Leia o Texto Completo: Bloquear Seleção de texto no Blogger | Inforlogia http://www.inforlogia.com/2008/11/bloquear-selecao-de-texto.html#ixzz1AYuS8pMz (http://www.inforlogia.com) Under Creative Commons License: Attribution Non-Commercial No Derivatives Eleonora & Jenifer: setembro 2009

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Capítulo XXI

Enquanto Eleonora estava pensando no que fazer em relação ao seu sentimento, Jenifer estava na biblioteca estudando, ou pelo menos tentando. Dafne percebe que sua amiga estava com a mente em qualquer lugar menos ali e então pergunta:
- Jenifer Improtta, o que a senhora tem? Desde ontem esta com o pensamento longe, ta acontecendo alguma coisa?
- Não, é que... O Benjamim... Estou pensando nele...
- Pensando o que? Você está gostando dele amiga? Por que se você estiver mesmo gostando, acho que você e ele têm que conversar e começar a namorar logo, por que você sabe né? Rapazes como o Benjamim estão em extinção.
Jenifer olha pra Dafne que diz:
- Ops! Foi mal, é que você e ele formam um casal tão lindo...
- Amiga vê se me entende, eu não quero namorar, não agora, não com uma pessoa que simplesmente... Simplesmente não é aquilo que eu procuro sabe? Ele é fofo, gentil, bonito... Mas... Eu quero alguém que faça meu coração disparar, que me conquiste todos os dias com coisas simples, pequenos gestos, que demonstre o quanto me ama sabe?
No pensamento de Dafne vem Eleonora, ela olha Jenifer de forma enigmática e diz:
- Talvez você tenha encontrado essa pessoa, só você que ainda não percebeu.
- De quem você está falando? Pergunta Jenifer.
- Se você que é a menina dos olhos dessa pessoa ainda não descobriu, não vai ser eu que vou te contar. Só se vê bem com o coração o essencial é invisível aos olhos. Dafne pega suas coisas e sai da biblioteca indo em direção a classe.
Jenifer fica ali sentada sem entender de quem Dafne estava falando. Jenifer havia namorado apenas três rapazes e o último relacionamento terminado há 1 ano havia deixado feridas que já estavam cicatrizadas, mas que a fez querer manter distancia de relacionamentos, a menos que alguma pessoa a fizesse pensar diferente. Ela sempre foi uma garota muito recatada que não se permitia novas experiências. Tinha 22 anos, mas havia vivido pouco para descobrir outros prazeres da vida.
Sua amizade com Eleonora cada dia se tornava mais forte, Jenifer sentia que sem Eleonora a vida já não tinha mais tanta graça, mas somente ela ainda não tinha percebido que ali era somente ela que estava interessada em amizade.


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Jenifer não havia entrado na sala de aula, depois do que Dafne havia lhe dito sua cabeça estava confusa, mas ela não havia conseguido chegar a um veredicto. Benjamim vê Jenifer sentada entre as arvores perto da quadra de futebol e resolve ir até lá.
- Oi linda, você não tinha que estar na aula? Pergunta Benjamim se sentado ao lado de Jenifer.
- Tinha, mas estou sem cabeça pra estudar hoje. Depois eu pego a matéria com a Dafne... Responde Jenifer olhando para o horizonte.
- Que foi? Está com uma carinha de pensativa. Alguma coisa que eu possa ajudar?
- Não... É que sei lá... Sabe quando você sente que falta apenas uma coisa ou uma pessoa pra sua vida ficar realmente completa?
- Sei. E na sua vida falta o que? Uma coisa ou uma pessoa? Benjamim se aproxima mais de Jenifer.
- Uma pessoa, uma pessoa que... Que me queira, que me ame, que...
E Jenifer é interrompida por um beijo de Benjamim. Jenifer se esquiva e o olha de forma indiferente.
- Que foi você não gostou? Pergunta Benjamim
- Não, não é isso. Nada...
E é Jenifer dessa vez que beija Benjamim. O beijo dura alguns segundos e logo depois Benjamim olha Jenifer profundamente e diz:
- Eu gosto muito de você Jenifer e se você me permitir, deixa que eu seja a pessoa que vai completar a sua vida.
Jenifer não diz nada, apenas sorri.
- Agora eu tenho que ir pra sala, mesmo sabendo que estudar vai ser impossível por que meu pensamento só fica em você. Você vai querer que eu te busco pro show hoje a noite?
- Não obrigada eu vou com a Léo.
Benjamim então beija Jenifer mais uma vez e vai pra sala.
Jenifer fica ali sentada pensando e chega a conclusão que a pessoa que Dafne mencionou não era Benjamim, pois o beijo não havia feito o seu coração disparar, seu corpo não tinha tido calafrios, seu pensamentos não estavam com ele.

sábado, 26 de setembro de 2009

Capítulo XX

Eleonora estava deitada no sofá pensando na vida e naquela que até o momento era a dona de seu coração.
Venâncio percebe que a irmã está com o pensamento longe dali, ele senta aos seus pés e pergunta:
- O que foi em Léo? Faz dias que percebi que você está tão quietinha, às vezes até um pouco tristonha, quer conversar?
Eleonora se levanta e abraça o irmão de forma intensa, Venâncio sente no abraço que havia alguma coisa de errado ali. Eleonora estava com os olhos marejados, ela então responde:
- Eu não sei mais o que fazer Vê, eu estou muito apaixonada pela Jenifer. Está sendo difícil demais esconder isso, toda vez que ela me olha, que sorri pra mim, que me toca, parece que sinto meu coração parar. Eleonora faz uma pausa, o nó em sua garganta a impedia de continuar, e as lágrimas começam a rolar lentamente pela sua face. Venâncio as enxuga e diz:
-Calma Léo, calma. Será que não está na hora de você falar pra ela tudo o que você sente?
- Não sei se devo Vê. Não sei... Ela é tem um jeito meio conservador, nunca comentou nada sobre o assunto... E tem esse tal de Benjamim que também esta tirando o meu sono. Está tudo tão complicado... Ainda mais depois de ter ela tão perto de mim quando eu dormi lá semana passada.
- Então será que não é melhor você se afastar? Se você já esta sofrendo assim, imagina quando ela descobrir que o que você quer dela não é apenas amizade.
- Não Vê, me afastar dela não. Eu não consigo. Quando eu estou do lado dela parece que todo esse medo que eu sinto vai embora sabe? Depois que eu a conheci eu tenho um motivo a mais pra sorrir, pra viver. Mesmo que não seja correspondido, o amor que eu tenho por ela me deixa forte e ao mesmo tempo tão frágil... Só sei que eu a amo, de uma forma incomum, forte, sincera...
- Então fala com ela Léo, mostra pra ela que você pode fazê-la feliz e que você a am. Semana que vem faz 3 meses que vocês se conhecem né?
- É.
- Então, aproveita que semana que vem também é seu aniversário e fala pra ela que o melhor presente que ela pode te dar é o amor dela.
Eleonora sorri.
- Queria ficar aqui deitado com você, igual quando você sentia medo e se enfiava debaixo da coberta junto comigo quando éramos crianças. Mas eu tenho que ir trabalhar. Fica bem, eu te amo muito e estou aqui sempre.
Venâncio da um beijo na testa de sua irmã e sai, e Eleonora continua perdida nos seus pensamentos e sentimentos.
Diferentemente do que aconteceu com Kátia, Eleonora estava prestes a enfrentar uma guerra, da qual não saberia se sairia vitoriosa. Por que com Kátia, as coisas foram bem diferentes, Kátia era lésbica e também estava afim de Eleonora. Mas com Jenifer era diferente, ela é uma garota heterossexual, que namorou pouco e apenas garotos, talvez se Eleonora jogasse essa bomba em cima dela, poderia ser o fim de uma bela amizade.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Capítulo XIX

Eleonora acorda e percebe que Jenifer ainda dorme, ela então fica admirando-a. Minutos depois Jenifer acorda e diz:
- Bom dia flor do dia dormiu bem?
- Melhor impossível, responde Eleonora sorrindo.
- Vou tomar banho e a gente desce pra tomar café tudo bem?
Eleonora afirma com a cabeça, também se levanta, troca de roupa e espera Jenifer sentada na cama.
Jenifer sai do banho enrolada na toalha, ela então joga a toalha no chão e fica apenas de calcinha e pega uma blusa que estava na cadeira. Eleonora não conseguia disfarçar e mesmo que ela não quisesse seus olhos se fixam naquela cena, calafrios percorriam o seu corpo.
-Léo, coloco saia ou essa calça?
Eleonora estava tão compenetrada nas belas coxas de Jenifer que nem tinha ouvido a pergunta, Jenifer então senta-se de frente a ela, pega em sua mão e diz:
- Ei que foi? Esta com uma carinha de pensativa... Preocupada com alguma coisa?A verdade é que Eleonora estava mesmo preocupada, mas era com o seu sentimento por Jenifer. Pensava por quanto tempo mais iria agüentar essa situação, ainda mais depois de passar uma noite ao lado dela, sem tocá-la, beijá-la, sem poder dormir abraçada. As coisas estavam ficando difíceis pra ela, mas Eleonora buscava forças para não dar bandeira do quão grande aquele amor estava ficando.
- Ai desculpa Jeni, estava pensando... Pensando... Em nada de importante.
- Tem certeza?
- Tenho.
- Ok, não vou perguntar mais. Você me conta o que anda te deixando tão fora de órbita quando quiser, mas saiba que eu vou estar aqui pra você e por você sempre viu?
Mas será que ela estaria preparada pra saber que eu a amo? Perguntava-se Eleonora.
- Mas então coloco saia ou calça?
- Saia, esta calor. E você também tem pernas lindas, pra que esconde-las numa calça? Diz Eleonora rindo.
Jenifer sorri e coloca a saia. Elas então descem para tomar o café.

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Eleonora e Jenifer descem as escadas, Danielle e João Manoel se olham. Danielle faz cara de desentendida e João Manoel de negação.
- Vi o carro da doutora na nossa garagem, ela dormiu aqui por que? Pergunta João Manoel.
Antes que Eleonora pensasse em responder Jenifer diz:
- Por que eu não deixei ela ir embora, já passava da uma da manhã quando o filme acabou. Por que algum problema?
- Problema nenhum minha filha querida. Vamos se sentar-se e tomar o café, diz Giovani.
Todos tomam café tranquilamente quando Flaviana diz:
- Eleonora, você namora?
Eleonora faz cara de quem não entende o porquê da pergunta e responde:
- Não dona Flaviana, não tenho tempo pra isso não...
- Identicamente igual minha filha Jenifer, diz que namorado é perca de tempo. Se bem que agora tem um tal de Benjamim na área não é meu mimo? Diz Giovani
- Não pai, eu e ele não vamos dar certo, eu acho. Ele é legal, mas não combina comigo... E também não quero namorado agora.
- Namorado você não quer né? Namorado não. Saquei tudo. Saquei tudo, diz João Manoel de forma totalmente irônica.
Todos se olham, mas ninguém entende, exceto Eleonora e Danielle. Elas estavam certas que João Manoel desconfiava de algo.


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Danielle e João Manoel estavam na sala, quando Eleonora passa por eles se despedindo. Ela e Jenifer param na porta e Jenifer diz:
- Hoje não vai dar pra gente se ver mais, tenho que estudar muito. Mas tira uma horinha pra gente se ver amanhã.
- Se não tiver eu invento uma.
- Ah Léo, quase esqueço de falar. A gente vai no show da Ana Carolina semana que vem viu? Já até consegui os convites.
- Como assim? E se eu não puder ir?
- Você vai poder sim, é dia que você vai trabalhar de manhã, então a sua noite vai ser livre.
- Vamos só nós duas?
- Bem... Não, o Benja...
- Ah, o Benjamim vai? Pergunta Eleonora com cara de descaso.
- Vai, ele me chamou, mas como eu não quero ir sozinha com ele, o convenci de levar você e a Dafne também. E não faz essa cara ciumenta, diz Jenifer com as mãos no rosto de Eleonora.
João Manoel e Danielle observam, se entreolham e João Manoel diz:
- Você ta vendo o que eu estou vendo né?
- O que?
- A Danielle você não nasceu ontem, vai dizer que você não acha que essas duas...
- Eu não acho nada João Manoel, elas são apenas boas amigas. Responde Danielle levantando-se do sofá e indo em direção a cozinha.
Eleonora e Jenifer se abraçam e Eleonora vai embora.

Capítulo XVIII

Giovanni, Danielle e João Manoel estão de saída para escola de samba quando vêem Jenifer chegando em casa, Giovanni então pergunta:
- Jenifer meu mimo, quer ir pra escola de samba com a gente?
- Não pai, daqui a pouco a Eleonora está vindo pra cá, aluguei uns filmes e a gente vai assistir.
- Vocês vão ficar sozinhas em casa? Você e a doutora? Pergunta João Manoel.
- O que tem demais nisso João? Pergunta Jenifer.
- Nada...
E eles então saem.


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Jenifer arruma o quarto, coloca a TV mais perto da cama e ouve a campainha tocando, era Eleonora. Jenifer desce as escadas correndo e abre a porta.- Léo, que bom que te ver, diz Jenifer a abraçando.
- Que saudade, to feliz em te ver, diz Eleonora.
- “Se tu vens, por exemplo, às 4 da tarde desde as 3 eu começarei a ser feliz” diz Jenifer
- Ah, O Pequeno Príncipe, você leu então.
- É li sim, e quando li essa frase, lembrei de você. É bem verdade, por que desde quando você aceitou o convite eu já fiquei feliz, entra, diz Jenifer dando passagem pra que Eleonora pudesse entrar.
- Qual a gente assisti primeiro “Diário de uma Paixão” ou “Cidade dos Anjos”? Pergunta Jenifer mostrando os DVDs pra Eleonora.
- Esse. Aponta Eleonora para “Diário de uma Paixão”.

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Eleonora e Jenifer estavam sentadas no chão, Jenifer estava com a cabeça sobre seu colo e ela delicadamente acarinhava seus cabelos.
- Acabou, vamos assistir “Cidade dos Anjos”?
- Ai Jenifer, acho melhor não, está tarde tenho que ir embora, responde Eleonora.
- Ir embora por que se amanhã você não trabalha?
Eleonora se surpreende ao saber que Jenifer sabia que ela estaria de folga e pergunta:
- Como você sabe que eu não trabalho?
- Ah... Tenho bola de cristal, diz Jenifer brincando.
- É, eu realmente estou de folga, mas...
- Mais nada Léo, você fica e dorme aqui.
- Dormir aqui? Pergunta Eleonora espantada.
- Sim, por que essa cara Léo?
- Não, nada.
- Mas vamos assistir o filme na cama? Minhas costas estão doendo de ficar deitada no chão, se bem que eu ficaria a noite toda se você ainda continuasse com esse cafuné gostoso, diz Jenifer sorrindo.
Eleonora não diz nada e apenas sorri. Seu coração pulsava forte e seus olhos fitavam Jenifer docemente, cada palavra carinhosa que Jenifer dizia fazia Eleonora sentir-se mais apaixonada. Mesmo que pra ela, esse romance poderia não acontecer, mas ela tentava não pensar nessa possibilidade.

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O filme acaba e Eleonora pergunta:
- Bom, onde que eu vou dormir?
- Ué, aqui comigo, responde Jenifer apontando pra cama.
- Na sua cama? Com você? Eleonora faz cara de assustada.
- É, por quê? Algum problema? Pergunta Jenifer sem entender a cara de Eleonora.
O medo de Eleonora era que seus desejos de ter Jenifer nos braços a fizessem se descontrolar. Eleonora então tenta contornar a situação:
- Não, mesmo que a sua cama seja de casal não dá... É que... É que... Ah Jenifer eu sou muito espaçosa e além do mais...
Jenifer leva o dedo indicador até a boca de Eleonora fazendo com que ela se calasse e diz:
- Psiu. Chega de desculpas, eu quero que você durma aqui na minha cama e pronto, não discuta. E além do mais não temos colchonetes aqui, meu pai jogou os que tinha fora e até hoje não comprou novos, então querendo ou não,você vai dormir comigo.
“Ai meu Deus por que o Senhor esta fazendo isso comigo? Me colocando nessas situações difíceis por que?” Se perguntava Eleonora.
Eleonora desiste de mudar a decisão de Jenifer e aceita dormir ao lado dela.
Ao se deitarem, Jenifer e Eleonora viram-se uma de frente pra outra. Jenifer desliza sua mão suavemente nos cabelos até chegar ao rosto de Eleonora que sorri e diz:
- Gosto demais de você Jenifer, você não sabe o quanto.
- Em tão pouco tempo você já representa muito na minha vida sabia? Não quero que isso acabe jamais, boa noite, diz Jenifer.
Jenifer beija carinhosamente a bochecha de Eleonora que se vira para o outro lado fechando seus olhos e diz em um tom baixo:
- Eu te amo Jenifer.
Jenifer escuta que Eleonora disse algo, mas não entendeu o que e pergunta:
- Você disse alguma coisa Léo?
- Disse sonhe com os anjos Jeni.

sábado, 19 de setembro de 2009

Capítulo VXII

Giovanni e a família estão na sala quando o telefone toca, Flaviana que estava mais próxima atende.
- Jenifer, é pra você querida.
- Quem é vó?
- É a Eleonora.
João Manoel olha, Danielle percebe e pergunta:
- Que foi hein João?
- Que foi o que Dani?
- Esse olhar quando a dona Flaviana disse que era a Eleonora.
- Não sei do que você está falando, diz João indo em direção a porta. Bom eu vou sair com a minha morena, tchau pra quem fica.
- Oi Léo, estava pensando em você.
- Pensando o que? Coisa boa ou ruim? Pergunta Eleonora rindo.
- Coisa boa né? Pensar em você é bom...
Eleonora do outro lado da linha sorri e diz:
- Queria te ver hoje, mas você tem que estudar, deve ter algum compromisso com o Benjamim.
- Não tenho nenhum compromisso, nem com Benjamim nem com ninguém e mesmo se tivesse, desmarcava. Onde a gente pode se encontrar?
- Naquela lanchonete do shopping sabe?
- Sei sim, então daqui 1 hora eu estarei lá.
- Então até daqui a pouco, beijo.


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Eleonora esperava Jenifer numa mesa. Do outro lado estava a gangue mais famosa de Vila São Miguel, a gangue do Shaolin, conhecida pelas arruaças que aconteciam na cidade.
Jenifer chega e cumprimenta Eleonora com um selinho. Depois do selinho acidental no carro, já havia se tornado normal elas se cumprimentarem daquela forma.
Shaolin e a turma veem e comentam:
- Caraca velho, vocês viram o que eu vi?
- Eu vi brother, qual é dessas duas?
- Ow, vamos parar de gracinha? Aqui ninguém tem nada haver com isso. Uma é sobrinha da dona do Carmo a outra é filha do Dr. Giovanni, então se elas quiserem se agarrar em publico ninguém tem que falar nada. Esbraveja Shaolin.
- Falo tudo Shao, cada um sabe de si.
- Mas que é um desperdício... Diz Gato.
- O si é, os outros concordam.


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Eleonora deixa Jenifer em casa, e as duas conversam por mais alguns minutos no portão. João Manoel chega logo depois, estaciona o carro num lugar pra que elas não o vissem e fica dali observando o andar da conversa.
- Adorei te ver hoje, é sempre bom quando estamos juntas, não sei por que. Mas é tão bom ter alguém que me entende, que me escuta, é tão bom ter você na minha vida... Diz Eleonora.
- Pois é... Eu também fico querendo ficar mais com você, da uma vontade.
Jenifer sorri e Eleonora passa sua mão delicadamente no rosto dela.
Do outro lado da rua João Manoel estranha o carinho que Jenifer recebe de Eleonora.
- Eu não sei por que isso rola, só sei que é bom, e que eu gosto muito, diz Jenifer. Ela pega na mão de Eleonora e pede:
- Fica mais um pouco?
- Bem que eu queria, mas não posso, amanhã eu e você acordamos cedo. Eu tenho mesmo que ir...
Jenifer faz cara de piedade e Eleonora fica encantada com a cena.
- Ai não faz essa carinha, que eu vou acabar não resistindo. Mas eu tenho que ir...
Elas então se abraçam demoradamente e dão outro selinho.
Eleonora vai embora, Jenifer entra e João Manoel logo em seguida entra em casa.
Jenifer senta no sofá e seu pensamento voa longe, João Manoel fica olhando a irmã de forma sarcástica.
- Por que você está me olhando assim, com essa cara João? Pergunta Jenifer.
- Aquela lá não era a irmã da Regininha?
- É, era a Eleonora sim.
- Ela não tem namorado não?
- Não que eu saiba, a gente nunca conversou sobre isso. A gente conversa sobre tanta coisa, menos sobre namoros. Responde Jenifer.
- E que tanto vocês conversam? Continua João Manoel.
- Ah. A gente fala sobre hospital, fisioterapia, ortopedia, cinema, música... Coisas que a gente tem em comum. Mas por que você ta me perguntando tudo isso?
- Não nada não.
- Bom, vou pro meu quarto estudar mais um pouco, boa noite João.
Jenifer sobe para o quarto e João Manoel vai para sala de jogos, com a certeza de que havia algo de errado na amizade da irmã com sua cunhada. Ele senta cabisbaixo na poltrona. Flaviana entra e percebe que o neto estava um tanto triste e decide sondar para saber o que estava o afligindo.
- João Manoel? João Manoel?
- Oi vó.
- Que esta acontecendo hein meu querido? Não é de hoje que percebi que você anda muito cismado. Está preocupado com que?
- Com a Je... Não vó, não é nada. Eu vou dormir que é o melhor que eu faço.
Flaviana fica sem entender e resolve ir se deitar também. João Manoel antes de dormir pensa em tudo que tinha visto naquela noite e fica indignado com a conclusão que havia chegado. Para ele, Jenifer e Eleonora estavam tendo muito mais que uma boa amizade, elas estavam tendo um romance.

Capítulo XVI

Benjamim vê Dafne e Jenifer conversando numa mesa e resolve ir até lá.
- Posso roubar sua amiga um pouco Dafne? Pergunta Benjamim.
- Com certeza, responde Dafne.
Jenifer e Benjamim seguem até um lugar mais reservado e começam a conversar. Eles conversam sobre vários assuntos, riem, mas Benjamim percebe que havia outra pessoa muito presente na conversa deles, Eleonora.
- Nossa, você e essa sua amiga Eleonora se dão bem mesmo hein? Você falou muito dela enquanto conversávamos, diz Benjamim.
- É, a gente se da muito bem. Gosto muito dela, nossa ligação é muito forte.
- Bom, mas eu quero te fazer um convite. Vai ter show da Ana Carolina aqui daqui umas duas semanas. Quer ir?
- Claro, eu adoro a Ana. Quem vai?
- Chamei só você pra ir comigo...
- Hum, entendi. Sós nós dois?
Jenifer faz cara de quem não gostou muito da ideia, Benjamim percebe e pergunta:
- É por que? Você quer chamar mais alguém?
- Sim, a Eleonora... E a Dafne também, elas adoram a Ana. Por que algum problema?
Benjamim não gosta muito das companhias sugeridas por Jenifer, mas resolve aceitar, ele estava disposto a fazer tudo para agradá-la.
- Não, sem problemas.


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O sinal toca, Jenifer e Benjamim seguem até suas salas e encontram Dafne no caminho, Jenifer diz que vai ao banheiro e Dafne a espera, Benjamim então pergunta sobre Eleonora para Dafne.
- Conheço ela sim, as duas são muito amigas, a Eleonora é um amor de pessoa.
- E essa Eleonora tem namorado?
- Não, não que eu saiba, responde Dafne. Por que a pergunta?
- É que a Jenifer falou muito nela durante a nossa conversa, parecia que...
- Que?
- Não, nada, é viagem minha. Bom, vou pra sala. Tchau.
Dafne então percebe que Benjamim assim como ela, desconfiava que Eleonora e Jenifer poderiam ser mais do que boas amigas.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Capítulo XV

Eleonora estava na pizzaria esperando por Jenifer, quando a avista chegando. As duas se cumprimentam e Eleonora diz:
- Eu escolhi essa mesa, mas se você quiser outra...
- Não Eleonora, aqui está ótimo, só faço questão de escolher o sabor da pizza. Eu adoro a marguerita que leva manjericão.
- Eu também adoro, é a melhor...
E o celular de Jenifer toca.
- Alô, oi Benjamim, estou bem e você?
Eleonora ao ouvir o nome de Benjamim, estremece.
Jenifer logo desliga e diz:-
Desculpa Eleonora.
- Não tem o que se desculpar. E a gente já se conhece tempo suficiente pra você me chamar de Léo.
- Tudo bem então Léo, é até mais bonitinho.
- Você esta falando que meu nome é feio? Pergunta Eleonora rindo.
- Não, claro que não. Acho seu nome diferente e lindo, mas Léo da um ar de intimidade.
E o celular de Jenifer toca novamente, dessa vez era uma mensagem de texto.
- Ai que fofo! Exclama Jenifer.
- O que foi? Pergunta Eleonora curiosa.
- Olha a mensagem que o Benjamim me mandou: “Felicidade é sentir-se no paraíso ao contemplar seu gracioso sorriso”.
- É, ele quer mesmo ficar com você né?
- Ele é bonito... Beleza não é fundamental, mas... Não sei muito sobre ele, o pouco que conversamos ontem deu pra perceber que não temos muitas coisas em comum.
- Você também esta afim dele? Eleonora perguntava torcendo pra que a resposta fosse negativa.
- Ah, não. Eu acho... Sei lá, conheço ele a pouco tempo, mas ele é interessante. Vamos ver amanhã na hora do intervalo.
- O que tem na hora do intervalo?
- Ele quer conversar comigo, me conhecer melhor...
Eleonora então faz uma cara de insatisfação, tenta disfarçar mais Jenifer percebe e pergunta:
- Ei, que foi?
- Você só falou desse Benjamim até agora...
- Você está com ciúme Léo?
- Não é ciúmes... É que... Você vai começar a sair com ele, e não vai mais ter tempo pra mim.
- Eu sempre vou ter um tempo livre pra você, diz Jenifer pegando na mão de Eleonora.
Elas conversam por mais algum tempo, e Eleonora percebe que esta quase atrasada para o plantão e diz:
- Nossa, nem vi o tempo passar, já está na minha hora.
- Você quer que eu te leve?
Eleonora pensa em recusar, mas não consegue, ela queria aproveitar cada segundo ao lado de Jenifer.
- Eu aceito.

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Jenifer estaciona o carro na esquina do hospital e diz:
- Que pena que você já tem que ir, adorei te ver hoje, adoro cada minuto com você sabia?
Eleonora sorri e diz:
- Eu também adoro cada minuto com você Jenifer, você cada dia se torna mais especial pra mim.
Um breve silencio acontece, e os olhos de Eleonora fixam-se nos de Jenifer, de maneira doce e intensa.
- Bom, agora eu tenho que ir.
- A gente se vê, diz Jenifer.
Ao se despedirem Eleonora e Jenifer vão beijar os rostos uma da outra, mas um erro no percurso faz com que suas bocas se encontrem num curto espaço de tempo. Elas se olham surpresas e riem.

Capítulo XIV

Jenifer e Dafne estavam na biblioteca da faculdade pesquisando artigos para o seminário da próxima semana. Elas já estavam bem adiantadas no trabalho, só faltavam a conclusão, Dafne então põe a mão em cima do livro que Jenifer estava lendo e diz:
- Jeni, você não sabe quem veio perguntar de você pra mim.
- Quem?
- O Benjamim do curso de matemática sabe? Um moreno, alto, forte, olhos pretos... Aquele que joga no time de futsal sabe?
- Sei, o que ele te perguntou?
- Várias perguntas, perguntou se você namorava ou estava ficando com alguém e disse que estava interessado em voe. Ele é lindo Jeni, da uma chance pra ele.
- É... Ele é bonitinho mesmo. Sei lá nunca conversei muito com ele, só oi e tchau.
- Mas pode me dar essa honra de conversar contigo se topar fazer um lanche na cantina, diz Benjamim se aproximando das duas.
- Desculpa, mas hoje não vai dar, estou indo pra casa agora... Responde Jenifer pegando suas coisas.
- Deixa eu te dar uma carona?
Dafne olha pra Jenifer e faz sinal pra que ela aceite.
- Ah, tudo bem, mas... Eu moro longe, moro la na baixada.
- Sem problemas, responde o rapaz.
Benjamim sempre esteve de olho em Jenifer desde quando entrou na faculdade, mas ele nunca havia demonstrado o interesse por ela, sempre olhava de longe, sabia que ela não queria nenhum relacionamento até pelo menos o último ano de faculdade. Mas estava cansado de esperar e decidiu então mostrar pra ela o possível amor que aos poucos foi surgindo dentro de si.

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Ao saírem da faculdade Jenifer se depara com uma surpresa do outro lado da rua, era Eleonora que havia decidido buscá-la na faculdade. Eleonora vê Jenifer e Benjamim conversando, trocando sorrisos, e não gosta muito do que vê, ela então atravessa a rua e vai de encontro a Jenifer. As duas se abraçam e Jenifer diz:
- Que surpresa boa, o que você está fazendo aqui essa hora? Não tinha que estar no hospital?
- Tinha, mas uma amiga pediu pra trocar, e eu vou no lugar dela de noite. Ai resolvi vir aqui te buscar.
- Adorei a surpresa Eleonora.. Ah, que desligada que eu sou. Bom, Eleonora esse aqui é Benjamim, Benjamim essa é a Eleonora, uma amiga muito especial, diz Jenifer apresentando os dois.
Eles se cumprimentam apenas com um oi e Benjamim diz:
- Então, vamos?
- Ah, desculpa Benjamim, mas eu vou dispensar sua carona. É que faz dias que não a vejo, quero aproveitar a oportunidade e colocar a fofoca em dia, matar a saudade... Você não se importa né?
- Não, mas amanhã espero te encontrar no intervalo pra gente conversar ok?
- Ok, pode deixar. Até amanhã.
Benjamim vai embora e Jenifer e Eleonora seguem para o carro.
Ao entrarem Eleonora pergunta:
- Quem é esse?
- Ele faz matemática aqui, joga futsal e segundo a Dafne está afim de mim.
- Hum... E você, está afim dele?
- Ah, não sei, nunca conversei muito com ele, ele é bonitinho você não acha?Eleonora faz um silêncio proposital pra não responder a pergunta.
- Eleonora? Pergunta Jenifer.
- Oi, desculpa tava concentrada aqui no transito, desculpa, o que foi que você disse?
- Nada não, esquece. Então você vai dar plantão hoje à noite? E a nossa pizza?
- A gente pode comê-la mais cedo, e depois vou direto pro hospital, pode ser?
- Claro, responde Jenifer.

sábado, 12 de setembro de 2009

Capítulo XIII

Venâncio diz pra Regina sair dali, mas Eleonora pede que ela não vá e a escute:
- Nada do que você escutou deve sair daqui entendeu Maria Regina? Diz Eleonora
- Então é verdade? Você fica com meninas?
- Sou lésbica sim Regina, mas só o Vê sabe e agora você e ninguém mais deve saber, ninguém entendeu?
Regina expressa em sua face surpresa e decepção por Eleonora não ter lhe confiado o segredo.
- Por que você não me contou nada? Você confia mais no Venâncio do que em mim? Pergunta Regina.
- Não é isso, vocês dois são meus irmãos queridos, eu amo e confio nos dois igualmente. Mas achei que se você soubesse poderia contar pra alguém, por que eu nunca ouvi de você nada que me inspirasse confiava pra contar isso. Quando eu descobri meu interesse por meninas você era novinha, pelo Vê ser mais velho, achei que ele seria a pessoa ideal pra me ajudar entende? Foi só por isso.
- Quando isso aconteceu?
- Isso o que? Pergunta Venâncio.
- Ué, o interesse da Léo por meninas. Faz tempo?
- Faz uns 10 anos já.
- E você conseguiu esconder isso de todo mundo esse tempo todo?
- Consegui, foi difícil. Se não fosse o Vê, não sei o que seria de mim, responde Eleonora segurando a mão do irmão.
- Você não vai contar nem pra mãe e muito menos pro pai que a Léo é lésbica né? Pergunta Venâncio.
- Não, vocês podem ficar tranquilos, eu não vou contar nada a ninguém. Mesmo que eu tenha ficado decepcionada por saber só agora disso, eu quero que você saiba Léo, que eu vou estar aqui pra o que precisar, sempre, eu te amo do jeito que você é, não importa se você é lésbica, se fica com homem ou com os dois. Todos riem. Eu amo você.
Eleonora então emocionada com o que a irmã diz a abraça e agradece:
- Obrigada minha irmã querida, você não sabe o alivio que me da saber disso.
- Mas Léo que história é essa de você estar apaixonada pela minha cunhada? E quem é a Kátia? Quero saber de tudo.
Eleonora ri e diz:
- Eu não estou apaixonada pela Jenifer, eu acho. Mas eu te conto tudo sim.
Venâncio, Regina e Eleonora conversaram até o começo da madrugada. Eleonora conta seus casos amorosos, seu encantamento por Jenifer, o relacionamento com Kátia.
Regina escutava tudo, opinava, repreendia, aconselhava. Agora os três estavam mais unidos do que nunca, prontos para acolherem um ao outro diante de momentos difíceis.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Capítulo XII

Jenifer estava na cama lendo o livro “O Pequeno Príncipe” que tanto havia ouvido falar. A porta estava entre aberta, Danielle passava por ali e vê que Jenifer não lia mais um dos seus vários livros de fisioterapia, ela então bate na porta, Jenifer a convida para entrar.
- Como assim você não esta estudando? Que milagre, diz Danielle rindo.
Jenifer também ri e diz:
- Ah Dani, quem ouve você falando assim, acha que eu só vivo pra estudar.
- Mas não é? Você estuda dia e noite, quando não está estudando, está estudando. Quase não sai, quer dizer, não saia, agora que conheceu a Eleonora é que está saindo mais.
- É verdade, acho que eu precisava de alguém como ela pra me tirar um pouco de casa sabe? É tão bom estar com ela, a gente tem muita coisa em comum, desde as sardas até o sabor de sorvete, Jenifer ri.
- Que bom, “Santa Eleonora” vou agradecer ela pro resto da vida por ter tirar de casa.
As duas riem e Jenifer diz:
- O que é mais engraçado, não engraçado, mas diferente. É que eu me sinto muito bem com ela, parece que a gente se basta sabe? É um encantamento muito forte, meio que “amor a primeira vista”, com nenhuma amiga foi assim. Com ela eu me sinto tão bem...
Danielle olha e não diz nada, Jenifer percebe o silêncio dela e pergunta:
- Dani? Que foi?
- Não, nada... É que... Nada não, esquece, vamos jantar?
Elas então descem para o jantar. Danielle por um momento havia pensado que haveria algo além de amizade entre Eleonora e Jenifer, mas resolve não pensar sobre isso, pois poderia ser fruto da sua imaginação.



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Já passava das nove e meia da noite e Eleonora ainda não tinha chegado, Janice estava preocupada , e pergunta para Venâncio pra onde a filha tinha ido, já que foi com ele que ela conversou por último.
- Ela foi pro Rio, ver a amiga dela que está lá mãe, só isso.
- Mas que demora, olha que horas são, essa hora ela já esta se preparando pra dormir, diz Janice preocupada.
Eles então ouvem o barulho do portão se abrindo, era Eleonora que tinha chegado.
Eleonora então entra em casa, e Janice tenta questionar o por que da demora e da expressão tristonha em sua face, mais Eleonora se esquiva das perguntas:
- A mãe só estou triste por que ela vai embora pra outro país, talvez nem volte mais pro Brasil, só isso.
Agora eu vou subir por que estou cansada, preciso de uma boa e longa noite de sono.
Eleonora sobe e Venâncio vai logo atrás. Os dois sentam na cama e Eleonora conta tudo o que aconteceu.
- Ai Vê, estou me sentindo muito estranha, quando eu a abracei não senti nada, foi como se eu quisesse ter certeza que ela estava bem. Não senti vontade de beijá-la, não senti meu coração em chamas quando a vi... Mas fiquei um pouco mal de ver ela chorando quando disse que não iria com ela pra Inglaterra.
- Você se sentiu assim por que você ainda sente carinho por ela, como você mesma disse, o sentimento é de amizade.
- É Vê, só amizade. Mas um pensamento vem me assombrando desde que entrei no elevador.
- Que pensamento? Pergunta Venâncio.
- A Jenifer... Quando a Kátia me beijou, foi na Jenifer que eu pensei.
- Você está apaixonada por ela Léo?
- Não é paixão, nem amor. É um encantamento muito forte, uma coisa que eu nunca senti. É como se eu soubesse que... Que a gente vai ficar juntas sabe? Mas que esse amor vai vir aos poucos, não vai ser de imediato como aconteceu com a Kátia, sei lá, é estranho.
Enquanto eles conversaram Regina estava passando pelo corredor, e ao ouvir o nome da cunhada resolveu parar pra escutar o que os irmãos falavam.
- Mas Léo, esse encantamento é o que? O que você sente?
- Não sei. Às vezes me pego pensando nela, ela é muito meiga, delicada, sem falar que temos várias coisas em comum. Nos conhecemos a quase 1 mês e parece que conheço ela há anos.
Ao ouvir o que Eleonora dizia Regina leva um susto, ela jamais imaginaria que as suas suspeitas fossem verdade. Em um súbito momento de insanidade, Regina abre a porta do quarto, pegando Eleonora e Venâncio de surpresa e dispara sua metralhadora de perguntas:
- Kátia? Quem é essa? Você beijou outra mulher? Você está apaixonada pela irmã do João?
Eleonora e Venâncio se olham assustados.

domingo, 6 de setembro de 2009

Capítulo XI

Eleonora estava impressionada como os anos haviam mudado fisicamente Kátia. Kátia estava com os cabelos compridos até o meio das costas, pretos e lisos. Tinha o nariz afilado e uma pequena boca carnuda, avermelhada. Dentes brancos e perfilados. Rosto oval e um discreto furo no queixo. Sua blusa decotada deixava a mostra seus seios médios e empinados. Sua blusa marcava uma barriga sarada e uma cintura fina. Sua saia curta mostrava suas pernas torneadas.
A única coisa que não havia mudado eram aqueles olhos azuis, lindos e hipnotizantes.
Eleonora olhava Kátia tão intensamente que parecia enxergar sua alma.
- Vai ficar ai me olhando? Vem, entra. Kátia puxa Eleonora pela mão.
Parece que era apenas aquele toque em sua mão que faltava para que Eleonora enfim se desse conta que aquilo tudo era real. Ainda tensa com o que estava acontecendo, Kátia percebe e tira proveito da situação.
- Você está muito nervosa, calma, eu não vou morder, diz Kátia levando as mãos até o rosto de Eleonora na intenção de beijá-la.
O toque das mãos macias de Kátia em seu rosto, fez com que Eleonora não resistisse por muito tempo. Ela então abraça Kátia, de forma forte e envolvente. Kátia se surpreende, pois a forma como Eleonora a tratou no telefone, fazia pensar que o máximo que conseguiria era um olhar frio.
Eleonora então se desprende do abraço um pouco embaraçada e diz:
- Desculpa... Bom... Vamos direto ao assunto?
- Não tem o porquê de se desculpar, você não sabe o tamanho da saudade que eu senti do seu abraço, de você... Mas senta, vamos conversar, diz Kátia indicando pra que Eleonora senta-se na cama. Ela então puxa uma cadeira e se senta de frente a ela.
Kátia pega nas mãos de Eleonora e começa a dizer tudo o que queria:

- Eu vou embora pra Inglaterra, fazer mestrado lá. Talvez eu volte, ou não, fique por lá e venha para o Brasil só nas férias. E eu quero que você vá comigo.
Eleonora ouve tudo atentamente e Kátia continua:
- Eu sei que fui muito egoísta em ter ido pra Vitória sem pensar em você, mas aquilo era tudo o que eu queria. E agora eu tenho uma oportunidade muito melhor em minhas mãos, e dessa vez eu quero você ao meu lado. Te quero comigo, de volta, pra gente recomeçar uma nova história, uma ao lado da outra... Eu ainda amo você, tive algumas namoradas em Vitória, mas nenhuma que me fizesse te esquecer. Agora que nossas vidas estão estabilizadas, a gente pode ir pra lá e recomeçar. E então, vem comigo?
Eleonora solta as mãos das mãos de Kátia e se levanta em direção a sacada do apartamento, em passos lentos, cabeça baixa... Ela então olha a paisagem que dali de cima parecia o paraíso, Kátia então vai até Eleonora, encosta no parapeito da sacada como ela e pergunta:
- O que foi “minha pequena”? Te peguei de surpresa né? Mas pode ficar tranquila, você tem um mês pra pensar e...
- E mais nada Kátia, mais nada. Não me chame como se meus sentimentos ainda fossem seus.Eu não quero voltar com você e não quero ir pra canto nenhum com você. Você acha o que? Que eu ia chegar aqui, esquecer tudo o que nós passamos e tudo o que eu sofri? Você não sabe por quanto tempo eu acordei com meus olhos inchados de tanto chorar, quantas noites mal dormidas eu tive... Você não sabe. Eu havia entregado a minha vida, os meus sentimentos pra você. E você o que fez? Se desfez de tudo sem pensar duas vezes, sem pensar em mim e em tudo que eu havia mudado pra ficar com você. Tudo o que eu quero agora é que você vá, e fique por lá, ou volte, mas me esqueça e nunca mais me procure, responde Eleonora nervosa. Ela então pega a bolsa que estava em cima da cama e vai em direção a porta.
Kátia corre e para em frente a porta dizendo:
- Você não vai sair daqui, você não pode fazer isso comigo. E tudo o que nós vivemos? Foi tudo tão lindo, tão intenso, tão verdadeiro...
- E você estragou tudo com o seu egoísmo.
- É outra pessoa né? Você está com outra pessoa, só pode ser isso...
- Não, e a imagem de Jenifer vem a mente de Eleonora como um raio. Ainda não, mas mesmo que eu estivesse com alguém, não largaria garota nenhuma por você. Agora me deixa ir embora, por favor.
- Não antes disso. Kátia então avança em Eleonora como quem encontra um açude para matar a sede. Kátia tinha a vantagem de ser mais alta e mais forte que Eleonora, que por sua vez não conseguia se soltar das mãos dela.
Eleonora então deita forçadamente na cama, Kátia sobe em cima dela, segura suas mãos firmes contra o colchão, seus corpos estavam tão unidos que a respiração ofegante de ambas agora já eram uma só. Eleonora já não lutava mais contra aquilo, seus instintos queriam o que Kátia queria, mas seus sentimentos não, e ela deseja mesmo é que os seus sentimentos controlassem os seus instintos.
- Eu quero você Eleonora, eu quero você, murmurava Kátia nos ouvidos de Eleonora. Kátia olha Eleonora nos olhos e aos poucos chega seus lábios perto do dela. O beijo acontece, lentamente. Eleonora fecha os olhos e imagina que os lábios que beijava eram da garota dos olhos levemente esverdeados, Jenifer.

Em poucos segundos ela caiu em si, de que aquele beijo estava acontecendo com a pessoa errada no lugar errado.
Ela vira o rosto e diz:
- Kátia, por favor, sai de cima de mim, desse jeito você só vai conseguir me afastar mais de você. É isso que você quer?
Decepcionada Kátia obedece e deita ao lado de Eleonora.

Uma onda de emoções invade seu corpo e lágrimas brotaram de seus olhos.
- Desculpa, não queria ter forçado toda essa situação. Como eu fui idiota, me desculpa. É que eu realmente te amo, sinto sua falta, e quero você comigo na Inglaterra, na minha vida. Achei que você fosse me perdoar por tudo que aconteceu...
Eleonora então senta na cama e diz:
- Kátia olha pra mim.

Kátia senta na cama e olha Eleonora com os olhos marejados.
- Eu gosto de você Kátia, só gosto, hoje o que eu quero e posso apenas oferecer a você é a minha amizade. Tudo o que aconteceu foi demais pra mim. Foi muito sofrido, muito torturante. Eu estava definhando, vagarosamente. Cada noite antes de dormir, tudo o que eu pedia era pra que no dia seguinte meu amor por você estivesse menor. E aos poucos foi passando, hoje ele já não existe mais. E o meu lugar é aqui, do lado da minha família, no emprego que eu amo, e ao lado da... E novamente a imagem de Jenifer invadia sua mente.
- Da...? Pergunta Kátia.
- Ninguém. Mas eu quero que você saiba que vou torcer por você, pra que você seja muito feliz e encontre uma pessoa que te ame como você merece.
O coração de Kátia parecia se desmanchar a cada palavra de Eleonora, ela chorava muito, como quem perde alguém muito querido. E era isso que acabara de acontecer, Kátia havia perdido alguém que amava muito. Mas não tirava de si a culpa do que acontecia.
Kátia então abraça Eleonora, conformando-se com o fato de que a partir dali ela teria de seguir sozinha.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Capítulo X

O almoço acaba de sair na casa de Eleonora e todos estão postos a mesa esperando dona Janice para almoçar, quando o telefone toca, e Venâncio então resolve atender e diz:
- Eleonora é pra você.

- Quem é? Pergunta ela da mesa.
Venâncio faz sinal pra que ela chegue mais perto e diz em voz baixa:
- É a Kátia Léo.
Eleonora então pega o telefone e sobe para o quarto.
- Alô.
- Oi Eleonora, tudo bem? Pergunta Kátia
- Tudo ótimo e você como está?
- Melhor agora que falo com você. Bom, vou direto ao assunto, cheguei ao Rio ontem à noite e acho que desaprendi a ir pra baixada, queria saber se você poderia vir aqui hoje.
- É sobre aquela tal proposta que você quer conversar comigo? Pergunta Eleonora.
- Sim, sobre ela e algo mais. E aconteceram algumas coisas, vou ter que voltar pra Vitória amanhã, o mais tardar depois do almoço. E ai, você vem?
- Sim, eu vou, me passa o endereço.
Kátia então passa o endereço do hotel onde esta. Eleonora não queria reencontrá-la depois de tanto tempo e tanto sofrimento. Mas ao mesmo tempo, ela queria saber como Kátia estava e que proposta era essa.
Eleonora desce as escadas e chama Venâncio:
- Vê, vem aqui no meu quarto fazendo um favor?
- Espera ele terminar de almoçar filha, diz Janice.
- Não mãe, preciso dele agora, é urgente.
- Aconteceu alguma coisa Léo? Pergunta Regininha curiosa.
- Não Regina não aconteceu nada, responde Eleonora.
Venâncio então vai até o quarto de Eleonora pra saber o que ela queria. Como ele era o único que sabia do relacionamento da irmã com Kátia, Eleonora precisava ouvir dele o que deveria fazer.
Sentado na cama de sua irmã, Eleonora repousa a cabeça no colo de Venâncio que passa a mão em seus cabelos delicadamente.
- Vê, não sei o que eu faço... Eu quero ir, mas ao mesmo tempo não quero sabe? E se quando eu chegar lá, descobrir que ainda a amo como na época da faculdade? E se eu não resistir? E se ela me fizer não resistir aos seus carinhos? Questiona Eleonora.
- Se eu fosse você eu ia Eleonora, será a prova final pra essas suas duvidas. E ela não te adiantou que proposta é essa?
- Não, só disse que quer conversar comigo sobre isso. Será que ela quer voltar comigo e usou isso de proposta pra me deixar curiosa e ir até ela? Ela sabe que eu detesto ficar curiosa...
- E se ela quiser voltar com você?
- Não Vê, jamais. Tem a Jenifer também... Nossa o que eu estou falando, diz Eleonora coçando a testa.
- Léo, calma... Toma cuidado com isso, você conheceu ela a pouco tempo e a Jenifer é hetero até onde eu e Vila São Miguel inteira sabe, repreende Venâncio.
- É, eu sei... Não sei por que eu disse isso. Mas voltando a Kátia... Eu vou ou não?
- Vai. Vai e descobre que proposta é essa e se for o caso manda ela ir passear, diz Venâncio rindo.
- É, você tem razão Vê. Eu vou.
Eleonora então se levanta e vai para o banheiro tomar banho.


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Eleonora segue para o Rio, o encontro estava marcado para as 14:00horas, mas ela tinha chegado 2 horas antes. Ela estaciona o carro e anda um pouco pela praia de Copacabana para pensar em tudo que poderia acontecer. Depois de tanto pensar pega o carro e segue até o hotel que ficava ali por perto.
Chegando lá fala pra recepcionista que Kátia a esperava, a recepcionista confirma e fala pra ela subir:
- Sexto andar, apartamento 605.
- Obrigada, agradece Eleonora.
No elevador sua ansiedade era visível, coração batia rápido, mãos suavam e suas pernas mostravam sua inquietude.
O elevador então para no 6° andar, ela desce e aperta a campainha.
Kátia ouve e vai atender, olha no olho mágico e vê que era Eleonora, ela então corre até o espelho mais próximo pra conferir o visual, ajeita a roupa e vai abrir a porta.
Quando os olhos de Eleonora viram a maçaneta da porta girar, ela já não pensava em mais nada, só sentia seu coração bater, batia forte, parecendo que a qualquer momento ele ia sair do peito.
A porta então se abre, Eleonora e Kátia se olham fixamente. Kátia não se continha de tanta alegria, seus olhos brilhavam e no seu rosto estampava um sorriso de felicidade. Eleonora pelo contrário estava paralisada, parecia que o sangue não corria em suas veias, fazendo com que nenhuma sensação, de felicidade ou infelicidade lhe atingisse.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Capítulo IX

O dia amanhece em Vila de São Miguel e todos na casa de Eleonora já estão acordados, inclusive ela, que mesmo de folga havia acordado cedo pois iria buscar o irmão no aeroporto do Rio de Janeiro.
Venâncio havia viajado para o Recife em busca de um emprego melhor, não conseguiu muita coisa e estava voltando para Vila de São Miguel, para felicidade de todos.
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Eleonora aguarda ansiosa a chegada do irmão no saguão do aeroporto, quando o avista sai em disparada em sua direção e o abraça fortemente, demonstrando toda a saudade que sentia.
Venâncio então pergunta:
- Como está todo mundo lá em casa minha irmã querida? Estou com uma saudade imensa de todos, da comida da mãe, das nossas conversas madrugada adentro...
- Estão todos bem Vê, todo mundo esta esperando ansioso por você, vamos? Pergunta Eleonora pegando algumas malas.
Eles então seguem até o carro de Eleonora, guardam as malas e vão rumo a baixada fluminense que ficava 1 hora da capital. Conversam bastante e Venâncio pergunta sobre tudo, inclusive sobre a vida amorosa da irmã:
- Aproveitando que estamos só nos dois, me conta Léo, alguma gata nova na parada?
Eleonora o olha, sorri e responde:
- Sim, na verdade duas...
- Duas? Então minha irmãzinha está podendo, me conta quem são elas?
- Uma você já conhece infelizmente... E a outra também.
- Ah, não vai me falar a Kátia esta na área de novo, diz Venâncio levando a mão à cabeça e fazendo cara de decepcionado.
- É, isso mesmo Vê. Mas eu não estou afim de falar dela, não agora. Quero falar da outra, mas...
- Mas o que Léo?
- Acho que vai ser impossível... Ela é a... Eleonora faz um breve suspense.
- Fala logo Léo, quem é a garota?
- Jenifer Improtta.
Venâncio olha surpreso e Eleonora então começa a contar como conheceu Jenifer, e conta os detalhes do seu encantamento por ela. Venâncio era o único que sabia que sua irmã era lésbica, ele sempre esteve ao lado dela. E foi com ele que ela chorou as magoas da separação com Kátia. Venâncio era irmão, cúmplice, conselheiro e o melhor amigo da irmã.

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Enquanto isso na casa dos Improtta Jenifer acorda sorridente animada e sua avó percebe e comenta:
- Nossa, que felicidade, tudo isso é por causa do passeio de ontem? Onde é que você foi?
- Ah, fui tomar sorvete com uma amiga, jogar conversa fora. Há tempos não fazia isso, responde Jenifer sorridente.
- Que bom minha querida, você precisa mesmo sair de vez em quando, estuda tanto. Às vezes eu fico preocupada com você, tão sozinha sem ter ninguém da sua idade pra conversar, diz dona Flaviana abraçando a neta de forma carinhosa.
- Obrigada pela preocupação vó, eu te amo muito. Agora eu tenho que ir, se não me atraso pra faculdade, Jenifer beija a avó e sai.

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Eleonora e Venâncio chegam em casa, e ele é muito bem recepcionado por todos. Sebastião então vai pro trabalho e Janice decide ir a feira comprar verduras frescas para o almoço.
Venâncio se abanca no sofá da sala, enquanto Regina e Eleonora conversam na cozinha sobre Regina ser rainha da bateria, Eleonora acha irresponsabilidade da irmã e Regina defende com unhas e dentes a escolha, mas teme que o pai descubra tudo:
- Mas é claro que ele vai proibir Léo, você tem alguma duvida quanto a isso? Eu estou ferrada se ele descobrir.
- Regina, se o pai não quiser, deixa essa história pra lá. Deixa pra quando você for independente, dona do seu nariz.
- E quando vai ser isso? Esqueceu que eu ainda estou na faculdade? Depois que eu comecei a frequentar os ensaios da escola, eu descobri que ser rainha da bateria é tudo que eu mais quero nessa vida.
Venâncio ouve tudo do sofá, mas resolve ficar na dele.
- Que sonho mais fútil em Regina? Você deveria empregar seu tempo e a sua energia em coisas mais úteis sabia? Diz Eleonora.
Regina não admite que Eleonora trate o sonho dela como uma futilidade, e começa a alfinetar a irmã.
- Escuta aqui Eleonora, eu também acho que você deveria empregar seu tempo em mais diversão, sair mais. Pra uma mulher na sua idade, nunca ter tido namorado é muito suspeito viu? Eu que sou mais nova do que você já tive 7 namorados, 8 contando o João.
- Ow, pega leve garota, eu não estou querendo discutir com você não ta? A vida é minha e eu cuido dela do jeito que eu achar melhor. Fica na sua que eu fico na minha, responde Eleonora aos berros.
- Pois bem, como você mesma disse, cuida da sua vida, deixa que da minha eu cuido, responde Regina.
Venâncio então resolve ir até lá pra tentar acalmar os ânimos.
- Regina vai pro teu quarto e chega de briga, não quero que a mãe veja vocês duas brigando, diz Venâncio.
Regina então sai da cozinha e vai em direção ao quarto, mas uma certa pergunta de Venâncio faz ela parar no meio do caminho e ficar ali escutando o que ele e Eleonora conversavam.
- Será que ela descobriu alguma coisa Léo? Pergunta Venâncio.
- Xiu, fala mais baixo. Acho que não, espero que não, responde Eleonora ainda nervosa.
Regina então sobe para o quarto, e pensa no que ela poderia ter descoberto e se questiona “do que eles estavam falando?” “será que é o que estou pensando?”