários para se verem e não atrasar mais jantares ou qualquer outra coisa que tinha para fazer.
Era poucas horas antes do almoço quando Jenifer e Rafael passeavam pela Galeria do Rock, que estava bastante movimentada e tinha uma grande variedade de estilos. Jenifer olhava as vitrines quando se deparou com uma loja onde tinha vários e vários CDs e discos de vinil. Decidiu levar alguma coisa para Eleonora.
Olhou pela parte de ordem alfabética até chegar à letra B, onde viu um cd dos Beatles, banda que Eleonora adorava. Pegou o cd e foi até o caixa enquanto Rafael viaja ouvindo um cd qualquer do outro lado da loja. Quando foi chamar o rapaz para ir embora uma figura lhe chamou a atenção, diferente da maioria das pessoas que estavam ali, a figura era completamente “normal” trajava roupas convencionais, jeans e uma regata básica preta. Jenifer tentou disfarçar, mas quando deu por si percebeu que a pessoa fora da loja havia notado que ela também a olhava.
A mulher entrou na loja como quem não queria nada e surpreendeu Jenifer ao chegar por trás e dizer no seu ouvido:
- Você está me perseguindo.
O cheiro cítrico que exalava da pele da mulher fez Jenifer tremer. A voz rouca ecoou em seu pensamento.
Jenifer virou-se e encarou a mesma mulher que dias atrás havia encontrado no supermercado e olhou de forma profunda em seus olhos azuis.
- Não tem o porquê de te perseguir, eu nem te conheço – Respondeu Jenifer depois de recobrar os sentidos.
- Hum, Beatles... – Disse a mulher olhando o cd na mão de Jenifer – Mais uma coisa em comum além dos biscoitos com gotas de chocolate.
- Não é pra mim, é pra minha mulher. E eu nem sei por que estou dando corda na sua conversa – Disse Jenifer dando as costas.
A mulher percebeu que havia deixado Jenifer irritada e sorriu satisfeita.
Jenifer foi até Rafael chamando-o para ir embora.
- O que aconteceu? – Perguntou o rapaz sem entender.
- Nada – Respondeu Jenifer olhando para trás e vendo a mulher dos olhos azuis mexendo em alguns cd’s – Vamos embora, cansei daqui.

- Mais uma vez obrigada por me tirar do tédio, Rafa. Você tem sido um amigo e tanto – Agradecia Jenifer antes de ir para o apartamento.
- Não precisa agradecer, você também tem feito meus dias serem bem mais divertidos, quando as aulas começarem vou sentir falta – Disse o rapaz pegando na mão de Jenifer.
Sem que percebessem Guilhermina estava atrás da porta que dava acesso a escada e assistia a tudo de camarote e torcia para ver um beijo entre os dois. Mas se decepcionou quando Jenifer se desvencilhou da mão firme de Rafael, balbuciou algumas palavras, beijou o rosto do rapaz e subiu no elevador.
Horas depois Eleonora chegou do hospital, aparentemente abatida e cansada. Encontrou com Guilhermina na portaria conversando com Genézio que parecia não estar nem um pouco interessado no que a síndica dizia.
Desejou boa noite e foi até o elevador, apertou o botão e desejou que ele não demorasse muito para chegar ao térreo.
Enquanto Eleonora esperava, Guilhermina caminhou até ela, com um sorriso sarcástico. Parou ao lado da doutora e Eleonora esboçou um sorriso.
- A Jenifer e o Rafael estão bem amigos, né? – Disse Guilhermina.
- Estão sim, é bom ter alguém que possa distrair a Jenifer – Respondeu Eleonora demonstrando uma falsa confiança.
- É, percebi mesmo... Eles estão muito amigos, estavam até de mãos dadas hoje – Exagerou a síndica ao lembrar-se de ver Rafael pegando na mão de Jenifer.
- O elevador chegou, tenha uma boa noite dona Guilhermina – Desejou Eleonora que estava sentindo o sangue esquentar nas veias.
Enquanto o elevador a levava ao décimo andar, Eleonora pensava se o que a síndica dissera era verdade ou uma verdade aumentada. Seu coração batia amedrontado. Apesar da confiança que tinha em Jenifer, temia o fato de ela sentir vontade de ficar com homens. E como estava clara a amizade entre ela e Rafael, o medo de Eleonora voltava a tomar espaço dentro de si.
Antes de entrar em casa Eleonora respirou fundo e pediu a Deus que não demonstrasse o estresse provocado pelo o que a síndica dissera.
Ao abrir a porta sentiu o cheiro doce de pêssego, fechou os olhos e inspirou fundo aquele aroma. Ao abrir os olhos se deparou com Jenifer a olhando.
- Que foi? – Perguntou Eleonora fechando a porta.
- Não posso mais admirar o rosto de anjo da minha mulher?
- Claro, você pode tudo meu amor.
Jenifer pegou as coisas de Eleonora e colocou no sofá dizendo que o jantar já estava pronto, ligou o som e colocou o cd que comprara.
- Beatles? – Questionou Eleonora ao ouvir a introdução de All My Loving.
- Sim. Fui a Galeria do Rock hoje, achei essa coletânea dos Beatles e comprei pra você.
Jenifer pegou a mão de Eleonora e num movimento ritmado começou a dançar. Pegando a mão de Eleonora e girando-a. Eleonora estava cansada e queria apenas jantar, tomar banho e dormir nos braços de Jenifer, mas não resistiu ao convite inesperado da mulher e se entregou ao ritmo da música.
E olhando nos olhos de Eleonora cantou junto de Lennon:
- All my loving I will send to you/All my loving, darling, I'll be true/All my loving, All my loving / All my loving I will send to you.
Eleonora não lembrou em nenhum segundo naquele momento do que a síndica dissera, apenas se entregou as palavras copiadas de Jenifer e sabia que todo o amor de Jenifer era apenas para ela e mais ninguém.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Capítulo 209 ♥

Desde que Jenifer e Rafael se tornaram amigos, os dias passaram a ser bem mais agradáveis para Jenifer, o tédio havia se tornado algo extinto.
Genézio havia tirado o dia de folga para resolver problemas de saúde, e Rafael ficou por conta da portaria durante todo o dia. Jenifer o acompanhou.
Jenifer e Rafael riam de algo quando a síndica desceu até a portaria como de costume. Ao final do dia Guilhermina sempre ia até lá para saber se havia chegado encomendas em seu nome, e claro para ficar a par da vida dos moradores.
Ao sair do elevador percebeu a alegria que era refletida de Rafael e Jenifer. Ao ver Guilhermina Rafael ajeitou-se na cadeira e perguntou se a mesma precisava de alguma coisa.
Guilhermina ignorou a pergunta do rapaz de olhos cor de mel e ficou encarando-o por alguns segundos, assim como fez com Jenifer.
- Vocês formam um belo casal – Determinou a síndica depois de várias olhadas.
Rafael e Jenifer se entreolharam sem entender.
- Somos só amigos, dona Guilhermina – Avisou o rapaz.
- E eu sou casa...
- Eu sei, eu sei que você e a Eleonora são casadas – Desdenhou a síndica com um aceno de mão – Mas vocês dois formam um belo casal.
Jenifer e Rafael acharam melhor ignorar. Desde que foram morar no Bossa Nova, Jenifer e Eleonora eram obrigadas a conviver com olhares tortos e comentários de Guilhermina e outros moradores.
Depois de cuidar o suficiente da vida alheia, Guilhermina voltou para o seu apartamento, deixando Rafael e Jenifer a sós novamente. Do lado de fora já se podia notar que era noite, Jenifer perdera a noção da hora.
- Caramba! Daqui a pouco a Léo chega e eu ainda não fiz o jantar – Exclamou Jenifer ao olhar para o relógio da parede – Preciso ir, Rafa.
- Tudo bem, Jeni. Vá antes que a doutora brigue com você e comigo.
Jenifer deu um beijo no rosto do rapaz e foi embora. Rafael passou a mão na bochecha sentindo o toque dos lábios macios de Jenifer e sacudiu a cabeça tentando não pensar o quanto ela mexia com os seus pensamentos.

Jenifer mal riscou o fósforo quando ouviu Eleonora chegando.
- Amor? – Da sala Eleonora chamou por Jenifer.
- Tô aqui na cozinha.
Eleonora cumprimentou Jenifer com um abraço caloroso, tirando proveito da blusa aberta nas costas da mulher.
- Tá com fome, né amor? – Perguntou Jenifer.
- Bastante – Confirmou Eleonora sentando-se numa banqueta.
- Desculpa o atraso, eu... – Jenifer pensou em inventar qualquer história e não falar o porquê do atraso do jantar, mas achou melhor falar a verdade – Eu estava lá na portaria com o Rafa e não vi o tempo passar.
Eleonora se contorceu por dentro de raiva e ciúme, respirou fundo e contou várias vezes até dez mentalmente para não explodir e brigar com Jenifer.
- Hum – Resmungou Eleonora.
Jenifer também estava nervosa por saber que Eleonora não aprovava sua amizade com o rapaz, e Eleonora tinha razão. Mas Jenifer não queria se afastar, pois gostava da companhia de Rafael, ela o tinha como um novo amigo apesar do rapaz querer outra coisa. Mas Jenifer já havia colocado um limite e explicado que entre eles era somente amizade.
Jenifer mexia a carne na panela enquanto Eleonora permanecia em silêncio.
Eleonora deu a volta no balcão e começou a cortar a alface em tiras finas para fazer a salada.
- Não posso evitar que você tenha amizades, de qualquer gênero. Mas também não posso evitar sentir ciúmes – Disse Eleonora enquanto colocava a alface num recipiente de vidro.
- Eu sei, amor. Eu te entendo – Disse Jenifer tirando o avental – Agora vamos jantar que eu também estou morrendo de fome.
Enquanto Jenifer colocava os pratos na mesa, Eleonora a agarrou pela cintura e a beijou com ternura acariciando seu rosto. Jenifer a abraçou e sentiu que estavam em paz novamente.

Capítulo 208 ♥

Era mais um dia inteiro dentro de casa e Jenifer já estava irritando-se com o fato de não ter nada para fazer. Resolveu dar uma volta pelo bairro, já que conhecera bem pouco dali.
Quando saiu do elevador percebeu que não era Genézio que estava na portaria e sim o seu filho, Rafael.
Jenifer parou na bancada onde o rapaz folheava uma revista e perguntou:
- Você sabe se o Parque do Ibirapuera fica longe daqui?
Quando ouviu a doce voz de Jenifer o rapaz fechou a revista imediatamente, dando toda sua atenção a ela.
- O-oi dona Jenifer – Disse um pouco atrapalhado – Não fica muito longe, é só a senhora pegar um metrô.
- Dona? Senhora? Não sou tão velha assim, Rafael – Brincou Jenifer – Me chama de você, acho que temos a mesma idade não é?
- É que a senhora... Quer dizer, você – Corrigiu-se quando Jenifer formou uma carranca – Você é casada, então não é mais uma senhorita e sim uma senhora.
Jenifer riu.
- Bom, acho que vou dar uma volta por lá.
- Vai sozinha? – Perguntou o rapaz curioso.
- É o jeito.
- Se você quiser, eu posso te fazer companhia. Meu pai foi levar uma revista para a dona Rute do 203 e logo ele volta. Aí ele – Apontou para o pai que descia do elevador.
- Boa tarde, Jenifer – Cumprimentou Genézio.
- Pai, posso ir com a Jenifer até o Ibirapuera? Ela vai sozinha...
- Claro que sim, meu filho. Mas não volte tarde, por que sua mãe já avisou que temos de ir ao aniversario daquela sua tia chata.
- Eu sei, eu sei... Então até mais tarde, não vamos demorar.

O passeio havia sido tranquilo, voltaram antes de o sol cair por detrás dos montes.
- Muito obrigada pela companhia, Rafa – Agradeceu Jenifer – Meu dia foi bem menos tedioso.
- Não precisa agradecer, Jenifer. Quando precisar, estamos ai – O rapaz se despediu de Jenifer beijando com um pouco mais de carinho a bochecha de Jenifer.
Rafael se afastou e encarou os olhos verdes de Jenifer por segundos suficientes para deixá-la com as bochechas tingidas de vermelho.
Jenifer destrancou a porta e encontrou Eleonora dobrando algumas roupas que tinha acabado de tirar do varal.
- Oi meu amor – Cumprimentou Jenifer roubando um beijo ardente de Eleonora.
- Oi – Respondeu Eleonora um pouco seca.
- Que foi? – Perguntou Jenifer ao sentir um clima estranho.
- Nada, só minha mulher que sai com um rapaz e nem me avisa, tirando isso, nada demais.
- Ah, amor. Você tá com ciúmes?
Eleonora dobrou uma camiseta e não respondeu, muito menos olhou para Jenifer.
Jenifer sentou-se em sua frente, tirou as mãos dela de cima de outra peça de roupa que estava sendo dobrada e disse:
- Olha pra mim, Eleonora.
Eleonora obedeceu.
- Agora desfaz essa cara de criança birrenta.
Eleonora frisou os lábios tentando conter o riso.
- O Rafael é um colega meu, eu não tenho nada pra fazer por enquanto, nem com quem conversar, não precisa sentir ciúmes, boba – Garantiu Jenifer tocando delicadamente os lábios de Eleonora em seguida.
- Não gosto da maneira que ele olha pra você – Confessou Eleonora com a voz baixa.
- Ele olha normal pra mim – Mentiu Jenifer, pois durante o passeio sentiu que os olhos do rapaz eram insistentes – Agora vem aqui, que eu tô com saudade de ficar agarradinha com você.
Eleonora dissipou os pensamentos ruins e engoliu o ciúme, entregando-se a Jenifer e curtindo o início de noite nos braços dela.