Leia o Texto Completo: Bloquear Seleção de texto no Blogger | Inforlogia http://www.inforlogia.com/2008/11/bloquear-selecao-de-texto.html#ixzz1AYuS8pMz (http://www.inforlogia.com) Under Creative Commons License: Attribution Non-Commercial No Derivatives Eleonora & Jenifer: abril 2010

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Capítulo 107 ♥

João Manoel continuou a pensar e avisou a avó:
- Eu poderia espalhar na frente de todo mundo na festa né?
Flaviana arregalou os olhos com a cruel idéia do neto e apesar de querer o fim do relacionamento da neta com Eleonora, discordou de João Manoel.
- Olha meu filho, acho melhor não fazer isso não... Conta só pro Sebastião, que já é mais que suficiente pra ter uma guerra naquela casa.
O rapaz continuou andando de um lado pro outro confabulando a melhor maneira de destruir Eleonora.


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Com os olhos já vermelhos Jenifer, deitada no colo de Danielle continuava a chorar. Um choro intenso e muito dolorido.
- Dani... – dizia ela aos suspiros – Eu não tô fazendo nada de errado, nada... Eu só tô vivendo a vida do jeito que eu acho melhor, tô só sendo feliz com quem eu amo... Por que eles não me respeitam pelo menos?
- Calma Jenifer, calma... – pedia Danielle já com os olhos marejados pela comoção – É agora que você vai ter que demonstrar o quanto você e o seu amor pela Léo é forte. Eu sinceramente não sei o que deu no seu irmão e da sua avó, eles tão loucos só pode.
- Eles estão passando dos limites, isso sim – disse Giovanni irrompendo quarto a dentro – Vem aqui meu bebê.
Jenifer se aconchegou nos braços do pai e logo se sentiu mais calma.
- Eu não vou deixar eles e nem ninguém magoarem você minha filha, eu sei que tá difícil, que você tá sofrendo, mas eu tô aqui pra te ajudar. Eu amo você!Jenifer nada disse, apenas soltou um sorriso e abraçou o pai mais forte.



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Eleonora estava no seu quarto, em meio aos livros quando a conversa com a mãe começou a embaralhar seus pensamentos. Ela estava realmente preocupada, pois qualquer noticia corria velozmente em Vila São Miguel e mesmo que às vezes fossem aumentadas, elas em sua maioria, era verdade. E uma noticia daquelas era motivo para muitas conversas em bocas desconhecidas.
E Eleonora tinha certeza que mesmo depois da mãe ter garantido ao pai que entre ela e Jenifer existia apenas amizade, Sebastião teria ficado com aquela pulga inconveniente atrás da orelha.
“Vou ligar pra Jenifer e contar o que aconteceu” pensou Eleonora.
No segundo toque Jenifer atendeu:
- Amor... Tudo bem? – disse Jenifer fanha.
- Mais ou menos... Que voz é essa? Tava chorando?E Jenifer respondeu desabando do outro lado da linha.
- Jenifer, o que aconteceu? Amor, por que você tá chorando? Me fala... – Sentiu a angustia se alojando no seu peito.
- Eu sei que você tem que plantão, tem que acordar cedo... Mas eu tenho que te contar Léo... Eu tô perdida, sem chão...
E ela começou a informar Eleonora sobre o que aconteceu. Ficaram longos minutos no telefone. Eleonora horrorizada até se esquecera do motivo que a fez ligar para amada.
Tempos difíceis estavam por vir.

sábado, 24 de abril de 2010

Capítulo 106 ♥

Janice esperava Eleonora sair do banho sentada em sua cama, uma ponta de aflição lhe incomodava no peito.
Eleonora saiu, enxugando os cabelos e com os olhos na mãe perguntou:
- Fala mãe, aconteceu alguma coisa?
- Seu pai minha filha – Janice deu uma longa respirada – Ele chegou fulo da vida, falou que andam comentando de você e da Jenifer por ai. Ouviu hoje cedo na banca de jornal que você e ela tem um caso.
As pernas de Eleonora bambearam e ela sentou ao lado da mãe.
- Saco! Esse povo não tem mais o que fazer da vida? – Ela era quem estava ficando fula da vida agora – A vida é minha, ninguém tem nada haver com isso. NINGUÉM!
- Eu sei minha filha. A vida é sua e você sabe o que fazer dela, mas não se esqueça que você é filha do Sebastião, um homem que se importa e muito com a opinião dos outros e que é e sempre será conservador ao extremo. Toma cuidado minha filha, seja o mais discreta possível...
- O que eu mais sou é discreta mãe – interrompeu – Eu não fico andando de mãos dadas com a Jenifer, apesar que eu tenho muita vontade de fazer isso. É uma coisa tão simples, mas aos olhares alheios causa estranhamento, indignação e outros sentimentos do tipo... Mas eu vou tomar mais cuidado do que eu já tomo, prometo.



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João Manoel e a avó estavam na sala irritadíssimos. E pensativos.
- Eu vou acabar com esse namoro nojento das duas vó, ah se vou! – disse João Manoel.
- O que você vai fazer?
João Manoel começou a andar de um lado para o outro com a cabeça erguida e o olhos revirados.
- Já sei! – Exclamou com um olhar sombrio – Se o Sebastião colocou a Regina pra fora quando soube que ela tava grávida, imagina o que ele não vai fazer se souber que a filhinha querida dele é uma sapatona.
- Você vai contar pra ele? – Flaviana ficou surpresa com o plano.
- Vou.
- Como?
- Preciso pensar... Claro! Vou contar quando não tiver ninguém em casa, só ele. Semana que vem é aniversario do Viriato, filho da Do Carmo. O Sebastião não é muito chegado em festa, quase certeza dele querer ficar em casa, daí eu vou lá e conto! – Concluiu dando um soco na mão.
- Quero só ver a cara daquela doutora quando o pai dela jogar as coisas dela no meio da rua – disse Flaviana com um sorriso de canto de boca.
- A Jenifer acabou com a minha vida, acabou com a nossa família... Só estou dando o troco.
E esse troco atingiria Jenifer diretamente, pois machucaria a pessoa que ela ama. João Manoel estava decidido, e não haveria ninguém que o impedisse de expor Eleonora daquela forma.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Capítulo 105 ♥

Jenifer estaciona o carro uns metros antes do portão da casa de Eleonora e ficam conversando e trocando carinhos e beijos.
- Amanhã talvez não vai dar pra te buscar no hospital amor – disse Jenifer entrelaçando seus dedos nos cabelos de Eleonora.
- Por que?
- Vou pra casa da Dafne pra continuar estudando pro seminário, que foi adiado pra quarta-feira, por que só a Dafne, eu e outra dupla fizemos. Os outros alegaram que estava muito difícil. Ai a professora deu mais esse pequeno prazo, e eu preciso tirar a maior nota nesse seminário, por que a matéria é difícil pra caramba.
- Tudo bem amor, mas a gente vai se falando – Eleonora inclinou-se para dar um beijo e Jenifer, mas foi interrompida pela figura do pai que aparecera no portão. – Droga, meu pai!
Mas Sebastião não avistou o carro de Jenifer, pois o carro estava abaixo de um poste cuja lâmpada estava queimada.
- Ele não viu a gente – disse Jenifer um pouco assustada olhando para a direção do portão.
Sebastião não demorou muito e voltou para dentro de casa. Jenifer e Eleonora se entreolharam aliviadas e Jenifer ligou o carro descendo até a em frente da casa.
Despediram-se com um beijo demorado na bochecha e um abraço apertado.
Sebastião ouviu o barulho do carro e foi para a janela ver quem era, mas para sorte delas, não viu a troca de carinho. Via apenas a traseira do carro.
Eleonora entrou em casa desejando boa noite para todos e percebeu um olhar curioso vindo do pai.
- Veio com quem? – Perguntou Sebastião.
- A Jenifer me trouxe – foi sincera.
- Hum. – Foi a única coisa que ele disse. Foi para a cozinha pensativo.
- Eu hein... Que deu no pai? – Perguntou Eleonora.
- Acho melhor a gente conversar lá em cima – disse Janice.



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Jenifer chegou em casa e ao fechar a porta da sala ficou paralisada tentando entender o por que de todos os olhares estarem voltados para ela. Flaviana, João Manoel, Giovanni e Danielle, todos olhavam para elas, mas de forma diferente.
- Que foi gente? Aconteceu alguma coisa? – Perguntou.
João Manoel ameaçou levantar e começar a xingar e humilhar a irmã, mas Giovanni o impediu.
- Senta ai João Manoel!
- Vocês tão me deixando assustada – Jenifer sentou na ponta do sofá que ficava em frente aos outros.
- Por sua culpa seu irmão e a Regina estão brigados e ela não quer mais se casar com ele – disse Flaviana com a cara fechada.
- Hã? O João Manoel e a Regina brigam e a culpa é minha? Não entendi.
- Você é muito filha da...
- Ela é filha da sua mãe João Manoel! – Interrompeu Giovanni – E ela não tem culpa de nada.
- Como não? – Questionou Flaviana. – Depois que ela se bandeou pro lado daquela sapatão desavergonhada, essa casa nunca mais foi a mesma.
- Não fala assim da minha namorada! A Eleonora não é nenhuma desavergonhada, ela é a mulher que eu amo! – Gritou Jenifer totalmente segura.
– E eu não sei mesmo o que eu tenho haver com essa história da Regininha...
- A Regina disse que não quer se casar comigo por que eu não aceito essa pouca vergonha que você tá fazendo. Disse que eu sou... – a cabeça de João Manoel fervilhava fazendo as palavras fugirem – ... sou homofóbico... Acho que é isso.
- E você é mesmo – Confirmou Danielle.
- Você não é só homofóbico, você é um ignorante, um idiota, imbecil e eu odeio você! – Acusou Jenifer aos berros, com os olhos encharcados.
Não quis ouvir mais nada e foi para o quarto.
- Mas eu nem sei o que é ser homofóbico – disse uma expressão pensativa.
- Vocês estão acabando com a nossa família – disse Giovanni desconsolado indo para o quarto de Jenifer.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Capítulo 104 ♥

A conversa entre Eleonora e Úrsula se assemelhava mais a um monólogo, pois Eleonora nada dizia, apenas respondia com vagos “hanram” “sei” “verdade”. E Úrsula sabia deixá-la sem graça com aquele olhar profundo.
Jenifer estacionou o carro alguns metros atrás e se aproximou. Úrsula não a conhecia, portanto não parou o jogo de hipnotizar Eleonora.
Eleonora pareceu sentir a presença de Jenifer e se afastou virando o rosto em sua direção. Abriu um sorriso amarelo e disse:
- Jeni, atrasou hein?
- É, vamos? – Disse sem tirar os olhos de Úrsula.
- Vamos – respondeu Eleonora constrangida – Tchau Úrsula até amanhã.
Um tanto quanto saltitante, Úrsula se dirigiu até seu carro e foi embora.
Já dentro de casa, Eleonora aproveitou a pouca luz e beijou Jenifer, que estava meio distante.
- Que foi? – Perguntou depois de separar seus lábios dos de Jenifer.
- Quem era aquela?
- Nunca te falei dela?
- Não – respondeu Jenifer seca e com os olhos fixos e estreitos em Eleonora.
- É a Úrsula, uma amiga do trabalho – respondeu sinceramente com firmeza.
Um silêncio se instalou por alguns segundos.
- Tá com ciúmes? – Perguntou Eleonora direta.
- E não é pra estar? Vejo a minha namorada, conversando beeeem perto de uma desconhecida em um lugar praticamente sem luz?
Eleonora não consegue esconder o riso. Achava muito fofo e engraçado quando Jenifer ficava nervosa.
- Tá rindo do que? Não tô vendo graça Eleonora. – Encostou-se ao banco e cruzou os braços.
- Para amor, você sabe que eu amo você e apenas você – Eleonora chegou mais perto e beijou seu rosto descendo a boca pelo seu pescoço.Jenifer se virou para ela e com as mãos no rosto a beijou, dando um abraço apertado depois.
- Eu te amo – sussurrou Jenifer no ouvido de Eleonora.
- Eu também te amo, muito.

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João Manoel havia saído de casa para falar com Regina, mas não estava obtendo muito sucesso.- O seu problema João, é que você tem uma cabeça muito pequena, você pensa pequeno e isso te deixa cego.
- Mas o morena, eu não sou obrigado a aceitar essa pouca vergonha dentro da minha casa.
- A casa também é da Jenifer e antes disso é do seu pai, que está ao lado dela que eu sei. E elas não fazem “pouca vergonha” – continuou Regina gesticulando as aspas em pouca vergonha – dentro da sua casa. Poxa João, você não é obrigado a aceitar. Você só tem que respeitar. RESPEITO, só isso.
- Não sou obrigado – respondeu dando de ombros.
- E eu também não sou obrigada a ter um marido tão grosso e preconceituoso assim, ou você muda ou não tem casamento – Ameaçou Regina muito séria.
João Manoel arregalou os olhos e ficou indignado.
- E o filho que você tá esperando?
- Eu crio ele sozinha se for preciso.
- E você vai falar o que pro seu pai quando ele perguntar por que a gente terminou?
Regina não havia pensado em boa resposta pra isso e João Manoel aproveitou da insegurança dela pra continuar.
- Tá vendo. Acho bom deixar como tá. A gente casa e cria nosso filho e mostra praquelas duas o que é uma família de verdade, quem sabe elas não criam vergonha na cara – terminou sentindo-se triunfante.
- Me poupe João. Entre a minha irmã que sempre ficou do meu lado, me deu puxões de orelha quando precisei e me ama, e um cara que eu amo, mas que não tem um pingo de consideração pela própria irmã, nem pela namorada, eu fico com a minha irmã – Regina não deixou João Manoel continuar, virou as costas e entrou.

domingo, 18 de abril de 2010

Capítulo 103 ♥

Janice tinha que ser firme nas palavras e não demonstrar nem uma ponta do nervosismo que sentia naquele momento.
- Que absurdo é esse homem? A Eleonora e a Jenifer... Ah, faça-me o favor. Isso é por que elas andam muito juntas, são amigas demais. E a Jenifer tá namorando aquele moço alto e moreno que a gente viu aquele dia com ela na praça sabe? – Janice se referia a Benjamim, no dia que ele foi até a casa de Jenifer levar a carteira que havia esquecido em cima de uma mesa na lanchonete da faculdade.
Sebastião olhou a esposa e analisou o que ela disse. Aquilo, para o alivio de Janice, havia feito sentido para ele.
- É verdade mulher, você tem razão. Nunca que essa aberração poderia ser verdade. A Eleonora é uma mulher ajuizada, inteligente, nunca faria uma coisa... Uma coisa tão... Não gosto nem de pensar. O povo daqui coloca malicia em tudo. Bom, vou tomar um banho e prepara um chá pra mim, acabei ficando nervoso demais com isso – Deu um beijo na testa de Janice e foi para o banheiro.
Sentindo o corpo todo anestesiado Janice foi para a cozinha. Venâncio a seguiu e quis saber o que havia acontecido.
- Caramba mãe! Não acredito que tão falando da Léo e da Jenifer por ai – disse Venâncio incrédulo.
- Pois está meu filho. E vou ter que conversar com a sua irmã e com a Jenifer também, pra elas tomarem cuidado. Não ficar, como vocês dizem? Dando bandeira?
- Isso.
- Falar pra não darem bandeira, por que o povo daqui fala mesmo. E o seu pai pode ter aceitado o que eu disse, mas ele vai ficar bastante desconfiado. Tenho certeza.
- Mas elas não dão bandeira nenhuma mãe. Elas são discretas, não andam de mãos dadas, não se beijam... Parecem amigas quando estão andando na rua.
- Mesmo assim meu filho... Preciso pedir pra elas tomarem o maior cuidado possível – concluiu Janice preocupada.



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O jantar na casa dos Improtta já estava à mesa e todos jantavam tranquilamente.
- Vó, me passa a salada por favor? – Pediu Jenifer gentilmente.
Flaviana ignorou a neta. Sem tirar os olhos do seu prato, continuou comendo e fingiu não escutar o pedido.
- Vó? – Insistiu.
Danielle olhou para Giovanni que olhou para Jenifer e ficaram sem entender.
- Minha sogra, não está ouvindo minha bebe pedir a salada? – Questionou Giovanni?
Flaviana ignorou mais um. Limpou a boca com o guardanapo e se retirou da mesa, pois já havia terminado o jantar.
Jenifer trocou olhares desentendidos com Danielle e o pai.Danielle pegou a salada e passou para Jenifer que acabou recusando.
- Não precisa mais Dani, obrigada. Perdi a fome.
- Mas você nem comeu direito Jenifer – disse Giovanni.
- Não se preocupa pai... Quando eu chegar eu como alguma coisa.
- Chegar da onde?
- Vou no hospital buscar a Léo, mas não demoro, por que agora ela vai trabalhar direto...
Giovanni liberou Jenifer, que foi para o quarto pegar sua bolsa e a chave do carro.
Ainda na mesa, Giovanni deixou os talheres ao lado do prato e começou a encarar o filho.
- Que foi meu pai? Tá me olhando por quê?
- Me responda-me, o que tá acontecendo aqui?
- Não sei do que você ta falando – desconversou.
- Sabe sim senhor! – Giovanni alterou o tom de voz – Vocês tão ignorando sua irmã por quê?
- Irmã? Não tenho mais irmã. A única irmã que eu tinha, resolveu virar sapatão e eu não vou aceitar ser irmão de uma anormal – Irritado, levantou-se da mesa.
- João Manoel volte aqui – Pediu Giovanni. Mas ele não voltou.


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Eleonora esperava por Jenifer do lado de fora do hospital, quando sentiu uma mão envolvendo sua cintura. Assustou-se e virou para trás pensando que fosse a namorada, mas era Úrsula.
- Te assustei? – Perguntou cínica.
- Hãnram – Respondeu Eleonora tirando a mão de Úrsula da sua cintura.
- Está esperando alguém?
- A Jenifer. E ela está atrasada – disse tirando o celular do bolso e olhando para o relógio dele – já era pra ela estar aqui...
- Se você quiser, eu posso te dar uma carona – Ofereceu Úrsula com um tom de voz um pouco baixo e perto do ouvido de Eleonora.
Mas não era preciso, pois sem que tivessem percebido Jenifer chegava de carro e via Úrsula falando bem perto de Eleonora.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Capítulo 102 ♥

Tem alguma coisa errada acontecendo, o que será? Ai Deus! Pensava Jenifer tentando buscar uma resposta para o que tinha acontecido mais cedo. Eles não podem estar me tratando assim só por causa do meu namoro com a Léo. Que droga! Bufou.
- Podemos entrar? – Perguntou Danielle abrindo um pouco a porta.
- Entra Dani, quem está ai com você?
- Sou eu, amiga mais desnaturada do mundo! – Respondeu Dafne com uma cara de brava disfarçada num sorriso de canto de boca.
- Dafne, sumida! – disse Jenifer surpresa. – Desculpa pela falta de noticias, mas é que eu estava muito ocupada.
- Eu sei que estava ocupada. E por isso vim aqui saber suas novidades, que devem ser boas, boas não, ótimas.
Jenifer concordou com a cabeça e deu um sorriso largo.
- É, tenho novidades boas e outra que acho que é ruim... – ficou reticente.
- Se for o que eu vi na hora do almoço, acho que é ruim sim Jeni – disse Danielle.
- Deixemos as coisas ruins pro fim, quero saber mesmo daquilo sabe? – Dafne arqueou as sobrancelhas.
- Aquilo o que?
Sob os olhos curiosos de Dafne e Danielle, Jenifer começou a contar, sem muitos detalhes sobre o que tinha acontecido entre ela e Eleonora.



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Sebastião havia chegado mais cedo do trabalho e subiu direto para o quarto, sem dar boa tarde a ninguém. Venâncio e Janice se olharam sem entender e nem desconfiar do que tinha acontecido.
- Eu vou lá ver o que aconteceu, a cara do seu pai me deixou assustada – disse Janice para o filho.
Janice entrou no quarto e questionou Sebastião do porque de ter chegado cedo e estar com a cara tão amarrada.
- Mulher, ouvi umas coisas a respeito da Eleonora e da Jenifer que não me agradou nem um pouco.
Janice engoliu em seco e sentiu o coração na garganta. Respirou fundo e tentou não demonstrar o nervosismo; o mundo a sua volta parecia estar ruindo gradativamente.
- O que foi que você ouviu? – Quis saber.
- Antes de ir pro trabalho, passei na banca pra comprar um jornal e duas senhoras, mais o jornaleiro dizia que a Eleonora e a Jenifer... – Sebastião sentou na cama e enterrou a cabeça entre as mãos.
- Fala homem! Tá me deixando angustiada. – Pediu Janice.
- Eles diziam que a Eleonora e a Jenifer, tão de caso Janice! – Exclamou alto e nervoso, ainda incrédulo do que havia ouvido – Nem consegui trabalhar direito, a baronesa me dispensou mais cedo por que minha cabeça parecia que ia explodir de tanta dor. Me diz mulher, isso é verdade? Por que se for, acho bom a Eleonora procurar outro lugar pra morar, por que nessa casa ela não fica mais – Ameaçou.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Capítulo 101 ♥

Janice chegou da rua quando viu a filha mais nova deitada no sofá com os olhos encharcados. Sentou ao seu lado e perguntou o que acontecia.
- O João... Ele disse coisas horríveis da Eleonora e eu não agüento ver ninguém falando mal da minha irmã, mas ele... Poxa, ele é o homem que eu amo, mas eu não posso agüentar ele ofendendo a minha irmã.
- Você vai ter que ensinar ele a respeitar não só sua irmã, mas a irmã dele também, por que eu sei, você sabe que o namoro delas é sério e é começando por pessoas mais próximas que a gente vai acabando com esse preconceito besta.
- Mas eu ainda não sei como fazer isso – respondeu abraçando a mãe.
- O tempo vai te ensinar como fazer.


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Os dias de folga de Eleonora haviam acabado e ela já estava de volta ao hospital, de volta ao ritmo frenético que tanto lhe agradava. Enquanto pegava as fichas dos pacientes, sentiu que tinha alguém lhe olhando, virou-se para a porta e viu Úrsula.
- Oi – disse Eleonora encabulada pelo olhar fixo de Úrsula.
- Oi doutora, tudo bem? – Úrsula se aproximou e ficou ao lado de Eleonora.
- Tudo bem sim e você?
- Tudo. Agora está tudo bem.
- Por que agora? Antes não estava?
- Não... – Úrsula chegou mais perto do ouvido de Eleonora e sussurrando continuou – Fica melhor trabalhar quando eu sei que você está aqui.
Eleonora sentiu os braços se arrepiarem e uma onda de fogo passar por suas bochechas. Pegou as pranchetas meio desajeitada e disse:
- É... Vou cuidar dos meus pacientes, tchau.
- Tchau, bom plantão doutora – respondeu acompanhando Eleonora com o olhar. Vendo que conseguiu deixar Eleonora encabulada voltou ao trabalho com um largo sorriso de satisfação.


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Jenifer chegou da faculdade e foi almoçar. Estavam todos à mesa. Quando João Manoel viu a irmã se sentando junto deles, lembrou da noite passada e jogou o guardanapo na mesa e levantou furioso. Sem entender Jenifer pergunta:
- O que deu nele?
- Você está destruindo essa família – disse Flaviana também se levantando da mesa.
Jenifer começou sentir o chão fugir dos seus pés e o coração apertar. Olhou para o pai tentando buscar uma resposta e ouviu:
- Você não está destruindo nada minha bebe. Não dê ouvidos a sua avó.Mesmo sendo difícil Jenifer já parecia pressentir que alguma coisa ruim estava por vir, só não sabia definir o que era. Tentou parar de pensar e começou a tocar no almoço com o garfo.
Os pensamentos que formavam incógnitas sobre o que estava acontecendo não a deixavam em paz. Perdeu a fome e foi para o quarto.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Capítulo 100 ♥

Eleonora começou a andar vagarosa de um lado para o outro no quarto tentando organizar o que tinha ouvido.
- Você é louca não é? Que absurdo – disse baixo para evitar que algum som ultrapasse a porta do banheiro.
- Absurdo é isso que você está fazendo com a minha neta.
- Eu não estou fazendo nada... Aliás, estou sim. Estou fazendo ela a mulher mais feliz do mundo.
- E quem pode ser feliz desse jeito? Faça-me o favor... Isso é ridículo. É nojento, pecaminoso, você vai levar minha neta pro inferno...
Eleonora se sentiu obrigada a rir do que Flaviana dissera. Quando pensou em rebater as acusações, ouviu Jenifer desligando o chuveiro. Ela e Flaviana se entreolharam e antes de sair pra neta não perceber o clima tenso no quarto deu o último aviso:
- Eu vou fazer de tudo para ver você longe da minha neta.
Eleonora sentiu-se realmente ameaçada e não disse nada.
Quando Flaviana saiu do quarto, Eleonora se jogou na cama e sentiu o corpo afundar no colchão macio. Era só o que me faltava, pensou.
Enrolada na toalha Jenifer saiu do banheiro cantarolando uma música romântica. Eleonora se esqueceu do que havia acontecido ali naquele momento.
- “Demorei muito pra te encontrar, agora eu quero só você. Teu jeito todo especial de ser fico louca com você. Te abraço e sinto coisas que eu não sei dizer, só sinto com você.” – Cantava Jenifer enquanto trocava de roupa.
Apoiada nos cotovelos Eleonora a olhou sorrindo e pensando: Você é linda, é minha e ninguém vai te tirar de mim.
- Que cara é essa Léo? – Perguntou Jenifer escovando os cabelos.- Nada, estou só aqui pensando o quanto eu sou sortuda em te ter. – Eleonora pegou Jenifer pela cintura e a envolveu em seus braços – Ninguém vai te tirar de mim.
- Claro que ninguém vai me tirar de você amor.


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Assim como a irmã, João Manoel resolveu ficar com sua amada. Ainda tensos pelos acontecimentos ficaram namorando na casa de Regina mesmo, apesar de o mau já estar feito, eles não queriam mais motivos para broncas.
- Sabe Morena, acho que o seu pai tinha é que ficar feliz pela gente dar um neto pra ele, tinha que estar feliz por você ser normal, gostar de homens... Diferente daquela...
- Daquela o que João? – Perguntou Regina levantando a cabeça que estava no colo do namorado. – A Eleonora é normal sim tá? Ela só tem gostos diferentes e acho bom você parar de ficar fazendo comentários idiotas a respeito disso. Ela é minha irmã e eu não vou admitir que ninguém, muito menos você fale alguma coisa dela. – Regina respirou fundo e recuperou o fôlego – E acho bom você se acostumando por que agora além de namorados somos cunhados.João Manoel franziu o cenho e olhou duro para Regina.
- Eu é que não admito que essa sua irmã sapatona leve a minha irmãzinha pra esse caminho – respondeu grosseiramente.- Para João! – estrilou Regina – Chega! Vai embora. Ou você aprende a respeitar minha irmã, ou não sei o que vai acontecer...
- Acontecer o que?
- Eu não posso ficar com alguém que não sabe respeitar as diferenças, agora por favor, vai embora.
João Manoel tentou argumentar, mas Regina não quis ouvir. Havia ficado muito ofendida com as coisas que o namorado tinha falado de sua irmã.