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quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Capítulo 54 ♥

A areia fofa fazia o salto de Jenifer afundar, deixando-a irritada. Minutos depois ela já estava com as sandálias nas mãos.
Seus olhos curiosos procuravam não intenção de não encontrar – ou encontrar sim – Eleonora. Thomas havia percebido e perguntou.
- Que tanto a minha linda olha? Procurando alguém?
- Não... Não estou procurando ninguém, apenas vendo as pessoas.
- Hum – resmungou o rapaz.
Eles andaram mais alguns metros e sentaram ali mesmo, esperavam ansiosos pela queima de fogos.
Dafne e Eleonora também haviam chegado e também já estavam com as sandálias nas mãos. Salto e areia era uma coisa que definitivamente não combinava. E assim como Thomas e Jenifer elas se abancaram na areia e esperaram a contagem regressiva e os fogos.
Em meio à multidão, alguém anunciou que faltava apenas 1 minuto para virada do ano, quem estava sentado se levantou.
E a contagem regressiva começou, 10, 9, 8, 7, 6, 5, 4, 3, 2, 1...
Feliz ano novo, e um coro se fez por alguns segundos.
Dafne e Eleonora se abraçaram fortes e deram um selinho. Thomas também abraçou Jenifer de forma forte e ela deixou os seus lábios se encontrarem com os de Thomas. Ao sair dos braços do rapaz, Jenifer ficou paralisada olhando duas pessoas abraçadas de um jeito muito carinhoso e que eram de longe muito parecidas com pessoas conhecidas.
As duas pessoas se soltaram do abraço demorado e a certeza apareceu, eram Dafne e Eleonora. Mas depois do abraço demorado mais uma surpresa, as mãos entrelaçadas como os namorados faziam.Mais uma vez o mundo de Jenifer começou a ruir.
Thomas estava tão distraído com a queima de fogos que se esqueceu de Jenifer.
Eleonora e Dafne continuaram de mãos dadas e foram caminhando na direção de Jenifer olhando os fogos, e desviando das pessoas.
Dafne tropeçou em um sapato que estava no chão e quase caiu, sua sandália saltou de suas mãos e caiu mais um pouco a frente. Ela puxou Eleonora pela mão e andaram em ritmo mais rápido para impedir alguém de pegar sua sandália. Rapidamente Dafne a achou, agachou para pegá-la e ao se levantar se deparou com a figura pálida e espantada de Jenifer.
Os sorrisos que estavam nos lábios de Eleonora haviam se desfeito naquele momento.
Eleonora soltou a mão da mão de Dafne e se aproximou de Jenifer.
- Jenifer... – Eleonora respirou fundo – Feliz ano novo.
Jenifer não respondeu, a raiva saltava de seus olhos, ela puxou Thomas Jefferson pelo braço e pediu para ir embora.
- Espera Jenifer – Eleonora chamou.
Dafne olhou Eleonora de rabo de olho e percebeu que ela havia ficado muito mexida com a cena. Mas não tocou no assunto, afinal de contas era com ela que Eleonora estava.
Eleonora havia ficado realmente mexida com a presença de Jenifer. Depois dos três longos meses que se passaram depois da sua declaração ela nunca mais havia visto Jenifer tão de perto.

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- Você nem esperou a queima de fogos terminar Jenifer. O que aconteceu? Por que essa cara amarrada? - Disparou Thomas Jefferson sua metralhadora de perguntas.
- Nada Thomas, não aconteceu nada. Apenas cansei de ficar lá no meio daquela multidão, aquele povo bebendo, gritando...
- Era por causa das moças que pararam àquela hora não é?
- Não sei do que você está falando – respondeu grosseiramente, sem olhar para ele.
Thomas Jefferson já estava saturado das atitudes de Jenifer e resolveu ser radical. Em uma rua pouco movimentada ele parou o carro e começou a discutir com Jenifer.
- Jenifer, eu não aguento mais suas crises de estresse, não aguento mais querer mais de você e você recusar, não aguento mais suas atitudes simplesmente.
- Então por que você está comigo até agora?- Por que achei que poderia mudar você.
- Me mudar? Não entendi.
- Não se faça de desentendida, por que você não é boba. Eu vou direto ao ponto então. Desde o dia em que me viram saindo com você, me disseram pra eu ter cuidado por que eu poderia receber um pé na bunda, sabe por quê?Jenifer engoliu em seco, suas mãos começaram a suar frio e um calafrio lhe percorreu a espinha.
- Fala Thomas, o que falaram de mim?
- Falaram que você e aquela sua amiga... A doutora...
- CALA A BOCA! CALA A BOCA! – Exclamou Jenifer em tom áspero e gritando – Chega, eu não quero ouvir mais nada.
Jenifer puxou o pino que travava a porta, pegou suas sandálias que estavam aos seus pés e saiu do carro, batendo a porta com toda a raiva que se permitia.

Capítulo 53 ♥

Agarrada a almofada, Jenifer aos poucos parava de chorar. Mas continuava a pensar. E em pouco tempo chegou a uma conclusão.
- Eu estou ficando louca, não posso sentir tanto a falta de alguém. Eu sempre gostei de garotos e assim vou continuar, sendo uma garota normal.


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Os dias passam e Jenifer aparenta uma falsa felicidade, mesmo depois de ter renunciado à todo tipo de sentimento e pensamento relacionado a Eleonora, ela continuava pensando diariamente na falta dela e de Dafne. O fato de Dafne e Eleonora estarem próximas faziam Jenifer ficar ainda mais assustada e arredia diante do assunto.Enquanto Jenifer fingia estar bem saindo com Thomas Jefferson, Eleonora e Dafne estavam realmente vivendo bons momentos. Namoro oficial não havia, mas elas estavam fazendo o que Dafne havia sugerido. Estavam se curtindo.
Mas ainda assim, o coração de Eleonora batia mais forte por Jenifer.


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Dia 31 de Dezembro havia chegado. Por mais que Jenifer relutasse, não foi possível não pensar no dia em que ela e Eleonora haviam combinado de passar o ano novo na praia de Copacabana.
Já que Eleonora já não pertencia mais ao circulo social de Jenifer e ela tinha conseguido afastar a melhor amiga dela, restava apenas como companhia Thomas Jefferson.
- Você tem certeza que quer ir pra “Copa” você parece um pouco tensa – disse Thomas para Jenifer.
- Não eu estou bem – Respondeu Jenifer com o olhar fixo no grande movimento da rua com o vidro do carro aberto pela metade.Thomas concorda e eles seguem até a praia.

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Eleonora avisa a família que não dará tempo de passar na casa da tia, pois Dafne havia se atrasado e ela teria que ir buscá-la em casa. Ninguém a questiona.


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Eleonora estaciona o carro na porta da casa de Dafne e da uma buzinada avisando sua chegada. Dafne olha pela janela, joga um beijo para Eleonora e faz gesto dizendo que logo estaria lá fora.Eleonora espera encostada no carro e ouvi o barulho do portão se abrindo, era a mãe de Dafne.
- Oi, então você é a famosa Eleonora, muito prazer, eu sou a Náiade mãe da Dafne, mas pode me chamar de Nana. – disse a mãe de Dafne estendendo a mão para Eleonora. – Se eu fosse você entrava, pois essa minha filha demora para se arrumar.
Eleonora olha para o relógio no pulso e resolve entrar.
Na sala da casa de Dafne estavam o pai e o irmão.
Ao entrar cumprimenta o pai e o irmão dela.
- Prazer, sou Eleonora.
- Já imaginava – responde o pai totalmente simpático – Sou o Francisco e esse aqui é meu filho Demétrio – aponta para o filho que estava ao lado.
- Senta Eleonora – diz Náiade apontando para o sofá – Que bom te conhecer, minha filha fala muito bem de você. Aliás, ela gosta muito de você.
Eleonora estranha a força com que a mãe de Dafne dá ao muito, mas logo desencana.
- Mãe sem falação na cabeça da coitada da Eleonora – Diz Dafne enquanto adentrava a sala. – Oi Léo, vamos?
- Vamos.
Dafne e Eleonora saem juntas desejando feliz ano novo para quem ficava.
Dentro do carro Eleonora comenta:
- O nome da sua mãe é diferente né? Na... Nai...
- Náiade. É grego, assim como o meu e o do meu irmão. Ela veio da Grécia pra cá quando era jovem. E a minha família é uma mistura bem doida. Minha mãe é grega, meu pai baiano, tenho primos mineiros pois meu tio se mudou pra lá assim que se casou...
- Nossa – Se surpreende Eleonora – Então, vamos?
- Claro.
Dentro da casa de Dafne o comentário era um só.
- Se a nossa filha estiver mesmo namorando essa moça linda, ela ganhou na loteria – diz Francisco.
- Hum... Ela seria melhor namorada para mim pai – Zomba Demétrio.
- Mas foi a sua irmã que deu a sorte de encontrar essa jovem tão simpática e linda Demétrio – Diz a mãe com um sorriso no rosto.

Capítulo 52 ♥

Thomas se afasta e fica um pouco irritado, pois Jenifer era a primeira garota que não queria dar logo de cara o que ele tanto esperava.
- O que foi? Por que você não quer? Vai me dizer que você ainda é vi...
- Não Thomas, eu não sou mais virgem. Apenas... Apenas não acho que seja a hora, a gente não tem compromisso nenhum.
- Não tem por que você não quer se dependesse de mim já estaríamos com os pés no altar – Exagerou.
- Por favor Thomas sem discussão... Se puder me dar licença, quero ficar sozinha.
- Vai me mandar embora?
- Ai Thomas, por favor – Aumentou a voz um pouco – Só quero ficar sozinha um pouco.
Thomas sai do quarto de Jenifer se despedindo dela apenas com um olhar decepcionado. Jenifer pouco se importa com Thomas aquela hora, abre a janela do seu quarto sentindo o vento calmo beijando seu rosto. Depois disso pega a bandeja que a avó tinha deixado em seu quarto, e a leva para a cozinha. Passa pela porta que ficava ao lado da sala de jogos, onde ninguém poderia vê-la, e joga tudo o que estava na bandeja no lixo. Assim todos acreditariam que ela estava realmente satisfeita, por isso não foi jantar.
Jenifer estava vivendo um momento obscuro, difícil de entender. E aquela pessoa que poderia lhe ajudar, ela tinha conseguido afastar. Jenifer estava muito diferente, não se alimentava corretamente, apenas lambiscava. Mentia como nunca havia mentindo antes. E ninguém estava preparado o suficiente para lhe amparar.



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Antes que pudessem pensar, os pais e os irmãos de Eleonora já estavam passando pela porta da sala. Ao ouvir o barulho da porta fechar Eleonora e Dafne ficam tensas, mas respiram fundo e tentam manter a calma.
- Eleonora minha filha, você está ai? Pergunta a mãe da sala.
Eleonora e Dafne descem as escadas arrumadas, mas descalças. Com os cabelos presos em um rabo de cavalo Dafne sorria amarelo com medo de que alguém percebesse sua tensão. Eleonora estava com os cabelos curtos não tão arrumados, mas ainda sim disfarçava bem.
- Que cara de cansada minha filha – afirmava Sebastião – Estava dormindo?
Dafne solta um sorrisinho sarcástico lembrando o porquê Eleonora aparentava cansaço.
- A gente assistiu filme e acabamos adormecendo pai, só isso. Responde Eleonora tranquilamente.
A resposta da filha pareceu convincente para o pai, mas não para mãe que apertou os olhos e depois balançava a cabeça levemente. Dona Janice sempre fazia esses gestos quando suspeitava de alguma coisa.
Eleonora e Dafne se abancam em sofás opostos e riem da situação. Venâncio estava subindo para o quarto, quando da meia volta e cochicha no ouvido da irmã.
- Quem diria hein Eleonora, você aprontando.
Eleonora da um tapa leve no irmão e os dois riem.Regina também vai para o seu quarto, mas antes pergunta para a irmã se poderia pegar sua TV e DVD de volta, pois tinha pego emprestado de um dos primos um filme que queria ver.
Dafne e Eleonora se entreolham e resolvem subir com Regina até o quarto.Antes de abrir a porta, Dafne diz:
- Regininha, você não viu nada nesse quarto entendeu?
Sem entender, Regina confirma com a cabeça e entra no quarto junto da irmã e Dafne. As três entram e Eleonora rapidamente fecha a porta.
A cara de espanto de Regina falava por si só.
- O-oque aconteceu aqui?
- Acho que você não vai querer saber Re, diz Eleonora com um sorriso de canto na boca.
A cama de Eleonora estava com o lençol pela metade. Os cinco travesseiros que ela costumava dormir estavam no chão junto à colcha da cama, o seu tênis e a sandália baixa de Dafne. O quarto de Eleonora nunca esteve tão desorganizado.
- Eu nunca vi o seu quarto nesse estado Léo, passou um furacão aqui – continuou Regina quando ninguém disse nada.
- Um furacão chamado Dafne – pensou Dafne.



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Jenifer sai do quarto e deita no sofá da sala. O desanimo era o seu melhor amigo desde que rompeu com Dafne e Eleonora.
A avó passa por ali e vendo a cara da neta resolve tentar conversar com ela.
- Jenifer... O que está acontecendo meu amor? Olha pra você... Tão tristonha, quer conversar?
Jenifer olha avó com pequenas lágrimas no olhos, ela não saberia se a avó entenderia o que ela estava sentindo, mas talvez, mesmo que ela não a entendesse era bom desabafar com alguém.
- Eu não sei se você vai me entender vó, entender o que eu to sentindo... Eu não sei se o que eu estou sentindo é certo – a garganta de Jenifer parecia estar se fechando e as palavras não saiam – Ah Eleonora... – E as lágrimas já rolavam em sua face.
Dona Flaviana recua um pouco e se assusta ao ouvir o nome de Eleonora. Ela inventa uma desculpa qualquer e foge do assunto.
- Acho que a Tula precisa de mim na cozinha – E sai da sala apavorada – Minha neta não pode estar cedendo a esse tipo de coisa, pensou Flaviana já distante da neta.
Jenifer percebe o recuo da avó e começa a chorar descontroladamente.
- Se a minha avó que me ama, sempre esteve ao meu lado pra tudo, reagiu assim o que as outras pessoas vão pensar? Pensava Jenifer.

Capítulo 51 ♥

O vento fresco de fim de tarde adentrava calmo a janela do quarto de Eleonora. Ela e Dafne haviam adormecido abraçadas e nuas na cama, o mundo parecia ter parado naquele instante.
Eleonora levanta-se da cama e enrolada ao lençol olhava Dafne dormir, parecia que batia um arrependimento do que havia acontecido, mas não havia motivo, ambas eram livres.Dafne acorda e flagra Eleonora olhando-a.
- Ei que foi? Está com uma carinha assustada, diz Dafne chegando mais perto de Eleonora.
- Não é nada, é que...
- Você acha que a gente fez coisa errada e esta arrependida não é?
Eleonora se silencia uns instantes e Dafne continua.
- Eu não vou te obrigar a nada Léo, muito menos forçar um compromisso com alguém que eu sei que não me vê além de uma amiga...
- Eu amo você Dafne, amo mesmo. Mas não... Não do jeito que eu amo a Jenifer... Você é uma amiga excepcional e não quero te dar esperanças e magoar você.
Dafne da um selinho em Eleonora e a abraça.
- Eu sei... Sei de tudo isso, e não estou te cobrando nada. Deixa as coisas acontecerem... Deixa eu curtir você... E Dafne beija Eleonora.
Eleonora retribui o beijo e olha Dafne docemente.
O que tinha acontecido entre as duas não era algo que se pudesse esquecer tão facilmente, foi intenso, quente e que aconteceu naturalmente.
- Tudo bem então, vamos esquecer o que eu disse e fazer como você disse, deixar acontecer... Mas eu só não quero magoar...
Dafne leva o dedo até a boca de Eleonora fazendo-a calar-se.
- Shiu.
E puxa Eleonora para cima de si e começa a beijá-la intensamente de novo. Mas um barulho no portão interrompe o fogo que ali começa a esquentar de novo.
Eleonora assustada olha pela janela e vê toda a família entrando.


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Thomas Jefferson havia ido visitar Jenifer e levar para ela os presentes de natal que havia comprado.
- Vou lá chamar ela, que ela estava descansando, diz dona Flaviana.
O deputado então aguarda por Jenifer na sala.
Dona Flaviana bate na porta e percebe que a neta não respondia, tentando não fazer barulho ela abre a porta vagarosamente, olha e vê a neta deitada enrolada na toalha. Chega mais perto e a acorda.
- Querida, deputado Thomas Jefferson está ai, quer te ver.
Sonolenta Jenifer responde.
- Ah não vó, fala pra ele que eu estou dormindo, não quero ver ninguém.- Não senhora, pode tratar de se arrumar e descer, você ficou nesse quarto o dia todo, vou falar pra ele te esperar.
Jenifer fica irritada com a avó, mas vai se trocar.
Minutos depois ela desce e com uma cara não muito amigável cumprimenta Thomas, que tenta lhe roubar um beijo, mas o máximo que consegue é beijar sua bochecha.
- Trouxe pra você, diz o rapaz dando a Jenifer flores e uma caixa retangular que tinha um laço vermelho. – Abre.
Jenifer abre a caixa e se depara com um vestido branco que havia lhe deixado de queixo caído.
- É pra você usar no ano novo.
- Ah, obrigada Thomas.
O jantar já havia sido posto na mesa e dona Flaviana pergunta a neta se ela jantaria, Jenifer disse não estar com fome, pois havia comido o lanche que a avó deixara em seu quarto. Era mentira, Jenifer havia apenas toma o suco e comido um pedaço insignificante do bolo.Thomas Jefferson também recusa o convite de Flaviana.
A família vai jantar sem Thomas e Jenifer. Eles ficam na sala conversando, até que Jenifer o convida para subir até seu quarto, pois dizia não se sentir muito bem e queria ficar lá no seu canto.
Eles sobem e continuam o papo sentados na cama.
O assunto acaba e um longo instante de silêncio adentrava o quarto. Thomas então começa a olhar Jenifer com os olhos de cobiça que a fitavam intensamente. Jenifer sem graça fugia dos olhos do rapaz.
- Sabe Jenifer, desde o dia que te conheci, percebi em você algo especial e que até então não sabia o que era – dizia Thomas chegando mais perto de Jenifer – E eu estou realmente envolvido com você.
Thomas estava tão próximo de Jenifer que suas palavras eram transportadas até sua boca de imediato.
Jenifer da um suspiro confuso, olha nos olhos castanhos de Thomas de forma enigmática e coloca as mãos em seu rosto. Thomas entendia aquilo com um sinal verde para atacar e assim o fez.
Começou a beijar Jenifer de forma calma, foi correspondido da mesma forma.
Mesmo não sabendo o porquê estava fazendo aquilo, Jenifer começou a beijar Thomas mais intensamente.
Devagar, o rapaz começou a deitar em cima de Jenifer, segurando com uma mão firme em sua cintura e a outra em sua nuca. Em movimentos rápidos, começou a subir a blusa de Jenifer.
Vendo aonde aquilo chegaria, Jenifer coloca as mãos no peito de Thomas e o empurra.
- Para Thomas, eu não quero.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Capítulo 50 ♥

Jenifer pega no sono e acorda já com o pôr-do-sol. Ela olha a bandeja no chão e come apenas um pedaço do bolo que ali estava e vai tomar banho.
No banho ela pensa em tudo que havia acontecido na sua vida nos últimos meses. E chega a conclusão que sozinha ela não conseguiria se achar, achar um rumo que lhe fizesse sair do abismo em que estava caindo.
Ao sair do banho Jenifer pega o telefone e liga para Dafne, por que ela era a única que a ajudaria a entender o que estava acontecendo. Jenifer não agüentava mais carregar o fardo sozinha.
Quem atende ao telefonema é a mãe de Dafne.
- Oi querida, a Dafne foi pra casa daquela amiga que ela não desgruda mais... A Eleonora... Acho que é esse o nome, e quando ela vai pra lá ela não tem hora pra chegar. Quer deixar recado?
- Não, eu ligo depois.
Jenifer senta na cama e vários sentimentos tomam conta de si. Ciúmes, solidão, raiva... Enrolada na toalha, Jenifer deita na cama e ali fica.



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Dafne e Eleonora assistiam ao filme deitadas uma ao lado da outra. Dafne se aconchega e quando vê já esta deitada sobre o peito de Eleonora, pelo ato ela se levanta e se ajeita. Eleonora não acha ruim e fala pra ela ficar como estava, por que estava bom.
O filme acaba e Eleonora diz que vai tomar banho, Dafne a espera no quarto, e tentava buscar dentro de si uma resposta para as atitudes de Eleonora.
Eleonora sai do banho e percebe que havia esquecido a toalha em cima da cama.
- E agora, não posso sair do banheiro nua. - Ela então chama Dafne – Dafne, pega minha toalha que esta em cima da cama fazendo um favor?
Dafne pega a toalha, bate na porta e percebe que ela esta entre aberta. Vagarosamente ela entra, Eleonora estava de costas e ela joga a toalha em suas costas dizendo:
- Deixa eu te enxugar.
Eleonora sente as pernas amolecerem e o coração acelerar em ritmo descompassado. Ela virasse ficando frente a frente com Dafne, seus rostos unidos faziam suas respirações se misturarem se tornando uma só, em um só ritmo.
- Acho que eu quero você Dafne, dizia Eleonora com voz tremula.
- Eu sempre te quis Léo.
Eleonora então toma Dafne em seus braços deixando a toalha cair no chão, e a beija de forma intensa e calorosa. Sem desgrudar os lábios, Dafne e Eleonora vão até o quarto e deitam na cama.
O vento que entrava pela janela fazia o corpo molhado de Eleonora se arrepiar, deixando Dafne ainda mais excitada.
- O que está acontecendo? Perguntava Eleonora
- Não sei, só sei que agora eu te quero pra mim, responde Dafne beijando Eleonora.
Por um momento Eleonora se arrependia daquilo.
- A gente não devia.
- Você nunca fez nada que não deveria?
Eleonora olha Dafne profundamente e começa a beijar seu pescoço apertando sua nuca. Dafne contraia Eleonora em seu corpo, deslizando fortemente suas mãos por suas costas. Dafne sobe em cima de Eleonora e arranca a blusa, Eleonora joga Dafne na cama e toma o controle da situação. Tira o sutiã de Dafne e acaricia seus seios com as mãos e os lábios. Dafne gemia baixo.
Eleonora banhava Dafne com sua língua quente e molhada,e lentamente explorava cada pedaço dela com sua boca e suas mãos. Mordiscando a barriga de Dafne, Eleonora a fazia gemer cada vez mais alto.
Enquanto beijava a barriga de Dafne, Eleonora desabotoava o short dela, Dafne ajuda o empurrando com os pés e em poucos segundos o short estava no chão junto às outras peças de roupas.
Eleonora faz suspense e começa a beijar o corpo de Dafne até chegar em sua boca, seus corpos se encaixaram perfeitamente. O roçar de suas coxas faziam o tesão aumentar. Dafne deslizada as mãos pelas costas de Eleonora, passeava com os dedos em sua cintura até chegar no seu intimo. Eleonora puxou os cabelos de Dafne intensamente demonstrando sua excitação com o gesto da garota.
Eleonora entreabria as pernas facilitando o acesso de Dafne até o seu interior, agora era ela que ali mandava.
Sem muitos rodeios Dafne começa a beijar o interior das coxas de Eleonora fazendo seu corpo trepidar de tanto desejo. Dafne então desliza os dedos delicadamente até chegar na parte mais quente e molhada de Eleonora.
Aquele quarto havia ficado pequeno pra tanto desejo.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Capítulo 49 ♥

Danielle se assusta com o choro de Jenifer e pergunta:
- Que foi Jenifer, por que você está chorando?
- Não agüento mais Dani, não agüento... Eu quero lutar contra, mas eu não consigo, não sei o que está acontecendo comigo... Eu não posso, eu não quero... Não é certo.
Danielle pensa em perguntar se era de Eleonora que Jenifer falava, mas acha melhor não perguntar, apenas continua com ela em seus braços.


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No dia seguinte Jenifer acorda com os olhos pesado e inchados, a cabeça parecendo que ia explodir. Era conseqüência de mais uma noite mal dormida e mais uma noite chorando. Jenifer não se levanta, pois ainda era muito cedo, apenas fica na cama pensando e tentando entender a própria vida.
Eleonora chegou em casa, foi até a cozinha tomar seu café e conversou com a mãe perguntando como tinha sido a ceia na casa da tia. Eleonora sobe pro quarto e pede para que a mãe a acorde quando forem pra casa da Maria do Carmo almoçar.



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Todos almoçavam na casa de Maria do Carmo, quando ela percebe o abatimento da sobrinha e em meio a tanto assunto, mostra sua preocupação.
- Eleonora minha filha, você anda tão abatida, que carinha é essa?
- Não é nada tia, apenas cansaço, tenho trabalhado demais, responde Eleonora saindo pela tangente.
- Você trabalha demais, tem que sair mais... Você e Jenifer saiam tanto o que aconteceu?
A respiração de Eleonora parece falhar por alguns sentidos, ela engole em seco e se entreolha com os irmãos e a mãe. Regina então salva a irmã.
- Sabe o que é tia? A Jenifer estava toda enrolada com uns trabalhos e provas da faculdade, estava sem tempo, sempre que ia lá ela estava estudando. Mas logo elas vão sair de novo, não é Léo?
Plínio, um dos filhos de Maria do Carmo, esboça um sorriso sarcástico, por que assim como os outros ele achava que Eleonora e Jenifer eram mais que amigas.
Eleonora apenas sorri para irmã e diz:
- Eu acho que já vou indo, estou com um pouco de dor de cabeça, acho que é sono.
- Mas você não vai nem esperar a sobremesa? Pergunta Sebastião.
- Não pai, depois a mãe leva um pouco pra mim. Rê posso pegar sua TV e seu DVD emprestado? Só hoje.
- Pode claro. Não sei por que você não coloca uma TV no seu quarto também.
Eleonora agradece a irmã dando-lhe um beijo e vai embora.



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Já em casa Eleonora liga para Dafne e pergunta se ela queria fazer companhia pra ela, já que a família chegaria somente a noite.
- Claro, eu vou sim Léo. Daqui a pouco estou ai.
Eleonora então vai até a cozinha e prepara alguma coisa para elas comerem. Logo em seguida ajeita o quarto e espera por Dafne.
Em poucos minutos Dafne chega. Eleonora a cumprimenta com um abraço afetuoso e palavras carinhosas.
- Estava com saudade de você ruiva, nem parece que nos vimos na semana passada.
Dafne estranha a demonstração de carinho de Eleonora, mas retribui.



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Jenifer não havia tomado café da manhã, nem almoçado. Estava no quarto do mesmo jeito que acordou, de pijama, com o cabelo bagunçado, tinha apenas escovado os dentes. Preocupada com a neta Flaviana leva para ela um lanche.
- Jenifer meu amor, você não comeu nada, trouxe um lanchinho pra você.
- Não quero vó, obrigada, não estou com fome.
- Não está com fome, mas vai comer isso. Olha pra você, você nunca teve olheiras tão profundas, esta pálida, emagreceu... Vou acabar te levando em um médico.
Não querendo ouvir o sermão de sempre da avó, Jenifer aceita o lanche e diz que vai tomar um banho e que depois come o lanche.
Flaviana então sai do quarto, Jenifer coloca o bandeja no chão, tranca a porta do quarto e deita na cama novamente. Agarrada ao travesseiro começava a chorar como fez a noite toda, mais uma vez.

Capítulo 48 ♥

Na sala de aula Jenifer e Dafne não conversaram, tudo o que Jenifer menos queria fazer era falar com ela. Dafne sentia que precisava se aproximar de novo de Jenifer para ajudá-la a se aceitar e mais do que isso, trazer a doce e sensata Jenifer de volta.
Durante o intervalo de uma aula pra outra, Dafne vai até a carteira de Jenifer tentar conversar com ela.
- Não quero falar com você.
- Jenifer, por favor, me escuta.
- Sai daqui! Gritou Jenifer, os outros alunos olharam assustados com o grito de Jenifer.
Decepcionada com a rejeição de Jenifer, Dafne volta para o seu lugar e fica cabisbaixa, pois mais uma vez ela havia tentando e não tinha conseguido.


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As aulas haviam se encerrado e todos estavam de férias. O natal se aproximava e com ele a angustia e os pequenos instantes de depressão tomavam conta de Jenifer.
Com Eleonora havia acontecido o mesmo. Raramente Eleonora conseguia folgar no natal e ano novo, mas naquele ano o que era raro havia acontecido. Eleonora pediu folga no natal, pois tinha convidado Jenifer para passá-lo na casa de sua tia Maria do Carmo e o ano novo elas passariam na praia de Copacabana. Mas depois de tudo o que aconteceu, Eleonora ficou apenas com o ano novo, que se pudesse também passaria trabalhando, mas por Dafne ela não ia.


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Dia 24 de dezembro havia chegado e já era noite.
Da janela do hospital Eleonora olhava a movimentação nas ruas e os fogos de artifício no céu. Seu coração pulsava de forma lenta, parecia apertar em seu peito e antes que começasse a chorar ela foi visitar os pacientes.
Não muito longe dali, Jenifer também da janela olhava o movimento até que o pai lhe chama a atenção.
- Jenifer, não vai se arrumar para irmos até a casa da Maria do Carmo?
- Eu não vou pai, vou sair com o Thomas.
Regina e Danielle conversavam, e quando ouviu que Jenifer não iria, Danielle logo presumiu que era por medo de encontrar Eleonora. Em voz alta Danielle pergunta para Regina:
- Regininha, a Eleonora vai estar na casa da Do Carmo?
- Não, ela trocou a folga e foi trabalhar, ela vai só amanhã ao almoço.Jenifer olha, abaixa os olhos e sobe para o quarto.
Minutos depois todos estavam indo para a casa de Maria do Carmo quando escutavam Jenifer gritando para que a esperassem, pois ela havia decido ir.
- Ué meu mimo você não disse que sair com o deputado cara de bundinha? Pergunta Giovani.
- Ah, eu mudei de idéia pai.


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Já na casa de Maria do Carmo, todos já estavam comendo. Menos Jenifer, que dizia não estar com fome. Ela então segue até o jardim e senta numa das cadeiras que ficavam perto da piscina. Danielle segue Jenifer e senta ao seu lado.
- Que foi Jenifer? Por que não vai jantar com os outros?
- Tô sem fome Dani...
- Faz um tempo que eu não vejo você comendo direito, anda triste, estressada... O que está acontecendo? Quer conversar?
Jenifer olha Danielle e os seus olhos logos se enchem de lágrimas, ela apenas se aninha nos braços de Danielle e deixa as lágrimas percorrem seu rosto.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Capítulo 47 ♥

O sábado amanhece e todos na casa de Jenifer já estavam à mesa tomando café, exceto que ela que praticamente havia deitado na cama naquele horário. Todos estavam preocupados com ela, a avó mais, pois não entendia ou não queria entender o que estava acontecendo com a neta.
- Faz um tempo já que a Jenifer está assim, jururu, mudando de humor de uma hora pra outra, sem falar que está relaxada com a faculdade. Te falei que a reitora da faculdade ligou aqui esses dias Giovani? Falando que a Jenifer está dormindo nas aulas, quando não, conversando, não está entregando trabalhos, tirando notas ruins nas provas... O que está acontecendo com a minha neta meu Deus?
- Posso me meter? Pergunta Danielle.
- Claro minha ninfa, responde Giovani.
- A Jenifer está assim por que está confusa, está usando esse deputado como subterfúgio da verdade.
- Do que você está falando Danielle? Pergunta João Manoel.
- Ai gente vocês também vão querer tapar o sol com a peneira? Não escutaram o que a amiga dela disse aquele dia que elas discutiram?
Todos se entreolham mostrando que haviam entendido onde Danielle queria chegar, dona Flaviana não gosta nada do que Danielle estava tentando dizer.
- Escuta aqui Danielle, a minha neta não é como a doutora não viu? Ela é uma garota de bem, normal e gosta de rapazes.
- E ela não seria uma pessoa bem se gostasse de meninas? Questiona Danielle.
E uma breve discussão toma conta do café da manhã dos Improtta, mas Danielle queria deixar a mente da família mais aberta a esse assunto, já que parecia que ali, apenas ela estava certa de que Jenifer estava passando por um momento difícil pois estava descobrindo sua sexualidade.


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A segunda-feira chega para Jenifer com gosto de ressaca ainda pelo final de semana, para Eleonora apenas mais um dia e para Dafne o dia de tentar voltar as pazes com a amiga.
Dafne acorda disposta a conversar com Jenifer e pedir desculpas pelo tapa que deu na semana passada.
Diferente do costume, Dafne estava na porta da faculdade esperando por Jenifer, pois saberia que se tivesse na cantina Jenifer por ali não passaria pois saberia que poderia encontrar Dafne.
Jenifer chega e nem vê Dafne esperando por ela e antes que entrasse na faculdade, Dafne sai correndo em sua direção a puxa pelo braço e diz:
- A gente precisa conversar.
Jenifer olha surpresa e se solta das mãos de Dafne, sem falar nada a ignora e segue para a faculdade, mas Dafne insistente como era para em sua frente e novamente diz:
- A gente precisa conversar, você não sai daqui enquanto não me escutar.
- Tá bom, você venceu. Fala logo que daqui a pouco bate o sinal.
As duas seguem até uma praça que ficava ali perto.
Dafne olha Jenifer e diz:
- Nossa, agora que eu reparei... Você emagreceu? Tá pálida... Você esta se alimentando direito?
- Não, eu estou bem... Dá pra ir direto ao assunto?
- Hum, ok. Eu queria te pedir desculpas por aquele dia... Quer dizer, pedir desculpas pelo tapa que eu te dei, eu perdi a cabeça.- Só pelo tapa?
- Como assim “só pelo tapa”?
- Dafne você me disse coisas totalmente sem cabimento.
- Eu? Eu só disse a verdade. E acho que você também me deve desculpas.
- Por quê?
- Por quê? Você ainda pergunta? Você me ofendeu. Seu comentário foi totalmente preconceituoso...
Jenifer desvia o olhar de Dafne e pensa no que ela fala, Dafne estava certa. Ela havia sido muito grosseira.
- É... Eu te desculpo pelo tapa e espero que você me desculpe pelas coisas que eu disse... Eu não sou preconceituosa, eu só...
- Você só precisa se aceitar Jenifer... Só isso.
- Do que você está falando?
- De você e da sua sexualidade.
- Não acredito que você vem com esse papo de novo. Escuta Dafne, eu respeito você e a Eleonora. Mas não queira me transformar nisso, isso não é vida, não é isso que eu quero pra mim.
Dafne se irrita com Jenifer e explode.
- Como você consegue ser tão tapada Jenifer? Pelo amor de Deus, quantas vezes eu vou ter que repetir que você ama a Eleonora? Quantas vezes eu vou ter que repetir que você e ela têm que ficar juntas?
- Chega! Exclama Jenifer. Chega! Eu não vou mais escutar isso, vou pra aula por que nesse final de ano eu estou na corda bamba.
- Você é muito difícil Jenifer... Muito difícil...
Jenifer deixa Dafne falando sozinha e vai para a faculdade. Dafne fica ali, irritada com a sua dificuldade em se aceitar.

Capítulo 46 ♥

Eleonora fica pasma com o que Dafne acabara de lhe contar e fica também um pouco desesperada, pois Dafne era a única pessoa mais próxima de Jenifer que poderia lhe ajudar.- Mas Dafne, agora que vocês não estão mais conversando, como vai ser? Eu contava com você...
- Calma Léo, eu vou ter que pedir desculpas pra ela, acho que a raiva foi tanta que me deixou cega e acabei fazendo besteira como sempre. Mas amanhã ou depois eu peço desculpas pra ela, agora acho melhor eu ir embora, por que tenho trabalho pra fazer, odeio final de ano. Falando em final de ano, Ano Novo estaremos em Copa vendo a queima de fogos né?
- Aaah, não sei Dafne, acho que não estou pensando em trocar a folga do Ano Novo com o Natal, já que eu tinha combinado com a Jenifer de ir pra lá, agora...
- Agora você passa comigo oras. Você não Pode parar sua vida por causa da Jenifer, presta atenção, deixar de viver não vai trazer a Jenifer pra você.- É você tem razão. Então passaremos o ano novo em Copacabana... Janta comigo Dafne, fica.
- Agora eu gostei, e para de insistir que eu acabo ficando e ai fico toda atrasada com o trabalho e não faz essa cara de cachorrinho que caiu da mudança. Dafne ri e passa a mão no rosto de Eleonora.
- Tudo bem, eu te levo até a porta.
Dafne e Eleonora ficam conversando por mais alguns minutos no portão e logo Dafne vai embora.
Eleonora entra em casa com cara de preocupação pelas coisas que Dafne tinha lhe contado e resolve ir até a cozinha conversar com a mãe.
- Sabe mãe, ta difícil essa situação, e a Dafne coitada, até brigou com a amiga já por conta disso.
- Minha filha, sabe o que eu acho que você deveria fazer?
- O que?
- Essa menina, a Dafne. Linda, educada, doce, gentil... – dona Janice modera o tom de voz para que o marido não ouvisse
– Seria uma ótima namorada pra você.
- Não mãe, a Dafne é a minha amiga... Eu a adoro, mas não.
- A sugestão está dada.Eleonora sorri amarelo e volta pra sala até o jantar sair.


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Com o sol já quase nascendo, Thomas Jefferson deixa Jenifer em casa.
- Nunca na minha vida eu poderia imaginar que eu iria pra São Paulo só pra ir numa festa. A gente fez uma loucura Thomas. Nunca pensei que fosse tão fácil.
- Pra você ver que quando estamos na companhia da pessoa certa, tudo fica mais fácil.
Thomas aproximasse de Jenifer, buscando chegar o mais perto possível de sua boca. Jenifer não recua, apenas o questiona.
- E será que você é a pessoa certa?
- Pode apostar, e Thomas parte em direção de Jenifer tentando beijá-la. Antes que o moço conseguisse o que queria, Jenifer leva os dedos no lábio de Thomas e sorrindo se despedindo, deixando o rapaz inconformado por não conseguir um beijo.
- Tá tarde Thomas, tenho quase certeza que meu pai ainda está acordado me esperando.
- Perai Jenifer, você não vai embora antes de eu te dar um bei...
- Depois a gente se fala, diz Jenifer saindo do carro.
Decepcionado Thomas liga o carro e vai embora.Jenifer entra em casa e pega o pai subindo as escadas, mas não o chama queria ficar sozinha. Ela joga a bolsa no sofá e fica ali mesmo na sala, parecia sentir a mão de Dafne em seu rosto ainda. Um filme em sua cabeça passava, palavras, gestos... Tudo estava relacionado à Eleonora. E logo Jenifer começa a chorar, o motivo do choro ela não sabe, só sabe que alguma coisa ali não estava certa.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Capítulo 45 ♥

Com a mão ainda no rosto sentindo-o arder pelo tapa, Jenifer encara Dafne e pergunta:
- O que foi que você disse? Você é... Como assim? Como eu nunca percebi? Você é tão feminina... E eu já te vi cheia de carinhos com rapazes. Meu Deus, esse mundo está perdido.
- Héteros e seus estereótipos tolos. Só por que eu sou assim, toda feminina como você diz, significa que eu não posso ficar com meninas? Toda lésbica tem que ter obrigatoriamente estilo de menino? Jenifer Improtta, você ainda tem muito que aprender sobre a vida minha querida.
Jenifer estava confusa, desapontada, raivosa e praticamente expulsa Dafne de sua casa, dizendo-lhe que não a queria por perto, mesmo sabendo que sem Dafne seria mais difícil conviver com a idéia de ter Eleonora apaixonada por ela. Dafne e Jenifer discutem mais um pouco e Jenifer expulsa Dafne de seu quarto, batendo com a porta em sua cara. Do lado de fora Dafne grita:
- Você está perdendo tempo tentando esconder uma coisa que só você não assume que você ama Eleonora e que só vai ser feliz com ela.
Lá debaixo os familiares de Jenifer escutavam a discussão e ficam abismados com o que Dafne diz.
De dentro do quarto Jenifer gritava:
- Cala a boca, sai daqui, some da minha vida.
Dafne responde:
- Sumir? Você quer que eu suma da sua vida? Então está bem, a partir de hoje já não faço mais parte da sua vida Jenifer Improtta.
Jenifer arrependida do que fala tenta correr atrás de Dafne, mas quando vê ela já estava em sua moto indo embora.
Assustados Giovani, Daniele, João Manoel e a avó Flaviana questionam Jenifer sobre o que aconteceu. Ela não responde, apenas volta para o quarto e vai se arrumar para sair mais tarde com o deputado.

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Dafne resolve passar na casa da Eleonora, para contar o que aconteceu, e Dona Janice diz que Eleonora ainda estava no hospital, mas que dentro de pouco menos de 15 minutos ela estaria em casa, que era pra Dafne entrar e esperá-la. Dafne concorda com a mãe de Eleonora e decide esperar por ela, Dona Janice diz que preparara algo para ela comer, Dafne agradece e diz que não precisava. Mesmo assim dona Janice vai pra cozinha já que Eleonora costumava chegar como ela dizia “varada de fome”.
Dafne senta-se numa cadeira na varanda e por ali fica, ela então envia uma mensagem para Eleonora falando que estava em sua casa e que esperaria por ela. Eleonora responde dizendo que se atrasaria um pouco, mas que não demoraria muito.
Dona Janice pensava que Dafne estava na sala, quando não a vê pensa que teria ido embora, ao sair vê a moto dela no canto e ela sentada na mesma cadeira que a filha se sentava quando ia pensar na vida.
- Acho que esse é o lugar preferido da Eleonora, ela senta aqui e se esquece da vida, diz Janice.
- Entendo o porquê, aqui é gostoso, fresquinho e é bom olhar o céu daqui.
Janice e Dafne conversam mais um pouco quando vêem Eleonora chegando. Eleonora cumprimenta a mãe e Dafne e diz pra Dafne esperá-la como sempre em seu quarto, pois iria tomar banho. Dafne concorda e as duas sobem.
Janice observava a filha e Dafne conversando e dizia baixo:
- A Eleonora poderia parar de sofrer por causa da Jenifer e namorar essa menina. Bonita, educada, simpática, era a nora que eu queria ter.
Sem perceber Sebastião chega do trabalho e surpreende Janice falando sozinha e pergunta:
- Quem é a nora que você queria ter mulher?Assustada Janice olha pra trás e desconversa.
- Ninguém Sebastião, tava pensando alto. Vou fazer o jantar que está na hora.

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Eleonora sai do banheiro já vestida, pois depois do episódio do beijo ficara receosa por acontecer o mesmo ou até pior. Percebia que Dafne estava agitada e um tanto triste, enquanto desenrolava a toalha dos cabelos começava a interrogar Dafne.
- Aconteceu alguma coisa? Depois do que aconteceu entre a gente eu pensei que você não ia aparecer aqui tão cedo...
- Agora o nosso beijo fica totalmente sem importância diante dos últimos fatos, eu dei um tapa na cara da Jenifer e contei pra ela que sou lésbica.Eleonora arregala os olhos, senta na cama e pergunta:
- O que? Você bateu na Jenifer e ela sabe que você também é lésbica? Me conta isso direito.
E Dafne então começa a contar pra Eleonora o quão atribulado foi o seu dia.

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Jenifer termina de se arrumar e desce as escadas. Como sempre a avó e o pai estavam na sala conversando quando a vêem toda produzida para o encontro com Thomas Jefferson.
- E então, que tal? Estou bonita? Pergunta Jenifer se exibindo.
- Ah meu amor, linda como nunca. Você está divina, responde a avó.
- Realmente, você está um máximo minha bebê. Agora me diga-me uma coisa... Você tem certeza que quer encarar essa aventura com o deputado “Thomas Neves”, diz Giovanni.
Antes que Jenifer respondesse, a empregada chega avisando que o carro do deputado estava na porta.
Jenifer joga beijos para todos e alegre sai.Depois de ver a filha sair, Giovani começa a tecer comentários com a sogra.
- Ainda bem que essa história com a Eleonora me parece-me que ficou pra trás, já esta esquecida.
- É, mas nos deixou outro problema. Jenifer era uma moça calma, quieta, caseira. Agora só pensa em sair, ir pra essas festas que eu nem sei o nome e com esse rapaz que ela conheceu ontem... Deixou de estudar meu genro...
- É minha sogra, talvez tenha sido melhor assim, a malas que vem de trem.
Flaviana olha para o genro tentando entender o sentido da última frase e Giovani ri zombando da sogra.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Capítulo 44 ♥

Fim de tarde e Dafne estava na casa de Jenifer, depois da aula elas haviam ido fazer a revisão da última aula, já que prestaram pouca atenção.
- Você tem certeza que não quer ir nessa balada com a gente Dafne? Vai ser divertido.
- Jenifer acho que você ainda não entendeu. Eu não suporto esse Thomas Jefferson, então no lugar que ele está, eu me mantenho longe.
Jenifer ergue as sobrancelhas e balança a cabeça, concordando com Dafne. A empolgação para a festa que iria mais a noite era tanta, que ela havia se esquecido de tentar perguntar para Dafne com quem havia estado no dia anterior, para saber se ela havia dito a verdade.
- Falei tanto do meu encontro com o Thomas e nem deixei você falar do seu... Saiu com quem?
Dafne passa a mão na nuca e responde rapidamente, pois a demora para resposta faria Jenifer desconfiar mais do que ela já estava desconfiada.
- Com uma amiga, você não conhece... Quer dizer, acho que você lembra dela, a Paloma, aquela loura que tem uma tatuagem no ombro sabe?
Jenifer se irrita com a mentira da amiga e já diz logo o que estava entalado na sua garganta.
- Era mais fácil você ter dito a verdade Dafne.
- Mas eu disse.
- Mentira. – grita Jenifer. Mentira, eu vi ontem você se despedindo da Eleonora, por que você mentiu?
Vendo que não tinha mais como escapar, Dafne abre o jogo.
- Se você viu, por que não perguntou logo? Não gosto que as pessoas fiquem me fazendo de idiota...
- Mas você achou que eu fosse idiota não é Dafne? Ia esconder de mim até quando?
Dafne altera a voz também e diz:
- E por que eu deveria te contar? Não tenho que te dar satisfação com quem estou, ou tenho? Você nem quer mais falar com a Eleonora... Eu sei que não deveria, mas... Eu estava com a Eleonora sim, passei a tarde toda com ela, por que ela estava precisando de um ombro amigo, de carinho, ela está sofrendo muito com a sua rejeição... Só isso. Satisfeita?
Jenifer olha com raiva e começa a disparar para Dafne palavras ásperas.
- Por que você foi dar apoio pra ela? Eu preciso mais de você do que ela, não quero que você fique sendo leva e trás pra ela, você é minha amiga e não dela.
- Ah Jenifer, por favor, não vem bancar a ciumenta agora. Não tenho culpa que eu e a Eleonora nos aproximamos tanto e se ela precisa de mim, eu vou ajudar sim.
- Vai então, vai ajudar aquela sapatão e me esquece.
Ao ouvir a palavra “sapatão” Dafne se sentiu ofendida e pergunta:
- O que você disse da Eleonora?
Sem temer repetir, Jenifer continua.
- Sapatão é isso que ela é... E ainda quer me arrastar pra essa vida de perversão...
O sangue de Dafne sobe deixando-a com o rosto vermelho, ela suava frio e a raiva tomou conta de si fazendo com ela desse uma bofetada na cara de Jenifer.
- Escuta aqui, você nunca mais fala isso da Eleonora entendeu? NUNCA MAIS, por que assim como ela, eu também sou lésbica e se você a ofende, você também ofende a mim.
Jenifer leva a mãos ao rosto, assustada com o tapa que levou e com a revelação de Dafne.

Capítulo 43 ♥

Jenifer acorda atrasada para a faculdade, pois mais uma vez o sono tinha fugido dela durante a noite. Estava abatida e cabisbaixa a cena de Dafne com Eleonora do dia anterior, havia a deixado inquieta. Descendo as escadas, ela nem percebe que a avó e o pai estavam na sala e passa reto, até que Giovanni lhe chama a atenção.
- Jenifer meu mimo, você está bem?
- Tô por quê?
A avó preocupada se intromete no começo de interrogatório de Giovani.
- Por que meu amor? Por que eu seu pai amamos você, queremos ver você sorrindo, feliz como sempre foi. E depois desses últimos acontecimentos...
Jenifer se estressa e logo corta a conversa da avó.
- Ai, por favor, por favor, vocês não vão ficar me tratando como um bicho raro né? Por que eu não sou nada disso, sou uma pessoa comum, normalíssima.
O telefone toca e Flaviana atende, era Thomas Jefferson a procura de Jenifer.
- Ah, deputado Thomas Jefferson...
Flaviana passa o telefone para neta que animada atende.
- Alô.
- Olá, estou ligando pra saber como você está e também pra te fazer um convite.
- Um convite?
- É, vai ter uma festa... É uma inauguração de uma casa noturna lá em São Paulo. A gente vai num jatinho de um amigo meu e volta assim que acabar a festa. Quer ir nessa aventura comigo? Acho que você é a pessoa perfeita pra isso.
- Você acertou em cheio heim? Estou precisando mesmo de uma aventura. Então você pede pro seu motorista vir aqui me buscar as nove horas? Tudo bem então até mais tarde.
Giovani e Flaviana se entreolham um tanto assustados, pois Jenifer nunca foi de se meter em “aventuras”.
- Mas que aventura é essa minha filha?
- Ah pai, é modo de falar. O Thomas me convidou pra dançar logo mais, e eu preciso de roupa nova pra isso né? Vou faltar à aula hoje e fazer compras, fui.
Flaviana fica indignada e cobra do genro alguma explicação para essa mudança repentina da personalidade da neta.
- Está vendo isso? Sua filha, minha neta ajuizada, o exemplo da família, a menina certinha, parece que esta se desacertando.
- Talvez seja melhor assim minha sogra, responde Giovanni sem muita preocupação.


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Na lanchonete da faculdade estava Dafne sentada, como sempre esperava por Jenifer. Sua cabeça estava a mil, e seus sentimentos misturados. Tudo o que ela menos queria era ter certeza de que estaria apaixonada por Eleonora.
Desde a primeira vez que a viu, Dafne se sentiu atraída por Eleonora, toda a doçura e o jeito carinhoso de Eleonora tratar as pessoas haviam encantado Dafne, e depois do beijo acidental seu coração tinha pequenos momentos de aceleração. Cada minuto aumentava a dificuldade de Dafne esquecer o beijo de Eleonora.
- Era só o que me faltava, estar apaixonada pela futura namorada da minha amiga, eu mereço. Dizia Dafne para si mesma.Preocupada com a demora de Jenifer, Dafne resolve ligar para amiga para saber o motivo da demora.
- Eu vou chegar só na terceira aula hoje Dafne, o Thomas me chamou para sair e estou aqui no shopping, vim comprar algumas coisas. Guarda meu lugar, beijinho.
Dafne então desliga o telefone e vai para aula.


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Como prometido Jenifer chega para terceira aula, animada com a tal aventura dita por Thomas Jefferson ela conta para Dafne, que sem muita atenção ouve o que a amiga tem a dizer.
Percebendo a falta de interesse de Dafne, Jenifer logo se lembra do que havia visto na tarde anterior e resolve tentar tirar de Dafne alguma coisa.
- Dafne foi ao seu compromisso de ontem?Dafne engole em seco e responde:
- Fui sim... – Sem querer dar muitas explicações desconversa – E o almoço com o deputado, como foi?
- Foi bom, tirando a parte que ele queria me beijar a todo custo eu gostei.
Dafne acha estranho Jenifer achar ruim o fato de Thomas querer beijá-la e ela não deixar, e investiga.
- Ele quis te beijar e você não quis? Por quê? Achei até que vocês já estavam namorando...
- Como você é exagerada Dafne, eu não quero namorar, não ele. E vamos mudar de assunto...
- Vamos falar do que então?
E sem que percebessem a professora se aproxima delas, com cara de brava e da uma bronca.
- De nada moças, vocês duas conversaram muito hoje. E você Jenifer Improtta de uns tempos pra cá baixou muito o nível de desempenho, e conversando assim, vai piorar muito. Vamos prestar atenção na aula?
As duas pedem desculpas e viram para frente voltando à atenção para aula.