Leia o Texto Completo: Bloquear Seleção de texto no Blogger | Inforlogia http://www.inforlogia.com/2008/11/bloquear-selecao-de-texto.html#ixzz1AYuS8pMz (http://www.inforlogia.com) Under Creative Commons License: Attribution Non-Commercial No Derivatives Eleonora & Jenifer: fevereiro 2010

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Capítulo 89 ♥

O céu já estava clareando quando Jenifer abriu os olhos. Olhou o relógio no criado mudo e percebeu que eram 6 horas da manhã. As horas pareciam não ter passado aquela noite.
Jenifer rolou na cama a noite toda preocupada com vários assuntos, mas o que mais a assustava era o que estaria por vir da avó e do irmão. Mesmo que a pessoa mais importante já sabia e melhor, estava ao seu lado, a opinião dos outros pouco importavam. Mas os outros nesse caso era sua família, que ela era extremamente apegada e que só de pensar em ser rejeitada sentia o coração gélido.
Vendo que não conseguiria dormir, pegou os livros relacionados ao seminário que apresentaria dali uma semana e foi para sala.
Sentou no sofá e acendeu o abajur atrás da sua cabeça. Enquanto o dia nascia ela tentava não desviar seu pensamento e permanecer concentrada.


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No hospital Eleonora pegava sua bolsa e guardava o jaleco no armário quando ouviu passos vindo em sua direção. Fechou a portinhola e viu que era Úrsula.
- Tá indo embora também? – Perguntou Eleonora enquanto revirava a bolsa em busca da chave do carro.
- Não ainda – Úrsula encostou no armário demonstrando cansaço. – Daqui uma meia hora. O que você vai fazer mais tarde?
A pergunta vinda do nada pegou Eleonora de surpresa.
- Eu? Provavelmente vou dormir o dia todo.
- Digo... De noite.
- A noite tenho outro compromisso – tentou ser discreta.
- Com a namorada né?
- Como as notícias correm nesse hospital.
- Ainda mais noticias desse tipo, mas fica tranqüila que da minha boca não vai sair nada. – Úrsula colocou o dedo indicador nos lábios indicando silêncio e lançou um olhar fulminante.
Eleonora a encarou e ficou totalmente sem graça.
- Só amanhã pra gente se ver de novo? - Perguntou Úrsula desapontada.
- Só segunda, consegui dois dias de folga.
- Hum... Vai dar pra curtir bastante a namorada – Seu tom de voz era de desdém.
- É isso que eu mais quero e preciso, agora eu tenho que ir. Ouço minha cama me chamando daqui.
- Tchauzinho.
Eleonora passou pela porta vaievém e Úrsula ficou consternada.
- Droga!– Exasperou.


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Eleonora chegou em casa e jogou a bolsa no sofá.
Pegou o telefone e ligou para Jenifer.
- Bom dia amor.
- Bom dia-aaaaa – bocejou Jenifer do outro lado da linha – Chegou agora do plantão amor?
- Sim, acabei de colocar os pés em casa e já peguei o telefone pra falar com você, já estou com saudade acredita?
- Acredito por que eu também tô morrendo de saudade de você meu amooooooor – bocejou de novo.
- Que sono é esse? Não dormiu a noite?
- Não Léo, rolei na cama a noite toda de preocupação.- Por que aconteceu alguma coisa?
- Não, mas tô com medo que aconteça.
- Já disse pra você parar de pensar essas coisas Jeni, isso só vai te fazer mal.
- Eu sei... Mas não quero falar disso agora. Nos vemos hoje né?
- Hoje e amanhã e depois o dia todo a noite toda. Tenho dois dias de folga.
- Sério? Maravilha – animou-se Jenifer.
- É impressão minha ou você tá empolgada?
- Eu? Não... – vacilou - Quer dizer, sim. Claro amor, vou poder ficar junto com você mais tempo, sem se preocupar com plantão e faculdade – disse meia verdade, a animação tinha outro nome.
- Mas você tem que estudar pro seminário esqueceu mocinha? – Bronqueou.
- Eu sei. Por isso vou passar o dia estudando hoje, pra amanhã e depois ficar apenas por sua conta.
- Isso minha garota esperta. Agora eu vou desligar por que preciso tomar café, um bom banho e dormir.
- Ok, durma bem e sonhe comigo – sussurrou.
- Sonharei. Um beijo, te amo.
- Eu também te amo.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Capítulo 88 ♥

Jenifer respirou fundo e tentou não pensar na vergonha que sentia naquele momento.
- É... O que eu vou fazer? Como eu vou fazer? Ainda tenho um pouco de... Pudor quando eu toco o corpo da Léo.
- Hum... – Dafne ficou pensativa um pouco. Queria dizer as coisas com sutileza pra não assustar a amiga. – Acho que de inicio você não vai fazer nada, a Eleonora vai ser a ativa.
- Ativa?
- É, ativa. Ela que vai fazer basicamente tudo entende?
- Não, você tá me deixando confusa.
- Ok, vamos começar de novo. Faz outra pergunta, por que eu sei que você tem um monte.
- Ok. Como acontece? Por que... – Jenifer coçou a cabeça e tentou buscar palavras certas para usar – Eu não sei como... Como se tem prazer entende? – Suas bochechas rosadas denunciaram sua vergonha.
- Abre a mão – Sem entender Jenifer obedeceu. – Sabe esses dedos? Dafne pegara os dedos indicador e médio de Jenifer separando-os dos outros.
- Sei, o que tem eles?
- Não fica chocada com o que eu vou te falar.
- E por que eu ficaria?
- Por que se usam eles. Às vezes usa esse também – juntou o dedo anular aos outros – Tem gente que usa a mão toda também, mas isso eu vejo mais em pornô. Ah, como eu posso esquecer o membro mais importante, a língua.
Jenifer ficou paralisada, seus olhos se arregalaram e seu queixo foi parar no colo.
Dafne se divertia com a expressão assustada de Jenifer.
Após sentir os sinais vitais voltando ao normal Jenifer pergunta.
- Você tá falando sério?
- E por que não estaria?
- Acho que eu nunca vou conseguir fazer isso...
- Desencana amiga, claro que vai. Quando você sentir o quanto é bom, você vai querer proporcionar a mesma sensação pra Eleonora.
- Será?
- Claro você vai ver como é legal brincar de DJ – Dafne fez um gesto imitando os DJs quando mexem nos vinis – e é mais gostoso que chupar manga.
Foi impossível conter as gargalhadas depois da declaração nada discreta de Dafne.
- Você me deixou sem ar agora Dafne, não acredito que escutei isso – Jenifer enxugava as lágrimas que surgiam.
- Esqueci o detalhe mais importante.
- Qual?
- Pelo amor que você tem na sua vida, corte suas unhas.
- É pra já – Jenifer se levantou e pegou sua caixinha de manicure no guarda-roupa.
- Você já falou pra ela, vocês já conversaram sobre isso?
- Ainda não, quando o assunto surge eu desconverso com medo de deixar ela chateada por ainda não ter acontecido.
- Entendi... Mas você vai marcar um dia pra isso como se marca pra ir ao dentista?
- Claro que não né? Que pergunta... Apesar de a minha vontade crescer cada segundo mais, ainda mais quando estou com ela, quero que aconteça naturalmente, sem combinação.
- Certo. Mas e o lugar? Aqui na sua casa...
- Não! Tá doida? Aqui é impossível, na casa dela também. Mas ela tem um esconderijo pra gente.
- A é? Hum... Isso é bom, sem preocupação de alguém pegar vocês no flagra.
- É.
- Agora que o assunto tão urgente foi resolvido me conta TUDO que aconteceu com o seu pai.
E Jenifer então começou a contar como foi se assumir para o pai e o quanto ficou assustada ao ver as caras do irmão e da avó.

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Eleonora estava na cantina do hospital fazendo uma pausa para o lanche quando viu um rosto desconhecido entre o vai e vem perto da porta. Parecia uma nova residente. Era uma moça que chama atenção por sua beleza; Cabelos lisos até o meio das costas, a franja encobria sua testa. Sobrancelhas espessas, porém desenhadas, cílios volteados nos olhos amendoados cor de mel. Seu nariz era arrebitado e um ponto brilhante se destacava com o feixe de luz que surgia da janela aberta em sua frente. A boca miúda tinha uma leve camada de brilho e um sorriso tímido mostrou seus dentes curtos e esbranquiçados. Isso bastou para que Eleonora não tirasse os olhos dela. Olhou ao seu redor e viu todas as mesas ocupadas, como estava sozinha ergueu o braço acenando para a moça dos olhos cor de mel para que sentasse com ela.
Como se estivesse numa passarela a moça de aproximou e perguntou:
- Sem problemas me sentar aqui? Não vou te atrapalhar?
- Não pode sentar. Você é nova aqui não é? – Eleonora percebeu um sotaque diferente.
- Sou sim. Nova no hospital e na cidade.
- De onde você é? – Perguntou Eleonora curiosa.
- Vim de Minas Gerais, uma cidade chamada Betim.
- Hum... E por que escolheu justo vim pra cá? Por que não ficou no Rio?
- Acho que não me adaptaria numa cidade tão grande. Então resolvi vir pra uma cidade um pouco maior que a minha, assim vou me acostumando aos poucos com lugares maiores.
- Que desligada eu sou, nem me apresentei, meu nome é Eleonora – Estendeu sua mão que foi pega pela mão fina e magra da rapariga.
- Muito prazer Eleonora meu nome é Úrsula.
- Úrsula... Diferente.
- Pode falar que é feio, não gosto muito do meu nome – Úrsula riu envergonhada.
Eleonora que costumava sair da cantina assim que terminasse de se alimentar mesmo que ainda tivesse alguns minutos para gastar a toa, permaneceu ali conversando com a bela Úrsula até seu tempo estourar.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Capítulo 87 ♥

Sem dizer nada, Jenifer foi para o quarto.
Ligou para Dafne contando-lhe que tudo havia corrido bem e pedindo que viesse até sua casa, pois queria conversar sobre coisas que seriam melhores ditas pessoalmente.
- Qual o assunto da vez? Não vai adiantar?
- Não. Vem pra cá.


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Alguns minutos depois Dafne chegara na casa de Jenifer.
Tocou a campainha e quem a atendeu foi Flaviana.
- Oi dona Flaviana, tudo bem? – Perguntou de forma simpática.
Flaviana permaneceu muda e de cara fechada.
Dafne a encarou assustada.
- Aconteceu alguma coisa com a Jenifer? – Qualquer um que olhasse Flaviana se assustaria.
Flaviana passou a mão nos cabelos e coçou a nuca.
- Aconteceu... Aconteceu que a doutora conseguiu desvirtuar minha neta e agora ela está perdida. Mas eu não vou deixar que isso permaneça por muito tempo, não vou mesmo.
Dafne foi para o quarto de Jenifer e deixou Flaviana falando sozinha.


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A porta do quarto de Jenifer estava como sempre fechada. Dafne deu leves batidas, abriu e colocou o rosto do espaço vago avisando que era ela.
Jenifer acenou com a mão pedindo pra que entrasse.
- Sua avó está atacada hoje – informou sentando-se na cama.
- É por que eu assumi meu namoro com a Eleonora e ela não gostou muito.
- Você se assumiu? E ai? Me conta tudo.
- O que você precisa saber agora é que com o meu pai deu tudo certo, ele foi maravilhoso, surpreendente.
- Que bom amiga, é um “inimigo” a menos.
- É... A gente pode falar disso depois? Tem coisa mais urgente pra gente conversar.
- Seminário da Maria Helena?
- Nem me fala disso. Mas pra mim outra coisa é mais importante que o seminário.
- Sexo. Só isso supera esse seminário.
Jenifer e Dafne riram.
- É, sexo. – Confirmou Jenifer – Acho que eu estou pronta entende?
O sorriso largo de Dafne entregava sua excitação diante do assunto.
- O que você quer saber? Responderei todas as suas perguntas – Dafne imitara uma doutora fazendo mais uma vez Jenifer rir.
- Você é muito comédia Dafne.
Dafne fez caras e bocas se gabando.
- Sério agora, pode perguntar, o que eu souber eu respondo.

Capítulo 86 ♥

Giovanni colocou suas mãos grandes no rosto delicado da filha e olhou em seus olhos profundamente. Jenifer tentava decifrar o que aquele olhar queria lhe dizer, mas não conseguia, seu pai então o decifrou pra ela.
- Se eu sou o melhor pai do mundo é por que eu tenho a melhor filha do mundo, me orgulho-me muito de você.
Depois de mais um abraço carinhoso, Giovanni dirigiu-se até Eleonora.
- Bem doutora, só lhe peço-lhe uma coisa: cuide bem do meu bebê.
Eleonora sorriu e assentiu.
Giovanni saiu da sala deixando Jenifer e Eleonora sozinhas.



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Ao atravessar a porta deu de cara com Flaviana e sua desaprovação quanto a atitude da neta e do genro.
- Como você pode fazer isso Giovanni? Eu falei pra você fazer uma coisa sensata...
Giovanni lançou um olhar duro e a ignorou.
João Manoel não ficou calado e logo soltou suas palavras ásperas.
- Você vai mesmo ficar do lado dessas duas meu pai? Isso é nojento, é...
- Cala a boca vocês dois! – o grito de Giovanni ecoou por toda a casa – Eu não quero ouvir mais nem um piu sobre esse assunto. O que tinha que ser feito eu já fiz e quem tiver insatisfeito com a minha decisão pegue suas trouxas e pode ir embora. Nervoso ele foi para o quarto.
Flaviana e João Manoel se encararam assustados.



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Eleonora estava transpirando felicidade, satisfação e surpresa. Não poderia imaginar que Jenifer diria tudo o que disse sem vacilar nenhuma vez.
- Jenifer... Até agora não acredito que você disse tudo aquilo, de onde saiu tanta coragem?
- O meu amor por você me dá coragem pra tudo Léo até pra enfrentar meu irmão e minha avó... Mesmo que o meu pai esteja do meu lado, vai ser inevitável não tocar no assunto com eles. Por que agora que não é mais segredo, você vai vir aqui em casa como sempre veio. E eles querendo ou não vão ter que nos aceitar.
- Se for pra ter briga eu prefiro nem vir aqui Jenifer. Eu percebi como eles me olharam quando cheguei. Vai ser muito desconfortável.
- Eu vou proteger você, não vou deixar ninguém maltratar você.- E eu também vou proteger você.
Jenifer sorriu docemente e inclinou-se para Eleonora tocando devagar seus lábios nos dela.
- Agora eu tenho que ir, vou tentar dormir um pouco antes de ir pro plantão.
- Descansa sim, recarregue sua bateria para o plantão e pra mim, principalmente pra mim. – Jenifer estreitou os olhos e deu um meio sorriso tentando demonstrar sua malicia.
Eleonora sentiu o coração dar uma acelerada e seu pensamento foi tomado pela incerteza dos gestos e palavras de Jenifer.
Se beijaram mais uma vez e Jenifer a acompanhou até a porta.Quando chegaram à sala João Manoel e Flaviana ignoraram a presença de Eleonora, enquanto Danielle foi parabenizá-la por tudo der dado certo.
- Eu disse que tudo ia ficar bem – Danielle abraçou Eleonora e Jenifer.
Já na porta, ainda do lado de dentro Jenifer não se importou com a presença da avó e do irmão e se jogou nos braços de Eleonora.
- Bom plantão amor, vai com Deus – despediu-se jogando um beijo para Eleonora.
Do lado de fora Eleonora jogou outro e sussurrou um “eu te amo”.
Ao fechar a porta e virar-se o olhar enojado do irmão furtou sua respiração por segundos.

Capítulo 85 ♥

Giovanni se ajeitou na cadeira e parou o olhar em Jenifer.
Eleonora cruzou as mãos sobre a mesa e Jenifer colocou suas mãos por cima. Seu olhar confiante encontrou-se com o olhar temeroso de Jenifer.
- Eu te ajudo – murmurou Eleonora – doutor Giovanni...
- Se você quer saber se eu e a Eleonora estamos namorando... A resposta é sim pai. – Jenifer jogou as palavras em direção ao pai com segurança e medo ao mesmo tempo. Um silêncio pairou na sala por alguns instantes.


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Do lado de fora João Manoel e a avó estavam desolados. Ambos se afastaram da porta e sentaram um ao lado do outro no sofá.
Danielle continuava colada a porta, temia que depois da revelação Giovanni cometesse alguma coisa impensada.
- Eu prefiro ver sua irmã morta... – Flaviana estava arfante e com lágrimas nos olhos – Ainda bem que a sua mãe não está aqui pra ver esse desgosto.
- Eu quero ver aquela doutora sapatão morta, tenho certeza que foi ela que transformou a Jenifer nessa aberração – João Manoel bufava.
Os dois ficaram ali pasmados por mais alguns minutos, retomaram a consciência e voltaram até a porta, a fim de escutar o desfecho de tudo aquilo.

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- Fala alguma coisa pai.
-Você... Meu mimo... – Assim como os sentidos pareciam ter fugido de Giovanni, as palavras também lhe faltavam. Ele estava anestesiado. – Eu já sabia, mas pensei que fosse uma pegadinha, que você... Você está feliz? É isso mesmo que você quer pra sua vida?
- Eu estou muito feliz pai, a Léo é o meu amor entende? E eu só vou ser feliz se for com ela, eu não me vejo mais sem ela.
As palavras de Jenifer fizeram uma tsunami de felicidade percorrer pelo corpo de Eleonora.
- E nós queremos ficar juntas. Não passa mais pela cabeça de nenhuma de nós duas ficar longe da outra.
- E você acha que tá preparada pra enfrentar o mundo lá fora? Você sabe que levar essa vida não é fácil – Alertou Giovanni.
- Se ela não estiver preparada totalmente, ela tem a mim doutor Giovanni. Eu vou estar ao lado dela sempre que for necessário. Não vou deixar ninguém machucar ela – Declarou Eleonora.
Giovanni apoiou a cabeça sobre a mão olhando o vazio e permaneceu mudo alguns minutos, minutos suficientes para trazer novamente o temor para junto de Jenifer.
- Pai?
- Jenifer... Se você está feliz, gosta da doutora o suficiente pra enfrentar Deus e o mundo pra ficar do lado dela, quem sou eu pra dizer alguma coisa? Você é a razão da minha vida e eu não quero ter você longe de mim por causa disso.
Os olhos de Jenifer transbordavam de alivio.
- É sério, você não vai me colocar pra fora de casa por causa disso?
- Não, por que eu faria isso?
Jenifer se levantou e abraçou o pai o mais forte que pode.
- Você é o melhor pai do mundo, eu amo você. Amo muito.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Capítulo 84 ♥

Eleonora estacionou o carro em frente a casa de Jenifer e ficaram conversando por alguns minutos.
- Vou ver se consigo te ver antes do meu plantão, caso contrário só amanhã.
- Tudo bem Léo, não se preocupa. Consigo agüentar a saudade até amanhã.
O portão principal da casa começara a abrir e os olhares assustados fixaram-se nele. Da sombra que invadia a frente da casa Giovanni surgiu.
Jenifer olhou rápido para Eleonora e com mímicas mais rápidas ainda disse que depois ligaria pra ela. Eleonora assentiu e ao dar partida no carro um grito a fez parar.
- Espere um minuto ai doutora! – Falou Giovanni.
- Eu sei que passei outra noite fora sem avisar pai mas... – Disse Jenifer saindo do carro.
- Não quero explicações agora Jenifer – Giovanni seguiu até o carro de Eleonora e avisou – Mais tarde eu quero que as duas estejam aqui por que precisamos conversar.
Emudecida Eleonora balançou a cabeça.
Giovanni saiu e com os nervos a flor da pele Jenifer debruçou sobre a janela semi-aberta do carro e disse:
- Não sei se eu estou preparada Léo, tô confusa.
- Não precisa ficar tão nervosa, a gente vai se sair muito bem. Vou ver se consigo entrar mais tarde no plantão, mas eu tenho crédito suficiente para conseguir isso.
- Por favor, não me deixa sozinha – A voz de Jenifer saia com dificuldade.
Vendo os olhos da amada transbordando, Eleonora saiu do carro e a abraçou.
Ao olhar pra cima viu que Flaviana acompanhava tudo da janela da sala e Eleonora ficou incomodada.
- Vou indo pra casa preparar meu espírito e não se preocupa tudo vai dar certo – Eleonora beijou a bochecha de Jenifer e foi pra casa.


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Desde que Eleonora e Jenifer haviam brigado, Eleonora nunca mais entrara no território dos Improtta. E agora mais do que nunca sentia que para alguns sua presença não era muito desejada.
- Acho melhor a gente esperar meu pai lá na sala de jogos Léo – disse Jenifer puxando Eleonora pela mão. Os olhares de João Manoel e da avó estavam deixando Jenifer muito mais nervosa.
Lá dentro Eleonora andava de um lado para o outro enquanto Jenifer mentalizava e repassava tudo o que diria ao pai sentada na cadeira.


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Giovanni chegou em casa e se deparou com Flaviana e João Manoel inconformados e Danielle com medo do que poderia acontecer detrás daquela porta.
- Essas caras de bunda querem dizer que elas já chegaram?
- Chegaram sim Giovanni, estão lá na sala de jogos – disse Danielle.
- Espero que você faça uma coisa sensata meu genro.
- E vou dona Flaviana – Giovanni ajeitou a gravata torta e seguiu para a sala de jogos. – E se eu pegar alguém com a orelha colada na porta eu corto a jugular de cada um – ameaçou.
Mesmo com ameaça, assim que Giovanni passou pela porta, os três foram na ponta dos pés até a porta.

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Eleonora agora estava sentada de mãos dadas com Jenifer. Ao ouvir os passos firmes de Giovanni, as mãos se soltaram e um olhar de “é agora” foi trocado.
Calmo Giovanni entrou na sala e sentou-se de frente para elas.
- Bom, bem... Vamos direto ao assunto. Vocês se tornaram-se amigas, depois brigaram e agora voltaram a ser amigas... Muito amigas eu diria.
- É. Bom doutor Giovanni acho que eu sou a pessoa mais certa...
- Doutora, eu sei que das duas, você é a mais experimentada, digo no sentido de experiente, e por isso tem a língua mais solta, não estou chamando você de fofoqueira.. Enfim, você é a mais falante.
Jenifer acompanhava tudo em silêncio.
- Mas o que me interessa mesmo é saber o que minha filha tem a dizer sobre os últimos acontecimentos – continuou Giovanni.
- Desculpe, estou um pouco nervosa mesmo.
- Você também meu mimo... Deve estar bastante nervosa, por que você é minha filha querida um anjo de candura, uma pessoa inocente...
- Não, eu não estou nervosa e nem sou tudo isso que você falou estou tranqüila.
Eleonora a olhou com uma expressão assustada, pois horas atrás Jenifer estava sentindo tudo, menos tranqüilidade.
- Você que está nervoso pai, falou sem parar e não foi direto ao assunto como disse que ia.
- É que eu não sei como começar – desabafou.
- Então deixa que eu vá direto ao assunto.

Capítulo 83 ♥

Agora foi a vez das bochechas de Dafne ficarem rosadas.
- Anda Dafne, me responde – Pressionou Jenifer.
- Ai amiga... – hesitou – isso é muito pessoal. Você vai descobrir em breve, você só vai entender na prática na teoria é um pouco... Um pouco bizarro – Dafne ria.
Jenifer ficou insatisfeita, mas não pressionou mais Dafne a contar.
Após parar de rir como hiena, Dafne recuperou o fôlego e voltou a falar de assunto sério.
- Ai ai – suspirou – Vamos falar de coisa séria agora. E a sua família... Como vai ficar agora?
O rosto de Jenifer ficou sombrio.
- Essa é a parte que eu preferia que não existisse, ou que fosse mais fácil. Não sei por quanto tempo eu vou continuar com a Léo em segredo. Eu dou muita bandeira você sabe como eu sou transparente.
- Muito transparente – concordou – Pelo que percebi as coisas não vão ser fáceis. Desculpe te dizer isso, mas acho que você vai provocar uma guerra.
Jenifer ficou reflexiva e especulou.
- Dafne... Você sentiu tanto medo como eu quando virou lésbica? Como foi falar pra sua mãe, seu pai?
Dafne revirou os olhos.
- Eu não fiquei tão assustada que nem você. Foi muito tranqüilo pra mim, eu só fiquei assustada mesmo quando foi para contar para os meus pais que eu não era exatamente o que eles achavam. Achei que seria a decepção deles, que eles me colocariam pra fora de casa... Mas foi totalmente o contrário. Eles falaram que a partir daquele momento eles me amariam mais, e que estariam do meu lado mais do que nunca. E aprende uma coisa: Ninguém vira gay, ninguém. A gente se descobre.
- Hum, certo.
Jenifer sentiu esperança, medo, arrepios, tudo ao mesmo tempo.
- E o Demétrio?
- Foi tranqüilo também. Só ficava com raiva quando eu ficava com as meninas que ele estava afim – Dafne riu. – Ele não conversa comigo muito sobre isso, mas me respeita pra caramba.
- Hum – Jenifer tinha certeza de que com João Manoel seria completamente diferente.
- Uma pessoa que me surpreendeu foi meu pai. Me tornei muito mais próxima dele depois disso, tem muitas coisas que eu conto pra ele e não conto pra minha mãe.
- Não sei como vai ser aqui em casa, meu irmão e minha avó falaram coisas absurdas quando souberam que a Léo estava interessada em mim além de amizade. Meu pai eu não sei... Às vezes ele parece estar em cima do muro. A Dani é o meu anjo da guarda, com ela eu sei que posso contar sempre. E infelizmente minha mãe não está aqui pra eu correr pro colo dela quando me sentir perdida – os olhos de Jenifer ficaram marejados ao lembrar-se da mãe.
Jenifer deitou no colo de Dafne e enquanto tinha os cabelos acarinhados pela amiga ouvia palavras de conforto.
- Jeni... A Dani, eu e principalmente a Léo estaremos do seu lado quando essa hora chegar. Mas as coisas apenas começaram, deixa o tempo passar e dizer como você deve agir.


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E o tempo passou. Mas serviu apenas para trazer mais temor para Jenifer.
Fazia um mês e quinze dias desde que ela e Eleonora haviam começado a namorar e entre insinuações e piadinhas de mal gosto, Jenifer via que além da reprovação da família, teria que driblar os fofoqueiros e preconceituosos de plantão.
Jenifer e Eleonora almoçavam no restaurante perto do hospital e era impossível não sentir que por onde passavam os olhares curiosos as seguiam.
- Jeni, você ainda nem falou com a sua família e já esta apavorada. Acho que você está sofrendo a toa – disse Eleonora desviando a atenção de Jenifer do olhar das pessoas em volta.
- Eu sei amor... – Jenifer se interrompeu quando viu os olhos de Eleonora brilhando. – Por que você tá me olhando assim?
Eleonora ficou surpresa ao ouvir um simples “amor” de Jenifer, pois desde que começaram a namorar via que Jenifer ainda se sentia tímida em chamá-la por apelidos carinhosos.
- Do que você me chamou?
- De amor, é isso que você é né? Meu amor – A mão delicada de Jenifer acariciou a de Eleonora.
- Mas o que você ia falar?
- Ah – retomou o raciocínio – Eu sei que eu estou supondo as coisas, mas eu percebo que minha avó e o João são preconceituosos e eu não vou saber lidar com isso.
Eleonora segurou mais firme a mão de Jenifer passando-lhe segurança.
- Você vai conseguir sim, por que eu vou estar ao seu lado.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Capítulo 82 ♥

A falsa cara de tristeza logo se desfez e Eleonora abriu um sorriso que ainda estava escondido.
- Deu tudo certo mãe, ela é minha, só minha – disse com alegria levantando a cabeça.
Janice sorriu e logo depois deu uns tapas na filha.
- E você quase me matou do coração de novo, que isso menina. Brincadeira sem graça.
- Ué mãe, não vai ficar feliz por mim?
Janice desamarrou a cara e abraçou a filha.
Nos braços da mãe Eleonora despejou sua conquista.
- Deu tudo certo, eu não acredito. Ela ainda tá um pouco assustada. Você não vai acreditar nas coisas que ela me disse.
- Me conta filha, quero saber tudo.
Eleonora contava tudo para mãe que escutava feliz. Janice não escondia a felicidade ver Eleonora feliz.

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Jenifer vagava pela casa enquanto esperava Dafne pra lhe contar com detalhes como havia sido a reconciliação com Eleonora. Seu pensamento estava na noite anterior.
A campainha tocou e correndo foi abrir a porta. Era Dafne.
Com um sorriso largo e os braços abertos Dafne envolveu Jenifer e não precisou dizer nada. O gesto demonstrava sua alegria.
- Eu quero saber tudo, com detalhes. – exigiu Dafne.
- Tudo bem, você sabe que não tenho segredos com você.
Subiram para o quarto e Jenifer trancou a porta. Havia virado hábito.
- Por que a porta trancada? – Perguntou Dafne curiosa.
- Minha avó... Acho que ela meio que já sabe ou desconfia apenas que eu e a Léo estamos “de rolo”. Não duvido nada que ela anda ouvindo minhas conversas. É melhor prevenir.
Jenifer estava certa. Flaviana passava pelo corredor quando viu a porta do quarto da neta se fechando e ouviu a chave rodar na fechadura.
- Sua mãe não ensinou que é feio escutar conversa alheia – Danielle havia flagrado Flaviana com o ouvido colado na porta.
Ela não respondeu. Lançou para Danielle um olhar de desdém e foi para sala.
Lá dentro a conversa era na base de perguntas e respostas. Dafne perguntava e Jenifer respondia.
- Me conta... Como foi o primeiro beijo? – A voz de Dafne era ansiosa.
- Foi... – Jenifer parou pensativa tentando buscar alguma palavra que definisse a sensação – Foi mágico sabe? Foi... Não sei explicar. Só sei que senti minhas pernas amolecerem e o coração na garganta.
- E o resto?
- Que resto?
- Ai amiga... Você sabe.
- Não sei não.
- Ok, você me obrigou – Dafne mudou seu olhar encantado para malicioso e disse claramente:- Sexo. Quero saber do sexo.
O rosto de Jenifer foi instantaneamente tingido de uma cor que variava do rosa para o vermelho.
- Se ficou vermelha é por que aconteceu alguma coisa, quero saber TUDO – Dafne jogou uma almofada em Jenifer.
- Não aconteceu nada sua pervertida. Eu disse pra ela que eu queria, mas que ainda não estava preparada.
- Não acredito que você fez isso! Como você conseguiu resistir... – Dafne se calou e percebeu que havia falado demais.
- Resistir...? – Tentou especular.
Dafne logo retornou ao dia em que transara loucamente com Eleonora.
- Resistir... Resistir ao tesão amiga, isso.
- Você é muito direta às vezes – disse Jenifer ainda envergonhada. – Pois mesmo morrendo de vontade alguma coisa me travava. Eu não faço a mínima noção de como começar.
- Você não precisa fazer nada amiga, não agora. É relaxar e gozar – Dafne soltou uma gargalhada.
Jenifer riu também.
Dafne expirou e inspirou algumas vezes retomando o fôlego e continuou.
- Sério Jenifer... Relaxa, é meio difícil no começo mesmo. Mas vai no seu tempo, com calma, deixa acontecer naturalmente.
Jenifer não prestara atenção no que Dafne havia dito pois estava totalmente absorta em seus pensamentos.
- Jenifer? Jenifer?
- Como que é?
- Como que é o que?
- Do que a gente está falando até agora?
- Sexo.
- Então, como vocês... Quer dizer, nós... Como as mulheres fazem sexo?
Dafne soltou um sorriso malicioso e ficou pensativa por um momento tentando buscar respostas não muito assustadoras.

Capítulo 81 ♥

Eleonora estacionou o carro na esquina da casa de Jenifer e ela sem entender perguntou o porquê.
- Por causa disso – E Eleonora a beijou calorosamente.
Jenifer ficou sem fôlego e preocupada.
- Tomara que ninguém tenha visto.
- Ainda é cedo e por aqui essas horas é bem deserto.
Eleonora desceu mais alguns metros e parou em frente a casa de Jenifer.
- Está entregue, sã e salva. Não tirei nenhum pedaço de você – brincou – Hoje não vai dar pra gente se ver, mas...
- Amanhã, assim que sair da faculdade, vou ter o tempo todo pra você – completou Jenifer.
- Sim, só pra mim – Eleonora pegou a mão de Jenifer e deu um beijo de despedida.
O gesto fez os olhos de Jenifer brilharem.
- Até amanhã então.
- Até... – Jenifer desabotoou o cinto de segurança e depois subiu o pino da porta abrindo-a em seguida. Mas puxou a porta para dentro de novo e virou-se para Eleonora – Eu... Amo você – sussurrou.
- Eu também amo você.
Jenifer sorriu e acariciou o rosto de Eleonora com a mão, hoje menos trêmula.
Eleonora arrancou com o carro rumo ao hospital, enquanto Jenifer entrava em casa. Estava em estado de graça, nem parecia se importar com as milhares de perguntas que estavam por vir.
Quando Flaviana viu a fechadura da porta girar logo se encheu de ira.
Jenifer tentou conter a inundação de felicidade que parecia percorrer todo o seu corpo; mas o brilho nos seus olhos havia voltado, e era inevitável a percepção.
- Bom dia vó, bom dia Dani – Jenifer era só sorrisos.
- Você não acha que me deve satisfação Jenifer? – A voz ríspida de Flaviana não causou efeito algum em Jenifer.
- Pega leve com a Jenifer dona Flaviana – Tentou aliviar Danielle.
- Cala a sua boca e não se meta em assunto da família.
- Não precisa ser grossa com a Dani assim não vó.
- E não desvie o rumo da conversa, onde você esteve Jenifer Improtta? Posso saber?
- Não vó, não pode. A única coisa que você pode saber é que eu estou bem, tô viva não tô? É o que importa. Dani vem aqui no meu quarto, preciso conversar com você.
- Você não vai pra faculdade Jenifer?
- Não, hoje não tenho cabeça pra estudar.
E Jenifer subiu para o quarto seguida por Danielle.
Flaviana ficou paralisada, irremediavelmente inconformada. E pensativa. Estava disposta a descobrir o que estava acontecendo com Jenifer e fazer tudo para trazer a personalidade antiga da neta de volta.



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Jenifer trancou a porta do quarto por segurança, a cara de descontentamento da avó havia lhe deixado tensa.
- E assim foi a nossa reconciliação Dani. Nossa, até agora eu não acredito que disse tudo aquilo.
- Nem eu acredito. Mas e agora? Sua avó está desconfiada desde algum tempo, quando ela souber, ela não vai gostar nada da idéia – alertou Danielle.
- Eu sei, mas a Léo disse que me espera o tempo que for pra contarmos pra nossa família. Ainda acho que essa tarefa vai ser mais difícil pra ela, o pai dela tem uma cabeça muito antiga e eu não gosto nem de pensar nisso.
- Deixa pra pensar nisso quando chegar a hora. O importante é o agora. Como é bom ver você feliz de novo.
Jenifer deitou no colo de Danielle que começou a lhe afagar os cabelos e fechou os olhos lembrando e se arrepiando de cada lembrança da noite passada.



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A tarde já virava noite quando Eleonora chegou em casa.
A ansiedade de Janice já havia a consumido e quando Eleonora entrou pela porta da cozinha seu coração disparou.
- Minha filha, como você fica tanto tempo sem dar notícia? – Percebendo o tom alto da voz ela respirou fundo e falou mais baixo – Você quer me matar do coração só pode...
Eleonora resolveu deixar a mãe ainda mais aflita e fez facilmente uma expressão de tristeza.
- Eleonora fala o que aconteceu, que cara é essa?
Eleonora sentou na cadeira e apoio a cabeça nos braços entre a mesa. Janice entrou em pânico.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Capítulo 80 ♥

Eleonora levantou-se da cama e Jenifer protestou.
- Ah não Léo, ainda é tão cedo. Fica mais um pouco aqui comigo vai.
- Não faz essa carinha, você sabe que eu não resisto. Mas hoje eu tenho plantão e você tem faculdade esqueceu?
- E você acha que eu vou ter cabeça pra estudar hoje?
Eleonora parou no batente da porta e convidou Jenifer para um banho.
- Quer tomar banho comigo?
Jenifer fechou os olhos e passou o nariz pelo ombro dizendo:
- Não. Não quero tirar o seu cheiro da minha pele.
Eleonora voltou para a cama e com um olhar sedutor disse:
- Você vai tê-lo quando quiser, agora eu sou sua.
Eleonora escorreu as mãos pelo corpo de Jenifer e inclinou-se para beijá-la. Sem receio algum, Jenifer respondeu ao beijo de forma mais calma.


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Janice colocava a mesa do café quando Sebastião desceu para comer.
- Bom dia mulher, que cara é essa?
- É que a Eleonora saiu ontem e até agora não voltou. Estou preocupada.
- Está preocupada a toa, ela deve ter tido uma daquelas emergências imprevisíveis e aproveitou que hoje ela tem plantão e nem voltou pra casa.
- Você não se preocupa mesmo com a Léo né?
- Não tem o porquê de me preocupar com ela. Sempre foi uma filha exemplar, nunca me deu trabalho. E você mais do que eu sabe que médico não tem horário.
“É que ele não sabe que a Eleonora saiu não pra resolver coisas do trabalho, mas problemas pessoais” pensou Janice. Balançou a cabeça dispersando os pensamentos e foi para cozinha buscar o café e o chá.


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Eleonora desligou o chuveiro e viu Jenifer esperando encostada na pia com uma toalha grande e branca nas mãos. Abriu o box de vidro virou-se de costas e Jenifer colocou a toalha em suas costas, a embrulhando.
- Apesar do medo, eu estou muito feliz de estar com você agora. Se eu soubesse que estaria me sentindo assim, nas nuvens, eu teria vindo falar com você antes.
Aquilo soou como músicas nos ouvidos de Eleonora, que retribuiu as palavras de Jenifer com um sorriso.
Saíram do banheiro e enquanto Eleonora se enxugava, Jenifer tirava as torradas do pacote e colocava na bandeja junto do suco e da geléia.
- Foram as únicas coisas que eu achei Léo – disse colocando a bandeja sobre a cama.
- Acho que vou ter que começar a fazer umas compras pra cá.
- É, eu também acho. Acho que esse apartamento vai começar a ser muito freqüentado a partir de hoje – Jenifer deu uma piscadela para Eleonora.

Capítulo 79 ♥

As bochechas de Jenifer coraram instantaneamente e a voz lhe faltou por alguns segundos.
- É claro que você não quer, desculpa a minha pressa – envergonhou-se Eleonora.
- Eu quero Léo... Mas não agora, ainda não me sinto muito preparada entende?
Eleonora sorriu e disse:
- Claro que entendo.
Jenifer soltou um bocejo e Eleonora olhou para o relógio na parede.
- Nossa já é tarde. Amanhã eu tenho plantão e você tem aula cedo.
- É.
Eleonora sentou na cama e começou a se despir, ficando apenas de calcinha.
- Não vai dormir não? – Perguntou Eleonora enquanto colocava a roupa sobre a cadeira.
Jenifer sentou na cama e tirou apenas a rasteirinha dos pés.
Eleonora chegou por trás colocando as mãos na cintura de Jenifer e com um sussurro perguntou:
- Vai dormir assim?
O olhar de Jenifer havia respondido a sua pergunta.- Eu já te vi inúmeras vezes assim Jeni, agora a única diferença é que agora eu sou sua namoradaJenifer sorriu.
- Pode tirar tudo, mesmo que eu esteja morrendo de vontade, eu não vou te atacar enquanto dorme.
Jenifer sorriu novamente e obedeceu Eleonora e deitou-se de costas para ela ainda envergonhada.
O vento frio que entrava pela janela semi-aberta fazia Jenifer se arrepiar. Eleonora passou a mão por suas costas nua e a protegeu com seu corpo, bloqueando o vento.
- Eu vou te esquentar – sussurrou Eleonora no ouvido de Jenifer.
- Boa noite Léo.
- Boa noite meu amor – respondeu beijando o ombro de Jenifer.
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O dia amanheceu quente em Vila São Miguel.
Danielle desceu as escadas e se surpreendeu ao ver Flaviana deitada no sofá.
- Dona Flaviana, acorda – chamou cutucando-a.
- Hein? Jenifer é você? – Perguntou sonolenta.
- Não, sou eu a Danielle. A Jenifer ainda não chegou. O que a senhora faz ai no sofá?
Flaviana sentou no sofá e levou as mãos à cabeça preocupada.
- Ai essa minha neta... Que saudade do tempo que ela era quieta, só estudava, era ajuizada...
- E quem disse que a Jenifer não é ajuizada? Ela continua a mesma, quer dizer... Ela mudou um pouco, mas continua com o mesmo juízo de sempre – disse Danielle.
- Não vou ficar discutindo esse assunto com você, por que foi culpa sua tudo de ruim que aconteceu com a Jenifer – Respondeu Flaviana indo para o quarto.
Danielle correu atrás e parou no primeiro degrau da escada impedindo que Flaviana subisse.
- Deixa eu passar garota.
- Não sem antes você me escutar. As coisas ruins que aconteceram com a Jenifer não foram culpa minha não, foram culpa da cegueira de vocês para o que ela estava sentindo.
- Epa, epa! O que esta acontecendo aqui? – Questionou Giovanni degraus acima de Danielle.
- Sua filha Giovanni, até agora não chegou em casa e eu nem sei onde ela foi. Nem eu e nem você – Gritou Flaviana.
- Se acalme-se vocês duas. A Jenifer está bem, eu já lhe disse ontem minha sogra. Notícia ruim corre rápido. Agora vão as duas pra mesa tomar o café e sem briga.
Na mesa Flaviana tentou dizer mais algumas coisas sobre o comportamento de Jenifer, mas Giovanni a interrompeu e proibiu de dizer qualquer coisa durante o café.


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Eleonora ainda dormia quando Jenifer acordou. Inúmeras coisas passeavam por sua mente naquele momento.Sem querer acordar Eleonora, Jenifer passou as costas da mão em seu rosto sereno e seu doce movimento a despertou.
- Você consegue ser linda até quando acaba de acordar – disse Eleonora chegando mais perto de Jenifer. – Que cara é essa? Parece arrependida...
- Não, Não estou arrependida. Preocupada... Estou com muito medo. Enquanto você dormia eu fiquei pensando...
- Em que?
- Agora que estamos namorando, como vai ser? Vou ter que contar pra todo mundo agora? Minha família vai querer me colocar pra fora de casa...
Eleonora calou Jenifer colocando os dedos em sua boca.
- Você não precisa pensar nisso agora, a gente não precisa contar pra ninguém, ninguém tem nada haver com o que a gente faz ou deixa de fazer.
- Eu sei... Mas eles são a nossa família Léo...
- Sinceramente... Se dependesse só de mim, eu contaria pra eles hoje mesmo.
- Contaria? Pra todo mundo?
- Sim, inclusive pra sua família. A gente vai precisar muito deles...Jenifer sentou na cama e ficou quieta.
- Que foi?
- Eu não me sinto segura pra fazer isso Léo... Não agora.
- Se você não quiser, não contaremos agora. Pode ficar tranqüila, quando você quiser, a gente conta.
- Sério?
- Sério – Eleonora sorriu e beijou Jenifer.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Capítulo 78 ♥

Jenifer levantou os olhos e encontrou o olhar encantador de Eleonora. Sentiu-se mais confiante.
- Léo, depois que a gente se afastou, quando eu conseguia dormir eu sempre sonhava com você. Acordava assustada e não entendia o porquê. Cada dia eu sentia mais a sua falta, mas eu não queria sentir, eu queria mesmo era esquecer que um dia conheci você. Mas vi que ia se tornando mais difícil cada vez que eu tentava.
Eleonora ouvia tudo em silêncio.
- No dia que você se declarou, eu fiquei muito assustada e decepcionada. Me senti enganada. E no mesmo dia eu conheci o Thomas Jefferson e nele eu busquei uma coisa que eu sei que eu só encontraria... – Jenifer ficou encabulada, mas estava ali para dizer tudo o que estava passando em seu coração. - em você. Ele... Eu. Eu não conseguia beijar ele sem pensar em você, ele e qualquer outro garoto que eu ficasse. E eu fui percebendo que tinha alguma coisa de errado comigo.
- Não tem nada de errado com você ou com o que você sente – Interrompeu Eleonora.
- Eu sei, agora eu sei. E depois de várias loucuras e tentativas frustradas de te esquecer, a Dani e a Dafne me mostraram que na verdade eu estava tentando fugir de um sentimento que apareceu desde o dia que nos conhecemos... – Jenifer parou um segundo e percebeu que já estava embolando as palavras e resolveu ser direta. – Eu só sei que agora eu não posso ser apenas sua amiga, preciso ser mais que isso.
Um sorriso de felicidade surgiu no rosto de Eleonora e ela sentia enfim que agora teria Jenifer ao seu lado.
- Você não quer ser minha amiga então? Perguntou Eleonora com um sorriso confiante.
- Não... Eu quero ser sua... Sua namorada Léo. Eu... Eu amo você e não dá mais pra esconder isso, está transbordando – E Jenifer não conseguiu conter as lágrimas.
Eleonora soltou suas mãos das mãos de Jenifer e passou os dedos em seu rosto enxugando as lágrimas. Abriu os braços e Jenifer a abraçou fortemente.
- Hoje é o dia mais feliz da minha vida. Até que enfim eu tenho você pra mim – Confessou Eleonora em sussurros no ouvido de Jenifer.
Jenifer não disse nada mais apenas apertou Eleonora mais contra o seu corpo.
Depois de minutos abraçadas se soltaram e começaram a se olhar de forma intensa. Eleonora foi chegando mais perto e colocou a mão no rosto de Jenifer. Assustada Jenifer recuou. Engoliu em seco o medo do primeiro beijo e desviou os olhos para janela.
Eleonora entendeu o nervosismo de Jenifer e resolveu não forçar a situação e decidiu ir pra cozinha fazer alguma coisa para comerem.
Enquanto Eleonora fazia uma caçada na geladeira Jenifer se sente na obrigação de pedir perdão pelas lágrimas que havia feito Eleonora chorar.
- Léo... Quero te pedir desculpas.
- Desculpas?
- É. Por ter te feito sofrer, por ter sido ignorante, grossa... – Jenifer foi interrompida pelas lágrimas.
- Para, não precisa me pedir desculpa por nada. Tudo aquilo foi completamente normal. E eu não sabia que você era tão chorona – Eleonora sorria divertindo-se com a cara brava de Jenifer.
- Insensível.
- Estou brincando.
Eleonora colocou as mãos na cintura de Jenifer e a girou fazendo ficar frente a frente com ela.
Jenifer queria se afastar novamente, mas suas pernas não a obedeciam. O olhar de desejo de Eleonora a deixaram hipnotizada e imóvel.
Um sorriso tímido surgiu em seu rosto e ela decidiu não adiar mais.
As mãos de Eleonora subiram até o rosto de Jenifer e em movimentos delicados os dedos começaram a deslizar pelos contornos até chegar a boca de Jenifer.
Jenifer se inclinou chegando mais perto de Eleonora roçando seu rosto no dela. A respiração ofegante de Eleonora deixou Jenifer excitada.
Com uma mão na cintura e outra na nuca, Jenifer puxou Eleonora e seus lábios se acharam.
Ao mesmo tempo em que queria um beijo de tirar o fôlego, Eleonora tentou ir com calma e dançar conforme a música de Jenifer.
O beijo era como os que as crianças costumavam dar.
Jenifer se afastou e assustada ficou muda olhando Eleonora.
- Calma, está tudo bem.
Ainda emudecida Jenifer fechou os olhos e não pensou em mais nada. Apenas se entregou. Pousou as mãos trêmulas na cintura fina de Eleonora e se arrepiou quando Eleonora deu uma mordida no seu lábio inferior.
Conforme o beijo se intensificava, as mãos de Eleonora contraiam Jenifer em seu corpo. Eleonora desceu os lábios até o pescoço de Jenifer enquanto sua mão passeava pelos ombros e abaixava a alça de sua blusa.
Jenifer afastou Eleonora e subiu a alça da blusa assustada.
- Que foi, você não quer?

Capítulo 77 ♥

Por uma fração de segundo a demora de Jenifer quase fez Eleonora desistir. Jenifer repassou mais algumas vezes o que ia falar para Eleonora, mas desencanou, pois o nervosismo e ansiedade embaralhavam cada vez mais sua mente. Enxugou o rosto molhado pelas lágrimas e foi ao encontro de Eleonora.
Quando viu o carro preto de quatro portas estacionado no portão de sua casa Jenifer se sentiu anestesiada. A rua mal iluminada não a deixava ver o quanto Eleonora estava sorridente ao vê-la.
- Oi – disse Jenifer timidamente abrindo a porta do carro.
- Oi – retribuiu Eleonora com um sorriso nos lábios – A gente vai conversar aqui mesmo?
- Não... Não quero que ninguém aqui de casa me veja falando com você.
- Então pra onde a gente vai?
- Qualquer lugar.
Eleonora saiu com o carro e foi para o “qualquer lugar”. Jenifer colocou o cinto de segurança e olhou pela janela o pai observando tudo.

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Depois de ver a filha saindo com Eleonora Giovanni resolveu ir dormir, pois sabia que Jenifer estava em boas mãos.

Ao subir as escadas deu de topa com Flaviana que estava afoita.
- Eu estava indo pra cozinha quando ouvi um barulho de carro. Fui ao quarto da Jenifer saber se ela estava dormindo. E adivinha? Ela não estava na cama. Ai meu Deus era só o que faltava. Será que...
- Ela saiu sim – disse Giovanni tranquilamente.
- Você viu e não fez nada?
- Não se preocupe minha sogra, a Jenifer não foi muito longe, logo ela está de volta – Giovanni foi para o quarto e deixou Flaviana falando sozinha.

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Eleonora resolveu ir para o lugar onde costumava se refugiar quando precisava ficar sozinha. Era um apartamento nos arredores de Vila São Miguel. Durante o trajeto trocou com Jenifer apenas olhares. Chegou ao edifício e passou pela portaria, estacionou o carro na vaga.
- O apartamento fica no nono andar. Quer subir de elevador mesmo? – Perguntou Eleonora.
- Eu prefiro.
Dentro do elevador o único barulho que se ouvia era das roldanas do próprio.
O elevador parou no nono andar. Jenifer arfou e ficou paralisada.
- Vai ficar ai dentro? – Disse Eleonora segurando a porta e sorrindo.Jenifer soltou um sorriso nervoso e seguiu Eleonora.
- Quem é que mora aqui? – Jenifer analisou cada detalhe do interior do apartamento.
- Às vezes sou eu. Mas na maioria das vezes é uma amiga.
- Amiga?
- É, amiga. Ela se separou do marido tem um tempo e mora aqui. Mas agora esse apartamento é mais meu do que dela porque ela está no Nordeste fazendo um estágio, então eu venho aqui de vez em quando.
- Hum.
- Quer comer alguma coisa? Você jantou?
- Não, não quero nada...
- Jenifer você tem que se alimentar direito, faz pouco tempo que você saiu do hospital – repreendeu Eleonora.
Enquanto Eleonora falava Jenifer se enchia de coragem para começar o assunto.
- Eleonora, eu... Não sei por onde começar droga – Jenifer baixou os olhos e sentou no sofá.
Vendo o nervosismo de Jenifer, Eleonora se aproximou e sentou em sua frente pegando em suas mãos trêmulas para acalmá-la.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Capítulo 76 ♥

Eleonora abriu o portão e parou na calçada, parecia não conseguir ir mais além. Quando viu Jenifer ali parada olhando pra ela tinha certeza de que não era um sonho.
Jenifer estava séria e a cada passo que Eleonora dava seu coração batia mais e mais rápido, seu olhos acompanhavam detalhadamente cada movimento.
Eleonora chegou perto o suficiente para ver o olhar assustado de Jenifer. Seus olhares se encontraram e Eleonora sorriu.
No momento em que viu Eleonora chegando mais perto o medo falou mais alto e Jenifer arrancou com o carro, deixando Eleonora completamente inerte. Venâncio que acompanhava tudo do portão ficou irritado com a atitude de Jenifer e foi até a irmã abraçando-a e consolando-a.
Ao ver os filhos entrando Janice ficou surpresa.
Sebastião ainda estava na sala, mas dormia. Janice o acordou e falou para dormir na cama, assim poderia conversar com Eleonora normalmente.
Pouco tempo depois Sebastião já estava no quarto.
- Você está me dizendo que ela te deixou plantada no meio da rua? – Indignou-se.
- Foi mãe, droga. Parece que está brincando comigo.
- Você não vai deixar barato né? – perguntou Venâncio.
- Não?
- Claro que não Léo. Coloca ela na parede. Vai atrás dela e pergunta o que ela quer, você não pode deixar de graça não.
- É, vou ter que fazer isso, é a última alternativa.
- Agora sim! – Exclamou Janice.
- Vou até lá e vou falar com ela, chega dessa brincadeira.

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Jenifer voltou pra casa e viu que apenas o pai e Danielle estavam acordados.

- Jenifer meu mimo, sua avó me deixou louco nessa casa. Pensei que tinha acontecido alguma coisa com você, você está bem?
Quando Danielle viu Jenifer, desacreditou.
- Minha avó anda muito pegajosa ultimamente, estou bem sim pai.
- Onde você estava?
- Estava por ai, dando umas voltas.
- Sozinha?
- É, sozinha...
Giovanni sorriu e chamou Danielle que estava deitada em seu colo para dormir na cama.
- Boa noite meu mimo – Despediu-se Giovanni dando um beijo na filha.
- Vai na frente que eu já estou indo Giovanni – Disse Danielle.
Quando Giovanni já não estava mais na sala, Danielle sentou com Jenifer no sofá.
- Você pode me explicar o que está fazendo aqui? – A voz de Danielle era alterada, mas mantinha o tom baixo.
- Eu... Eu fiquei assustada só de ver a Léo ali na minha frente – Disse Jenifer tentando engolir o choro.
Danielle balançou a cabeça e deu um beijo na testa de Jenifer.
- Calma, amanhã você tenta outra vez.
Jenifer ainda desacreditada da sua atitude deitou no sofá e por ali ficou.
O telefone tocou criando uma interrogação na mente de Jenifer, pois já passa das dez horas da noite, e depois desse horário qualquer ligação era suspeita. Mas mesmo receosa atendeu.
- Alô?
- Jenifer sou eu – Identificou-se Eleonora – Olha, estou aqui na porta da sua casa como você estava na minha até agora, e não saiu daqui sem falar com você.
- Eu estava lá mesmo Eleonora, mas...
- Mais nada. Já disse que não saiu daqui sem falar com você, estou te esperando. – E antes que Jenifer pudesse dizer algo, Eleonora desligou o telefone.
- Agora não tem escapatória Jenifer – disse para si mesma.

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Dentro do carro Eleonora aguardava ansiosa. Passaram-se rapidamente trinta minutos desde que havia desligado o telefone e estava disposta a passar o tempo que fosse ali esperando.

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Jenifer andava de um lado para outro quando seu pai desceu as escadas e ia para cozinha. Mas viu a filha ainda acordada e foi falar com ela.- Jenifer, por que você não vai dormir?
- É, eu... Eu... Não estou com sono pai, vou ficar aqui mais um pouco.
- Tá bom – respondeu virando-se para a cozinha. Deu meia volta no seu eixo e resolveu aconselhar a filha – Jenifer...
- Oi – olhou assustada.
- Se acalme-se e me escute antes que eu se esqueça-me... Depois de muito tempo eu consegui entender um pouco do que estava acontecendo com você e percebi que a falta... – Giovanni parou, coçou a cabeça e decidiu não ser tão direto – Prestenção. Faça o que o seu coração mandar, independente do que as outras pessoas pensam. Você, apenas você sabe o que te faz bem ou mal.
Jenifer não acreditou no que escutou, mas sabia do que o pai estava falando e sentiu que era aquilo que faltava para se sentir mais forte.
- Obrigada pai, obrigada. Eu amo muito você – Agradeceu com um abraço afetuoso.
Mesmo que suas palavras tivessem saído com sinceridade Giovanni sentiu o coração apertar, mas confiava na filha e sabia que era para a felicidade dela.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Capítulo 75 ♥

Jenifer desceu as escadas correndo e passaria direto sem dizer aonde iria se não fosse o velho interrogatório da avó.
- Onde você pensa que vai desse jeito? Está produzida demais, vai sair?
- Eu não penso que vou, eu vou. Vou sair sim e não tenho hora pra voltar, não me espera.
- Jenifer Improtta – Jenifer olhou assustada, sempre que avó pronunciava seu nome e sobrenome era porque estava brava. – Calma ai. Você acabou de sair do hospital, não pode sair nesse sereno não.
- Vó, já faz cinco dias que sai do hospital e me sinto ótima. E eu não vou sair a pé, vou de carro. Fui – E Jenifer saiu como um tiro.
- E o seu pai nem sabe o que se passa aqui em casa. Aonde essa menina vai João Manoel, pode me dizer?
João Manoel olhou a avó e virou-se para o outro lado do sofá ignorando-a.
- Ninguém nessa casa me ouve mais, o que está acontecendo com todo mundo?
Danielle e Dafne desceram logo em seguida e não escaparam das perguntas.
- Vocês duas ai, vocês sabem onde a Jenifer foi não é? Claro que sabem – Flaviana respondeu a própria pergunta – Pode ir despejando, digam onde minha neta foi.
Danielle e Dafne se entreolharam e Danielle respondeu:
- Se eu disser você não vai gostar nem um pouco.
Flaviana cerrou os olhos e balançou a cabeça em sinal de negação. Frustrada foi para o quarto.



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Jenifer rondou a casa de Eleonora por um tempo até que decidiu parar do outro lado da rua, onde ninguém pudesse a ver.
- Chega de fugir, chega – conversava com ela mesma – Mas eu não sei o que dizer, como dizer... Ai meu Deus me ajuda. Calma, calma, você vai conseguir.
Colocou a cabeça entre as mãos que estavam no volante e continuo o seu mantra de coragem.



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Eleonora andava de um lado para o outro na sala. O pai que estava sentado no sofá vendo o jornal começou a se sentir incomodado e pergunta:
- Minha filha que afobação é essa? Daqui a pouco você abre um buraco no chão. Está acontecendo alguma coisa?
- Não... Ainda não. Não esquenta pai, é que ficaram de ligar do hospital pra dar uma notícia sobre uma paciente minha, só isso.
- Hum – Respondeu Sebastião pouco convencido.
Janice vendo a ansiedade da filha tenta acalmá-la.
- Léo, vem aqui na cozinha – chamou.
Eleonora foi e sentou ao lado da mãe na mesa. Mas não conseguiu ficar parada e voltou a andar de um lado para outro.
- Calma minha filha, desse jeito você vai acabar me deixando nervosa também. Se ela falou que vem é por que ela vem.
Eleonora soltou um sorriso confiante e voltou a se sentar na cadeira.
Venâncio chegou do trabalho e foi atrás da irmã para avisá-la que Jenifer estava lá fora.
- Ela veio então...
- Veio e está lá fora. Ela está mais nervosa que você, mas acho que agora vai.
- Eu vou lá ou espero ela me ligar, ou me chamar?
- Que pergunta Léo, vai lá. Anda logo antes que ela se arrependa e vai embora – Apressou Venâncio.
Depois de pensar por mais alguns segundos foi até a sala e olhou pelo vão da cortina, não viu nada. Com medo de Jenifer ter ido embora foi até o portão quando sentiu o coração parar. Jenifer estava lá, esperando por ela.